Será que o dogma do nascimento virginal é um erro de tradução

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Será que o dogma do nascimento virginal é um erro de tradução? O livro “A morte da razão – uma resposta aos neoateus”i do ex-ateu Ravi Zachariasii é uma resposta às criticas feita pelo neoateu Sam Harris em seu livro a Morte da Fé. Assim como os artistas globais Sam desfere golpes contra o dogma cristão sobre Maria, a virgem que concebeu. O seu argumento é o mesmo usado pelos artistas na campanha em favor do aborto “erro de tradução”, mas será que realmente existe tal erro de tradução, veja o que escreve um ex-ateu a um neoateu: O que se pode dizer de tamanha falta de lógica? Minha mãe citava um provérbio tâmil que dizia: “Ele levou uma batida na traseira, mas lhe caíram os dentes”, que significa: Que tem haver uma coisa com a outra?. É bem evidente que Harris não é nenhum estudioso da Bíblia e que deveria ter lido mais do livro de Isaias. Será que Harris (e os autores da campanha em favor do aborto) já estudou a grande complexidade do tema? Será que tem conhecimento da natureza da profecia hebraica e do seu gênero? Será que sabe que há muitos exemplos de profecias hebraicas que tem a “interpenetração” de dois cumprimentos – um em parte e outro no todo? É o caso, por exemplo, de 2Samuel 7, que, quanto a seu cumprimento, refere-se tanto a Davi quanto ao Messias; o mesmo vale para o Salmo 2. É uma técnica comum da profecia hebraica. Os hebreus entendiam a interpretação de profecias como ela funcionava, e Mateus era hebreu. Se Isaias tivesse empregado a palavra hebraica típica para virgem, betulah, teria sido a palavra errada para a situação. O cumprimento imediato da profecia vem em Isaias 8.3, quando a mulher de Isaias dá a luza um filho. O povo tinha pedido um sinal de que Deus iria enviar o Messias, e o nascimento do filho de Isaias era o sinal imediato de que a profecia maior e a promessa do nascimento virginal se cumpriria. Afinal, de que lhes valeria um sinal que não lhes fosse dado setecentos anos antes? Por isso Isaias empregou a palavra almah, que traduz literalmente por “donzela” e pode incluir virgindade. Portanto, é exatamente a palavra que ele precisava para se referir às duas situações – a da mulher de Isaias e a da noiva de José, Maria. Ainda mais precisamente, a doutrina do nascimento virginal baseia-se na própria confissão de Maria. José queria voltar atrás em sua promessa de casamento com Maria porque estava perplexo antes de o anjo lhe aparecer e confirmar a historia de Maria. Pela lei religiosa, ele teria tido de ir até as os escribas e declarar publicamente que aquela criança não era dele. Teria Harris (e os autores da campanha em favor do aborto) a mesma disposição para reconhecer o que Isaias escreveu (9.6) – “Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz” – para sustentar a divindade de Jesus como faz com Isaias 7 para desmentir o nascimento virginal? Ele se agarra em palhas ao se voltar para uma argumentação tão pobre.


O ataque feito pelos ativistas em favor do aborto ao dogma do nascimento virginal fere uma das principais doutrinas cristã, a natureza santa de Jesus, pois se a virgem não era virgem, e sua concepção foi algo natural à natureza de Jesus seria definida como a de qualquer ser humano – uma natureza pecaminosa. Isto é o que está em jogo. i

Zacharias, Ravi. A morte da Razão – uma resposta aos neoateus. São Paulo: Editora Vida, 2011. Pg.7273. ii

Saiba mais sobre Ravi Zacharias aqui - https://es.wikipedia.org/wiki/Ravi_Zacharias

* As palavras entre colchetes não pertence ao texto original, elas foram inseridas para contextualizar a explicação de Ravi Zacharias.


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