a conservação da arquitetura moderna. o caso do Edifício Anchieta

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Universidade de São Paulo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Trabalho Final de Graduação

A conservação da arquitetura moderna. O caso do Edifício Anchieta

Aluna: Ana Carolina de Oliveira Modinger Orientação: Maria Lucia Bressan Pinheiro

Junho de 2013

Capa: Edifício Anchieta. Fonte: Acervo do Núcleo de Pesquisa e Documentação – FAU/UFRJ – Brasil


Ao meu v么 Arthur, admira莽茫o eterna. (em mem贸ria)


Agradecimentos

À minha família, em especial Fábio, Elen, Nathália, Pedro e Denis, muito obrigada pelo apoio nesses longos anos de FAU, principalmente no último quando, mais do que nunca, eu precisei da sua compreensão e da sua paciência. Obrigada por estarem ao meu lado e por acreditarem em mim. Ao Thor pela sincera e nem sempre silenciosa companhia. Aos meus amigos de longa data e aos amigos da FAU que, mais do que amigos, acabaram se tornando parte da minha família, por todo tempo que passamos juntos, pelos bons momentos, mas também por todas as aflições e angústias que dividimos desde 2006. Aos amigos de trabalho, Elaine, Laura e Guaraci por toda ajuda, confiança e compreensão com as minhas ausências. À professora Maria Lucia pela atenção, dedicação e por não desistir de mim.



Índice

Introdução 7

Parte 1 | o estudo de caso

Definição do estudo de caso Metodologia

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O Edifício Anchieta

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Breve histórico

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O Bar Riviera

20

15

O projeto 30

Conclusão 46

Parte 2 | o plano de conservação

95

Fichas específicas sobre limpeza - FEL

106

FICHAS TÉCNICAS 111

FT2. Argamassa

47

Introdução 48

Roteiro de inspeção completo 52

111

112

FT3. Caixilhos e esquadrias 114

Parte 3 | a inspeção

117

Comentários finais

138

Referências bibliográficas

Aplicando o plano de conservação 51

Fichas específicas sobre umidade - FEU

FT4. Granilite

Os irmãos Roberto 23

95

FT1. Impermeabilização

14

Localização e entorno

FICHAS ESPECÍFICAS

115

140



Introdução

A proposta inicial do trabalho previa que, a partir de uma pré-seleção de edifícios com características comuns, fossem escolhidos três para o desenvolvimento de estudos de caso que teriam como objetivo identificar qualidades, problemas e questões relevantes para a atualização dos edifícios às necessidades e expectativas dos seus atuais moradores, usuários e funcionários. Além disso, os estudos de caso deveriam fundamentar e justificar a conservação desses edifícios numa realidade diversa daquela para a qual foram projetados.

Sem eliminar a possibilidade de que o modelo de Plano que pretendemos desenvolver poderá ser aplicado em diversos outros edifícios, bastando algumas considerações e adaptações às situações de cada um.

Os estudos de caso resultariam em diretrizes gerais de intervenção, que poderiam ser aplicadas não só aos edifícios estudados, mas contribuíssem com a preservação de outros edifícios com características semelhantes, guardadas as devidas proporções. Durante o desenvolvimento da primeira parte do trabalho e tendo definido o roteiro dos estudos de caso, observamos que esse estudo poderia ser demasiadamente penoso e repetitivo para o resultado esperado. A partir daí, pensamos em limitar o estudo de caso a apenas um objeto, o que permitiria uma aproximação maior e mais específica às questões, sem abstrair o levantamento já executado. Tendo como objetivo principal do trabalho a conservação da arquitetura que viria a ser estudada durante o desenvolvimento do estudo de caso, definimos então que o produto final do trabalho não mais se limitaria à indicação de diretrizes gerais, mas que seria desenvolvido um Plano de conservação completo e específico para o edifício estudado, fundamentado basicamente em ações de manutenção preventiva. Considerando que cada caso é distinto do outro, um estudo mais aprofundado para um único edifício poderia gerar resultados mais satisfatórios. 9


Parte 1 o estudo de caso


Definição do estudo de caso

A escolha do objeto para o desenvolvimento do estudo de caso baseia-se, principalmente, na importância que o projeto apresenta para o estudo da história da arquitetura, o cenário urbano em que o edifício se insere, o fato de ser resultado do trabalho de arquitetos renomados, engajados com o Movimento Moderno, as problemáticas e as características inovadoras das obras. Partindo de um levantamento bibliográfico e iconográfico geral, tendo definido como recorte geográfico a Avenida Paulista, as décadas de1940 e 1950 como recorte temporal e edifícios de apartamento como recorte tipológico, chegamos a seguinte listagem: Conjunto Nações Unidas

Edifício Paulicéia e São Carlos Condomínio Baronesa de Arado Pinhal

ry

- Conjunto Nações Unidas (1952) | Avenida Paulista, 648 | Arquiteto Abelardo de Souza - Edifício Paulicéia e São Carlos do Pinhal (1955) | Avenida Paulista, 960 | Arquitetos Jaques Pilon e Giancarlo Gasperini - Condomínio Baronesa de Arary (1953) | Avenida Paulista, 1735 | Arquiteto Simeon Fichel - Edifício Três Marias (1954) | Avenida Paulista, 2239 | Arquiteto Abelardo de Souza - Edifício Chipre e Gibraltar (195?)| Avenida Paulista, 2494 | Arquiteto Giancarlo Palanti - Edifício Anchieta (1941) | Avenida Paulista, 2584 | Arquitetos Marcelo e Milton Roberto – MM Roberto

Edifício Três Marias

Edifício Chipre e Gibraltar

Edifício Anchieta

As datas de projeto e construção dos edifícios listados situam-se entre o início da década de 1940 e meados da década de 1950, esses edifícios possuem diversas das características marcantes do Modernismo, como o conhecemos 11


em São Paulo. O recorte temporal considera um período de transição entre a predominância da produção habitacional verticalizada voltada para o aluguel, o chamado período rentista, e um período em que passou a predominar a atuação das grandes incorporadoras. Outro fator relevante para determinar a seleção foi a autoria dos projetos, arquitetos cujos nomes marcaram a história da arquitetura nacional. Ao contrário do que definiu a primeira listagem, características comuns aos edifícios, foi justamente a diferença ou variedade entre os arquitetos autores dos projetos, entre os objetivos das empresas responsáveis pelos financiamentos e as particularidades de cada projeto que restringiram a seleção a um único objeto, após a pré-seleção de três edifícios dentre os seis listados inicialmente. Num primeiro momento, um critério utilizado para a escolha do objeto de estudo seria a incidência de legislação de proteção patrimonial sobre o edifício, porém selecionar um edifício sem tal proteção não nos impediria de fazer a análise e concluir o prejuízo que essa omissão traria para o edifício ou de chegar à conclusão de que o edifício não possui características suficientemente relevantes para que pudesse receber proteção oficial De uma forma ou de outra, a proteção ou não do patrimônio é mais uma questão a ser avaliada durante o estudo de caso. Dessa forma, o primeiro possível selecionado foi o Edifício Baronesa de Arary, sobre o qual não incide legislação de proteção. Muita polêmica envolve o edifício, pois questões envolvendo o lucro almejado pela empresa carioca que financiava seu primeiro empreendimento em São Paulo, a Flamengo S.A., como alterações de projeto, alteração de materiais, exclusão de itens do programa de necessidades do conjunto, falhas e má qualidade na execução do projeto, vieram acarretar, desde sua inauguração, no mau funcionamento do edifício como um todo. Os dois outros edifícios pré-selecionados eram classificados como ZEPEC (Zo12

nas Especiais de Preservação Cultural) pela Lei Nº 13.885/2004 e tiveram abertura de tombamento através da Resolução de Abertura de Processo de Tombamento 26/04 do Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo), primeiramente o Conjunto Nações Unidas, um empreendimento do CNI – Companhia Nacional de Investimentos – uma empresa paralela criada pelo BNI – Banco Nacional Imobiliário – exclusivamente para a realização das incorporações, edifício que já sofreu uma série de alterações significativas, principalmente na fachada, devido a exigências impostas pelas normas de segurança do corpo de bombeiros e devido ao alargamento da Avenida Paulista. Por fim, o Edifício Anchieta encomendado e financiado pelo IAPI – Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários – para servir de residência de aluguel aos funcionários aposentados da Indústria como forma de arrecadar fundos para o Instituto. Foi executado com bastante fidelidade ao projeto e, apesar da falta de manutenção, sofreu poucas intervenções ao longo dos anos, a não ser devido às obras de alargamento da Avenida Paulista. Esse edifício ficou bastante conhecido por conta do antigo Bar Riviera que ficou instalado no térreo e em uma das sobrelojas entre anos de 1949 e 2006. Como a figura do arquiteto é um dos focos que pretendemos abordar e é, consequentemente, fator relevante para nossa escolha, de imediato percebemos a importância do arquiteto para as incorporadoras principalmente para a propaganda e venda do produto final. Nos casos do Edifício Anchieta e do Edifício Nações Unidas, o IAPI e a CNI, respectivamente, tiveram o cuidado de contratar o projeto de arquitetos renomados e envolvidos com os ideais do Movimento Moderno, o escritório carioca até então MM Roberto, que teve o IAPI como um de seus principais clientes durante a década de 1940, e o arquiteto carioca, formado pela ENBA, Abelardo Reidy de Souza que se transferiu para São Paulo no final a década de 1930. A visibilidade que o arquiteto concedia ao empreendimento fica clara ao observarmos os cartazes de divulgação dos apartamentos que mostram o nome de


seus autores em destaque.

Matéria publicitária do IAPI e do escritório dos Irmãos Roberto, apresentando o Edifício Anchieta. Fonte: Revista Inapiários, n.39, jul., 1941 in. BOTAS, Nilce Cristina Aravacchia. Entre o progresso técnico e a ordem política: arquitetura e urbanismo na ação habitacional do IAPI. Tese Doutorado. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – USP. São Paulo, 2011.

Edifício e galeria Califórnia. Vista da rua. Foto Nelson Kon. Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/13.151/4632. Acesso em: 30/05/2013.

Edifício e galeria Califórnia. Planta ao nível da rua, com a galeria interna e as lojas. Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.091/179. Acesso em 30/05/2013.

“O Edifício Anchieta de autoria dos Irmãos Roberto foi exibido em perspectiva na Revista Inapiários de julho de 1941. Em forma de publicidade chama atenção o título de apresentação, que enfatiza a autoria do projeto – “Marcelo Roberto e Milton Roberto – arquitetos; Maurício Roberto – ENBA – e, sublinha-o como “propriedade do IAPI” (MARCELO [...], 1941:36). [...] Assinada por arquitetos já reconhecidos nacionalmente por sua veia inovadora, a obra foi uma forma acertada de dar visibilidade ao IAPI na capital paulista, que já era o polo industrial do país.” (BOTAS, 2011. P.166) O Edifício Nações Unidas é um importante exemplo da arquitetura moderna, embora o primeiro projeto desenvolvido por Abelardo de Souza tenha sido reformulado com o intuito de maximizar o aproveitamento do terreno e consequentemente ampliar o lucro da incorporadora (CNI). O edifício inova ao definir a galeria comercial no térreo, que, segundo CONSTANTINO (2004), teria sido assim projetado inspirado no sucesso do Edifício e Galeria Califórnia no centro da cidade e tirando proveito da recente alteração no zoneamento na Avenida Paulista, através de lei promulgada em 1952, que passava a permitir outros usos na Avenida além do residencial. O Edifício Baronesa de Arary configura-se opostamente a os dois outros projetos, pois a empreendedora apoia-se, para divulgação do empreendimento, apenas no engrandecimento da localização do conjunto: “Emoldurada pela luxuriante vegetação do mais belo parque da cidade”. Enquanto que o autor do projeto não foi prioridade da incorporadora no momento da idealização do empreendimento e tampouco aparece nas propagandas de divulgação. O arquiteto carioca recém-formado Simeon Fichel aparece apenas em um dos primeiros anúncios do então Parque Residencial Baronesa de Arary, em letras miúdas, no canto do anúncio, lê-se: “Autor do projeto: Simeon Fichel” e mais abaixo aparece indicado “Propriedade, incorporação, construção, financiamento e vendas – Flamengo S.A.”. Já num segundo anuncio, quando é lançada a construção de dois novos blo13


cos, graças ao “sucesso de vendas”, não vemos mais referencias ao autor do projeto, somente propaganda dos equipamentos e do luxo e conforto proporcionado pelo Parque residencial Baronesa de Arary: “amplo parque com jardim suspenso, belíssima piscina, playground para crianças, salão de festas, garagens e aquecimento central.”

Anúncio do empreendimento no jornal o Estado de São Paulo, 10 de Janeiro de 1954.

Optamos então pelo Edifício Anchieta como principal objeto de estudo, sobretudo por ter sido projetado ainda no período de predominância rentista (projeto de 1941) e tendo visto, durante a obra, a transição para um período no qual predominava o edifício de condomínio (a partir de meados da década de 1940). Além disso, sofreu poucas alterações de projeto durante o período da obra que foi concluída apenas em 1948, o que não alterou sua finalidade original que era servir de moradia de aluguel. Apesar de fazer parte da vasta obra do trio de arquitetos, não há muita referência ao projeto do Edifício Anchieta em publicações que tratam da obra dos irmãos Roberto, um dos raros exemplares projetados pelo trio na cidade de São Paulo aparece apenas em uma ou outra citação, visto que a maioria dos estudos da obra dos Roberto limita-se aos projetos situados no Rio de Janeiro. Projeto contratado pelo Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários (IAPI) possui, portanto, relação direta com a produção habitacional promovida pelo setor público, porém seguindo padrões distintos. Para finalizar, o Edifício Anchieta, dos três edifícios pré-selecionados, é foi mais fiel ao projeto durante a construção e o que mais integralmente conservou suas características originais com o passar dos anos.

Anúncio do jornal Folha de São Paulo, Folha da manhã, Domingo, 7 de Março de 1954.

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Metodologia O estudo de caso será desenvolvido partindo de uma pesquisa histórica, iconográfica e bibliográfica e da pesquisa sobre os autores do projeto e características de sua obra. Em seguida, o Projeto do Anchieta deverá ser situado no contexto da obra dos Roberto. Então será feito um estudo específico sobre o Edifício Anchieta, analisando suas características projetuais, estruturais, detalhamentos e acabamentos, tendo os demais edifícios anteriormente pesquisados como referências para eventuais apontamentos. Para reunião do material básico necessário ao desenvolvimento do estudo de caso, foi feita uma pesquisa bibliográfica especifica sobre os edifícios pré-selecionados para o estudo, foram realizadas consultas ao Índice de Arquitetura Brasileira a fim de identificar publicações sobre tais edifícios, além disso, foram consultados os acervos dos jornais Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo, o acervo de projetos da biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, o acervo do Núcleo de Pesquisa e Documentação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ, o acervo de teses USP, o Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) e a Divisão do Arquivo Municipal de Processos (DGDP-2) da cidade de São Paulo.

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O Edifício Anchieta

Projeto Marcelo Roberto, Milton Roberto e Maurício Roberto (ENBA) Data de projeto 1941 Habite-se / auto de conclusão 1948 Proprietário Instituto de Aposentaria e Pensão dos Industriários (IAPI) Construção Cavalcanti Junqueira S.A. Construtores Localização Avenida Paulista, 2584 com Avenida Angélica, 2665 com Rua da Consolação 430 a 2450 Área do terreno 2970,60m² Área construída 12331,38m² Pavimentos Térreo + sobreloja + 10 pavimentos-tipo + terraço-jardim Unidades 60 simples + 12 duplex Uso original Residencial, comercial e serviços Uso Atual Residencial e comercial Foto do edifício recém-inaugurado. Acervo do Núcleo de Pesquisa e Documentação – FAU/UFRJ – Brasil

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Localização e entorno O edifício Anchieta está localizado em uma esquina muito valorizada da capital paulista, no encontro entre a Avenida Paulista, Rua da Consolação e a Avenida Angélica. Desde o momento em que foi projetado (em 1941) até hoje a região onde está situado sofreu uma série de modificações, especialmente transformações no traçado viário que acabaram interferindo na área do edifício e na sua relação com o entorno. Com auxílio de mapas históricos foi possível reconstituir um pouco da evolução do entorno do Edifício Anchieta ao longo dos anos.

Fonte: Google Earth, dezembro 2008.

Vista a partida da Aveni- Vista a partir da Aveni- Vista a partir da Rua da Consolação. Foto: da Angélica. Acervo pes- da Paulista. Acervo pes- Mariana P. Guimarães, maio 2009. soal, maio 2012. soal, maio 2012.

O Mapa Topographico Sara Brasil, de 1929, no lote onde futuramente seria implantado o Edifício Anchieta, apresenta uma grande edificação isolada no lote, não temos registros de que casarão possa ter existido ali. O que chama atenção nesse mapa é o traçado urbano, com a Rua da Consolação e Avenida Paulista ainda estreitas e sem interrupções, a Avenida Paulista cruza a Consolação e termina na Rua Minas Gerais, na Praça Expedicionário do Brasil. No Mapa Vasp-Cruzeiro, de 1954 observamos que o traçado urbano ainda se mantém com a Avenida Paulista continua até a Rua Minas Gerais. Aqui o Edifício Anchieta já existente e concluído aparece em sua implantação original; com recuos generosos para os limites dos lotes com as três vias (Paulista, Consolação e Angélica) especialmente para a Avenida Paulista onde ainda havia larga calçada. Sabemos que tamanho recuo era devido a jardim existente voltado para a Avenida Paulista que integrava o edifício ao entorno. Na década de 1970, uma modificação no traçado viário da região resultou em significativa alteração na relação o edifício com o entorno. As desapropriações para o alargamento da Avenida Paulista diminuíram não só a generosa calçada que havia em frente ao Anchieta como eliminaram o jardim reduzindo a área 17


do edifício à sua projeção. Soma-se a isso, a criação do anel viário Paulista – Consolação – Dr. Arnaldo que isolou o edifício. No Gegran, de 1973 já vemos o complexo viário construído, com a Avenida Paulista agora interrompida pelas faixas duplicadas da Rua da Consolação e notamos o desaparecimento de grande parte de uma quadra da Avenida Paulista com a Angélica que cedeu lugar ao anel viário. Já vemos também a grande perda de área do Anchieta principalmente com o alargamento da Avenida Paulista, o grande recuo e o jardim não existem mais. Ainda não é possível identificar no Gegran, mas é do mesmo período a construção da travessia subterrânea de pedestre sob a Consolação, que também interferiu na área do Anchieta.

