homestreethome

Page 1

HOME STREET HOME



HOME STREET HOME ana paula albé




COMO UMA PARA


CONSTRUIR CIDADE MULHERES?


HOW BUILD FOR


TO A CITY WOMEN?












PALL AVI do coletivo maraa Câmeras descartáveis Conecta e clique! Espaços que são seguros Espaços de medo … Quente … e frio Branco ou preto … talvez só cinza!! A simplicidade do método, que trouxe as sutilezas do processo, me animou. O dispositivo era tão simples como rodar o filme e pressionar um botão. Foi rápido e fácil convencer as pessoas da comunidade local a pegar a câmera e fazer experiências com o processo de captura de imagens das coisas e pessoas que eles sentissem segurança / medo. Conheci a Ana no dia 20 de janeiro no Infinitea com a Vera e a Carolina quando elas encontraram os alunos da Srishti School para discutir ‘ideias para local 2’. O conceito de produção de imagens das ‘minhas memórias públicas’ me lembrou de uma instalação que tinha trabalhado na faculdade no semestre anterior. O processo tinha me


deixado muitas perguntas e eu não poderia colocá-lo em um ponto de vista apropriado. De alguma forma esse trabalho trouxe o encerramento de algumas dessas dúvidas. Depois de duas xícaras de “Koshys filter cofees”, dois dias depois do primeiro encontro, Ana me deu três câmeras; uma para mim e as outras duas para quem eu escolhesse. Eu decidi trabalhar em torno de uma área com a qual eu era mais familiarizada, Kodihalli. Num trecho de um quilômetro entre a minha casa e a Estrada do Aeroporto, próximo a Galeria Leela. A maioria das pessoas nessa rua tem me visto desviar meu caminho através do tráfego (às vezes até quatro vias) de vacas, vendedores de fruta, carros estacionados, bancas de carne perseguidas por cães famintos e drenos de excesso de fluxo. A movimentação da rua pode intimidar um recém-chegado. Para mim, é um lugar onde estranhamente me sinto muito segura; até mesmo para voltar a pé para casa às 23h. Muitas vezes sendo cumprimentada com um sorriso esperado ou uma parada ocasional para conversas sem sentido sobre as estradas sujas me mantém ocupada durante minhas visitas à Mallu (ou Malayalee) bancas de chá e padarias. Às vezes sinto que até as vacas me dão um aceno de cabeça quando eu passo. Tentei conversar com algumas dessas pessoas sobre o projeto de máquina fotográfica descartável e ver quantos


deles iriam quebrar a barreira das conversas superficiais e permitir-me dar uma espiada em seus espaços privados. Eu percebi que elas ficavam instantaneamente curiosas e me questionavam sobre o conceito e o que eu faria com as fotos. Muitas ficaram animados sobre a obtenção de fotos gratuitamente dos membros das suas famílias e parentes e amigos. Mas a maioria delas não aceitou quando sugeri que levassem a câmera e trouxessem-na de volta para que eu a revelasse. Eu percebi que a maioria das mulheres não tinha certeza se seus maridos aprovariam isso; embora estivessem muito animadas se fotografando e seguindo a proposta que eu sugeri. Chintamaniaayi, uma velha vendedora de vegetais que fica do lado de fora de um templo, disse que seus três filhos poderiam quebrar a câmera e estava com medo que arruinar o projeto se ela levasse a câmera para casa. (Ela também mencionou, de passagem, que eles estariam bêbados e suas esposas poderiam não gostar de uma velha senhora se exibindo com um gadget). Ela clicou algumas fotos enquanto eu falava com ela... devolveume depois de 5 fotos. Os homens estavam relutantes, disseram que eu poderia seguí-los e fazer imagens, mas eles não estavam confortáveis de levar a câmera com eles. Temiam que pudesse perturbar o seu negócio. Eu levei as câmeras para casa. Meu vizinho de oito anos de idade, Muddhamma, estava muito animado com o novo apetrecho. Ela aprendeu a


