Pedro e Inês: antologia poética

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nam me deis tam triste fim,

-"Senhor,

vossa

pois que nunca fiz maldade!"

é

de

reprender,

sem

necessidade,

El-rei,

vendo

houve

de

e

o

que

a

ele

viu

qu'eu nem E

como

mim

estava,

compaixam

nam

oulhava:

nam

errava

fizera

vendo

tive

traiçam.

quam

de

amor

ó

e

príncepe,

pôde

verdade lealdade

cuja

mais

a

sam, piadade

que a determinaçam; Que,

se

ca

seu

e

lh'eu

m'ele filho

entam

defendera

não

nam

com

amasse,

obedecera,

rezam

podera

dar m'a morte qu'ordenasse; mas

vendo

dês

que

que

nenhú'hora,

naci

nunca

nisso

quando

se

até'gora, me

falou,

disto

lembrou,

foi-se pola porta fora, Com

seu

rosto

co

propósito

muito

triste,

como

mudado, mui

mui

mui

cristam

e

Um

daqueles

consigo

esforçado. que

trás

trazia

companhia,

cavaleiro de

cuidoso, piadoso,

na

desalmado, dele,

mui

estas palavras dezia:

pois

que,

mudaram

vossa

vontade

lágrimas

dúa

molher.

E

quereis

com

filhos,

estê, de

qu'abarregado, como

senhor, vós

casado,

vosso

mais

me

filho?

maravilho

que dele, qu'é namorado. "Se

a

logo

nam

sereis

nem

farám

pois

tam

do

matais,

nunca

temido

que

mandais,

o cedo

conselho

Olhai

nam

quam

vos

mudais,

qu'era

havido.

justa

querela

tendes, pois, por amor dela, vosso sem

filho casar

quer

e

nos

estar

quer

dar

muita guerra com Castela. "Com

sua

morte

escusareis

muitas mortes, muitos danos; lagrimoso,

rei

dina

piadade

vós,

senhor,

e

vós

a

paz

e

para

descansareis, a

nós

dareis

duzentos

anos.

O

príncepe

filhos

de

será

fora

qu'agora

casará,

bençam de seja

terá, pecado; anojado,

amenhã lh'esquecerá."

irado, E el-rei

ouvindo ficou

seu mui

dizer, torvado

por se em tais estremos ver,


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