São Paulo Outlook 2010

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mercado financeiro Financial market

mercado consumidor de serviços bancários, que tende a continuar crescendo. Os principais bancos do país acompanham o movimento com novos investimentos, na esteira de uma série de fusões e aquisições que consolidaram o setor nos últimos anos.

Mercado de capitais e a BM&FBovespa A BM&FBovespa lista empresas e fundos, negocia ações, títulos e contratos derivativos. A sua estrutura a posiciona entre as cinco maiores, e a expectativa é que ela se torne a segunda maior bolsa do mundo até 2012. Ficará atrás apenas da americana CME Group, a maior e mais diversificada de todas as bolsas de valores.
 Ao fim de março de 2010, 469 empresas eram listadas na Bolsa de São Paulo. Destas, 159 companhias integravam os níveis diferenciados de governança corporativa, que atendem aos mais rigorosos critérios de transparência nas informações aos acionistas. Juntas, essas empresas responderam por mais de 75% dos negócios realizados à vista no primeiro trimestre de 2010, representaram 71% do volume financeiro de 127 bilhões de reais no período, e quase 68% do valor de mercado da bolsa.
 Em 2009, o valor de mercado da BM&FBovespa alcançou 2,3 trilhões de reais, tendo por base as 385 empresas negociadas – 64% acima do 1,4 trilhão de reais representados pelas 393 companhias listadas no ano anterior. Apesar da falta de liquidez mundial, a bolsa paulista realizou a maior oferta inicial pública de ações (IPO, na sigla em inglês) de sua história e que bateu o recorde mundial entre todas as bolsas ao movimentar, em outubro, 14 bilhões de reais (mais de oito bilhões de dólares) para um total de 600 milhões de ações ofertadas pelo Santander Brasil. Antes do banco espanhol, a marca pertencia à China State Construction Engineering, que obteve 7,35 bilhões de dólares.
 A BM&FBovespa também bateu seus próprios recordes em volume de negócios, com 81,75 milhões de reais. www.analise.com

O saldo dos investimentos estrangeiros chegou a 26 bilhões de dólares, em 2009. Também foram os investidores estrangeiros os responsáveis por 66% dos 46 bilhões de reais captados por 24 empresas, somados seis IPOs e 18 follow-ons, realizados em 2009. Entre 2005 e 2009, 115 empresas abriram o capital na bolsa paulista. Até meados de abril de 2010, seis novas empresas buscaram se capitalizar por meio do mercado de capitais. O número de companhias listadas na BM&FBovespa tende a aumentar rapidamente, contribuindo para reforçar a posição de São Paulo como polo regional do mercado financeiro e de capitais. Até meados deste ano, a bolsa brasileira deve ampliar consideravelmente a negociação de Brazilian Depositary Receipts (BDRs) – de grandes empresas americanas, que serão trazidos por instituições financeiras.

A BM&FBovespa, em 2009, bateu seu recorde de negócios: 82 milhões de transações Com a iniciativa, é possível que um número maior de empresas brasileiras, que ainda hoje procuram a New York Stock Exchange (Nyse), para, por meio de American Depositary Receipts (ADRs) obter maior liquidez e visibilidade aos olhos dos investidores estrangeiros, passe a concentrar seus negócios no Brasil. São 34 as empresas brasileiras que negociam ADRs níveis 2 e 3, que têm de atender às exigências da rigorosa Sarbanes-Oxley, a lei societária americana. Desse time fazem parte gigantes como Petrobras, Vale, Itaú Unibanco e Santander Brasil, responsáveis pela movimentação de valores que perdem apenas para as empresas americanas negociadas no pregão nova-iorquino.
 Em fevereiro deste ano, a BM&FBovespa ampliou sua parceria com a CME Group, a maior bolsa do mundo. A parceria prevê o desenvolvimento de uma nova plataforma eletrô-

Fusões e aquisições

Mergers and acquisitions Bancos por operações no 1º tri de 2010 Banks by operations in 1st quarter of 2010

Banco e sede rk Bank and HQ 1º BTG (RJ)

Total 8

US$ bi

US$ bln

10,8

2º J. P. Morgan (SP)

6

8,0

3º Deutsche Bank (SP)

4

6,6

4º Credit Suisse (SP)

5

6,0

5º Morgan Stanley (SP)

7

5,8

6º Santander (SP)

7

5,0

7º Bradesco (SP)

6

4,5

8º Estáter (SP)

3

4,2

9º Bank of America

2

1,7

1

0,8

10º Citibank (SP)

nica de negociação para integrar todos os segmentos operados pela bolsa até o fim de 2011. A partir do segundo semestre de 2010, está previsto o início do funcionamento de uma nova plataforma para distribuição internacional dos preços dos ativos negociados na bolsa brasileira, resultado de parceria feita com a Nasdaq OMX. Além disso, a bolsa paulista fechou um acordo com a Bolsa do Chile, por meio do qual desenvolverá uma rede de conectividade. Acordos semelhantes estão em curso com as bolsas da Colômbia, Peru, México e Argentina.

Home Broker e financiamento Ao mesmo tempo em que trabalha para alargar suas fronteiras além dos limites do Brasil, a BM&FBovespa também quer ampliar, de modo ambicioso, a participação dos investidores individuais no total de seus negócios. Faz parte de seus projetos, por exemplo, ampliar dos atuais 558 mil para cinco milhões as contas de pessoas físicas que transacionam com a instituição até 2015. Em 2009, o volume total negociado no Home Broker foi de 468 bilhões de reais, enquanto o volume médio men-

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