A função da palavra na filosofia de Schopenhauer: razão e poesia

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2. DAS REPRESENTAÇÕES SUBMETIDAS AO PRINCÍPIO DE RAZÃO À REPRESENTAÇÃO INDEPENDENTE DO PRINCÍPIO DE RAZÃO 2.1 DO MUNDO COMO REPRESENTAÇÃO: A RELAÇÃO SUJEITO-OBJETO De acordo com Schopenhauer, em sua máxima inicial do Livro I de O Mundo, “o mundo é minha representação” (SCHOPENHAUER, 2005, p. 43). Tal máxima é compreendida como fundamento, ou melhor, como princípio primeiro que “vale em relação a cada ser que vive e conhece, embora apenas o homem possa trazê-la à consciência refletida e abstrata” (SCHOPENHAUER, 2005, p. 43). Para o filósofo, a representação é ponto de partida para compreensão do mundo, ela é entendida como pressuposto inicial do conhecimento, na medida em que o mundo existe apenas como fenômeno ao sujeito que conhece. Assim, de acordo com Schopenhauer, todo objeto está para um sujeito, assim como um sujeito está para objeto no mundo; em sentido kantiano é o fenômeno, e faz parte das coisas que representamos no mundo, pois “o objeto em geral só existe para o sujeito como sua representação” (SCHOPENHAUER, 2005, p. 53). Só dessa forma ele é conhecido, pois a representação possibilita ao objeto que ele tenha sua existência, conforme a formulação de Schopenhauer: “ser objeto para o sujeito e ser nossa representação são a mesma coisa. Todas as nossas representações são objetos do sujeito, e todos os objetos do sujeito são nossas representações” (SCHOPENHAUER, 2019, p. 81). Por causa disso, a representação é uma determinação formal, ou melhor dizendo, a efetividade (Wirklichkeit) das coisas do mundo e não uma determinação real (Realität) do


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