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O verdadeiro papel dos zoológicos Conheça a importância dessas instituições na preservação de espécies

Vitor Moreira

Até 2008, a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) era considerada pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) como uma espécie em perigo crítico de extinção. Naquela época, o número de indivíduos era estimado em 600. Atualmente, apesar de ainda ser uma espécie ameaçada, já são contabilizadas mais de 1.400 araras-de-lear em vida livre e em cativeiro.

Ângela Faggioli é bióloga no Zoológico de BH há 25 anos

O aumento da população da espécie se deve, especialmente, aos esforços realizados nos locais de reprodução das araras, impedindo sua morte por agricultores ou a captura para o comércio ilegal, e a instituições como o Zoológico de Belo Horizonte, que conta com três exemplares da arara. “O macho que recebemos do Zoológico de Loro Parque, da Espanha, é resultado da primeira reprodução em cativeiro da espécie. Nossa proposta é trabalhar com a reprodução desta espécie para que outros indivíduos possam ser introduzidos na natureza", explica a bióloga Ângela Faggioli, chefe da Seção de Aves do Zoológico de BH. O exemplo da arara-azul-de-lear é apenas um de inúmeros casos de como zoológicos podem e têm contribuído para a preservação e recuperação de espécies ameaçadas. Segundo a World Association of Zoos and Aquariums (Waza), das 33 espécies animais classificadas como extintas na natureza, 31 são reproduzidas em zoos e aquários e seis já estão sendo reintroduzidas aos seus habitats naturais.

CRBio04 | Novembro de 2013 | Jornal do Biólogo

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