DROGAS E REDUÇÃO DE DANOS:Uma cartilha para profissionaisde saúde

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como objetivo fornecer equipamentos de injeção estéreis aos usuários de drogas injetáveis e diminuir, através do recolhimento dos equipamentos usados, a disponibilidade de seringas contaminadas, evitando o compartilhamento e a reutilização desses materiais a fim de reduzir a disseminação do HIV, do HCB e do HBV entre os UDI. Quais os riscos do uso de drogas injetáveis? A uso de drogas expõe o usuário a vários riscos de acordo com a via de administração. No caso das drogas injetáveis, as substâncias provocam alteração do funcionamento cerebral e modificação do psiquismo numa velocidade maior do que aquela produzida por outras vias de administração. Expõe ainda, o usuário a doenças transmitidas por vetores presentes no sangue, adquiridos pela transfusão sanguínea e por seus derivados, através do compartilhamento de agulhas e seringas e de outros equipamentos utilizados na preparação da droga. Os UDI se expõem ao risco de contaminação pelo HIV, HCB e HCV e outras infecções de transmissão parenteral, pois usam drogas em grupo, numa espécie de ritual, onde equipamentos de injete (seringas e agulhas) são compartilhados. Nesses casos, um indivíduo contaminado pode contaminar todo o grupo. Que estratégias devem ser usadas? Os usuários devem ser aconselhados a jamais compartilhar agulhas e seringas e nunca reaproveitar equipamentos já utilizados. Então, cada usuário deve usar seu próprio equipamento e descartá-lo em local seguro após o uso, para que ninguém venha a reutilizá-lo e para não ferir ninguém. A cada seringa usada é oferecida uma nova em troca. A seringa usada recolhida deve ser encaminhada ao lixo séptico. Como os UDI injetam várias vezes ao dia, torna-se necessário trocar ou distribuir várias seringas por semana. Não existe um numero correto a ser distribuído. É necessário entender o padrão de consumo de cada usuário atendido pelo programa. De qualquer forma, se o usuário levar seringas a mais, alguém de sua rede de contatos provavelmente irá utilizá-las. Como é feito o trabalho? A estratégia que prevalece no Brasil é a de Programas e Projetos de Redução de Danos (PRD) que consistem num grupo de ações desenvolvidas em campo, por agentes comunitários de saúde especialmente treinados e denominados "Redutores de Danos", que incluem troca e distribuição de seringas, atividades de informação, educação e comunicação (IEC), aconselhamento, encaminhamento aos equipamentos de saúde e vacinação contra Hepatite B. A atividade está baseada na noção de que, a retirada de circulação das


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