sobre a situação do sistema público superior, o Future-se defende explicitamente o empreendedorismo, a meritocracia, a inovação e a subordinação das Ifes ao mercado. O Programa divide-se em três eixos: 1) Gestão, governança e empreendedorismo; 2) Pesquisa e Inovação e 3) Internacionalização. Após a sua leitura, fica patente que se trata de uma proposta de privatização por dentro da educação superior pública no Brasil, por meio do incentivo à parceria público-privada, além de colocar as universidades e os institutos federais sob a gestão das Organizações Sociais. Como será apresentado a seguir, o programa acaba com a autonomia universitária, desresponsabiliza o Estado da tarefa de financiar a educação e avança no processo de subordinação da Ciência e Tecnologia aos interesses do mercado.
A figura da organização social, pré-requisito compulsório para adesão ao Future-se, representa um expressivo ataque à autonomia universitária, que “compartilhará” as decisões – atualmente colegiadas – com uma entidade de direito privado, externa à estrutura organizacional das universidades, dos institutos e dos Cefet. O modo de atuação dessa figura jurídica não está inteiramente esclarecido no Projeto de Lei, disponibilizado para consulta pública, por exíguo período de 30 dias. Entretanto, considerando a matriz ultraliberal e privatista que orienta as decisões do atual governo
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