Os instrumentos ajudam o doente a comunicar sua dor e orientar o tratamento, facilitam a comunicação entre a equipe, contribuem para aproximar o profissional do paciente, além de não permitir que o julgamento do profissional sobre dor dependa apenas de sua experiência e habilidade. Os doentes conscientes e comunicativos podem mensurar a intensidade da sua dor por meio da escala numérica de 0 a 10. Nesta escala, deve ser perguntado ao paciente quanto é a intensidade de sua dor, explicando que 0 significa sem dor e 10 significa a pior dor possível. Para os doentes que não conseguem compreender a escala numérica, podem ser utilizada escalas de representação gráfica não numérica (de faces proposta por Wong–Backer, entre outros), a escala de descritores verbais ou a escala visual analógica. Nessa escala, o doente indica com um traço na linha de 10 cm onde se encontra a sua dor; o profissional deve medir esta distância e considerar em centímetros o tamanho da dor do doente. Para os que se encontram em coma, não responsivos, em sedação profunda ou com alterações cognitivas é importante considerar os equivalentes somáticos e fisiológicos da dor. Para isso, você observará a expressão facial de sofrimento, resmungos, choro, agitação, movimentos de membros superiores, postura de proteção, ou seja, resistência à movimentação durante cuidados; esses sinais podem ser claros indicadores de dor. Observe também os sinais fisiológicos como taquicardia, hipertensão, taquipneia, desadaptação ao ventilador. Todos podem indicar a necessidade de administração ou aumento da dose de analgésicos.
Os protocolos de avaliação devem conter também informações sobre a localização, qualidades, isto é, com que a dor se parece, por exemplo, pontada, fisgada, queimação, cólica; sobre as possíveis repercussões da dor sobre a função dos sistemas respiratório, cardiocirculatório, gastrointestinal, locomotor e psíquico; e também sobre a efetividade do tratamento. Os doentes devem ser avaliados em repouso, durante a movimentação no leito, à respiração profunda e tosse.
Veja o quadro abaixo com exemplos de escalas que avaliam a intensidade da dor: Tipo de Escala
Representação
Escala Visual Analógica (EVA)
0 Sem dor
Escala Numérica Visual
0 1 2 Sem dor
Escala descritiva Verbal
Nenhuma dor (zero); dor leve (1 a 3); dor moderada (4 a 6); dor intensa (7 a 10)
Escala de Faces (Wong-Backer)
3
Idade
4
5
6
10 Pior dor possível
A partir de 7 anos
7 8 9 10 Pior dor possível
A partir de 7 anos A partir de 7 anos A partir de 3 anos
Escalas unidimensionais de dor
111