Fonte: Mapa Topographico Sara Brasil, 1929

“A obra é formada por viadutos, passagens subterrâneas e muros de arrimo, assim distribuídos; passagem inferior da avenida Paulista sob a rua da Consolação, com 60 metros de largura e vão de 25 metros; pistas inferiores com largura variável entre 7 e 14 metros e pistas superiores com largura variável entre 7 e 9 metros; viaduto ligando a rua Consolação com a avenida dr. Arnaldo, com 170 metros de extensão e 9,5 metros de largura; viaduto de prolongamento da rua Bela Cintra, com 23 metros de largura e 25 metros de vão, este já entregue ao tráfego; passagem para pedestres sob a rua Consolação, e frente ao Cine Belas Artes, com 40 metros de extensão e 9,50 metros de largura. No interior desta passagem, cuja conclusão depende de algumas desapropriações, serão instaladas lojas e cabines telefônicas.” Folha de São Paulo, 6 de agosto de 1971, 2º caderno, p.9.

As obras viárias acabaram dificultando o acesso de pedestres ao edifício, a partir da Avenida Paulista a melhor opção é a travessia pela passagem subterrânea da Rua da Consolação, enquanto que a partir da avenida Dr. Arnaldo o acesso de pedestres é praticamente inexistente.

Fonte: Mapa Vasp-Cruzeiro, 1954

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Em 1991, foi inaugurada a Estação Consolação do Metrô da Linha 2 – Verde que conferiu ainda mais acessibilidade à região, o fluxo de pedestres aumentou significativamente.


Outra importante intervenção na região foi a inauguração do corredor de ônibus Campo Limpo – Rebouças – Centro em 2004 que possui parada justamente no cruzamento da Avenida Paulista com a Consolação, se por um lado trouxe mais uma facilidade de acesso ao Edifício, atualmente o corredor funciona 24 horas por dia, por outro interrompeu o traçado da Avenida Paulista completamente. Ainda com relação ao transporte rodoviário, existe uma parada de ônibus na Avenida Paulista, praticamente em frente ao acesso de Pedestres do Edifício Anchieta que, apesar de atravancar a circulação na calçada, é acesso para Pinheiros e Higienópolis. A última grande intervenção na região foram as obras da Linha 4 – Amarela do Metrô e a recente inauguração da Estação Paulista, em 2010.

Fonte: Gegran, 1973.

Atualmente a região tem acesso privilegiado, especialmente com relação ao transporte público, com 2 linhas de metrô, corredor de ônibus 24 horas por dia, linhas de ônibus que circulam pela avenida Angélica e Dr. Arnaldo além das facilidades com automóvel.

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Breve histórico O Edifício Anchieta, idealização e obra do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários (IAPI), teve o projeto encomendado aos arquitetos do escritório carioca até então MM Roberto em 1941 e foi proposto inicialmente como habitação de aluguel para os funcionários da Indústria, porém, aparentemente, acabou servindo de habitação de aluguel para o alto escalão do IAPI. O térreo e sobrelojas possuíam instalações comerciais, na extremidade próxima à Rua da Consolação, na parede curva de tijolos de vidro estava o Bar Riviera que ali ficou instalado por quase 60 anos e foi o Bar que conferiu visibilidade ao Edifício. Quando da extinção do IAPI em 1963, por decreto do presidente Jânio Quadros, a administração do edifício passou a ser responsabilidade do INSS. As incertezas acerca de um possível leilão desmotivaram eventuais obras de manutenção e finalmente o INSS vendeu os apartamentos, dando preferências aos seus então moradores (locatários).

Fonte: Acervo Folha de São Paulo, 29 de novembro de 1969.

Originalmente, o edifício contava com um jardim voltado para a Avenida Paulista, mas com o projeto de alargamento da Avenida Paulista em 20 metros, aprovado pela Lei 7.166 de 17 de julho de 1968, teve sua área reduzida praticamente à projeção do prédio graças às desapropriações realizadas para execução do projeto no início da década de 1970. Com as obras de alargamento da Avenida coincidiu a criação do complexo viário Paulista-Consolação. As desapropriações foram a oportunidade que muitos moradores tiveram de quitar sua dívida referente à compra do imóvel. O prédio que contava com duas portarias de veículos, atualmente tem acesso à garagem apenas pela portaria localizada na Avenida Angélica, já que o alargamento da Rua da Consolação e a construção da galeria subterrânea de pedestres acabaram dificultando a entrada e saída de veículos pela portaria ali localizada.

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O acesso de pedestres era livre em praticamente toda a face voltada para a Avenida Paulista, alguns gradis com barras mais espaçados que aparecem nas fotos do edifício recém-inaugurado e que estão presentes no edifício até hoje, direcionavam o acesso de pedestres. Além disso, ainda existia a portaria de pedestres da Avenida Angélica que hoje em dia encontra-se desativada, possivelmente por conta de contenção de gastos, enquanto que o acesso pela Avenida Paulista ficou concentrado em um único ponto. Em determinado momento, provavelmente quando do alargamento da Avenida paulista, à grade antiga foi sobreposto mais um tipo de gradil com as barras mais próximas. Com o fechamento das salas comerciais do térreo (houve uma sala de atendimento do INSS e um salão de beleza), os painéis de vidro que delimitavam a área sem conformarem barreiras visuais foram substituídos por painéis de madeira. Fotos da construção. Acervo do Núcleo de Pesquisa e Documentação – FAU/UFRJ – Brasil

A chegada do metrô à Consolação ocorre no início da década de 1990, o que aumenta o fluxo de pedestres, mas não reafirma a clientela do Bar Riviera que começa, a partir daí sua decadência, porém o fechamento definitivo se dá somente em 2006, depois de quase 10 anos sem pagar aluguel ao INSS, ainda dono do espaço. No começo dos anos 2000 foi realizado um consorcio do condomínio com uma empresa particular que refez a impermeabilização da cobertura, trocou o piso da varanda de serviço do último pavimento, que se apresentava bastante degradada também a fim de refazer a impermeabilização e substituiu as esquadrias dos apartamentos dos moradores que entraram no consorcio, nessa época a fachada recebeu uma nova camada de pintura. Recentemente, o Edifício Anchieta foi cenário do filme Quanto dura o Amor? (2009), direção de Roberto Moreira. Filme que narra a história de três personagens que residem no Anchieta, no qual há diversas tomadas mostrando as fachadas, os espaços comuns do edifício e ainda algumas cenas internas aos apartamentos.

Acervo do Núcleo de Pesquisa e Documentação – FAU/UFRJ – Brasil

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O Bar Riviera O Bar Riviera esteve instalado no térreo e sobreloja do Edifício Anchieta, voltados para a Rua da Consolação por quase 60 anos. Fundado em 1949, foi ponto de encontro de artistas e intelectuais como Toquinho, Chico Buarque e Elis Regina e de militância estudantil das décadas de 1970 e 1980. Cenas do filme Quanto dura o Amor? (2006)

Foi em uma frequentadora do bar que o cartunista Angeli se inspirou para criar sua personagem Rê Bordosa. Nas tirinhas em que ela aparece no bar, há sempre a presença do garçom Juvenal que realmente trabalhou no bar por cera de 30 anos. Arrigo Barnabé, músico, compositor, nascido em Londrina em 1951, lança em seu primeiro disco, Clara Crocodilo (1979), a canção Diversões eletrônicas, vencedora do Festival Universitário da canção da TV Cultura em São Paulo em 1979, na qual há um trecho em que é descrito o ambiente do Bar: “No luminoso estava escrito ‘diversões eletrônicas’ Era um balcão de bar de fórmica vermelha E você ali, naquele balcão - de quê? De fórmica vermelha Chorando, embriagado, pedia: ‘garçon, mais um Gin tônica’

Riviera Bar em 1982. Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1217618-apos-decadencia-esquina-da-paulista-espera-filho-prodigo.shtml. Acesso em: 06/04/2013.

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Mas ele te avisou: ‘você já bebeu muito, já bebeu demais’


Vai pra casa, moleque E você foi, cambaleando” Na década de 1980, o bar também serviu de cenário para o filme Besame Mucho de Francisco Ramalho Junior. Filme que se passa nas décadas de 1960 e 1970 e tem uma cena rodada no interior do Riviera Bar.

Fonte: Angeli Filho, 2010.

As transformações no entorno repercutiram diretamente no fluxo de frequentadores do Bar. Se por um lado a criação do anel viário Paulista – Consolação – Dr. Arnaldo isolou o lote do Edifício Anchieta por outro, a construção simultânea da passagem de pedestres sob a Rua da Consolação conectou o Riviera ao que seria também grande parte dos seus frequentadores, o público do Cine Belas Artes. Durante a década de 1990, o público frequentador do Bar Riviera começa a diminuir e mesmo a chegada do metrô em nada modifica esse quadro. O jornal A Folha de São Paulo também aponta como declínio da popularidade do bar a perda de público para bares na região da Vila Madalena, por exemplo, além das mudanças que ocorreram no entorno.

Fonte: Angeli Filho, 2010.

Ainda segundo matéria publicada na Folha de São Paulo, o INSS alegava que o estabelecimento não cumpria com seus aluguéis desde 1996. A possibilidade de uma alavancada na situação do Riviera surgiu com a reforma do Cine Belas Artes que ocorreu quando, após a iminência de fechar as portas por falta de verbas, entre 2002 e 2003, o Belas Artes teve 50% das ações compradas por novo investidor.

Cenas do filme Besame mucho (1986)

Finalmente em 2006, o Riviera Bar fecha suas portas. Com o fim do Riviera, o INSS já previa que o local passaria um bom período fechado e que provavelmente fosse doado a alguma instituição. O mesmo aconteceu com o Cine Belas Artes que fechou as portas 5 anos depois, mas não sem antes mobilizações populares e até uma tentativa dos órgãos de preservação de manter o cinema através de um Processo de Abertura de Tombamento emergencial que acabou 23


sendo arquivado. Recentemente, foi anunciada a reabertura do Riviera Bar em matéria publicada na Folha de São Paulo em novembro de 2012. O projeto do bar é do arquiteto Marcio Kogan e “deverá preservar a parede curva de vidro que marcou o lugar.” Além da caixilharia de vidro com vistas para a cidade de São Paulo. O ambiente que possui 300m² deverá acomodar até 200 pessoas. Rumores recentes acerca de um novo uso cultural para Cine Belas Artes poderiam completar o cenário e resgatar a vida que há tempos houve na região.

Fonte: Acervo FOLHA DE SÃO PAULO, edição de 19 de abril de 2006.

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Os irmãos Roberto Um dos primeiros grandes projetos representativos do movimento moderno na arquitetura brasileira, o Edifício-sede da ABI – Associação Brasileira de Imprensa, ganhador de concurso em 1936 é também ponto de partida do escritório dos irmãos Roberto, momento em que Marcelo (1908 – 1964) e Milton (1914 – 1953) inauguraram o MM Roberto. Em 1944, quando Maurício (1921 – 1996) conclui o curso da ENBA o escritório tem sua razão alterada para MMM Roberto.

Marcelo, Milton e Maurício Roberto. Fonte: http://www.revistamemo.com.br/arquitetura/mmm-roberto-organizacao-profissional-parcerias-e-o-edificio-marques-do-herval/. Acesso em: 02/06/2013.

Edifício da Associação Brasileira de Imprensa. Térreo parcialmente liberado através do uso de pilotis, proteção da fachada com brise-soleils fixos de concreto e utilização de pré-fabricados, em sua maioria importados. Fonte: Bruand, 2005: 96. Acervo pessoal, outubro 2012.

A coleção dos Irmãos Roberto é composta por várias obras institucionais, a primeira grande obra, como citado anteriormente, o Edifício-sede da Associação Brasileira de Imprensa, já traz uma série de inovações para o quadro da arquitetura no Brasil e apresenta diversas características que viriam a definir o conjunto de obras da firma. A utilização do brise-soleil e o primor no detalhamento de esquadrias evidenciam a preocupação com o conforto térmico e com a necessidade de adequar a arquitetura ao clima para o qual era projetado. Considerando as limitações técnicas existentes, a busca pela melhor solução espacial e funcional é outro ponto marcante. Outras características recorrentes ao Movimento Moderno que estão presentes nessa obra são o térreo liberado pelo uso de pilotis e o terraço-jardim. O projeto para a estação de passageiros do Aeroporto Santos Dumont também foi resultado de um concurso no ano seguinte ao ABI (1937) e todos os projetos que se seguiram obtiveram grande reconhecimento mundial. O projeto do Edifício-sede para o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) de 1941 foi inclusive citado pela Enciclopédia Britânica como exemplo de arquitetura mundial, assim como o projeto de uma colônia de férias para o mesmo Instituto (1943-44), que chegou a ser considerada pelo Instituto Real de Arquitetura Britânica como uma das 20 obras mais importantes do século XX. A integração com as obras de arte está presente em diversos edifícios dos Roberto, em especial os Institucionais, principalmente com os painéis em mosaico 25


cerâmico do artista Paulo Werneck , sobre o qual Marcelo Roberto dá o seguinte depoimento:

Aeroporto Santos Dumont. Fachada para a praça. Fonte: Bruand, 2005: 100.

“Evidentemente, às vezes, necessitamos valorizar, alegrar, dramatizar um muro, um recanto. Um painel, uma forma, uma estátua, colocados de modo justo, complementam e valorizam o nosso trabalho. Mas é necessário cuidado: muita obra razoável tem sido prejudicada pela violência do complemento, repetindo o acontecido com as capelas Scrovegni, Brancacci e Sixtina, sem a grandiosa compensação do mais sublime Giotto, do mais fabuloso Masaccio e do mesmo Michelangelo. Mas creio que em muitos casos é imprescindível a colaboração do artista plástico. E, nesses casos, agradamos particularmente trabalhar com Paulo Werneck, grande artista e magnífico artesão. Convivendo desde o colégio com Oscar Niemeyer e comigo e, por nosso intermédio, com vários outros arquitetos, conhece profundamente qual a colaboração que necessitamos. Depois, nunca tendo em toda sua vida pintado um quadro de cavalete, não corremos o risco dele colocar em nossos muros ampliações esquemáticas de trabalhos que ficariam provavelmente esplêndidos, porém em menores dimensões e emoldurados e pintados a óleo. ” Marcelo Roberto em entrevista a Jaime Maurício para o Correio da Manhã, 1955. Fonte: http://www.projetopaulowerneck.com.br/. Acesso em: 08/03/2013.

Com relação aos edifícios residenciais, características recorrentes são a variedade de tipologias de unidades dentro de um mesmo edifício, os apartamentos tipo duplex, zoneamento doméstico, com separação entre as principais áreas da residência inclusive com circulações sociais e de serviço independentes. A movimentação da fachada com jogos de luz e sombra, altos e baixos relevo, uso de cor e quebra na linearidade se configura como um mote no contexto de suas obras. O uso de soluções que respeitem as condições naturais do terreno é uma regra. A pesquisa plástica dos Roberto está diretamente relacionada com a proposta de determinar as melhores soluções funcionais e adequações ao programa. Colônia de férias do Instituto de Resseguros. Fonte: Cavalcanti, 2001: 218.

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Recentemente a obra dos Roberto esteve em foco em documentário lançado


em 2011, intitulado “Os Irmãos Roberto”, dirigido por Ivana Mendes e Tiago Arakilian. Através de depoimentos de arquitetos residentes em alguns dos edifícios projetados pelo trio expõe a riqueza e qualidade da obra focando especialmente os projetos do Edifício-sede da ABI, do Edifício Marquês de Herval e dos projetos dos edifícios residenciais que habitam, todos no Rio de Janeiro, além de enfatizar a importância dessas obras para a arquitetura brasileira. A diretora e produtora do filme, Ivana Mendes, em entrevista à Revista Projeto Design diz “que a função de um filme é trazer de volta aquilo que estava esquecido” e ainda que “ninguém conhece a obra dos Roberto” referindo-se às pessoas comuns e aos moradores de seus edifícios. São esses os propósitos do longa, apresentar os irmãos Roberto não através de sua bibliografia, mas através de sua obra, mostrar a qualidade da arquitetura dos irmãos e questionar se atualmente é produzida arquitetura com tamanha qualidade. Edifício do Instituto de Resseguros do Brasil. Acervo pessoal, outubro 2012.

Painel no terraço-jardim do Edifício do IRB. Fonte: Acesso em 08/03/2013.

Conjunto de obras Os primeiros edifícios são, sem dúvida, indispensáveis para compreensão da evolução da obra, porém afim de não nos distanciarmos do enfoque principal do trabalho, vamos concentrar na análise dos edifícios habitacionais dos quais tivemos oportunidade de recolher informações. A obra dos Roberto é singular, com características marcantes que a transformam em um verdadeiro conjunto. A questão do movimento é uma dessas características. Yves Bruand, em Arquitetura Contemporânea no Brasil, considera uma separação entre as primeiras obras que ele chama de mais estáticas e um segundo momento que ele considera parte do período de maturidade da Arquitetura Moderna Brasileira, o capítulo destinado a essa segunda fase dos Roberto ele chama de “A procura do movimento”.

