Ediçãoderoshhashaná

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CRÔNICA

bobo de colonizado, me gerava a uma enorme torcida de que minhas pesquisas me levassem a descobrirme sefaradi (espanhol) de origem. Quanta bobagem! Ainda bem que a maturidade me atropelou e hoje sou igualmente orgulhoso de minhas múltiplas origens. Mas voltando ao início da procura.

e venda de um pedaço de terra na Andaluzia, perto das cercanias de Granada. Ele não fornecia imagem do documento, mas dava dicas de onde encontrar o original – no Arquivo Municipal de Granada. Foi a primeira de várias grandes emoções: a resposta quanto a

com a explicação do significado de Elmaleh (o bom, o melhor, em árabe medieval da Península Ibérica) e não como creia, erroneamente vovô Lázaro, que fosse originário do hebraico “ melah “ / “ maluah” (Sal/ Salgado). Fantástico! Poucas vezes um erro inocente, tornou uma família

Logo ao chegar na Universidade de Jerusalém, iniciei uma pesquisa sobre a origem da grafia Elmaleh/ Maleh e seu verdadeiro significado. Busquei e encontrei um pesquisador inglês que dizia ter se deparado com o mais antigo documento no qual aparecia tal grafia. Era um documento do século 11. Tratavase de um documento de compra

origem dos Elmaleh agora eu já tinha. Em seguida, dando continuidade às minhas pesquisas genealógicas, as surpresas foram aumentando. Encontrei nos dois mais conceituados trabalhos sobre genealogia dos judeus do Marrocos (Les names juifs du Marroc e Genealogia Hebraica – Portugal e Gibraltar), o verbete do meu avó,

facilmente destacada e identificada! Mas eu ainda tinha muita curiosidade para queimar e muita emoção para viver. Segui adiante, como venho fazendo até hoje: na minha viagem seguinte à Espanha, pela primeira vez ao invés de descer em Barcelona ou Madrid, primeiro, peguei uma conexão interna para Sevilha e de lá um trem

60 AMAZÔNIA JUDAICA No 10 - SETEMBRO 2017


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