processo co-formativo. A autoformação e a heteroformação são categorias potencializadas no espaço de significação dos processos vividos entre as interações simbólicas: imagens, as interações praticas: gestos e as interações epistêmicas: conceitos(GALVANI, 2002). Na experiência que tivemos com Dulce Schunck ao conectarmos instâncias mais profundas da subjetividade emergiu uma reflexão no grupo sobre este processo de interiorização que remete à compreensão de autos como a originalidade viva de cada pessoa (GALVANI, 2002). Para Gastón Pineau (2000) a autoformação é uma processo alimentado por sua dependência da heteroformação e ecoformação. Segundo ele é preciso estar atento para não valorizar mais uma dimensão formativa em detrimento das outras. O autor apresenta o termo coformação que põe em evidência os processos ou movimentos formativos em que a relação entre os participantes é essencial. Neste sentido a ação educativa formativa de uns sobre os outros é interativa sendo um lugar de troca entre a auto e a heteroformação. A categoria da coformação deságua em outra categoria importante como a transversalidade por um processo permanente de exteriorização, de criação e elucidação (BARBIER, 2002: 71). Na interlocução com a artista refletimos ainda que a ecopedagogia nos ajuda a compreender poeticamente os bens da terra, numa imaginação mais simbólica do elemento. A práxis e a expressão criativa com a terra, matéria concreta, é uma mediação entre a existencialidade interna e externa, na produção do conhecimento. E, num triangulo amoroso entre essas possibilidade da terra, ainda temos a relação com o planeta Terra. A presença do elemento terra na experiência com Dulce parece óbvia por causa do uso dos minerais. Mas, a imaginação material que o elemento suscita precede a sua materialidade no mundo, ela existe potencialmente nas relações que construímos primeiramente no imaginário, em nossa sincera capacidade de simbolizar. O elemento terra sustenta e dá suporte às ações que buscam a integridade humana fertilizada pela sua íntima relação com seu inteiro ambiente. Este encontro com Dulce Schunck nos devolve à terra de nós mesmos, vista por dentro e por fora. A expressão criativa pode ajudar a nossa capacidade de re-inventar nossos modos de ser e estar nos ambientes. Pois, transversaliza os frutos da objetivação com o poder da subjetivação. O espaço das simbolizações faz a grande síntese das partições positivistas. Emerge uma ecoformação a partir da terra, com a terra e para a Terra.
Figura 2 - a tecer - Zélia. Foto: Aristóteles Araújo 219