Cartaz do documentário. Fonte: Cortesia Tríplice Produções.

A preocupação com o conforto ambiental, ventilação, controle da luz, manutenção das melhores vistas, busca pela melhor solução considerando as limitações 27


técnicas, as condições do terreno e o entorno, além de soluções visando questões práticas são conceitos admiráveis do conjunto da obra. É importante salientar que não identificamos muito exemplares que tenham sido projetados para lotes isolados, tanto os projetos institucionais pesquisados quando os edifícios habitacionais, em sua maioria, estão em área central, com entorno já edificado, portanto, mais um fator a ser considerado no desenvolvimento do projeto.

Edifício Marquês de Herval. Detalhe do brise. Fonte: Bruand, 2005: 180.

A utilização e reinterpretação dos pontos corbusianos estão presentes desde a primeira obra dos Roberto, o Edifício-sede do ABI, no uso dos pilotis liberando o térreo, no terraço-jardim, nos brise-soleil e na estrutura modular. Considerando a paisagem e as visuais privilegiadas da cidade do Rio de janeiro, onde se situam a maioria das obras do escritório, as vistas recebem atenção especial, seja na orientação das fachadas, seja na especificação e detalhamento das esquadrias, por exemplo, os brise-soleils projetados especialmente para o Edifício Marquês de Herval foram criados sob essa justificativa. A quebra da linearidade das fachadas aparece muito tímida no Edifício Anchieta (1941), num primeiro olhar, a impressão que se tem é de um bloco formado apenas por ângulos retos. Porém, com um pouco de atenção identificamos uma quebra na fachada principal, que somada aos altos e baixos relevos dos módulos intercalados de esquadria, quase imperceptíveis, porém enfatizados através da utilização da pastilha cerâmica colorida, conferem certo dinamismo à fachada. A variedade de tipologias e o uso do apartamento duplex, já aparecem no Edifício Anchieta, assim como a preocupação em segregar as circulações sociais e de serviços, tanto no condomínio quanto no interior da unidade. Os caixilhos panorâmicos existentes alternados com os caixilhos comuns da sala de estar não aparecem no projeto, provavelmente tenha sido uma modificação durante a obra a fim de substituir as jardineiras inicialmente previstas.

Edifício Júlio de Barros Barreto. Fonte: Cavalcanti, 2005: 222 - 225.

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Uma característica relevante, que hoje já não pode ser plenamente identificada, é o uso dos pilotis liberando o térreo e integrando o edifício com o entorno. Atualmente existem alguns fechamentos no térreo, o generoso jardim que trazia o ambiente público para o interior do edifício foi removido e aos limites do lote dos edifício foram acrescentados gradis.

Edifícios do Parque Guinle. Fonte: Bruand, 2005: 180. Acrópole, 288, novembro 1962, pp. 394-395.

O Edifício Júlio de Barros Barreto (1947), no Botafogo, teria um propósito semelhante ao do Anchieta, destinava-se a funcionários de um fundo ligado à Previdência Social. Constituído de dois blocos de apartamentos duplex articulados entre si por uma torre de circulação vertical, explora a quebra da linearidade das fachadas a partir de uma implantação que acompanha a encosta do morro, aproveita as peculiaridades do terreno e que objetiva o maior aproveitamento possível da vista da Baia de Guanabara. O jogo de altos e baixos relevos está presente e é acentuado com a utilização de pastilhas cerâmicas azul grená, assim como nas fachadas do edifício Anchieta. Possui circulação social e de serviços independentes, uma preocupação recorrente na obra dos Roberto, assim como o zoneamento doméstico no interior da unidade. As varandas, graças aos apartamentos duplex, gozam de pé-direito duplo. A circulação de moradores também é possível através de corredores para as áreas de serviços, uma equivalência às varandas de circulação de serviços do Anchieta.

Edifício Guarabira. Fonte: Acrópole, 211, maio 1956, pp. Acervo pessoal, outubro 266 - 267. 2012.

Edifício Guarabira. Detalhe do painel moisaico de autoria de Paulo Werneck. Fonte: Acrópole, 211, maio 1956, pp. 266 - 267.

Os edifícios residenciais projetados para o Parque Guinle, Edifício Guararapes, Dalton, Parque São Joaquim e Barão de São Clemente (1950 – 1962), no Bairro das Laranjeiras, formam juntos uma única lâmina que, graças aos materiais, padrão de cores e acabamentos semelhantes transmitem a sensação de unidade. A implantação do grande edifício prioriza a visual e acompanha o relevo, segundo Lauro Cavalcanti, para suavizar o impacto com a paisagem. A proteção contra a incidência direta de raios solares é feita através de brises horizontais que nada mais são que prolongamentos das lajes, que acabam também criando um jogo de altos e baixos relevos resultando no dinamismo esperado das obras dos Roberto. 29


Nesse projeto a segregação entre circulação social e de serviços também aparece, inclusive internamente às unidades. O Edifício Guarabira (1953), na Praia do Flamengo, cujo projeto foi encomendado pelo Banco Hipotecário Lar Brasileiro, é, na análise de Yves Bruand, o primeiro a utilizar a parede oblíqua no meio das fachadas que, segundo ele, “trata-se de um elemento de vocabulário plástico, consciente e sistematicamente empregado para animar a massa e romper a monotonia geométrica das grandes construções uniformes onde se empilham escritórios ou apartamentos que se tornaram o símbolo da civilização contemporânea.” P.177. Realmente, aqui não se trata mais de quebrar a linearidade das fachadas através de rotação ou articulação entre blocos do conjunto, a quebra está na inserção de uma parede inclinada na linha da fachada, uma evolução do que vimos no Anchieta, mais de 10 anos antes. Edifício Sambaíba. Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/veja-construcoes-projetadas-pelos-irmaos-roberto-459780. Acesso em: 20/04/2013

Nesse edifício, um elemento marcante nas fachadas para proteção contra a exposição ao sol, ao invés dos brise-soleils, eram caixilhos de persianas de madeira que ficavam sobrepostos às fachadas, hoje inexistentes e em seu lugar aparelhos de ar condicionado poluem as fachadas. A instalação de pastilhas cerâmicas também contribuiu na descaracterização do edifício. Solução bastante semelhando a do Anchieta era o térreo parcialmente liberado com o uso de pilotis, assim como os pequenos jardins que integravam o térreo do edifício aos passeios públicos. Aqui também aparece um elemento constantemente presente na obra dos Roberto que é a integração com as obras de arte. No térreo do Edifício Guarabira está instalado um painel em mosaico cerâmico do artista Paulo Werneck. O Edifício Sambaíba (1953), no Leblon, com algumas paredes oblíquas na fachada conforma uma espécie de ondulação que confere ritmo à fachada. Aqui a intenção de contornar o morro onde é implantado ainda resulta na articulação com outro bloco. O ritmo da fachada é acentuado com a alternância entre os caixilhos panorâmicos das salas e as persianas de madeira sobrepostas

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às fachadas, solução similar a do Edifício Guarabira. Nos Edifícios Finúsia e Dona Fátima (1954), em Copacabana, as paredes obliquas das fachadas já aparecem com mais imponência, os altos e baixos relevos também estão presentes, assim como a criação de uma varanda escavada para o interior da unidade em uma das tipologias.

Edifícios Finúsia e Dona Fátima. Planta do térreo e planta do pavimento-tipo. Fonte: Habitat, 26, jan-fev de 1956, pp. 16-17.

O edifício é constituído de dois blocos de acessos independentes entre si, com circulação social e de serviços também independentes. São 4 unidades por andar, duas por bloco, 4 soluções diferentes de planta de três e quatro dormitórios. O tímido jardim no térreo integrado ao passeio público, como visto no edifício Guarabira no ano anterior, neste edifício é substituído por um térreo completamente livre e integrado ao entorno, com jardins, apartamento para o zelador, playground e até mesmo um espelho d’água. Aqui os elementos utilizados para proteção contra a incidência de sol direta nas fachadas são brises horizontais na fachada noroeste e a utilização de caixilhos de persianas de madeira na fachada nordeste, parcialmente conservada. Não mais são vistos os caixilhos panorâmicos aqui, inclusive uma dobra na laje foi criada com o intuito de limitar a visibilidade a partir da rua.

Edifícios Finúsia e Dona Fátima. Vista do jardim e corte esquemático da fachada. Fonte: L’architecture d’ajourd’ hui, 67-68, out de 1956, pp. 152-153.

Atualmente, grande parte do térreo encontra-se fechada com portões e a integração com o passeio público também se perdeu com a instalação de gradis praticamente nos limites do lote, como ocorreu no Edifício Anchieta e no Edifício Guarabira. Apesar de a maioria dos edifícios levantados serem bastante posteriores ao Edifício Anchieta, esse breve panorama pela obra dos Roberto já nos permite identificar algumas características que viriam a se tornar marca da arquitetura do trio e compreender como um processo de evolução da arquitetura habitacional produzida pelos irmãos.

Acervo pessoal, outubro 2012.

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O projeto Edifício projetado para lote em região valorizada da cidade de São Paulo, na Avenida Paulista, para servir de moradia de aluguel para funcionários aposentados da indústria. Não tivemos a chance de identificar que critérios determinaram o direito de acesso aos apartamentos, mas o que se sabe é que a maioria dos moradores era, na verdade, do alto escalão do próprio IAPI (Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários), idealizador do projeto. É formado por dois blocos habitacionais um de apartamentos duplex e outro de apartamentos simples que, apesar de visualmente unidos, são independentes entre si, com acessos através do térreo e sobreloja. No térreo existem três unidades comerciais, portarias de pedestres, acessos para a garagem que também está situada no térreo e que possui 48 vagas para carros e um bicicletário, além disso, estão no térreo os corredores de serviço com medidores de luz, gás e água. Implantação. Redesenho de planta do P.A. 0.035.970/44.

No piso das sobrelojas havia, originalmente, três sobrelojas e uma área coberta pertencente ao condomínio que era integrada ao pátio de lazer sobre a laje da garagem para o qual também existia acesso pela portaria da Avenida Angélica. Nos pavimentos-tipo, uma varanda de circulação de serviços que percorre a face posterior de todos os apartamentos simples com acesso ao elevador de serviços e escada. Apesar de se tratar de obra institucional, em teoria habitação de interesse social, os apartamentos são bastante generosos (área de 108m² a 122m²), com duas tipologias diferentes de apartamento simples e duas tipologias diferentes de apartamentos duplex num total de 72 unidades habitacionais, todas com três dormitórios e dependências de empregada.

Croqui para indicação dos blocos de apartamentos simples e duplex.

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Para finalizar, um terraço-jardim com salão de jogos e festas, área gramada e


uma pérgola. Observaremos todas as áreas individualmente a seguir.

A implantação A implantação original do Edifício Anchieta mantinha recuo de aproximadamente 12m entre o limite do lote na face voltada para a Avenida Paulista e a projeção do prédio. Era previsto para a fachada principal um jardim que integrava o térreo do edifício ao passeio público. Um espelho d’água com uma pequena ponte em granito aparentemente não chegaram a ser executados. O projeto do jardim e os gradis induzem o acesso de pedestres por três pontos voltados para a Avenida Paulista e ainda existe um acesso de pedestres voltado pata a Avenida Angélica, enquanto que o acesso de veículos para a garagem era feito através de uma portaria na Avenida Angélica e outra na Rua da Consolação. Croqui a partir de redesenho de planta do P.A. 0.035.970/44.

Esse modelo de implantação, integrando o térreo ao passeio público, com a criação de jardins, ausência de muros e grades, quando não se sabe ao certo onde termina o público e onde começa o privado é comum aos demais edifícios analisados da Avenida Paulista. Tanto o Edifício Baronesa de Arary quanto o Edifício Nações Unidas possuíam grande recuo para a Avenida Paulista e um belo jardim integrado com o edifício ao espaço público. Esse tipo de implanta, não só aos edifícios da Avenida Paulista podemos comparar, mas também aos outros edifícios dos irmãos Roberto já mencionados anteriormente, o Edifício Guarabira principalmente.

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rUA DA CONSOLAÇÃ O

AVENIDA PAULISTA Planta do térreo. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.


O pavimento térreo O pavimento térreo, originalmente integrado com os passeios públicos, graças aos jardins e aos pilotis, em especial no limite voltado para a Avenida Paulista, possui três unidades comerciais.

Corculação térreo. Acervo Térreo, circulação social, fechamento das lojas. Mariana P. Guimarães, maio 2009. pessoal, maio 2012.

Acesso social. Mariana P. Guimarães, maio 2009.

Acesso social. Acervo pessoal, maio 2012.

Acesso social. Acervo pessoal, maio 2012.

Com relação às demais obras dos irmãos Roberto, dentre os edifícios residenciais projetados por eles para a cidade do Rio de Janeiro que pudemos observar, apesar de diversos deles apresentarem integração do térreo do edifício à área pública, com jardins e térreo-livre proporcionado por pilotis, nenhum deles possuía unidades comerciais no térreo, apenas os edifícios institucionais tinham essa característica. A maioria dos edifícios residenciais dos Roberto no Rio de Janeiro foi pensada para bairros já residenciais, o que pode justificar a ausência dos térreos comerciais, porém, na Avenida Paulista, o uso comercial foi permitido somente em 1952 através da Lei 4.313. No Alvará de Construção, PA 0.044.305/41, folha 164 que data de 14 de janeiro de 1942, consta que ficou faltando no projeto, dentre outras coisas, “um dispositivo legal autorizando a aprovação das lojas e sobrelojas.” Conclui que: “Poderia, salvo melhor juízo, ser expedido alvará condicional, (...), uma vez que o IAPI se comprometa (...) a: (...) Modificar o projeto, nos andares das lojas e sobrelojas, caso a Prefeitura não obtenha autorização legislativa, que pleiteará junto dos poderes competentes, permitindo a construção das lojas e sobrelojas no local.” Depois disso, não obtivemos mais nenhuma referencia a esse assunto em nossas pesquisas. A presença de unidades comerciais no térreo é uma característica comum aos demais edifícios observados na Avenida Paulista na fase inicial do trabalho. O Edifício Nações Unidas possui térreo todo liberado com uma galeria comercial que conectava a Avenida Paulista, a Avenida Brigadeiro Luís Antônio e a Rua São Carlos do Pinhal, mas a aprovação da instalação dessas unidades comerciais se deu sob a justificativa de que as lojas não estariam voltadas para a Avenida 35


Paulista. Já para o Edifício Baronesa de Arary não eram previstas as unidades comerciais e o térreo e sobrelojas a princípio completamente livres com o uso de pilotis foram adaptados para receber as unidades após promulgação da lei que passou a permitir o uso comercial na Avenida Paulista. No pavimento térreo são sinalizadas em planta três acessos de pedestre na face voltada para a Avenida Paulista e uma portaria na Avenida Angélica para acesso exclusivo ao bloco de apartamentos duplex. Térreo. Acesso às lojas. Acervo pessoal, maio 2012.

Uma garagem dimensionada para a década de 1940 possui 48 vagas, para os 72 apartamentos, que foram distribuídas entre os moradores dos apartamentos através de sorteio. O Edifício Nações Unidas se destaca no número de vagas de garagem época, são ao todo 240 vagas de garagem, para 432 unidades habitacionais, que foram vendidas com muita dificuldade na época. Da configuração da garagem é interessante a solução utilizada para promoção de ventilação e captação de iluminação natural, tratam-se de volumes que rompem a laje de cobertura com tijolos de vidro e tijolos de vidro com ventilação, ainda existem tijolos de vidro nos dois acessos de veículos da garagem, tanto o voltado para Avenida Angélica quanto o voltado para Rua da Consolação.

Térreo. Lojas. Acervo pessoal, maio 2012.

A estrutura, visível na garagem chama a atenção especialmente pela altura generosa do pé-direito (aprox. 4,5m) e pelo desenho dos pilares. Era previsto em projeto, uma área de 16m² para servir de residência ao zelador, onde, na verdade, acabou se instalando a cozinha do Bar Riviera, inaugurado em 1949. Ainda no térreo estão os medidores de luz, água e gás e um corredor de serviços com acesso também pela Rua da Consolação.

Térreo. Lojas. Acervo pessoal, maio 2012.

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Pavimento sobreloja e pátio descoberto No piso das sobrelojas havia três sobrelojas com 116m², 99m² e 150m² e uma área coberta de aproximadamente 250m² voltada para a Avenida Angélica e completamente integrada e aberta ao pátio de lazer que se localiza sobre a laje da garagem. Na extremidade da Rua da Consolação, uma parede curva com tijolos de vidro caracteriza o espaço onde ficou instalado o Bar Riviera durante quase 60 anos. Garagem. Detalhe de volume que serve a garagem de ventilação e iluminação natural. Acervo pessoal, maio 2012.

Toda a face das sobrelojas voltadas para a Avenida Paulista possui caixilharia de ferro de detalhamento específico. Ainda nas sobrelojas, na extremidade da Avenida Angélica, área originalmente aberta ao playground, blocos são assentados conformando um elemento vazado. No pátio há cinco volumes sinuosos com contorno executado em blocos de vidro que servem a garagem de iluminação e ventilação, além disso, dentre esses cinco volumes, três deles foram projetados como jardins e os outros dois como tanques de área, afinal essa área, em planta, está indicada como playground.

Garagem. Acesso Avenida Angélica. Mariana P. Guimarães, maio 2009.

No pátio (playground) identificamos os volumes que rompem a laje para fornecer ventilação e iluminação natural à garagem, além de originalmente comporem equipamentos do playground. O revestimento indicado em projeto para o piso do pátio descoberto era placas de granito, porém é possível que já tenha sido executado o cimentado com juntas de madeira, similar ao piso da garagem.

Garagem. Acesso para Rua da Consolação. Corredor de serviços. Acervo pessoal, maio de 2012.

