Eclipse (Livro 03)

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Eu não estava pensando no quanto a faculdade era impossível? Como eu não poderia nem chegar perto de pessoas durante os dolorosos três dias da conversão que ia me livrar da mortalidade, pra que eu pudesse passar a eternidade com Edward? A conversão que me faria pra sempre prisioneira da minha própria sede... Será que Charlie tinha contado pra Billy que eu desapareci por três dias? Será que Billy tinha tirado conclusões? Será que Jacob realmente estava me perguntando se eu ainda era humana? Tendo certeza de que o trato dos lobisomens continuava intacto – que nenhum dos Cullen havia mordido um humano... mordido... não matado...? Mas ele realmente achava que eu voltaria para casa pra Charlie se esse fosse o caso? Edward me chacoalhou. - Bella? - ele perguntou, realmente ansioso dessa vez. - Eu acho... eu acho que ele estava checando. - Eu murmurei. - Checando pra ter certeza. De que eu sou humana, eu quero dizer. Edward enrijeceu, e um rugido baixo soou no meu ouvido. - Nós teremos que ir embora - eu suspirei. - Antes. Para que o acordo não seja quebrado. Nós não seremos mais capazes de voltar. Os braços dele se apertaram ao meu redor. - Eu sei. - Ahem - Charlie limpou sua alto a voz atrás de nós. Eu pulei e depois me livrei dos braços de Edward, meu rosto ficando quente. Edward se inclinou de volta no balcão. Os olhos dele estavam estreitos. Eu podia ver preocupação neles, e raiva. - Se você não quer fazer o jantar, eu peço uma pizza - Charlie ofereceu. - Não, está tudo bem. Eu já comecei. - Okay - Charlie disse. Ele se encostou no arco da porta, cruzando os braços. Eu suspirei e comecei a trabalhar, tentando ignorar a minha platéia. - Se eu te pedisse pra fazer uma coisa, você confiaria em mim? - Edward perguntou, com um tom em sua voz macia. Nós estávamos quase na escola. Edward estava relaxado e fazendo piada a apenas um momento atrás, e agora as mãos dele estavam agarrando o volante com força, as articulações dele lutando com o esforço para não quebrá-lo em pedaços. Eu encarei a expressão ansiosa dele – os olhos dele estavam distantes, como se ele estivesse ouvindo vozes distantes. O meu pulso acelerou em resposta ao estresse dele, mas eu respondi cautelosamente. - Isso depende. Nós entramos no estacionamento da escola. - Eu temia que você fosse dizer isso. - O que você quer que eu faça, Edward? - Eu quero que você fique no carro - ele parou na sua vaga habitual e desligou o motor enquanto falava. - Eu quero que você espere aqui até eu voltar pra te buscar. - Mas... porque? Foi aí que eu vi ele. Ele teria sido difícil de não reparar, parecendo uma torre sobre os estudantes como ele estava, mesmo se ele não estivesse encostado em sua moto preta, que estava estacionada ilegalmente na calçada. - Oh. O rosto de Jake era uma máscara de calma que eu conhecia bem. Era o rosto de que ele usava quando estava disposto a manter as suas emoções sob controle. Ela fazia ele parecer Sam, o mais velho dos lobos, o líder do bando Quileute. Mas Jacob nunca conseguia controlar a perfeita serenidade que Sam sempre demonstrava. Eu havia me esquecido do quanto aquele rosto me incomodava. Apesar de eu ter conhecido Sam muito bem antes dos Cullen voltarem – até gostar dele – eu nunca fui completamente capaz de ignorar o ressentimento que eu sentia quando Jacob imitava a expressão de Sam. Era um rosto estranho. Ele não era o meu Jacob quando o usava.


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