Tr s metros acima do c u

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sapatos combinando com o vestido. A caça leva-a então de volta à rua Vigna Stelluti. A velha florista à direita antes da praça lhe entrega uma bonita orquídea e mais uma mensagem. No bar Euclide, ali perto, já deixaram pago para ela o seu doce preferido. Enquanto come a fatia de torta de fruta com creme, a moça da caixa entrega o último recado: Já mordiscou o seu doce predileto mas algo ainda lhe falta. Se não estiver cansada demais, volte aonde tudo começou para acabar com essa carência. Babi engole o último pedaço de torta, aquele com uma uva. Limpa a boca e sai. Liga o motor e vai descendo pela Vigna Stelluti. Se a mãe pudesse vê-la agora na certa não a reconheceria. Está usando um lindo casaco bordô, elegantes sapatos de pelica, os pequenos Ray-Ban que estão na moda, aqueles maravilhosos brincos de turquesa, uma orquídea nos cabelos, com um bilhete de potencial riqueza no bolso, o bilhete da loteria. Se pudesse vê-la, no entanto, Raffaella só poderia ficar feliz. Babi tem agora um cachecol quente de cashmere em volta do pescoço. A Vespa vira na praça Euclide e pára diante da Villa Glori. Justamente onde a caça começou. Reconhece o carro esporte azul. Entra correndo. Marco está lá, apoiado numa árvore. Babi vai ao encontro dele e o abraça. Marco tira de trás das costas uma rosa que até então mantivera escondida. — Para você, meu amor. Feliz quarto mês. Babi olha para a rosa, feliz, e então se joga mais uma vez nos braços dele, beijando-o com paixão. Está caidinha mesmo. E como poderia não estar depois daquilo tudo? Marco se afasta um pouco, sempre segurando Babi pelos ombros. — Deixa eu olhar para você. Está realmente linda. Superelegante. E quem foi que escolheu todas essas coisas bonitas? — Marco ajeita o cachecol azul em volta do pescoço dela. Babi olha para ele com os seus grandes olhos, tão azuis quanto a lã do cachecol. — Você, meu amor. Marco a abraça. Dirigem-se para a saída. — Você se importa em deixar a sua Vespa aqui? — Por quê? Aonde vamos? — Podemos tomar alguma coisa e depois, quem sabe, jantar juntos. — Preciso avisar a minha mãe. Babi entra no GT. Marco coloca prestativamente a trava na roda dianteira da Vespa. Depois, também entra no carro e se afasta rápido no trânsito da tarde. Babi liga para a mãe. Estão jogando cartas na casa dos Bonelli. Raffaella está tão entregue ao carteado que mal presta atenção nas palavras da filha. Vai comer uma pizza. Marco vai com ela, mas obviamente há todo um grupo de amigos. Vai deixar a Vespa na casa da Pallina. Irá buscar no dia seguinte. Marco lhe deu um cachecol de presente. Talvez seja justamente essa última notícia que deixa Raffaella feliz. Babi pode ir. Jantam no Matriciano, uma pizzaria na rua dos Gracchi in Prati, um local bastante famoso, que é freqüentado por gente conhecida.


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