Corredor de serviços. Mariana P. Guimarães, maio de 2009.

A partir do pátio de lazer (playground) era possível acessar todos os elevadores além das duas escadas de serviço. Atualmente o acesso aos quatro elevadores sociais do bloco de apartamentos simples encontra-se bloqueados nesse piso.

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Planta da sobreloja e pรกtio descoberto. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.


Acesso à sobreloja voltado para Avenida Angélica. Área das três sobrelojas unificada. Acervo pessoal, maio 2012.

Vista dos pátios descobertos. Mariana P. Guimarães, maio 2009.

Área das três sobrelojas unificada. Parede curva de tijolos de vidro voltada para Rua da Consolação. Acervo pessoal, maio 2012.

Acesso à torre de circulação vertical do bloco duplex. Vista dos pátios descobertos. Mariana P. Guimarães, maio 2009.

Caixilhos das sobrelojas. Mariana P. Guimarães, maio 2009.

Vista dos pátios descobertos. Acervo pessoal, maio 2012.

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Planta do pavimento-tipo 2 e 4. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.


O pavimento-tipo

Ao analisarmos os pavimentos-tipo é que notamos a existência de dois blocos independentes. O bloco dos apartamentos duplex, voltado para Avenida Angélica, e o bloco dos apartamentos simples, voltado para a Avenida Paulista, que se relacionam apenas nos pavimentos térreo e sobrelojas. Torre de circulação vertical do bloco de apartamentos duplex. Hall social dos apartamentos duplex. Mariana P. Guimarães, maio 2009.

O edifício apresenta quatro pavimentos-tipo diferentes, devido aos apartamentos duplex. Do 1º ao 4º pavimentos temos duas tipologias de apartamento duplex, a partir do 5º pavimento até o 10º, existe apenas uma tipologia de duplex, o apartamento situado mais a Norte não existe mais nesses pavimentos. No bloco dos apartamentos duplex, aparentemente seriam previstos dois elevadores, provavelmente para segregar as circulações sociais e de serviços, porém um único elevador dá acesso aos dois pavimentos dos duplex, o pavimento de acesso de serviços e o pavimento de acesso social, além disso, uma escada de emergência. O elevador e a escada dão acesso a um hall com corredor que percorre a face posterior de dois apartamentos duplex e da entrada do terceiro, que existe somente até o 4º pavimento.

Hall social dos apartamentos duplex. Acervo pessoal, maio 2012.

Hall de serviços dos apartamentos duplex. Acervo pessoal, maio 2012. Mariana P. Guimarães, maio 2009.

Todos os apartamentos simples são servidos por um elevador de serviços que dá acesso à varanda de serviços que percorre toda a face posterior dos apartamentos, além de uma escada de emergência. No mesmo bloco existe um elevador social para cada dois apartamentos, que originalmente podia ser acessado a partir do térreo ou pátio de lazer. Para a varanda de serviço se abrem algumas janelas dos apartamentos (de um dos dormitórios, da área de serviço, dos banheiros e das dependências de empregada). De alguns pontos da varanda de circulação de serviços é possível avistar o bairro do Pacaembu. A diversidade de tipologias em um mesmo pavimento-tipo é recorrente, tanto nos demais projetos dos irmãos Roberto que pudemos visualizar quanto nos edifícios da Avenida Paulista que levantamos na primeira fase do trabalho. 41


Varandas de circulação de serviços dos apartamentos simples. Acervo pessoal, maio 2012.

Planta do pavimento-tipo 6, 8 e 10, a partir de redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45. Varandas de circulação de serviços dos apartamentos simples. Mariana P. Guimarães, maio 2009.

Varandas de circulação de serviços dos apartamentos simples. Mariana P. Guimarães, maio 2009.

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Apartamento tipo A (simples) São duas tipologias de apartamento simples, A1 e A2, localizados no bloco voltado para a Avenida Paulista. Observando com atenção a planta do pavimento-tipo percebemos que nenhum dos apartamentos tipo A1 possuem planta idêntica, a angulação empregada na fachada principal acaba por distorcer a planta de todos os apartamentos de madeira sutilmente diferente.

Apartamento tipo A1. Redesenho de planta do P.A. 0.035.970/44.

Tanto o apartamento A1, com 115m², quanto o A2, com 108m², possuem três dormitórios e dependências de empregada. A maior diferença está na presença de uma varanda de 10m² no apartamento A2, varanda que atualmente encontra-se fechada com caixilhos em todas as unidades. O zoneamento doméstico característico da obra dos irmãos Roberto é bastante evidente nesses apartamentos, partindo do próprio acesso independente com entrada social e entrada de serviço. Ao todo são 50 unidades de apartamento A1 (cinco por andar) e 10 unidades de apartamento A2 (uma por andar).

Apartamento tipo A2. Redesenho de planta do P.A. 0.035.970/44.

Croqui com indicação das tipologias de apartamentos.

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Apartamento tipo B (duplex) Assim como os apartamentos tipo A, são duas tipologias de apartamento duplex, B1 e B2, localizados no bloco voltado para a Avenida Angélica. O apartamento B1, de 116m², situa-se no ponto mais ao Norte do condomínio, são apenas 2 unidades desse tipo, localizados nos pavimentos 1 ao 4. Nos pavimentos ímpares (1 e 3) estão a entrada social, sala e estar, cozinha e dependências de empregada, enquanto que nos pavimentos pares (2 e 4) estão o acesso de serviço, banheiros e dormitórios.

Apartamento tipo B1. Redesenho de planta do P.A. 0.035.970/44.

Ao todo são 10 unidades do apartamento tipo B2, com 122m² aproximadamente, que assim como no B1, os acessos de serviço e os dormitórios e banheiros, situam-se nos pavimentos pares e os acessos sociais, sala de estar, cozinha e dependências de empregada nos pavimentos ímpares. Nos apartamentos duplex, o zoneamento doméstico é tão marcante que existem inclusive duas escadas internas à unidade, uma exclusivamente de serviço e outra social. Nos pavimentos pares, onde o acesso se dá pela área de serviço, não há nenhuma conexão desta com a área dos dormitórios.

Apartamento tipo B1. Redesenho de planta do P.A. 0.035.970/44.

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Croqui com indicação das tipologias de apartamentos.


O terraço jardim O acesso ao terraço se dá através dos quatro elevadores sociais e através das duas escadas de emergência. Foi projetado como um grande terraço-jardim, mais uma área de lazer do condomínio e num, primeiro momento, configurava-se apenas com uma pérgula que conectava os três elevadores e vasta área gramada e com desenhos de piso. Porém num projeto modificativo, foi apresentado o que efetivamente veio a ser construído: um salão de jogos e uma pequena marquise de forma orgânica conectando o salão de jogos a todos os elevadores, além da uma grande área gramada. Planta do terraço em sua primeira versão. Redesenho de planta do P.A. 0.035.970/44.

Vista a partir do terraço-jardim para a Avenida Paulista; salão de jogos. Guilherme Hayakawa, maio 2009.

Terraço-jardim. Guilherme Hayakawa, maio 2009.

Salão de jogos. Guilherme Hayakawa, maio 2009.

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Planta do terraรงo. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45


Fachadas Nas fachadas voltadas para as Avenidas Angélica e Paulista, os caixilhos e as lajes e vigas entre os pavimentos enfatizam a horizontalidade. Ao passo que sutis alternâncias entre altos e baixos relevos, reforçados principalmente pelo uso de pastilhas cerâmicas azuis e a alternância entre caixilhos panorâmicos e caixilhos simples buscam movimentar a fachada. Como observado anteriormente, uma quebra da linearidade da fachada é criada com a angulação da parede da fachada principal. Vista da fachada da Avenida Angélica; vista da fachada da Avenida Paulista. Acervo pessoal, maio 2012.

A fachada voltada para Rua da Consolação é uma empena cega toda revestida em placas de granito. As faces internas, voltadas para o pátio descoberto, são as varandas de circulação de serviços no bloco de apartamentos simples e corredores e halls sociais e de serviços no bloco de apartamentos duplex. Nessas faces são também observadas as torres de circulação vertical.

Detalhes da fachada da Avenida Paulista. Acervo pessoal, maio 2012.

Não temos meios de afirmar qual seria o revestimento original dos guarda corpos, pois não encontramos referências ao revestimento indicado em projeto, “revestimento SEMPER ou equivalente”. Atualmente os guarda corpos são revestidos em argamassa com uma camada de pintura.

Vista a partir da Rua da Consolação. Acervo pessoal, maio 2012.

Vista a partir do pátio interno descoberto. Acervo pessoal, maio 2012.

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Conclusão

O desenvolvimento do estudo de caso foi, possivelmente, a melhor forma de conferir a importância do edifício e, consequentemente, a importância de conservá-lo. Além de levantar as características relevantes para formular um plano de conservação. O Edifício Anchieta foi selecionado pela sua importância para a história da habitação coletiva verticalizada, visto que foi idealizada pelo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários. Por ser parte da obra de arquitetos tão importantes para a história da arquitetura, em especial a arquitetura moderna no Brasil e por ser um dos primeiros edifícios residenciais da Avenida Paulista, o primeiro edifício moderno. A ausência de referências ao Edifício Anchieta nos estudos das obras dos irmãos Roberto chamou-nos a atenção ao ponto de procurarmos motivos que justificassem tal exclusão, mas ao invés disso, o que pudemos observar foi que muitas características ainda incipientes no Anchieta viriam evoluir em questões que realmente definem a obra dos Roberto e a transformam em um conjunto. Os critérios que nos levaram a selecionar o Edifício Anchieta para o estudo de caso, somados a todas as características que observamos no desenvolvimento do estudo, em especial as que identificam o Anchieta com a obra dos irmãos Roberto e com a própria arquitetura moderna brasileira são justificativas suficientes para a conservação do edifício.

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Parte 2

o plano de conservação


Introdução

Tendo em vista o objetivo principal do trabalho que é a conservação da arquitetura moderna, em particular o Edifício Anchieta, cabe caracterizar o que entendemos por conservação e, considerando que as definições para termos técnicos são sempre divergentes, nos apropriaremos das descrições de documentos internacionais conhecidos como Cartas Patrimoniais. Segundo a Carta de Veneza, 1964, em seu artigo 3º, “a conservação e a restauração dos monumentos visam a salvaguardar tanto a obra de arte quanto o testemunho histórico.” Em seguida enfatiza a importância da manutenção para promover a conservação, além de apontar a manutenção da escala, das relações internas ao edifício e da relação com o entorno como fatores essenciais para o mesmo fim: Artigo 4º - A conservação dos monumentos exige, antes de tudo, manutenção permanente. Artigo 6º - A conservação de um monumento implica a preservação de um esquema em sua escala. Enquanto substituir, o esquema tradicional será conservado, e toda construção nova, toda modificação que poderiam alterar as relações de volumes e de cores serão proibidas. Artigo 7º - O monumento é inseparável da história de que é testemunho e do meio em que se situa. Por isso, o deslocamento de todo o monumento ou de parte dele não pode ser tolerado, exceto quando a salvaguarda do monumento o exigir ou quando o justifiquem razões de grande interesse nacional ou internacional.

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Podemos afirmar que a conservação está diretamente relacionada com a manutenção, ao passo que a restauração é, na verdade, uma ferramenta que deve ser evitada e utilizada em último caso, como exposto na própria carta de Veneza: Artigo 9º - A restauração é a operação que dever ter carácter excepcional. Tem por objetivo conservar e revelar os valores estéticos e históricos do monumento e fundamenta-se no respeito ao material original e aos documentos autênticos. Termina onde começa a hipótese; no plano das reconstruções conjeturais, todo trabalho complementar reconhecido como indispensável por razões estéticas ou técnicas destacar-se-á da composição arquitetônica e deverá ostentar a marca do nosso tempo. A restauração será sempre precedida e acompanhada de um estudo arqueológico e histórico do monumento. Desenvolvemos então um Plano de Conservação que pretende, de forma prática, guiar as ações necessárias para promover os atos que garantirão a conservação do bem, partindo do pressuposto de que a conservação de um bem está atrelada à manutenção permanente do mesmo. Para tanto, buscamos referências bibliográficas específicas sobre manutenção preventiva e manutenção em edifícios históricos, porém não foram encontramos muitos títulos, sendo que a maioria do que levantamos são publicações internacionais. Como referência metodológica de aplicação para o Plano de Conservação utilizamos o Manual de Conservação Preventiva para Edificações desenvolvido pelo Programa MONUMENTA que tem por objetivo auxiliar pessoas comuns a identificar danos e executar tratamentos simples. É importante lembrarmos que o Edifício Anchieta encontra-se em processo de tombamento e, portanto, devemos considerar a necessidade da elaboração de projetos e da aprovação das intervenções nos órgãos de patrimônio responsáveis. Por isso, assim como o Manual do Projeto MONUMENTA, a proposta para o Plano de Conservação desenvolvido para o Edifício Anchieta é que a maioria das ações previstas seja referente à manutenção ordinária para viabilizar a conservação sem depender dos órgãos de preservação. Manutenção ordinária

que, segundo o Art. 32, parágrafo 1º do Plano Diretor Participativo da FAUUSP 2011-2018, refere-se a intervenções no conjunto do edifício de baixa complexidade, menor custo e pequeno porte e que não alteram suas características físicas e não interferem em sua visibilidade, tampouco necessitam de projeto ou de aprovação nos órgãos competentes. Porém, é possível que existam casos em que sejam necessárias intervenções de complexidade média, resolução demorada e/ou custo elevado para os quais é indicada a execução de projeto e é necessária a aprovação nos órgãos de preservação, tratam-se de ações de manutenção extraordinária ou conservação, segundo mesmo Art. 32, parágrafo 2º, são intervenções no conjunto do edifício com alteração das características físicas e da visibilidade do conjunto. Quando for o caso, as fichas específicas indicarão a necessidade de elaboração de um projeto. Evitaremos então, nesse Plano, as intervenções de restauro e ampliação que, também segundo o Plano Diretor da FAUUSP são “intervenções mais complexas, em partes ou na totalidade do edifício, que podem comportar impactos em sua organização espacial e em sua percepção. (...) Caracteriza-se pela intervenção de complexidade alta, de grande porte, resolução demorada e custo elevado.” Além de ser necessária a execução de projeto e a aprovação de todos os órgãos competentes. O Plano é caracterizado por três etapas (vistorias e diagnósticos, identificação de causas e indicação de tratamentos) e propõe rotinas de inspeção para identificar problemas ou danos possíveis, indica algumas possibilidades de causa para cada um dos desses danos e recomendações de tratamentos simples ou aconselha a contratação de profissional habilitado a fazer um diagnóstico detalhado e propor e/ou executar tratamentos mais complexos e específicos. Sendo que a maior parte das recomendações é referente à “manutenção preventiva: conjunto de ações de manutenção que visa à conservação das edificações e aumento de sua vida útil, de modo a diminuir a necessidade de ações de manutenção corretiva e de intervenções de restauro. Deve ainda balizar pelo 51


uso de produtos adequados aos materiais dos edifícios durante sua limpeza e construir uma rotina de checagem das patologias e acompanhamento da deterioração dos materiais;” (Plano Diretor Participativo FAUUSP 2011-2018. Art. 33 – Parágrafo 3º) Porém, recomendações de manutenção corretiva também compõem o Plano, correspondem a um “conjunto de ações de manutenção necessárias após a verificação de determinadas ocorrências que venham a impedir o pleno desempenho dos edifícios ou sua deterioração. Atentar aos requisitos de desempenho para cada atividade quando da substituição de materiais;” (Plano Diretor Participativo FAUUSP 2011-2018. Art. 33 – Parágrafo 3º) Todo o processo deverá ser registrado, desde os levantamentos até as aplicações técnicas. Os registros e anotações realizados durante a aplicação do Plano de Conservação servirão de base para as próximas aplicações. Assim será possível realizar um acompanhamento de todo o processo de conservação do edifício e será possível determinar a periodicidade de reaparecimento dos danos, da necessidade de refazer determinados tratamentos e se os tratamentos indicados tem sido eficientes. Além de possibilitar a definição da periodicidade com a qual devem ser realizadas as vistorias. Todo esse acompanhamento e registros embasarão a avaliação do Plano de Conservação e favorecerão a implantação de melhorias no mesmo. A importância da documentação de todas as ações e de todo o processo de aplicação do Plano de conservação é confirmada no Artigo 16º da Carta de Veneza: “Os trabalhos de conservação, de restauração e de escavação serão sempre acompanhados pela elaboração de uma documentação precisa sob a forma de relatórios analíticos e críticos, ilustrados com desenhos e fotografias. Todas as fases do trabalho de desobstrução, consolidação, recomposição e integração, bem como os elementos técnicos e formais identificados ao longo dos trabalhos serão ali consignados. Essa documentação será depositada nos arquivos de um órgão público e posta à disposição dos pesquisadores; recomenda-se sua publicação.”

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Assim como indicado no Plano Diretor da FAUUSP: ART.33 - §4º: A manutenção deve ser guiada por uma lista de controle, a ser verificada com periodicidade regular, elaborando relatórios, acompanhados de registros gráficos, também periódicos, para que se possa monitorar adequadamente o edifício, em especial os pontos mais expostos e nos quais é mais provável que ocorra um dano. Apesar de ter sido desenvolvido para um edifício com proteção municipal para viabilizar a conservação do edifício com ações que independem da aprovação dos órgãos de pre-servação, o Plano de conservação pode ser aplicado a qualquer outro imóvel, com ou sem proteção, apenas considerando as especificidades de cada caso. Na teoria, “o tombamento é a primeira medida a ser tomada para a preservação dos bens culturais, visto que impede juridicamente a sua destruição.” segundo a Cartilha Tombamento e Participação Popular, porém a mesma cartilha afirma que se trata de “uma questão polêmica, pois a preservação somente torna-se visível para todos quando um bem cultural encontra-se em bom estado de conservação, propiciando sua plena utilização.” P.13 Muitas vezes, o proprietário do bem desconhece o seu valor ou não entende a importância de conservá-lo e vê na Abertura de tombamento ou no Tombamento efetivo um prejuízo e a inevitável degradação de seu imóvel ao invés da preservação como se esperaria. Acabam se vendo de mãos atadas com a decisão pela proteção oficial dos seus bens e desconhecem o que podem e o que não podem fazer para conservar o mesmo. Por isso, o desenvolvimento e aplicação de um Plano de Conservação pode se configurar como uma importante ferramenta auxiliar para efetiva conservação do patrimônio. Da mesma forma que o Programa MONUMENTA produziu um trabalho de referência para proprietários de imóveis que necessitam de atenção especial, poderia ser fornecido aos proprietários das imóveis um Plano de Conservação.