usar a câmera em apenas 5 minutos. Muddhamma fica em uma casa temporária em um local vazio ao lado de minha casa. Sua mãe é operária da construção civil, trabalha todos os dias no luxuoso apartamento do outro lado da estrada e o pai dela trabalha de cule (trabalhador manual) para colecionadores de sucata. Já tive várias conversas com ela sobre coisas aleatórias. Ela estava muito curiosa sobre o processo e estava ansiosa para experimentar este brinquedo novo que ela nunca tinha explorado antes. Na verdade, o girar do filme em rolo, o som do clique a deixou mais interessada do que a imagem. Ela me disse que eu iria ver por mim mesma, nas imagens, como era a história dela ... Ela estava interessada em ver fotos dela e eu gostaria de entregar logo uma impressão das fotos. (Vou postar suas reações também) Eu dei a segunda câmera para minha avó, ela concordou, mas estava com muito medo de usar um gadget desconhecido (ela teme todo sinal de tecnologia, exceto o controle remoto... muito requisitado para mudar seus canais de Tamil, Sun TV para Jaya TV). A razão pela qual a escolhi foi porque eu senti que era um processo importante para ela já que ela nunca sai de casa. Ela teme que tudo o que é a ‘fora’; aprendeu a dominar a sua rotina diária e se recusa a quaisquer alterações. E eu achei isso muito interessante. Estou espantada em como ela encontrou seu ‘conforto’ e ‘segurança’. Não querendo alterá-los de nenhum jeito, ela estava documentando seu lugar... e saindo dele de alguma forma.


A terceira câmera foi para mim ... o processo foi emocionante. Manipular uma câmera não era novidade, usar uma câmera descartável era. Assim como qualquer outra câmera, você diria. Mas eu acho que, atualmente com a câmera reflex digital, nós nos habituamos a prever o visual e manipular o assunto. Não é que eu não goste de processo, claro que não. Essas câmeras descartáveis foram definitivamente um desafio no sentido de não ter certeza do resultado. E a simplicidade da técnica me deixou curiosa. A indicação era ‘ver através dos teus olhos’ e documentar visualmente as coisas / espaços / pessoas que fazem você ‘sentir’ segurança / medo. Eu encontrei uma conexão imediata em trabalhar com as nuances das ‘emoções’ e o processo veio muito naturalmente. Eu percebi que há um estranho senso de ‘como’ uma foto ‘deve’ e ‘o que’ ela ‘deve’ incluir. Quebrar estas convenções ‘construídas’ foi ainda outro destaque desta experiência que gostaria de explorar e entender. Outra coisa com a qual fiquei contente foi o fato de que Ana deixou bem claro desde o início sobre a apresentação das obras, o anonimato. Sem créditos, só uma lista com o nome de todos participantes. Chamando-o de trabalho coletivo e enfatizando o modelo de colaboradores iguais, organicamente como o projeto em si. Tivemos mais ou menos uma semana para experimentar as câmeras descartáveis. Depois disso foi a exposição dos trabalhos. Para mim,


o projeto foi mais de um ‘processo muito pessoal e experimental’, então eu perguntava como ela iria escolher alguns e omitir os outros para a apresentação. Mas também foi uma obra de arte coletiva!!!! Exposição em 1ShantiRoad Gallery em 28 de janeiro Ana organiza a revelação dos rolos no G.K.Vale na MG.Road Imagens impressas Vermelho, rosa, amarelo ... flores Um céu claro com uma pipa presa entre linhas. Poses de uma mulher contra um cenário de rosa brilhante Seus cabelos ondulados correndo nos ombros. Uma xícara de café... meio cheio ou meio vazio? Próxima imagem... um copo quebrado. Imagens de um semideus. Pique-esconde atrás de uma cerca. Um ônibus escolar Trabalhadores da construção civil E isso foi o que foi ... uma obra de arte coletiva. Não há necessidade de explicações! As narrativas dos participantes falaram de suas viagens através de sua rotina diária. Medo e segurança percebidos das maneiras que cada um escolhe interpretá-los. As percepções que conduzem por essas imagens são tão pessoais para o espectador quanto para o fotógrafo. Os conceitos e ideias podem se fundir na viagem visual. Isso é algo que apenas o visual pode fazer.


