Tecsaude urgencia e emergencia

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Atendimento Hospitalar do Cliente Traumatizado De acordo com a Portaria nº 2.048/GM/MS, de 05 de novembro de 2002, que regulamenta o atendimento às urgências e emergências, os hospitais classificados para atendimento de alta complexidade devem conter recursos necessários para o atendimento das vítimas de trauma, no que se referem à área física, recursos materiais para todo e qualquer tipo de procedimento e, ainda, recursos humanos qualificado. Você se recorda da estrutura e organização dos serviços de urgência e emergência que você estudou no início da Área II?

Dessa forma, seu conhecimento não se restringe apenas ao atendimento e cuidado do cliente, mas também no domínio de todos os recursos necessários para a realização do atendimento.

Avaliação da vítima de trauma Vamos agora fundamentar os seus conhecimentos sobre a avaliação da vítima de trauma, contribuindo para que realize um atendimento correto e seguro. Os óbitos em decorrência do trauma podem acontecer em três momentos distintos. Na primeira fase, as mortes acontecem nos primeiros minutos até uma hora após o evento, devido a lesões muito graves e irreversíveis. Na segunda fase, as mortes acontecem nas primeiras horas após o evento. Neste caso, o APH e o atendimento hospitalar de qualidade beneficiam essas vítimas. Na terceira e última fase, as mortes acontecem em dias ou até semanas, em decorrência da falência de múltiplos órgãos e pelo desenvolvimento de quadros infecciosos. A partir dessa realidade, entendemos que a diminuição da mortalidade e das sequelas provocadas pelo trauma depende do conhecimento da cinemática, associado à identificação das lesões por meio do exame primário e o emprego de condutas assertivas. Diretrizes foram criadas para direcionar o APH e o atendimento hospitalar de forma sistematizada, onde as lesões com maior risco de morte são percebidas na avaliação inicial e imediatamente tratadas. O que diferencia a conduta desses dois serviços são os recursos disponíveis para confirmação do diagnóstico e a realização do tratamento definitivo. Determinados procedimentos não são possíveis nem no APH, tampouco em hospitais que não possuem recursos humanos, físicos e materiais para os procedimentos necessários, conforme determinado pelas políticas de urgências do Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, o atendimento das vítimas de trauma é realizado baseado no protocolo internacional denominado Advanced Trauma Life Support (ATLS, 2008), criado pelo American College of Surgeons, mundialmente conhecido pelo benefício que trouxe para o prognóstico do traumatizado grave, consequentemente modificando as estatísticas de morbimortalidade. O protocolo é utilizado para as diferentes faixas etárias, respeitando as diferenças anatômicas, o peso e os parâmetros vitais. 165


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