Por se configurar como uma ferramenta através da qual proprietários e responsáveis pelo edifício podem garantir sua conservação sem a necessidade de elaboração de projetos ou da aprovação dos órgãos competentes com a maioria das ações que propõe, o Plano consequentemente auxiliará os órgão de preservação à medida que remove de suas competências algumas questões mais simples.

Aplicando o plano de conservação Para aplicar o Plano de Conservação, o responsável pelo edifício deverá realizar as vistorias em todas as áreas comuns do edifício, munido do Caderno de inspeção (em anexo), onde estão assinaladas todas as possibilidades de danos com uma descrição sucinta de como identificar cada um deles, além de imagens quando necessário para auxiliar caso falte clareza na explicação. O roteiro é divido por área onde podem ser identificados os danos e tipo de dano. É aconselhável ter um jogo de plantas, corte e elevações de todo o edifício para realização das vistorias, dessa forma a indicação dos pontos onde os danos forem identificados e a anotação de eventuais observações será mais fácil. Também é importante estar provido de câmera fotográfica para registrar todas as ocorrências encontradas, lembrando-se da necessidade de registrar todo o processo. Os levantamentos e as análises serão, portanto, quase totalmente baseados em observação visual e levantamento fotográfico. Depois de feito todo o levantamento de danos, cabe consultar no caderno de TFG as indicações de possíveis causas e recomendação de tratamentos para cada um dos danos identificados. Nas indicações de tratamento estará apontada, quando necessário ou aconselhável, a contratação de profissional habilitado para melhor diagnosticar um dano, executar testes e propor ou executar um tratamento específico. Ainda em aberto, está a periodicidade das vistorias, pois dependerá do teste de aplicação do Plano de Conservação e do acompanhamento de cada uma das aplicações, como mencionado anteriormente, porém, de início, podemos considerar no mínimo vistoriais anuais, sempre antes ou logo após os períodos de chuvas.

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Roteiro de inspeção completo

DANOS RELACIONADOS À PRESENÇA DE ÁGUA Todas as áreas de inspeção Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

01

- Empoçamento de água;

- Verificar, especialmente depois de - Superfície desnivelada; chuvas, se o terreno apresenta po- Escoamento incorreto; ças de água dispersas;

- Acúmulo de água em ralos;

CAUSAS POSSÍVEIS

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Verificar se a área apresenta-se desnivelada e providenciar o nivelamento, se necessário;

- Verificar se o dimensionamento do sistema - Presença de trechos constante- - Verificar se existe acúmulo de - Pouca ou nenhuma eficiência do sistema de de captação e condução de águas pluviais -mente úmidos; água nos ralos ou próximo a eles; captação e condução de águas pluviais; comporta a vazão média prevista; - Vazamento ou ruptura nas tubulações em- - Verificar as condições de conservação das butidas ou aparentes; tubulações embutidas e aparentes que passam próximas da área afetada, assim como a - Infiltração de água no piso; integridade das conexões do reservatório de água inferior, reparando e substituindo peças - Ineficiência do sistema de impermeabiliza- danificadas; ção; - Revisar as instalações hidro sanitárias perio- Inspecionar, periodicamente, tu- - Insuficiência do sistema de drenagem. dicamente; bos e conexões existentes nas áreas - Consultar fichas específicas sobre umidade externas, tanto aparentes quanto (FEU); embutidos.

- Danos em tubulações expostas ou - Observar se alguma área do terembutidas no piso. reno apresenta-se mais úmida que o restante, analisar a extensão da mancha de umidade e procurar localizar fontes de água próximas a ela, principalmente instalações hidro sanitárias;

- Consultar fichas técnicas sobre impermeabilização - FT1. 02

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- Manchas escuras na parte inferior - Verificar se aparecem, ao longo - Respingo da água da chuva; da parede, próximo à base e/ou no da superfície inferior das paredes, piso. manchas escuras ou ligeiramente escorridas.

- Consultar fichas específicas sobre umidade - FEU1; - Consultar fichas técnicas sobre impermeabilização - FT1.


DANOS RELACIONADOS À PRESENÇA DE ÁGUA Todas as áreas de inspeção Nº 02

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

- Verificar se no piso, nas proximi- - Infiltração de água nas interseções entre dades das bases das paredes, exis- piso e parede; tem manchas de umidade. - Umidade ascendente por infiltração;

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- Manchas escorridas, sobretudo - Verificar abaixo de beirais e peiabaixo de guarda corpos, peitoris toris de janelas se existe manchas de janelas e beirais. verticais escuras, como se realmente tivesse escorrido algo.

- A água de chuva carrega as partículas de - Deve ser realizada a limpeza periódica dos sujeira depositadas nos guarda corpos, bei- guarda corpos, beirais, pingadeiras e peitoris; rais e peitoris formando manchas verticais nas - Revisar pingadeiras e rufos e instalá-los paredes; onde for necessário; - Danos nos beirais, em rufos, pingadeiras e - Consultar fichas específicas sobre limpeza calhas também podem causar manchas. (FEL) para selecionar o método mais adequado a cada um dos materiais.

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- Manchas escuras contínuas ao - Observar se as paredes voltadas - Quando a umidade relativa do local é alta, - Consultar fichas específicas sobre umidade longo das paredes externas, espe- para o quadrante sul apresentam a parede depois de molhada pela chuva não - FEU5. perde a umidade pela falta de insolação dicialmente as voltadas para o sul. manchas escuras generalizadas; reta; - Verificar se as edificações ou volumes construídos próximos possam - A umidade na parede pode favorecer o deestar impedindo que o sol atinja senvolvimento de mofo e fungos. essas áreas.

05

- Presença de umidade na laje de - Observar se há formação de man- - Vazamento ou ruptura nas tubulações emcobertura; -chas de umidade no teto, especial- butidas na laje; -mente próximo a tangencia entre - Infiltração de água. cobertura e paredes e próximo às - Infiltração de água na laje descoberta; vigas. - Ineficiência do sistema de impermeabiliza ção;

- Verificar se o dimensionamento do sistema de captação e condução de águas pluviais comporta a vazão média prevista;

- Verificar as condições de conservação das tubulações embutidas e aparentes que pas sam próximas da área afetada, assim como a integridade das conexões do reservatório de - Insuficiência do sistema de captação e con- água inferior, reparando e substituindo peças dução de águas pluviais; danificadas; - Fissuras na laje de cobertura ou danos no

- Revisar as instalações hidro sanitárias perio-

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DANOS RELACIONADOS À PRESENÇA DE ÁGUA Todas as áreas de inspeção Nº

DANOS

05

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

rejuntamento do revestimento do piso supe- dicamente; rior, - Consultar fichas específicas sobre umidade - FEU; - Consultar fichas técnicas sobre impermeabilização - FT1.

06

- Manchas de umidade.

- Consultar fichas específicas sobre - Consultar fichas específicas sobre umidade - Consultar fichas específicas sobre umidade umidade (FEU). (FEU). - FEU.

07

- Área com argamassa de revesti- - Verificar se a parede apresenta - Presença de umidade; -mento pulverulenta ou reboco pul- trechos de reboco degradado co- Presença de sais, salinização. verulento. berto por um tipo de pó branco.

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- Áreas com reboco descolando em - Verificar se a parede apresenta - Presença de umidade; - Consultar fichas específicas sobre umidade placas. trechos de reboco se destacando – FEU2. em placas, apresentando indícios - Presença de sais, salinização; de pó branco nos trechos soltos; - Formação de sais abaixo da camada de ar- Observar se há manchas de umi- gamassa ou reboco. dade na região da parede que apresenta a degradação.

09

- Descascamento da pintura.

- Verificar as superfícies pintadas e - Má aplicação da técnica de pintura; observar se existe descolamento da pintura e se este se resume à ca- - Utilização de técnica de pintura incompatímada de pintura ou se há reboco vel com o substrato; solto. - Presença de umidade.

Consultar fichas específicas sobre umi-dade – FEU2.

- Deve ser verificado se a técnica de pintura utilizada é compatível com o substrato onde foi aplicada; - Observar se a camada de pintura não forma uma película impermeável que barra a evaporação das partículas de água do substrato; - Pode ser necessária a remoção da camada de tinta danificada através de decapagem manual;

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DANOS RELACIONADOS À PRESENÇA DE ÁGUA Todas as áreas de inspeção Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

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RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Pode ser necessária a remoção da camada de tinta danificada através da aplicação de produtos químicos removedores de tinta – FEL6 – ou da utilização de argilas absorventes – FEL7; - Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU) a fim de identificar o tipo de umidade que pode estar causando o dano.

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- Aparecimento de bolhas superfi- - Observar se a pintura das pare- - Presença de umidade; -ciais. des está lisa ou se apresenta bolhas - Presença de sais, salinização; que estouram quando apertadas.

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU) a fim de identificar que tipo de umidade pode estar causando o dano.

- Formação de sais abaixo da camada de argamassa ou reboco. 11

– Crosta negra.

- Observar se existem manchas es- - Presença de umidade e poluição; - Consultar fichas específicas sobre umidade curas nas paredes externas, espe(FEU) a fim de identificar que tipo de umidade cialmente nas faces voltadas para - Depósito de sujeiras e poluentes sobre a su- pode estar causando o dano; perfície das alvenarias. as ruas. - Consultar fichas específicas sobre limpeza (FEL) para selecionar o método apropriado para cada superfície.

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AGENTES BIOLÓGICOS Todas as áreas de inspeção Nº

DANOS

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- Proliferação de macro e microflo- - Verificar cuidadosamente se exis- - Sementes transportadas por pássaros e pelo -ra (musgos, liquens, algas e raízes tem plantas crescendo sobre a ar- vento. de plantas infestantes). gamassa de revestimento e/ou en- Presença de água na parede e desenvolviraizadas; mento de microflora. - Observar se aparecem manchas esverdeadas com uma superfície um pouco brilhante, aderente à base e subindo sobre o revestimento da parede.

- A remoção descuidada da vegetação pode acarretar em mais danos ou não solucionar o problema corretamente;

- Colonização biológica.

- Verificar se as paredes apresentam - Umidade; alteração na cor ou crescimento de - Falta de ventilação; fungos ou mofos na superfície.

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU) para identificar a causa da umidade e tratá-la corretamente;

- Falta de insolação;

- Consultar ficha específica sobre umidade FEU5 para orientações mais precisas sobre a colonização biológica.

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DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

- Excremento de pássaros na parte - Observar se existem traços de ex- - Presença de aves. alta das paredes e nos beirais. -cremento de pombos ou outros pás-saros e penas soltas na parte alta das paredes, nos beirais, vergas, no terraço e nas varandas.

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

- Consultar ficha específica sore umidade – FEU5 – para orientações mais precisas.

- Limpar a área afetada, consultar fichas específicas sobre limpeza (FEL) para selecionar o método mais adequado de acordo com a superfície a ser aplicada; - Aplique um produto repelente para pássaros dando atenção ao período indicado para reaplicação, a partir das informações fornecidas pelo fabricante.


SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS Todas as áreas de inspeção Nº

DANOS

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- Fios de eletricidade descobertos - Observar, periodicamente, toda - Ação do tempo. ou envelhecidos. fiação do edifício, se os fios se apresentam íntegros ou se estão ressecados com fissuras ou perdendo o capeamento em determinados trechos.

- Efetuar revisão completa em toda fiação do edifício substituindo os fios danificados por fios novos com qualidade garantida e dentro das normas da ABNT.

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- Instalações elétricas defeituosas - Certificar-se de que as instalações - Serviço mal executado. ou sem isolamentos corretos. elétricas do edifício estão corretamente executadas.

- Um técnico especializado deve fazer uma revisão geral em toda instalação e corrigir todos os problemas encontrados.

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- Sobre carga em circuitos.

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- Fusíveis ou chaves danificadas.

DIAGNÓSTICO

- Certificar-se de que não existe so-brecarga nos circuitos gerais do prédio e dos apartamentos, pela adição de novos equipamentos que consumam mais energia que a carga máxima admissível para o sistema.

CAUSAS POSSÍVEIS

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

- Adição de máquinas motores e equipamen- - No caso de se constatar a necessidade de tos motores para os quais o sistema não foi ampliação da capacidade do sistema, um dimensionado; técnico especializado deve ser contrato a fim de refazer as instalações elétricas adequan- Presença de “gambiarras” nos circuitos. do-as às necessidades do edifício. - A sobrecarga pode provocar curto circuito e consequentemente um incêndio.

- Verificar a integridade dos fusíveis - Ação do tempo; ou chaves automáticas. - Sobrecargas; - Quando disparar uma chave auto-mática verificar se a causa foi - Instalação incorreta. um curto circuito ou sobrecarga.

- Verifique a causa exata dos danos das chaves e fusíveis solicitando os serviços de um técnico especializado. - As peças danificadas devem ser substituídas e o sistema elétrico deve ser revisado.

- Certificar-se, também, qual a carga necessária para o funcionamento das cargas e se estão corretamente instaladas. 19

- Ausência de para-raios.

- Verificar se existem para-raios instalados.

- No caso de inexistência de para-raios, os mesmos devem ser instalados.

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REVESTIMENTOS DE PAREDE: PASTILHAS CERÂMICAS halls sociais - halls de serviços – escadas - varandas de circulação de serviço - guarda corpo dos terraços - fachada Avenida Paulista - fachada Avenida Angélica Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

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- Destacamento das pastilhas ce- - Observar se existem peças de - Presença de umidade; -râmicas; pastilhas de revestimento faltantes; - Ação do tempo; - Perda de peças. - Verificar se as pastilhas se desprendem junto da argamassa de - Perda de eficiência ou desgaste da argamassa de assentamento; assentamento;

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Executar novas pingadeiras, caso seja constata sua inexistência; - Eventuais danos referentes à umidade deverão ser previamente tratados;

- Consultar fichas específicas sobre umidade - Ineficiência das esquadrias e consequente (FEU) a fim de identificar a possíveis causas infiltração de água através das esquadrias e para o dano; dos peitoris; - Para reposição das peças faltantes atentar - Ineficiência ou ausência de pingadeiras; para as características das novas peças, pois elas podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes; - Deve-se conferir as condições do substrato e deve ser utilizada argamassa compatível com o mesmo; - Consultar ficha técnica sobre argamassa FT2

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- Falta de uniformidade do materi- - Observar se existem peças que se - Intervenções sem cuidado ou sem critério. -al; destacam do conjunto por serem distintas, diferente cor, textura ou - Substituição de peças; material.

- Caso a opção seja pela recomposição visual do conjunto, deve-se, primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes e as condições do substrato;

- Descontinuidade do material.

- As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes; - A opção pela substituição das peças exigirá muita cautela e precisão na execução dos ser

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REVESTIMENTOS DE PAREDE: PASTILHAS CERÂMICAS halls sociais - halls de serviços – escadas - varandas de circulação de serviço - guarda corpo dos terraços - fachada Avenida Paulista - fachada Avenida Angélica Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

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RECOMENDAÇÕES PARA REPARO viços visando substituição seletiva de peças; - Consultar ficha técnica sobre argamassa FT2.

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- Rejuntamento danificado; - Perda do rejuntamento;

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- Verificar a integridade do rejunta- - Presença de umidade; -mento das pastilhas de revestimen- Ação do tempo; to;

- Rejuntamento incompatível.

- Observar se existem trechos fal- - Perda de eficiência da argamassa de rejuntantes, com fissuras ou coloração tamento; dife-rente. - Intervenções sem cuidado ou sem critério.

- Sujeira impregnada.

- Verificar se o revestimento apre- - Poluição; senta-se impregnado de sujeira, - Falta de manutenção; especialmente nas juntas. - Fuligem; - Desgaste ou perda do rejuntamento.

- Consultar fichas técnicas sobre argamassa - FT2.

- Testar métodos de limpeza a começar pelos mais simples e menos agressivos como a lavagem com água nebulizada (FEL1); - Existem produtos químicos disponíveis no mercado próprios para limpeza de azulejos e pastilhas cerâmicos, porém qualquer produto que venha a ser utilizado deve ser previamente testado; - Antes da utilização de qualquer produto, devem ser observadas as indicações do fabricante; - A limpeza abrasiva deve ser evitada pelo risco de danificar e desgastar a superfície das peças e os rejuntamentos, assim como a limpeza com produtos ácidos; - Produtos ácidos formulados especialmente

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REVESTIMENTOS DE PAREDE: PASTILHAS CERÂMICAS halls sociais - halls de serviços – escadas - varandas de circulação de serviço - guarda corpo dos terraços - fachada Avenida Paulista - fachada Avenida Angélica Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

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RECOMENDAÇÕES PARA REPARO para limpeza de pisos, azulejos e ladrilhos cerâmicos devem ser utilizados com cautela, somente após testes e devem ser aplicados sobre a superfície úmida para que a saturação de água proteja o piso e impeça que o produto penetre na cerâmica; Verificar a estanqueidade dos rejuntamentos antes da saturação da superfície; - Qualquer método de limpeza deve ser seguido de lavagem abundante com água limpa; - Consultar fichas específicas sobre limpeza – FEL2 e FEL3.