PALL AVI from maraa Disposable Cameras… Connect…n click!! Spaces that are safe Spaces of fear… Warm..n cold Black or white…maybe just grey!! The simplicity of the method, which brought out the subtleties of the process, excited me. The device was as simple as winding the knob and pressing a button. It was quick and easy to convince people in the local community to handle the camera and experiment with the process of capturing visuals of things/people they felt safe/ fear with/without. Met Ana on the 20th of January at Infinitea with Vera and Carolina when they met the Srishti students to discuss ‘ideas for Venue 2’. The concept of capturing ‘my public memories’ reminded me of an installation I had worked on in college the previous semester. The process left me


with many, many questions and I could not put it into an appropriate point of view. And in some way, this brought closure to some of those doubts. After two cups of Koshys filter coffee two days after a previous meet, Ana gave me three cameras: one for myself and the other two for a choice to give them to anyone I wanted to. I chose to work around an area I was most familiar with, Kodihalli. A stretch of, say, one kilometer on the route to my house from the Airport Road quite near the very grand Leela Galleria. Most of the people on this street have seen me dodge my way through the three-way (sometimes even four way) traffic of cows, fruit vendors, double parked cars, meat stalls hounded by hungry dogs with drooling jaws and overflowing drains. The hustle and bustle of the street can intimidate a newcomer. For me, it is a place that I strangely feel very safe in; even to walk home at 11pm. Often greeted with an expected smile or an occasional stop to have nonsensical conversations about the filthy roads has kept me occupied during my many visits to the mallu (Malayalee) tea stalls and bakeries. Sometimes I feel even the cows give me a nod when I pass by. I attempted to talk to a couple of them about the disposable camera project and tried to see how many of them would


break the barrier of just surface conversations and allow me to take a sneak peek into their private spaces. I found that most of them instantly became curious and questioned me in depth about the concept and what I would do with the pictures. Many were excited about getting free developed pictures of family members and extended relatives and friends. But most of them backed out once I suggested that they take the camera and bring it back for me to develop it. I realized that most of the women were not sure if their husbands would approve of this; although they were very excited about clicking pictures of themselves and sticking to the brief I gave them. Chintamaniaayi, an old vegetable seller who sits outside a temple, said her three sons might break it and was scared they would ruin the process if she took the camera home. (She also mentioned in passing that they would be drunk and their wives might not like an old lady showing off with such a gadget.) She did click a few pictures while I was talking to her…gave it back to me after 5 shots. And the men were reluctant, they said I could follow them and click pictures but they weren’t comfortable taking it back with them. Fearing it might disturb their business. I took the cameras home. My little eight-year-old neighbor, Muddhamma, was very excited about the gadget. She learned to use the camera in just 5 minutes. Muddhamma stays in a tiny make-shift house in a vacant site beside my house. Her mother is a


construction worker, who works all day at the upcoming plush flat across the road and her father works as a coolie (manual laborer) for scrap collectors. I’ve had several conversations with her on random things. She was quite curious about the process and was eager to play with this new toy that she had never explored before. The twisting and winding of the role, the sound of the click interested her more than actually focusing on an image. She told me I was to see for myself in the images what her story was… She is keen on seeing her pictures and I wish to soon give her a print of the roll. (I will post her reactions, too.) I gave the second camera to my grandma; she agreed but was too scared of using an unknown gadget (she fears every bit of technology except the TV remote…very much required to shift her Tamil channels, Sun TV to Jaya TV). The reason I picked her was because I felt it was an important process for her as she never steps out the house. She fears everything that is the ‘outside’; she has mastered her daily routine and refuses any alterations. And I found that quite interesting. I am amazed at how she has found her ‘comfort’ and ‘safe’ blanket. Not wanting to alter it any way possible, she was documenting this herself…and stepping out in some way. The third camera was for me…the process was exciting. Handling a camera wasn’t new, using a disposable camera was. Just as any other camera you would say. But I feel these days with the digitized SLRs, we have gotten so


used to predicting the visual and manipulating the subject. Not that I do not enjoy that process; of course I do. These disposable cameras were definitely a challenge in the sense of not being sure of the result. And just the simplicity of the technique got me curious. The brief was to ‘see through your eyes’ and visually document the things/spaces/people that make you ‘feel’ safe/fear. I found the immediate connection working with the nuances of ‘emotions’ and it came pretty naturally. I did notice that there is a queer sense of ‘how’ a picture ‘must’ look and ‘what’ it ‘must’ include. Breaking these ‘constructed’ conventions was yet another highlight of this experiment that I wish to further explore and understand. Another thing that I was glad about was the fact that Ana made it very clear from the start about the representation of the works and the anonymity of the visuals during display. No names, just credits for all the participants. Calling it a collective work and emphasizing the model of equal collaborators, organic as the project itself. We had roughly a week to experiment with the disposable cameras. After which, it was time for ‘the’ presentation of ‘the’ works. To me, the project was more ‘process-driven cum experiential and very personal’, so I was wondering how she would choose some and omit the others for the presentation. But then again, it was a collective work of art!! Exhibition at One Shanthi on 28th Jan


