Onze leis a cumprir na hora de seduzir- Sarah McLean

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– Você está noivo? – Ainda não. Mas é uma mera questão de formalidade. Visto isso, fazia muito sentido que ele se casasse com uma noiva inglesa tão perfeita. Mas era tão errado. – Confesso que nunca ouvi alguém falar com tão pouco entusiasmo sobre casamento. Ele cruzou os braços para se proteger do frio, a lã de seu casaco preto formal se repuxando, enfatizando seus ombros largos. – O que há para dizer? Nós combinamos bem o suficiente. Ela piscou. – Bem o suficiente. Ele assentiu. – Exato. – Que paixão. Ele não reagiu ao sarcasmo dela. – É uma questão de negócios. Não há lugar para a paixão em bons casamentos ingleses. Era uma piada. Tinha que ser. – Como espera viver sua vida sem paixão? Ele fungou e ela ficou imaginando se ele podia sentir o cheiro de sua pretensão. – A emoção é supervalorizada. Ela deu uma risadinha. – Bem, isso é possivelmente a coisa mais britânica que já ouvi alguém dizer. – É algo ruim ser inglês? Ela sorriu devagar. – Suas palavras, não minhas – continuou ela, sabendo que o irritava. – Todos nós necessitamos de paixão. Você precisa de uma grande dose de paixão em todas as áreas de sua vida. Ele ergueu uma sobrancelha. – Devo aceitar esse conselho de você? Você acha que minha vida precisa de paixão, uma emoção que impele a pessoa a jardins escuros e carruagens de estranhos, forçando-a a arriscar sua reputação com uma frequência alarmante? Ela ergueu o queixo. – Acho. – Isso pode funcionar para você, Srta. Fiori, mas eu sou diferente. Tenho um título, uma família e uma reputação para proteger. Sem falar no fato de que estou muito acima de desejos tão... básicos e vulgares. A arrogância que ele irradiava era sufocante. – Você é um duque – falou ela, com sarcasmo. Ele ignorou. – Exatamente. E você é... – Sou muito menos do que isso. Ele levantou uma sobrancelha dourada. – Suas palavras, não minhas. Juliana sentiu como se tivesse levado um soco. Ele precisava receber um golpe forte, cruel. Um golpe que acabaria de vez com um homem. Um golpe que só uma mulher poderia dar. Um golpe que ela queria desesperadamente dar a ele. – Seu... asino. – Os lábios dele se apertaram em uma linha fina diante do insulto e ela se curvou em uma reverência profunda e zombeteira. – Peço desculpas, Vossa Graça, pelo uso de uma linguagem tão vulgar – disse ela, olhando-o através dos cílios escuros. – Permita-me repetir no seu inglês superior. Você é um asno. Ele respondeu entre os dentes. – Venha. Ela obedeceu, engolindo a raiva enquanto ele lhe estendia a mão, seus dedos fortes enterrando-se no cotovelo dela e virando-a para o salão de baile. Quando ele voltou a falar, sua voz estava baixa e áspera no ouvido dela. – Acha que sua preciosa paixão mostra que você é melhor do que nós, quando só o que ela mostra é o seu egoísmo.


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