FENOMENOLOGIA DA VIDA: Anais do XV Congresso de Filosofia Contemporânea da PUCPR

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Diálogos entre filosofia e geografia

sar que a nossa relação com o mundo se dá também na esfera do emocional, pois não somos seres passivos nessa relação e temos diferentes maneiras de perceber o mundo. Conforme Andreotti (2013), Cassirer pesquisou o conteúdo da realidade espiritual e do sentido que anima os documentos e monumentos do passado, além de sua existência física. Segundo ele, as várias realizações humanas são todas fundadas na atividade simbólica para as quais o objeto de conhecimento é conjunto das criações do espírito do indivíduo. Na crítica ao positivismo, afirma que a razão é um termo muito inadequado para abranger todas as formas de vida cultural do homem em toda sua riqueza e variedade. A recente discussão da Geografia das Emoções (ou Geografia Emocional) ―toma a forma de uma geografia do espírito, dos sentimentos, mas também dos sentidos, dedicada às modalidades sensoriais que integram a nossa experiência no mundo‖ (ANDREOTTI, 2013, p. 101). Busca se conectar aos lugares a partir de uma dimensão do invisível, em que o interesse se dá pelo espaço vivido, que possui diferentes tonalidades e não pode ser reduzido à racionalidade científica. Nesse sentido, ao explicar a questão do espaço a partir de diferentes modos de entendimento, Cassirer aponta dimensão emotiva-afetiva, que de acordo com Entrikin (1977, p. 217, tradução nossa): Ao discutir a manifestação desse modo no pensamento mítico, Cassirer fez distinção entre a perspectiva espacial mítica e o espaço cognitivo abstrato naquilo em que a primeira é inseparável das sensações e emoções humanas nas quais está baseada. A organização do espaço mítico é geralmente através de linguagens irredutíveis à lógica científica‖ (VLIET, 2017, p. 107).

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