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- Manchas de umidade nas pasti- - Verificar se existe alteração na cor - Presença de Umidade. -lhas cerâmicas de revestimento. das pastilhas de revestimento, principalmente se há escurecimento.

- Consultar fichas específicas sore umidade (FEU) para definir qual a causa possível para esse dano.


REVESTIMENTO DE PAREDE: ARGAMASSA DE REVESTIMENTO paredes das escadas - fachadas voltadas para o pátio interno - corredor de serviços – garagem - pilares sobreloja - teto térreo Nº

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DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

- Argamassa de revestimento.

- Consultar danos 01, 02, 03, 04, - Consultar fichas técnicas sobre argamassa - Consultar fichas técnicas sobre argamassa 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12 E – FT2. – FT2. 13.

- Sujeira impregnada.

- Verificar se o revestimento apre- - Poluição; senta-se impregnado de sujeira. - Falta de manutenção; - Acúmulo de fuligem.

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- Falta de uniformidade do materi- - Observar se existem trechos de ar- - Intervenção com argamassa incompatível. -al; -gamassa que se destacam do restante por apresentarem coloração - Descontinuidade do material. e/ou texturas diferentes.

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

- Consultar fichas técnicas sore argamassa – FT2 – e fichas específicas sobre limpeza (FEL) para definir quais os métodos mais apropriados para o caso. - Pode ser necessária a remoção da argamassa incompatível; - Consultar fichas técnicas sobre argamassa - FT2.

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REVESTIMENTO DE PAREDE: PLACAS DE GRANITO pilares do térreo - fachadas Avenida Angélica - Avenida Paulista - Rua da Consolação Nº

DANOS

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- Peças quebradas, com fissuras ou - Verificar se existem trincas, fissu- - Desgaste; faltantes. ras, pequenas quebras ou peças - Dilatação térmica. faltantes.

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- Rejuntamento danificado; - Perda do rejuntamento; - Rejuntamento incompatível.

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Deve ser procurado um técnico especializado a fim de serem executas as reintegrações das peças danificadas.

- Consultar fichas técnicas sobre argamassa - Observar a integridade do rejun- - Presença de umidade; - FT2. tamento das placas de granito; - Ação do tempo; - Observar se existem trechos faltantes, com fissuras ou coloração - Perda de eficiência da argamassa de rejuntamento; dife-rente. - Intervenções sem cuidado ou sem critério.

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- Sujeira impregnada.

- Verificar se o revestimento apre- - Poluição; senta-se impregnado de sujeira, es- Falta de manutenção; pecialmente nos rejuntes. - Desgaste ou perda do rejuntamento.

- Para a escolha do método de limpeza, deve ser considerada a existência do pequeno jardim no térreo e os prejuízos que determinados produtos aplicados nas fachadas poderiam trazer à vegetação; - Testar previamente a aplicação da técnica de limpeza com atenção às orientações dos fabricantes dos produtos que venham a ser utilizados; - Testar primeiramente a lavagem com água a baixa e média pressão - FEL2 – com auxílio de escovas de cerdas naturais ou vegetais, se tal método se mostrar ineficiente, combinar com a lavagem com água e detergente não iônico - FEL3; - Em último caso, deve-se testar a aplicação de limpadores ácidos – FEL4.

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REVESTIMENTO DE PAREDE: PLACAS DE GRANITO pilares do térreo - fachadas Avenida Angélica - Avenida Paulista - Rua da Consolação Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

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- Desprendimento de placas.

- Verificar se existem peças soltas - Presença de umidade; - Consultar fichas técnicas sobre argamassa ou, se através de um teste de per– FT2. cussão, é possível verificar trechos - Ação do tempo; “ocos”. - Perda de eficiência ou desgaste da argamassa de assentamento;

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- Manchas de umidade.

- Observar se existe alteração na - Consultar fichas específicas sobre umidade - Consultar fichas específicas sobre umidade coloração das placas, especial- (FEU) a fim de identificar as possíveis causas (FEU) recomendações para tratamento. mente um escurecimento próximo para tal dano. aos rejuntes.

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REVESTIMENTO DE PAREDE: PLACAS DE MÁRMORE áreas sociais no térreo Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

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- Fissuras.

- Verificar se existem trincas e fissu- - Desgaste; ras nas placas. - Movimentação do piso;

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Deve ser procurado um técnico especializado a fim de serem executas as reintegrações das peças danificadas.

- Dilatação térmica.

33

- Rejuntamento danificado; - Perda do rejuntamento; - Rejuntamento incompatível

- Consultar fichas técnicas sobre argamassa - Observar a integridade do rejun- - Presença de umidade; - FT2. ta-mento das placas de granito; - Ação do tempo; - Observar se existem trechos faltantes, com fissuras ou coloração - Perda de eficiência da argamassa de rejuntamento; diferente. - Intervenções sem critério.

34

- Sujeira impregnada.

- Verificar se o revestimento apre- - Poluição; senta-se impregnado de sujeira, es- Falta de manutenção; pecialmente nos rejuntes.

- Consultar fichas específicas sobre limpeza (FEL) a fim de selecionar o método mais adequado ao tipo de material.

- Desgaste ou perda do rejuntamento. 35

- Desprendimento de placas.

- Verificar se existem peças soltas - Presença de umidade; - Consultar fichas técnicas sobre argamassa – FT2. ou, se através de um teste de percussão, é possível verificar trechos - Ação do tempo; “ocos”. - Perda de eficiência ou desgaste da argamassa de assentamento;

36

- Manchas de umidade.

- Observar se existe alteração na - Consultar fichas específicas sobre umidade - Consultar fichas específicas sobre umidade coloração das placas, especial- (FEU) a fim de identificar as possíveis causas (FEU) a fim de identificar as possíveis causas mente um escurecimento. para tal dano. para tal dano e indicações de tratamento.

66


REVESTIMENTO DE PAREDE: REVESTIMENTO EM MADEIRA hall social térreo Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

37

- Presença de cupim.

- Verificar se aparecem pequenas - Infestação de cupim. bolinhas de cor marrom no piso, próximo às paredes revestidas em madeira.

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Aplicar produto específico para eliminação da infestação, caso seja necessário, contratar profissional especializado para execução das aplicações.

- Observar se existem pequenos furos na madeira. 38

- Umidade.

- Procurar trechos úmidos;

- Para identificação da causa possível, con- - Depois de identificada e tratada a causa sultar fichas específicas sobre umidade (FEU). da umidade, os trechos danificados deverão - Observar se existem trechos aposer substituídos, para tanto é aconselhável a drecidos pela umidade. contratação de profissional qualificado para selecionar o material adequado e consolidar as intervenções.

39

- Quebras, trincas ou fissuras.

- Verificar se existem trincas, fissuras - Ressecamento da madeira; ou trechos quebrados. - Ação do tempo;

- Os trechos danificados deverão ser substituídos, para tanto é aconselhável a contratação de profissional qualificado para selecionar material adequado, executar as intervenções e consolidar o material.

67


REVESTIMENTO DE PAREDE: AZULEJO corredor de serviços Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

40

- Perda, quebra de peças, fissuras - Verificar se existem trincas, fissuras - Dilatação térmica; e tricas. ou trechos quebrados; - Falta de manutenção; - Procurar por peças quebradas ou - Ação do tempo; faltantes.

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Fissuras ou pequenos danos que não interfiram na estanqueidade da superfície ou não tragam riscos de segurança aos usuários podem ser apenas consolidados;

- Algumas pequenas fissuras podem ser repa- Intervenções para atualização ou manuten- radas usando-se cola tipo epóxi e argamassa, ção de instalações hidro sanitárias ou con- assim como pequenas quebras que podem dutores; ser suavizadas através da modelagem de porções de epóxi com tinta esmalte; - Intervenções descuidadas; - Caso seja necessária a substituição de pe- Perda da eficiência da argamassa de assen- ças, deve-se, primeiramente, atentar para a tamento; correspondência das novas peças com as pré-existentes e as condições do substrato; - Presença de umidade. - As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes; - Eventuais danos referentes à umidade devem ser sanados previamente, para tanto consultar fichas específicas sobre umidade (FEU). - A opção pela substituição das peças exigirá muita cautela e precisão na execução dos serviços visando substituição seletiva de peças; - Consultar ficha técnica sobre argamassa FT2.

68


REVESTIMENTO DE PAREDE: AZULEJO corredor de serviços Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

41

- Falta de uniformidade do materi- - Observar se existem peças que se - Intervenções para atualização ou manuten-al; destacam do conjunto por serem ção de instalações hidro sanitárias ou condistintas, diferente cor, textura ou dutores; - Substituição de peças; material. - Intervenções sem cuidado ou sem critério. - Descontinuidade do material.

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Caso a opção seja pela recomposição visual do conjunto, deve-se, primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes e as condições do substrato; - As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes; - A opção pela substituição das peças exigirá muita cautela e precisão na execução dos serviços visando substituição seletiva de peças; - Consultar ficha técnica sobre argamassa FT2.

42

- Rejuntamento danificado; - Perda do rejuntamento; - Rejuntamento incompatível.

- Consultar fichas técnicas sobre argamassa - Observar a integridade do rejun- - Presença de umidade; - FT2. tamento das peças cerâmicas; - Ação do tempo; - Observar se existem trechos faltan-tes, com fissuras ou coloração - Perda de eficiência da argamassa de rejuntamento; dife-rente. - Intervenções sem critério.

43

- Sujeira impregnada.

- Verificar se o revestimento apre- - Poluição; senta-se impregnado de sujeira, - Falta de manutenção; especialmente nas juntas. - Desgaste ou perda do rejuntamento.

- Testar métodos de limpeza a começar pelos mais simples e menos agressivos como a lavagem com água nebulizada (FEL1); - Existem produtos químicos disponíveis no mercado próprios para limpeza de azulejos cerâmicos, porém qualquer produto que venha a ser utilizado deve ser previamente testado;

69


REVESTIMENTO DE PAREDE: AZULEJO corredor de serviços Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

43

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - A limpeza abrasiva deve ser evitada pelo risco de danificar e desgastar a superfície das peças; Assim como a limpeza com produtos ácidos; - Produtos ácidos formulados especialmente para limpeza de pisos e azulejos cerâmicos devem ser utilizados com cautela, somente após testes e devem ser aplicados sobre a superfície úmida para que a saturação de água proteja o piso e impeça que o produto penetre na cerâmica; - Qualquer método de limpeza deve ser seguido de lavagem abundante com água limpa; - Antes da utilização de qualquer produto, devem ser observadas as indicações do fabricante; - Consultar fichas específicas sobre limpeza – FEL2 e FEL3.

44

70

- Manchas de umidade.

- Verificar se existe alteração na - Presença de umidade. cor das peças cerâmicas, principalmente se há escurecimento.

- Consultar fichas específicas sore umidade (FEU) para definir quais as possíveis causas.


VEDAÇÃO COM BLOCOS DE VIDRO loja - sobreloja – garagem – pátio descoberto Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

45

- Rejuntamento danificado;

- Observar a integridade do rejun- - Presença de umidade; - Consultar fichas técnicas sobre argamassa tamento dos blocos de vidro; - FT2. - Ação do tempo; - Observar se existem trechos faltantes, com fissuras ou coloração - Perda de eficiência da argamassa de rejuntamento; diferente.

- Perda do rejuntamento; - Rejuntamento incompatível.

CAUSAS POSSÍVEIS

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

- Intervenções sem critério. 46

- Peças danificadas, quebradas ou - Verificar se as peças apresentam - Falta de manutenção; com fissuras. fissuras e trincas ou pontos de que- Ação do tempo. bra.

- A intervenção em blocos de vidro pode ser corresponde à intervenção nos blocos de vidro com ventilação, consultar ficha técnica FT5.

47

- Peças faltantes.

- Verificar se existem peças faltan- - Falta de manutenção; tes; - Ação do tempo.

- A intervenção em blocos de vidro pode ser corresponde à intervenção nos blocos de vidro com ventilação, consultar ficha técnica FT5.

48

- Sujeira impregnada.

- Verificar se as peças apresentam- - Falta de manutenção; -se impregnadas de sujeira, espe- Ação do tempo; cialmente nas juntas.

- A intervenção em blocos de vidro pode ser corresponde à intervenção nos blocos de vidro com ventilação, consultar ficha técnica FT5.

- Poluição; - Fuligem; - Desgaste ou perda da argamassa de assentamento.

71


ELEMENTOS VAZADOS sobreloja voltada para a Avenida Angélica Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

49

- Peças danificadas, quebradas ou - Verificar se as peças apresentam - Falta de manutenção; fissuradas. fissuras e trincas ou pontos de que- Ação do tempo. bra.

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Deve-se observar o grau dos danos que aparecem nas peças e optar, primeiramente por consolidar pequenas trincas e fissuras; - A opção por substituir peças deve ser tomada somente quando os métodos de consolidação não se mostrarem eficientes; - Deve-se, primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes; - As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes; - Consultar ficha técnica sobre argamassa FT2.

50

- Sujeira impregnada.

- Verificar se as peças apresentam- - Falta de manutenção; -se impregnadas de sujeira, espe- Ação do tempo; cialmente nas juntas.

- Consultar fichas específicas sobre limpeza (FEL) para selecionar a método mais apropriado.

- Poluição; - Fuligem; - Desgaste ou perda da argamassa de assentamento.

51

72

- Peças faltantes.

- Verificar se existem peças faltan- - Falta de manutenção; tes; - Ação do tempo.

- Caso seja necessária a reposição de peças, deve-se, primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes;


ELEMENTOS VAZADOS sobreloja voltada para a Avenida Angélica Nº 51

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes; - Consultar ficha técnica sobre argamassa FT2.

73


REVESTIMENTO DE PAREDE: REVESTIMENTO DE PEDRA salão de jogos Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

52

- Manchas de umidade.

- Procurar trechos úmidos.

- Para identificação da causa possível, con- - Para recomendações para reparo, consultar sultar fichas específicas sobre umidade (FEU). fichas específicas sobre umidade (FEU).

53

- Sujeira impregnada.

- Verificar se as peças apresentam- - Falta de manutenção; -se impregnadas de sujeira, espe- Ação do tempo; cialmente nas juntas.

- Consultar fichas específicas sobre limpeza (FEL) para determinar método de limpeza mais aprovado ao material em questão.

- Poluição; - Fuligem.

54

- Peças danificadas, quebradas ou - Verificar se as peças apresentam - Falta de manutenção; fissuradas. fissuras e trincas ou pontos de que- Ação do tempo. bra.

- Ao constatar a existência de danos em peças, as mesmas devem ser consolidadas a fim de que não se tornem novos focos de danos ou manterem pontos suscetíveis ao acúmulo de sujidades; - Consultar profissional qualificado para executar a consolidação das peças danificadas.

74


REVESTIMENTO DE PISO: CIMENTADO COM JUNTA DE MADEIRA garagem - pátio descoberto Nº

55

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

Cimentado com junta de madeira.

Consultar danos 01, 02, 05, 06, 12 e 13.

- Fissuras e trincas no piso.

- Verificar se as peças apresentam - Falta de manutenção; fissuras e trincas ou pontos de que- Ação do tempo; bra. - Umidade; - Dilatação térmica.

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

- As fissuras podem se apresentar como riscos à segurança dos usuários; - Fissuras e trincas no piso podem prejudicar a estanqueidade do piso, portanto são pontos suscetíveis ao acúmulo de água, de sujeira e ao desenvolvimento de macro e microflora; - As tricas e fissuras devem ser reintegradas; - Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU); - Consultar fichas técnicas sobre impermeabilização – FT1.

56

- Juntas danificadas.

- Verificar se a integridade das jun- - Falta de manutenção; tas; - Ação do tempo; - Observar se existem trechos fal- Presença de umidade. tantes, com fissuras; - Observar se as madeiras das juntas não sofreram apodrecimento pela umidade.

- As juntas, quando danificadas, podem se apresentar como riscos à segurança dos usuários; - Juntas danificadas podem prejudicar a estanqueidade do piso, portanto são pontos suscetíveis ao acúmulo de água, de sujeira e ao desenvolvimento de macro e micro flora; - As juntas de madeira não são mais utilizadas atualmente, portanto as partes danificadas deverão ser removidas e refeitas com outro material, metálico ou plástico, materiais que necessitarão menos manutenção;

75


REVESTIMENTO DE PISO: CIMENTADO COM JUNTA DE MADEIRA garagem - pátio descoberto Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

56

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU) para identificar as possíveis causas desse dano e as respectivas recomendações para tratamento. - Consultar fichas técnicas sobre impermeabilização – FT1.

57

- Sujeira impregnada.

- Verificar se o revestimento apre- - Poluição; senta-se impregnado de sujeira, - Falta de manutenção; especialmente nas juntas. - Desgaste ou perda do rejuntamento.

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU) a fim de identificar as técnicas apropriadas ao piso cimentado. - Evitar as técnicas de limpeza abrasivas; - Testar previamente o método de limpeza selecionado.

58

- Descontinuidade do material.

- Observar se existem trechos de - Falta de manutenção; piso com textura, cor e material dis- Ação do tempo; tintos; - Intervenções para atualização ou manutenção de instalações hidro sanitárias ou condutores; - Intervenções descuidadas.

76

- Deve ser definido, através do desenvolvimento de um projeto, como serão reintegrados os trechos de piso que se apresentam destoando do conjunto.


REVESTIMENTO DE PISO: PLACAS DE GRANITO piso hall/circulação social térreo Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

59

- Peças quebradas, com fissuras, - Verificar se existem trincas, fissu- - Desgaste; faltantes ou com furos. ras, pequenas quebras ou peças - Ação do tempo; faltantes.

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Deve ser procurado um técnico especializado a fim de serem executas as reintegrações das peças danificadas.

