Tr s metros acima do c u

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O cara começou a gritar. Hook disse que era porque a faca estava gelada! Aí, a Marina entrou na sala e mandamos ela vestir umas paradas transparentes. Liguei o som e ela começa a fazer um strip-tease. Aí, eu falei para o cara que se a gente percebesse que ele estava gostando e o troço que ele carrega entre as pernas desse algum sinal de vida, eu cortava o pau dele. E querem saber de uma coisa? A Marina ficou de calcinha e sutiã, e o cara nem se mexeu, sacaram? A piroca parecia morta, não estava nem aí. Todos riem como loucos. Uma garota no fundo da mesa chega a engasgar. Step também parece achar graça. Babi não consegue acreditar. — Esperem, esperem... — grita o Siciliano. — Ainda não acabou. Em certa altura, ouvimos uma chave entrando na fechadura. Eram os pais da Marina! Eu e o Hook saímos correndo e eles deram de cara com o maluco pelado na cadeira e a Marina só de calcinha e sutiã. Juro, foi uma cena de se cagar todo de tanto rir, uma parada sinistra. Só estando lá para ver! — E o que os pais da Marina fizeram com o cara? Babi olha para Pallina. Ela ainda tem a coragem de fazer uma pergunta dessas! — Sei lá, não faço a mínima idéia. Nós saímos de fininho. Só sei que o sujeito agora arrumou outra e tem alguns problemas para conseguir... Depois de uma experiência dessas, parece que ficou bastante inibido. Quando vê uma mulher tirando a roupa, o negócio dele não levanta mais como antes. É o triunfo. Todos riem como alucinados. Então, sem aviso prévio, acontece. Um pedaço de pão voa. Logo a seguir, tem início uma verdadeira batalha com restos de bifes, batatas, cerveja. Jogam de tudo. As garotas são as primeiras a abandonar o posto. Babi e Pallina afastam-se depressa, imitadas pelas demais. Os meninos continuam arremessando as sobras de comida com força, cheios de raiva, não dando a mínima para as outras mesas, acertando nos clientes ao lado. O apogeu acontece quando o garçom tenta detê-los. Leva um pedaço de pão caseiro molhado bem no meio da cara. Ele é ovacionado. O garçom nunca foi tão aclamado na vida dele. Depois, chega a hora de pagar. Pollo se oferece para juntar o dinheiro. Step fica de braços dados com Babi e a leva para fora do restaurante. Um após o outro, todos saem. Babi tira a carteira do bolso. — Quanto estou te devendo? — Fala sério! Deixa para lá. — Step sorri. -Obrigada. — Não é a mim que precisa agradecer. Suba. — A quem, então? Pollo estava juntando o dinheiro. — Que nada! Aquilo foi só uma frase para disfarçar. Justamente naquela hora Pollo sai do restaurante correndo e pula na moto. — Vamos embora, galera! Todos saem em disparada cantando os pneus. As motos se afastam rápidas, com os faróis apagados. O garçom e mais outra pessoa saem correndo do restaurante. Gritam tentando, inutilmente, tomar nota das placas.


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