Ana managed to develop all the rolls at G.K Vale on MG road, Printed visuais Red, pink, yellow..flowers. A clear sky with a kite caught between lines. Poses of a woman against a bright backdrop. Shiny pink. Her wavy curls rushing through shoulders. A coffee cup…half full or half empty? Next image…a broken cup. Images of a demigod. Thrown and hiding behind a fence. School bus. Construction workers And that was what it was…a collective work of art. No justifications required! Narratives from the participants spoke volumes about their journeys through their daily routine. Fear and safety perceived in ways that one chooses to interpret them. The perceptions that one takes from these images are as personal to the viewer as to the photographer. The concepts and ideas might merge in the visual journey. But that is something I feel only the visual can tell.








































URMILLA SHASTRY par ticipante e estudante de ar te na Srishti School Para a maioria de nós, o espaço onde estamos mais confortáveis é o nosso espaço privado. Em público, somos obrigados a enfrentar ‘outros’ e sair da nossa zona de conforto. Quando saímos para o espaço, ele muda ou nós mudamos? Este projeto, liderado pela artista brasileira Ana Paula Albé, esforçou-se para nos fazer pensar em espaços públicos como uma parte de nós. Ajudou a criar o nosso próprio espaço no espaço público, usando a fotografia como o nosso meio. Através de exercícios de autorretrato representacional e de retrato do nosso espaço público ‘confortável’, nos sentimos mais seguros fora das nossas zonas privadas.


Para o projeto principal, 15 participantes que variam de estudantes da Srishti School à funcionária da casa da Ana, receberam câmeras descartáveis para explorar o conceito de conforto em espaços públicos. As respostas variaram de fotos de coisas que confortam a pessoa no espaço público até usar a câmera para mudar o espaço público de forma a torná-lo confortável. Para muitas pessoas, a câmera era simplesmente uma maneira de reivindicar por espaço. O propósito de usar a câmera descartável é usar suas limitações tecnológicas, era uma questão de simplesmente apontar e disparar. Desta forma o fotógrafo presta mais atenção ao que lhe atravessa. O fotógrafo constrói uma relação mais profunda, um diálogo, com o assunto em vez de apenas tentar fazer uma foto perfeita. No resultado, o espectador tenta ver o fotógrafo nas fotografias e compreender sua identidade nelas.


URMILLA SHASTRY par ticipant and

Srishti ar t student For the majority of us, the space we are most comfortable in is our private space. In public, we are forced to confront ‘others’ and come out of our comfort zone. When we go out into space, does it change, or do we? This project, led by the Brazilian artist Ana Paula Albé, endeavored to make us think of public spaces as a part of us. It helped create our own space in public space using photography as our medium. Through exercises such as taking a representational self-portrait and a portrait of our ‘comfortable’ public space, we felt more secure outside our private zones. For the main project, 15 participants ranging from Srishti students to Ana’s maid, were given disposable cameras and


asked to explore the concept of being comfortable in public spaces. Responses ranged from pictures of things that comfort the person in public space to changing the very space with the camera in order to make it comfortable. For a lot of people, the camera was simply a way to claim the space. The purpose of using the disposable camera is its technological limits; it is simply a matter of point and shoot. This way the photographer pays more attention to getting across what it is they see. The photographer builds a deeper relationship and dialogue with the subject instead of just trying to get a perfect picture. In the result, the viewer tries to see the photographer in the photographs and understand his/her identity in them.


























ANA PAULA ALBÉ No fim de 2008, início de 2009, repercutia mundialmente o caso de uma mulher violentada na Índia. Repercutiam tanto as violências físicas sofridas quanto as violências morais. Ela não podia ter entrado na liquor shop, ou pego o ônibus sozinha ... ou atravessado aquela rua, entrado naquele túnel, estar na rua depois das 22h ... usado roupas de tal modelo. Foi na Índia, mas poderia ser em qualquer outro lugar. Se esse parece um discurso datado e repetitivo, deve ser pela insistência de uma luta que atravessa décadas e que, entretanto, reconhece apenas mudanças pontuais. Existimos mas não livremente, somos parte (negativa) de um sistema criado para os homens. E se não quisermos substituí-los nesse mesmo sistema, temos de imaginar como seria esse lugar.