- Movimentação do piso; - Dilatação térmica; - Remoção de gradis metálicos. 60

- Rejuntamento danificado; - Perda do rejuntamento; - Rejuntamento incompatível.

- Consultar fichas técnicas sobre argamassa - Observar a integridade do rejun- - Presença de umidade; - FT2. ta-mento das placas de granito. - Ação do tempo; - Observar se existem trechos faltantes, com fissuras ou coloração - Perda de eficiência da argamassa de rejuntamento; dife-rente. - Intervenções sem critério.

61

- Sujeira impregnada.

- Verificar se o revestimento apre- - Poluição; senta-se impregnado de sujeira, es- Falta de manutenção; pecialmente nos rejuntes. - Desgaste ou perda do rejuntamento.

- Para a escolha do método de limpeza, deve ser considerada a existência do pequeno jardim no térreo e os prejuízos que determinados produtos aplicados nas fachadas poderiam trazer à vegetação; - Testar previamente a aplicação da técnica de limpeza com atenção às orientações dos fabricantes dos produtos que venham a ser utilizados; - Testar primeiramente a lavagem com água a baixa e média pressão - FEL2 - com auxílio de escovas de cerdas naturais ou vegetais, se tal método se mostrar ineficiente, combinar com a lavagem com água e detergente não iônico - FEL3;

77


REVESTIMENTO DE PISO: PLACAS DE GRANITO piso hall/circulação social térreo Nº

DANOS

61

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Em último caso, deve-se testar a aplicação de limpadores ácidos – FEL4.

62

- Manchas de umidade.

- Observar se existe alteração na - Consultar fichas específicas sobre umidade - Consultar fichas específicas sobre umidade coloração das placas, especial- (FEU) a fim de identificar as possíveis causas (FEU) para recomendações para tratamento. mente um escurecimento próximo para tal dano. aos rejuntes.

63

- Desprendimento de placas.

- Eventuais danos referentes à umidade de- Verificar se existem peças soltas - Presença de umidade; vem ser sanados previamente; ou, se através de um teste de percussão, é possível verificar trechos - Ação do tempo; - Consultar fichas específicas sobre umidade “ocos”; - Perda de eficiência ou desgaste da arga- (FEU); - Caminhando sobre as peças tam- massa de assentamento; - A opção pela substituição das peças exigirá bém pode ser possível notar se elas muita cautela e precisão na execução dos sernão estão completamente fixas. viços visando substituição seletiva de peças; - Para a recolocação de peças, deve-se, primeiramente, atentar para as condições do substrato; - As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes; - Consultar fichas técnicas sobre arga-massa – FT2.

64

78

- Manchas de ferrugem.

- Observar se aparecem manchas - Oxidação de peças de ferro em contato com - Devem ser removidas as manchas de ferruavermelhadas nos pisos, especial- o granito. gem para evitar o desgaste do piso; mente nos locais próximos aos gra- Consultar fichas específicas sobre limpeza – dis. FEL7 e FEL8.


REVESTIMENTO DE PISO: PLACAS DE GRANITO piso hall/circulação social térreo Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

65

- Falta de uniformidade do materi- - Observar se existem placas apa-al; rentemente constituídas de material diferentes, com coloração diferen- Substituição de peças; te, que geram falta de uniformidade no piso da área observada. - Descontinuidade do material.

CAUSAS POSSÍVEIS

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

- Falta de manutenção;

- Caso seja necessária a substituição de peças, deve-se, primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes e as condições do substrato;

- Ação do tempo;

- Intervenções para atualização ou manutenção de instalações hidro sanitárias ou con- -As novas peças podem apresentar tamanho, dutores; cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes; - Intervenções descuidadas; - A opção pela substituição das peças exigirá - Substituição de peças. muita cautela e precisão na execução dos serviços visando substituição seletiva de peças; - Eventuais danos referentes à umidade devem ser sanados previamente;

- Consultar fichas específicas sobre umidade (FEU).

79


REVESTIMENTO DE PISO: GRANILITE sobrelojas – lojas no térreo – escadas térreo e sobreloja – escadas de segurança - guarda corpos Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

66

Perdas, quebras, fissuras e perfu- - Observar se aparecem no piso - Ação do tempo; -rações. fissuras, trinas e pequenas perfura- Movimentação do piso; ções. - Dilatação térmica;

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Os trechos de piso danificados deverão ser recompostos; - Consultar ficha técnica sobre granilite – FT4.

- Falta de manutenção; - Falha na execução do piso. 67

- Sujeira impregnada.

- Observar se existe sujeira impreg- - Falta de manutenção; nada no piso, especialmente nas - Ação do tempo; juntas de dilatação. - Fuligem; - Poluição.

- A limpeza periódica do piso de granilite pode ser realizada com água a baixa e média pressão – FEL2 combinadas com detergentes não iônicos – FEL3; - A finalização do piso de granilite se dá com a aplicação de camadas de resina protetora; - A limpeza química (ácida ou alcalina) deverá ser evitada, pois os produtos podem reagir com o granilite de forma diferente em cada trecho; - A limpeza abrasiva também deverá ser evitada, pois poderá remover partículas que compõem o piso. - Consultar fichas específicas sobre limpeza (FEL); - Consultar ficha técnica sobre granilite - FT4.

68

80

- Desgaste.

- Observar se o piso apresenta tre- - Trafego intenso; chos desgastados, onde aparentemente perderam a camada superior - Ação do tempo. ou se estão um pouco afundados,

- Consultar ficha técnica sobre granilite - FT4.


REVESTIMENTO DE PISO: GRANILITE sobrelojas – lojas no térreo – escadas térreo e sobreloja – escadas de segurança - guarda corpos Nº 68 69

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

em especial em áreas de trafego mais intenso. - Falta de uniformidade do materi- - Observar se existem trechos de - Falta de manutenção; - Os trechos que apresentam material incom-al; piso com textura, cor e material dispatível, irregular ou em desconformidade com - Ação do tempo; tintos. o piso de granilite deverão ser recompostos; - Irregularidade ou descontinuida- Intervenções para atualização ou manuten- - Consultar fichas técnica sobre granilite – -de do material. ção de instalações; FT4. - Intervenções sem cuidado ou sem critério.

81


REVESTIMENTO DE PISO: PASTILHAS CERÂMICAS halls sociais nos pavimentos-tipo Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

70

- Eventuais danos referentes à umidade deve- Destacamento das pastilhas ce- - Observar se existem peças de - Presença de umidade; rão ser previamente tratados; -râmicas; pastilhas de revestimento faltantes; - Ação do tempo; - Perda de peças. - Verificar se as pastilhas se des- Consultar fichas específicas sobre umidade prendem juto da argamassa de as- - Perda de eficiência ou desgaste da arga- (FEU) a fim de identificar a possíveis causas massa de assentamento; sentamento; para o dano; - Intervenções sem critério.

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

- Para reposição das peças faltantes atentar para as características das novas peças, pois elas podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes; - Deve-se conferir as condições do substrato e deve ser utilizada argamassa compatível com o mesmo; - Consultar ficha técnica sobre argamassa FT2.

71

- Falta de uniformidade do materi- - Observar se existem peças que se - Intervenções sem cuidado ou sem critério. -al; destacam do conjunto por serem distintas, diferente cor, textura ou - Substituição de peças; material.

- Caso a opção seja pela recomposição visual do conjunto, deve-se, primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes e as condições do substrato;

- Descontinuidade do material.

- As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes; - A opção pela substituição das peças exigirá muita cautela e precisão na execução dos serviços visando substituição seletiva de peças; - Consultar ficha técnica sobre argamassa FT2.

82


REVESTIMENTO DE PISO: PASTILHAS CERÂMICAS halls sociais nos pavimentos-tipo Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

72

- Rejuntamento danificado;

- Verificar a integridade do rejunta- - Presença de umidade; -mento das pastilhas de revestimen- Ação do tempo; to;

- Perda do rejuntamento;

73

CAUSAS POSSÍVEIS

- Rejuntamento incompatível.

- Observar se existem trechos fal- - Perda de eficiência da argamassa de rejuntantes, com fissuras ou coloração tamento; dife-rente. - Intervenções sem cuidado ou sem critério.

- Sujeira impregnada.

- Verificar se o revestimento apre- - Poluição; senta-se impregnado de sujeira, - Falta de manutenção; especialmente nas juntas. - Fuligem; - Desgaste ou perda do rejuntamento.

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Consultar fichas técnicas sobre argamassa - FT2.

- Testar métodos de limpeza a começar pelos mais simples e menos agressivos como a lavagem com água nebulizada (FEL1); - Existem produtos químicos disponíveis no mercado próprios para limpeza de azulejos e pastilhas cerâmicos, porém qualquer produto que venha a ser utilizado deve ser previamente testado; - A limpeza abrasiva deve ser evitada pelo risco de danificar e desgastar a superfície das peças e os rejuntamentos; Assim como a limpeza com produtos ácidos; - Produtos ácidos formulados especialmente para limpeza de pisos, azulejos e ladrilhos cerâmicos devem ser utilizados com cautela, somente após testes e devem ser aplicados sobre a superfície úmida para que a saturação de água proteja o piso e impeça que o produto penetre na cerâmica; Verificar a estanqueidade dos rejuntamentos antes da saturação da superfície;

83


REVESTIMENTO DE PISO: PASTILHAS CERÂMICAS halls sociais nos pavimentos-tipo Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

73

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Qualquer método de limpeza deve ser seguido de lavagem abundante com água limpa; - Antes da utilização de qualquer produto, devem ser observadas as indicações do fabricante; - Consultar fichas específicas sobre limpeza – FEL2 e FEL3

74

84

- Manchas de umidade nas pasti- - Verificar se existe alteração na cor - Presença de umidade. -lhas cerâmicas de revestimento. das pastilhas de revestimento, principalmente se há escurecimento.

- Consultar fichas específicas sore umidade (FEU) para definir quais as possíveis causas.


REVESTIMENTO DE PISO: PLACAS CERÂMICAS hall de serviços no bloco duplex - varandas de circulação de serviço nos pavimentos-tipo - corredor de serviços no térreo Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

75

- Perda, quebra de peças, fissuras - Verificar se existem trincas, fissuras - Dilatação térmica; e tricas. ou trechos quebrados; - Falta de manutenção; - Procurar trechos com quebras ou - Ação do tempo; peças removidas.

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Fissuras ou pequenos danos que não interfiram na estanqueidade da superfície ou não tragam riscos de segurança aos usuários podem ser apenas consolidados;

- Algumas pequenas fissuras podem ser repa- Intervenções para atualização ou manuten- radas usando-se cola tipo epóxi e argamassa; ção de instalações hidro sanitárias ou condutores; - Pequenas quebras podem ser suavizadas através da modelagem de porções de epóxi - Intervenções descuidadas; com tinta esmalte; - Perda da eficiência da argamassa de assen- - Caso seja necessária a substituição de petamento; ças, deve-se, primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as - Presença de umidade. pré-existentes e as condições do substrato; -As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes; - Eventuais danos referentes à umidade devem ser sanados previamente; Para tanto, consultar fichas específicas sobre umidade (FEU). - A opção pela substituição das peças exigirá muita cautela e precisão na execução dos serviços visando substituição seletiva de peças; - Consultar ficha técnica sobre argamassa FT2.

85


REVESTIMENTO DE PISO: PLACAS CERÂMICAS hall de serviços no bloco duplex - varandas de circulação de serviço nos pavimentos-tipo - corredor de serviços no térreo Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

76

- Falta de uniformidade do materi- - Observar se existem peças que se - Intervenções para atualização ou manuten-al; destacam do conjunto por serem ção de instalações hidro sanitárias ou condistintas, diferente cor, textura ou dutores; - Substituição de peças; material. - Intervenções sem cuidado ou sem critério. - Descontinuidade do material.

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Caso a opção seja pela recomposição visual do conjunto, deve-se, primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes e as condições do substrato; - As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes; - A opção pela substituição das peças exigirá muita cautela e precisão na execução dos serviços visando substituição seletiva de peças; - Consultar ficha técnica sobre argamassa FT2.

77

- Rejuntamento danificado; - Perda do rejuntamento; - Rejuntamento incompatível.

- Consultar fichas técnicas sobre arga-massa - Observar a integridade do rejun- - Presença de umidade; - FT2. tamento das peças cerâmicas; - Ação do tempo; - Observar se existem trechos faltantes, com fissuras ou coloração - Perda de eficiência da argamassa de rejuntamento; diferente. - Intervenções sem critério.

78

- Sujeira impregnada.

- Verificar se o revestimento apre- - Poluição; senta-se impregnado de sujeira, - Falta de manutenção; especialmente nas juntas. - Desgaste ou perda do rejuntamento.

86

- Testar métodos de limpeza a começar pelos mais simples e menos agressivos como a lavagem com água nebulizada (FEL1); - Existem produtos químicos disponíveis no mercado próprios para limpeza de azulejos cerâmicos, porém qualquer produto que venha a ser utilizado deve ser previamente testado;


REVESTIMENTO DE PISO: PLACAS CERÂMICAS hall de serviços no bloco duplex - varandas de circulação de serviço nos pavimentos-tipo - corredor de serviços no térreo Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

78

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - A limpeza abrasiva deve ser evitada pelo risco de danificar e desgastar a superfície das peças; Assim como a limpeza com produtos ácidos; - Produtos ácidos formulados especialmente para limpeza de pisos e azulejos cerâmicos devem ser utilizados com cautela, somente após testes e devem ser aplicados sobre a superfície úmida para que a saturação de água proteja o piso e impeça que o produto penetre na cerâmica; - Qualquer método de limpeza deve ser seguido de lavagem abundante com água limpa; - Antes da utilização de qualquer pro-duto, devem ser observadas as indicações do fabricante; - Consultar fichas específicas sobre limpeza – FEL2 e FEL3.

79

Manchas de umidade.

- Verificar se existe alteração na - Presença de umidade. cor das peças cerâmicas, principalmente se há escurecimento.

- Consultar fichas específicas sore umidade (FEU) para definir quais as possíveis causas.

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REVESTIMENTO DE PISO: PLACAS DE ARDÓSIA piso do salão de jogos – terraço-jardim Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

80

- Perda, quebra de peças, fissuras - Verificar se existem trincas, fissuras - Dilatação térmica; e tricas. ou trechos quebrados; - Presença de umidade; - Procurar trechos com quebras ou - Perda da eficiência da argamassa de assenpeças removidas. tamento; - Falta de manutenção;

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Caso seja necessária a substituição de peças, deve-se, primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes e as condições do substrato; -As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes;

- Ação do tempo;

- Eventuais danos referentes à umidade devem ser sanados previamente; Para tanto, - Intervenções para atualização ou manuten- consultar fichas específicas sobre umidade ção de instalações hidro sanitárias ou con- (FEU). dutores; - A opção pela substituição das peças exigirá - Intervenções descuidadas. muita cautela e precisão na execução dos serviços visando substituição seletiva de peças; 81

- Falta de uniformidade do materi- - Observar se existem peças que se - Intervenções para atualização ou manuten-al; destacam do conjunto por serem ção de instalações hidro sanitárias ou condistintas, diferente cor, textura ou dutores; - Substituição de peças; material. - Intervenções sem cuidado ou sem critério. - Descontinuidade do material.

- Caso a opção seja pela recomposição visual do conjunto, deve-se, primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes e as condições do substrato; - As novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes; - A opção pela substituição das peças exigirá muita cautela e precisão na execução dos serviços visando substituição seletiva de peças; - Consultar ficha técnica sobre argamassa FT2.

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REVESTIMENTO DE PISO: PLACAS DE ARDÓSIA piso do salão de jogos – terraço-jardim Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

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- Rejuntamento danificado;

- Observar a integridade do rejun- - Presença de umidade; - Consultar fichas técnicas sobre argamassa tamento das peças cerâmicas; - FT2. - Ação do tempo; - Observar se existem trechos faltantes, com fissuras ou coloração - Perda de eficiência da argamassa de rejuntamento; diferente.

- Perda do rejuntamento; - Rejuntamento incompatível.

CAUSAS POSSÍVEIS

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

- Intervenções sem critério. 83

- Sujeira impregnada.

- Verificar se o revestimento apre- - Poluição; senta-se impregnado de sujeira, - Falta de manutenção; especialmente nas juntas. - Desgaste ou perda do rejuntamento.

- Testar métodos de limpeza a começar pelos mais simples e menos agressivos como a lavagem com água nebulizada (FEL1); - Qualquer método de limpeza deve ser seguido de lavagem abundante com água limpa e clara; - Antes da utilização de qualquer produto, devem ser observadas as indicações do fabricante e devem ser realizados testes; - Consultar fichas específicas sobre limpeza (FEL) para selecionar o método mais adequado.

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VÃOS ESQUADRIAS E GRADIS: ESQUADRIAS DE MADEIRA Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

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- Consultar fichas específicas sobre umidade - Apodrecimento de peças devido à - Dar especial atenção às peças - Presença de umidade; (FEU); umidade. embutidas nas alvenarias ou em - Infiltração de água através das esquadrias contato com ela; e peitoris; - Consultar ficha técnica sobre esquadrias – FT3. - Ausência de pingadeiras; - Falta de manutenção.

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- Esquadrias empenadas.

- Consultar ficha técnica sobre esquadrias – - As peças de madeira das esqua- - Presença de umidade; FT3. drias incham com a umidade, deixando de fechar adequadamente. - Infiltração de água através das esquadrias e peitoris; - Ausência de pingadeiras; - Falta de manutenção.

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- Vidros quebrados ou faltantes.

- Observar se as esquadrias apre- - Vandalismo; sentam vidros quebrados ou racha- Falta de manutenção. dos ou falta de vidros.

- Os vidros quebrados ou faltantes devem ser substituídos ou recolocados.


