LIVRO BRANCO (2011)

Page 6

Introdução A água está na origem da vida. É o elemento mais abundante do planeta e, ao mesmo tempo, uma riqueza verdadeiramente insubstituível. Porém, a água, que cobre cerca de 70 por cento do planeta, é mais abundante nos mares e oceanos onde contém sal. A água doce é apenas uma pequena parcela, de entre 1 e 2 por cento, do total de água que existe na Terra. Encontramo-la nos glaciares, nos rios e nos lagos e, em pequeníssima quantidade, no subsolo. Ao longo do século XX, assistiu-se a um enorme crescimento da população mundial e os desperdícios e contaminações decorrentes do desenvolvimento das sociedades conduziram ao aumento da poluição. Todos estes acontecimentos levaram organizações internacionais, como a UNESCO, a declararem a água o recurso estratégico do século XXI. Podemos considerá-la, de facto, o grande activo da humanidade, aquele que mais devemos promover, valorizar e proteger para assegurarmos o desenvolvimento sustentável do planeta. A verdade é que a água é usada por todo o lado no quotidiano das pessoas e tem um papel fundamental na economia moderna. Adivinha-se, por isso, que a gestão sustentável da água é um dos maiores desafios que o Homem enfrentará durante o século XXI. Ao longo da história, foi deixando raízes na cultura europeia uma especial dedicação à água e uma atenção à riqueza e diversidade que a caracterizam. O culto da água, na qualidade de produto natural e específico remonta aos primórdios do

6

Império Romano. Esta civilização associava a preservação da qualidade original da água a múltiplas propriedades ligadas à saúde e ao bem-estar. É no âmbito desta tradição que emerge o sector das águas minerais naturais e das águas de nascente – uma actividade económica de valor económico, social e ambiental significativos. Em Portugal, as águas minerais naturais e as águas de nascente sempre despertaram enorme interesse pela excepcional qualidade, diversidade e efeitos favoráveis à saúde. As águas naturais portuguesas estão de facto entre as águas europeias mais valorizadas. Provenientes de aquíferos localizados nas profundidades do subsolo, as águas minerais naturais e as águas de nascente têm características que as distinguem: origem natural identificada, composição físico-química estável, além de singularidade, já que não há duas águas iguais. Também a presença de sais minerais e de outros oligoelementos (resultantes exclusivamente da interacção da água e da rocha por onde passou durante décadas ou mesmo séculos) tornam único este elemento. Mas o que é mais importante, o valor maior e mais significativo é que nenhuma outra água é 100 por cento natural, como o são as águas minerais naturais e as águas de nascente. Esta genuína e singular ligação à natureza em estado puro é sublinhada e garantida pela legislação europeia e nacional sobre a actividade, que proíbe expressamente a utilização de qualquer tipo de tratamento químico, em todas as fases do processo, desde a captação até chegar ao consumidor final, No último decénio, a indústria portuguesa do sector – com 31 unidades de engarra-


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.