Ensino de filosofia nas escolas perspectivas, reformas e incógnitas

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Posfácio a uma década iluminada

dever do Estado em garanti-lo em todo o território nacional, em 22 de setembro de 2016 morre a garantia legal positivada pela Lei Haddad. Descanse em Paz? 1. Aonde se queria chegar e já não se pode mais Os argumentos apresentados no Colóquio Civilização 2016 são retomados aqui, em linhas gerais, com o intuito de garantir o registro de algumas características específicas do ensino de filosofia que possam servem de fonte documental para as futuras pesquisas históricas. Neste sentido, este texto integra duas contribuições às reflexões acerca dos primeiros passos na docência, apresentadas neste livro por cada um dos (agora) professores de filosofia. A primeira contribuição é teórica e consiste numa breve exposição sistemática do atual consenso acerca da emancipação própria de todo ato de ensinar e aprender filosofia e sua relação com as ciências, no contexto do ensino médio. Neste sentido, trata-se de apresentar tanto o pano de fundo teórico, a discrepância entre o telos do ensino de filosofia no ensino médio e as diretrizes do MEC vigentes até 2016, como o principal ponto de convergência defendido pelos estudiosos dos métodos de ensino de filosofia no ensino médio (a curiosidade pelo conhecimento científico), que dá sustentação à formação dos novos docentes que contribuem para esta obra. A segunda contribuição é política e consiste em explicitar o fato histórico, ou seja, o objeto de estudo das futuras investigações científicas sociais, chamado desestruturação do projeto de emancipação instituído pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, regulamentado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacio191


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