Em Home Street Home, quinze mulheres indianas da cidade de Bangalore receberam câmeras descartáveis para documentar sua relação com seu mundo. Elas produziram imagens apoiadas no que lhes trazem medo e segurança nos espaços públicos. Como construir uma cidade para mulheres era a questão de fundo desse processo criativo e a câmera fotográfica foi oferecida como sua ferramenta de defesa, denúncia e diálogo - e de existência nesse mundo que, a priori, não nos pertence. A facilidade da câmera trazia uma liberdade da técnica, democratizava a variação das castas sociais e possibilitava o anonimato da autoria da cada imagem. Esse livro traz um mapa visual produzido com fotografias de mulheres. Elas se propuseram a percorrer espaços físicos e subjetivos em busca de experiências de afetos entre seus espaços públicos e privados. Todas as imagens produzidas estão no livro, inclusive os fotogramas pretos onde a artista saiu à noite sozinha num passeio por um lugar ermo ao lado do seu dormitório, munida da câmera e do flash para registrar caso alguém surgisse na cena. A escuridão no frame vazio, o escuro da noite é a imagem da sua possibilidade de existir naquele momento ali.


ANA PAULA ALBÉ At the end of 2008 and beginning of 2009, the case of a woman raped in India was reported worldwide. Both the physical violence suffered and the moral violence had repercussions. She shouldn’t have gone into the liquor store, or taken the bus alone... or crossed that street, entered that tunnel, been on the street after 10pm... wearing clothes like that. It was in India, but it could have been anywhere else. If this seems like dated and repetitive discourse, it must be due to the insistence of a struggle that spans decades and which, however, only recognizes specific changes. We exist, but not freely; we are (a negative) part of a system created for men. And if we don’t want to replace them in that same system, we must imagine what the place would be like.


In Home Street Home, fifteen Indian women from the city of Bangalore were given disposable cameras to document their relationship with their world. They produced images based on what brings them fear and security in public spaces. How to build a city for women was the underlying question of this creative process and the camera was offered as a tool for defense, denunciation and dialogue - and for existence in a world that, a priori, does not belong to us. The ease of the camera brought technical freedom, democratized the variation of social castes, and allowed the anonymity of the author of each image. This book features a visual map produced with photographs of women. They set out to explore physical and subjective spaces in search of experiences of affection between their public and private spaces. All the images produced are in the book, including the black frames where the artist went out alone at night on a walk through a deserted place next to her dormitory, equipped with a camera and flash to see if someone appeared on the scene to depict. The blackness in the dark frame of the night is the image of her possibility of existing in that moment there.










HOME STREET HOME

de A na Paula Albé PARTICIPANTS Anushka Sani Elena Pereira Huda Jaffer Mara Pallavi Chander Poornima Subramanian Priyanka Daga Pushpi Bagchi Saema Husain Sayantoni Palchoudhuri Swati Prasad Tanuja Ramani Urmila Shastry

SPECIAL THANKS TO Geetanjali Sachdev Radha Chandrashekaran Zeenath Hasan Vera Maeder Archana Prasad LAND - Contemporary Art Practices Venue Srishti Institute of Art, Design and Technology Maraa Media and Arts Collective 1ShantiRoad Art Gallery MinC _ Ministério da Cultura do Brasil


HOME STREET HOME DESIGN Nina Lins TRATAMENTO DE IMAGEM Ana Paula Albé TRADUÇÃO / INGLÊS-PORTUGÊS Taís Cardoso REVISÃO DE TEXTO Ana Paula Ferraz e Steve Yolen ISBN 978-65-85619-03-5 IMPRESSÃO Inove Gráfica FONTE / PAPEL Neue Haas Grotesk Display Pro / Alta Avulta 90g EDITORA Piscina Pública Edições SÃO PAULO 2023 The Home Street Home project was benefited through the travel announcement of the Cultural diffusion and exchange program of the Ministry of Culture (MinC – Brazil)


Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Albé, Ana Paula Home street home / Ana Paula Albé ; [tradução Taís Cardoso]. -- São Paulo, SP : Piscina Pública Edições, 2023. Edição bilíngue: português/inglês. ISBN 978-65-85619-03-5 1. Artes 2. Fotografia 3. Fotolivros 4. Mulheres Aspectos sociais I. Título.

23-176824

CDD-770 Índices para catálogo sistemático:

1. Fotografia : Artes

770

Tábata Alves da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9253




Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.