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Primeiro, desenhei a parte inferior do rosto de dois modelos, um de perfil e outro em três quartos (Fig. 9-9). No próximo capítulo, mostrarei em detalhe como desenhar essa parte da cabeça. Poucos estudantes têm problemas sérios com a visualização e o desenho dos traços do rosto. O problema não são os traços do rosto: é na percepção do crânio que o erro acontece. O que pretendo demonstrar agora, para você e para o seu hemisfério esquerdo, é como é importante acrescentar aos traços o crânio inteiro e não truncar o topo da cabeça simplesmente porque essa parte não parece tão interessante quanto a metade inferior que contém os traços. Na Fig. 9-10 estão dois conjuntos de três desenhos: primeiro somente os traços do rosto, sem o crânio; depois, os mesmos traços com o erro do crânio truncado; e, finalmente, os mesmos traços, desta vez com todo o crânio, que complementa e serve de apoio aos traços. Usando o lado lógico do seu cérebro, o lado esquerdo, você pode ver que não são os traços que provocam o problema da proporção errada: é o crânio. (Volte a examinar a Fig. 1-5 no Capítulo 1 e veja que Van Gogh, no desenho do carpinteiro que ele fez em 1880, aparentemente cometeu o erro do crânio truncado ao desenhar a cabeça do carpinteiro. Veja também a gravura de Dürer (Fig. 9-11) na qual o artista demonstra o efeito da diminuição da proporção relativa entre o crânio e os traços do rosto.) Agora, volte às fotos e desenhos que você reuniu anteriormente. Meça (colocando o lápis sobre a foto com a extremidade ao nível dos olhos e marcando a borda inferior do queixo com o polegar) e compare a relação de tamanho entre a metade inferior e a metade superior da cabeça. Convenceu-se? Seu hemisfério esquerdo se convenceu? Ótimo. Assim você poupará muito tempo em seu aprendizado de desenho.