VÃOS ESQUADRIAS E GRADIS: ESQUADRIAS DE METÁLICAS esquadrias de ferro - esquadrias de alumínio Nº

DANOS

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- Ferragens oxidadas ou danifica- - Verificar se as ferragens estão - “Encontrando pontos de oxidação, desmon-das. completas e se não possuem pon- te a peça, lixe retirando o excesso de tinta ou tos de oxidação. oxidação, dê um fundo de zarcão e repinte. Peças quebradas, que não for possível recuperar, tanto na ferragem de fixação ou na de vedação, substitua por similares de boa qualidade.” Manual do Projeto MONUMENTA. P.61

- Primeiramente deve ser feita a limpeza adequada em todas as peças. Para tanto, consultar fichas específicas sobre limpeza (FEL) para selecionar o método mais apropriado;

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- Vidros quebrados ou faltantes.

- Observar se as esquadrias apre- - Vandalismo; sentam vidros quebrados ou racha- Falta de manutenção. dos ou falta de vidros.

- Os vidros quebrados ou faltantes devem ser substituídos ou recolocados.

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- Substituição das esquadrias,

- Observar se existe variação de - Intervenções sem cuidado; modelos de esquadrias para áreas - Substituições arbitrárias. similares.

- Consultar ficha técnica sobre esquadrias – FT3.

- Ausência de uniformidade.

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

- “Aplicar duas demãos de fundo anti-corrosivo de boa qualidade; - Aplicar duas ou três demãos de aca-bamento na cor especificada com tinta ou esmalte sintético” Manual Projeto MONUMENTA. P.186

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VÃOS ESQUADRIAS E GRADIS: GRADIS METÁLICOS halls sociais - acessos para a garagem – aberturas nos volumes do pátio descoberto Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

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- Peças danificadas ou faltantes.

- Verificar a integridade das peças - Vandalismo; e se existem peças ou trechos fal- Falta de manutenção; tantes.

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Deve-se contratar profissional habilitado para tratamento das peças danifi-cadas ou produção das novas peças.

- Intervenções sem cuidado. 91

- Oxidação.

- Verificar se existem pontos oxida- - Perda da camada de proteção; dos. - Presença de umidade.

- Primeiramente deve ser feita a limpeza adequada em todas as peças. Para tanto, consultar fichas específicas sobre limpeza (FEL) para selecionar o método mais apropriado; - Depois de concluída a limpeza, será possível identificar se os pontos de oxidação poderão ser tratados ou se deverá ser feita a substituição do trecho ou peça oxidada; - Para o tratamento: “aplicar duas demãos de fundo anticorrosivo de boa qualidade; - Aplicar duas ou três demãos de acabamento na cor especificada com tinta ou esmalte sintético” Manual Projeto MONUMENTA. P.186

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VÃOS ESQUADRIAS E GRADIS: BLOCOS DE VIDRO COM VENTILAÇÃO pátio descoberto - corredor de serviços - garagem Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

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- Sujeira impregnada.

- Observar as peças e verificar se - Ação do tempo; apresentam sujeira impregnada; - Falta de manutenção;

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Consultar fichas específicas sobre limpeza (FEL) para selecionar o método mais adequado.

- Poluição; - Acúmulo de fuligem. 93

- Peças danificadas ou faltantes.

- Observar se existem peças da- - Falta de manutenção; nificadas, trincadas, fissuradas ou - Vandalismo; faltantes.

- Consultar ficha técnica sobre blocos de vidro com ventilação.

- Ação do tempo.

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VÃOS ESQUADRIAS E GRADIS: VÃOS Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

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- Pingadeiras danificadas ou fal- - Verificar se os peitoris das janelas -tantes. e contornos das fachadas do edifício possuem pingadeiras e se estas estão limpas e funcionando perfeitamente. Uma mancha escura nesses locais pode indicar a ausência de pingadeiras.

CAUSAS POSSÍVEIS

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

- Falha na execução;

- As pingadeiras deverão ser corrigidas ou executadas conforme necessário.

- A ausência ou a ineficiências das pingadeiras pode gerar novos danos relacionados à - Consultar ficha específica sobre umidade – umidade. FEU6. - Consultar fichas específicas sobre umidade – FEU4.3 e FEU6.

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- Consultar ficha específica sobre umidade – - Inclinação do peitoril e soleira in- - Verificar se os peitoris das janelas - Falha na execução; FEU4.3. correta. e as soleiras das portas possuem inclinação em direção ao exterior. - A inclinação incorreta dos peitoris e soleiras pode gerar outros danos, pois deixa a água em contato com as paredes por mais tempo, ao invés de expulsá-la, favorecendo a infiltração de água nesses pontos.

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- Infiltração nos rejuntamentos dos - Verificar se o rejuntamento de ar- - Perda de eficiência dos rejuntes; peitoris. -gamassa entre os peitoris e as paredes está em bom estado e sem - Falha na impermeabilização. infiltrações.

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- Consultar fichas técnicas sobre argamassa – FT2; - Consultar ficha específica sobre umidade FEU4.3.


PICHAÇÃO fachadas Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

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- Pichação.

- Observar se existem pichações - Vandalismo. nas fachadas.

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO - Consultar fichas especificas sobre limpeza FEL7 e FEL6 - para selecionar o método mais adequado para remoção.

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QUESTÕES ESTRUTURAIS concreto armado Nº

DANOS

DIAGNÓSTICO

CAUSAS POSSÍVEIS

RECOMENDAÇÕES PARA REPARO

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- Corrosão do aço embutido.

- Verificar se os elementos estrutu- - Presença de umidade; ras, vigas e colunas, apresentam - Falha de execução; despren-dimento de concreto;

- Verificar se há presença de umidade, para tanto consulte as fichas específicas sobre umidade (FEU);

- Observar se aparecem manchas - Técnicas de execução inapropriadas; nos elementos estruturais; - Má qualidade dos materiais; - Observar se existem trincas e fissuras que se assemelham a linhas de mapas;

- Pode ser necessário realizar aberturas de inspeção e análises laboratoriais; - Deve ser contatado um profissional especializado em estruturas para determinar os tratamentos adequados.

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- Perda do cobrimento da armadu- - Observar se existem trechos onde - Corrosão do aço embutido; -ra. o concreto de cobrimento da armadura se perdeu e o aço embutido - Ação do tempo; encontra-se aparente. - Falta de manutenção.

- Deve ser contatado um profissional especializado em estruturas para determinar os tratamentos adequados.

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- Problemas estruturais;

- Deve ser contatado um profissional especializado em estruturas para determinar os tratamentos adequados.

- Recalques das fundações; - Flexão de vigas. 101

- Trincas e fissuras.

- Observar se as vigas apresentam - Compactação do solo; deformações. - Sobrecargas; - Inadequações de projeto. - Procurar por trincas e fissuras em - Corrosão do aço embutido; elementos estruturais, mas também - Recalques estruturais; em paredes de vedação. - Sobrecargas.

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- Deve ser contatado um profissional especializado em estruturas para determinar os tratamentos adequados.


FICHAS ESPECÍFICAS Fichas específicas sobre umidade - FEU A umidade é uma patologia que se encontra por trás das causas de inúmeras outras, portanto é de suma importância identificar e classificar as variadas causas desse fenômeno para que seja possível selecionar um tratamento apropriado. Consideraremos os métodos de diagnósticos mais simples, baseados fundamentalmente na observação. As causas principais de aparecimento de umidade nas superfícies de uma edificação, segundo descrevem John e Nicola Ashurst são: infiltração de água da chuva, umidade ascendente (água presente no solo conduzida por capilaridade), presença de sais higroscópicos na composição das superfícies e condensação das partículas de água do ar nas superfícies do edifício. (ASHURST, John & ASHURST, Nicola. Practical Building Conservation, Vol. 2. Hants, Gower, 2005.)

FEU1. UMIDADE ASCENDENTE “É independente das estações do ano, sobe pelas alvenarias até uma altura de cerca de 2 – 3 metros, impregnando-a em toda a espessura. Desaparece ao fim de um tempo relativamente longo, 3 – 4 anos, depois de se ter claramente eliminado a causa.” (CAMPANELLA, 2003, p.68) Nos casos de umidade ascendente, a água migra no interior da parede por capilaridade até encontrar uma superfície de evaporação. John e Nicola Ashurst observam que a presença de sais higroscópicos e o aparecimento de eflorescências quase sempre representam um sintoma da umidade ascendente. (Sobre os sais higroscópicos, consultar FEU2).

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O esquema ao lado apresenta simplificadamente o conceito da umidade ascendente, na qual a umidade parte do solo e migra pelo interior da parede e, na maioria dos casos, carrega consigo sais solúveis do solo que se cristalizam sobre a superfície da parede ou sob a argamassa de reboco ou revestimento, dependendo da porosidade do revestimento. A altura máxima da parede até onde poderão ser observadas as manchas de umidade dependerá de alguns fatores como, por exemplo, a espessura da parede e as características referentes à permeabilidade dos materiais que a compõem, assim como o acabamento da superfície. Ilustração com base em Carbonara, 2004.

Segundo Campanella, “a umidade só tende a subir, isto é, tornar-se umidade ascendente, quando é originada numa coluna de água que tem sua base na água subterrânea. Caso contrário, a propagação da umidade é do tipo gravitacional, dirigida para baixo; só se torna ascendente se a parede ou muro está já saturado na parte inferior”. P.68. As principais fontes de água que podem levar ao aparecimento da umidade ascendente são poças d’água que se formam próximas às bases das paredes, vazamentos de tubulações de abastecimento ou de captação e condução de águas pluviais, ainda podem ser provenientes de infiltrações nas fundações do edifício. A infiltração de água no piso ou nas intersecções entre o piso e as paredes também pode resultar em umidade ascendente. (Sobre umidade de infiltração, consultar FEU4).

Ilustração com base em Carbonara, 1996.

No caso da umidade ascendente, a quantidade de água dentro das paredes é maior quanto mais próximo do solo. A concentração de água no interior da parede em função da altura pode ser observada nos croquis abaixo: Para identificar esse tipo de umidade deve-se observar primeiramente o formato da mancha, se ela é mais ou menos horizontal e corre ao longo de toda ou quase toda a extensão da base da parede. É importante também notar se o piso apresenta-se úmido e, além disso, observar se as paredes e piso onde aparecem essas manchas estão sobre reservatórios, sobre coletores e condutores de águas pluviais ou sobre as fundações do edifício. (Manual Projeto MONUMENTA).

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Um tratamento equivocado comumente utilizado é o encobrimento da superfície onde aparecem as manchas de umidade com material de característica impermeável. Porém, ao se aplicar um revestimento ou um produto impermeabilizante na superfície afetada, a água subirá ainda mais buscando uma área de evaporação e, portanto, aumentará a área afetada. O controle da umidade ascendente se dá removendo as fontes de água de onde migra a umidade e algumas medidas de manutenção preventiva são:

Ilustração com base no Manual de Conservação preventiva para edificações do PROGRAMA MONUMENTA.

Revisar periodicamente as calhas, coletores e condutores de águas pluviais para se certificar de que estão limpos, desentupidos e que a vazão foi estimada corretamente. Da mesma forma, é indispensável controlar o empoçamento de água no terreno, em especial próximo às bases da parede. Deve-se, portanto, conferir o nivelamento, escoamento e a impermeabilização do terreno. Os sistemas de esgoto também devem ser revisados periodicamente e estar completamente funcionais. Ainda, para impedir o surgimento da unidade ascende por infiltração na base das paredes, deve-se verificar se os sistemas de impermeabilização, as juntas e revestimentos dos pisos e paredes encontram-se em bom estado. (Sobre impermeabilização, consultar FT1). Instalação de barreira física:

Fonte: Manual de Conservação preventiva para edificações. Minc – Ministério da Cultura. IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. UCG/ PROGRAMA MONUMENTA. P.144.

Uma técnica que pode ser utilizada para controlar a umidade ascendente é a instalação de barreiras físicas horizontais na parede, segundo os esquemas a seguir: Nas referências consultadas são indicados alguns sistemas mais sofisticados, que necessitam de uma análise aprofundada e da contratação e supervisão de pro-fissionais habilitados, por exemplo, o rebaixamento do lençol freático ou a criação de barreiras químicas que impeçam a migração da água pelo interior das pa-redes. A remoção dos sais que cristalizam na superfície das paredes deve ser feita somente depois de resolvido o problema da umidade ascendente. (Sobre os Sais higroscópicos consultar FEU2). 99


FEU2. PRESENÇA DE SAIS HIGROSCÓPICOS

Fonte: Manual de Conservação preventiva para edificações. Minc – Ministério da Cultura. IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. UCG/ PROGRAMA MONUMENTA. P.131.

“O movimento da umidade por capilaridade através de alvenaria é frequentemente associado à deposição de sais com tendência a concentrar-se, principalmente, sob ou na superfície da parede. As forças de ruptura associadas à cristalização desses sais geram deterioração, normalmente vista como sulcos, pulverização e descamação da alvenaria. A remoção da umidade das paredes associada a um tratamento de impermeabilização ou a eliminação da fonte de água do solo também podem levar a um aumento em vez de diminuir, a menos que sejam tomadas medidas para reduzir o teor de sal da alvenaria. Certos sais, particularmente alguns cloretos, são higroscópicos ("buscam água') e podem absorver a umidade diretamente da atmosfera, e a umidade e a deterioração podem persistir mesmo depois que a umidade proveniente da base do muro seja interrompida. Nestas circunstâncias, o sal deve ser removido ou pelo menos substancialmente reduzido na alvenaria, para a deterioração ser controlada.” (John e Nicola Ashurst, 2005. Vol.2. P.68) FEU2.1 UMIDADE POR CARACTERÍSTICA HIGROSCÓPICA DOS MATERIAIS Esse é um tipo de umidade que aparece quando algum dos materiais constituintes das paredes ou do teto apresenta-se contaminado pontualmente por sais higroscópicos, esses sais drenam a umidade do ambiente, configurando áreas úmidas isoladas na parede, concentradas em pontos específicos. Portanto, para identificar esse dano é necessário observar se as manchas encontram-se isoladas na parede com maior umidade no centro diminuindo gradativamente nas extremidades. Áreas pulverulentas ou em degradação também são sintomas desse tipo de umidade. Outra possível causa para o aparecimento de sais higroscópicos, além da contaminação prévia dos materiais é a queima de combustíveis fósseis. A confirmação da presença desses sais poderia ser realizada através da análise dos materiais constituintes das paredes.

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FEU2.2 SALINIZAÇÃO OU EFLORESCÊNCIA A presença desse dano está diretamente relacionada à umidade ascendente. Os sais presentes no solo são carregados pela água por capilaridade e cristalizam na superfície da parede. (Sobre umidade ascendente, consultar FEU1).

Fonte: Manual de Conservação preventiva para edificações. Minc – Ministério da Cultura. IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. UCG/ PROGRAMA MONUMENTA. P.136.

As eflorescências dependem de características da argamassa de reboco, do revestimento ou de pintura, por exemplo, da porosidade. Caso o revestimento atue como uma película impermeável na parede, a passagem dos sais será restrita e estes acabarão cristalizando sob a camada de revestimento, gerando o desprendimento do que estiver sobre ele. Os métodos para remoção de sais, segundo John e Nicola Ashurst podem ser compressas de argilas absorventes ou a utilização de argamassas de sacrifício. É necessária a utilização de mão de obra especializada e não há restrições quanta à área de aplicação, a não ser áreas que possam vir a sofrer mais danos por conta da saturação necessária à aplicação da técnica. Se a causa da umidade ou a fonte de contaminação dos sais for eliminada, uma única aplicação da técnica será eficiente para um resultado prolongado, porém caso não seja possível eliminar completamente a causa da salinização, a técnica de remoção de sais deverá ser reaplicada a cada 5 ou 10 anos.

Fonte: Manual de Conservação preventiva para edificações. Minc – Ministério da Cultura. IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. UCG/ PROGRAMA MONUMENTA. P.137.

Seguem as descrições para aplicação das técnicas como descritas em Practical building conservation, vol2.: Tratamento com argilas absorventes: A superfície é saturada com jatos de água durante alguns dias que dependerão da constituição da parede, por exemplo, da porosidade da alvenaria e da argamassa, mas deve ser de pelo menos três dias e três noites. Depois de terminado o processo de umidificação, a argila absorvente é misturada com quantidade de água suficiente para formar uma pasta pegajosa sendo misturada manualmente ou com um equipamento mecânico dependendo da quantidade necessária. 101


A mistura deve ser aplicada à parede em uma camada de 20 a 25mm de espessura e deve ser protegida de modo que permaneça ali o maior tempo possível que pode variar de poucos dias a algumas semanas, de acordo com o nível de salinização presente na parede e a espessura da parede, por exemplo. O rendimento da argila é de aproximadamente 50kg para 3m². À medida que a argila drena a parede, a água evapora pela argila deixando os sais que acabam cristalizando sobre a camada de argila. É possível que seja necessário reaplicar a técnica algumas vezes até que se tenha reduzido consideravelmente os níveis de sais no material, porém para determinar tais níveis devem ser realizados testes antes, durante e depois da aplicação da técnica. Pode até ser um tratamento lento, porém não necessita tanto de supervisão. Parte da argila irá desprender e soltar-se sozinha, porém o que restar deverá ser removido com a utilização de escovas de cerdas duras. Consultar Ficha específica sobre limpeza (FEL7). Tratamento com argamassa de sacrifício: Quando não for possível utilizar as argilas absorventes, a opção indicada por John e Nicola Ashurst é a utilização da argamassa de sacrifício. Trata-se da aplicação de uma argamassa bastante porosa sobre a parede. A evaporação da água através dessa argamassa resultará na transferência dos sais da parede para a argamassa de sacrífico. Esse tratamento pode utilizado quando a umidade ascendente não puder ser efetivamente combatida. Da mesma forma como no tratamento com argila absorvente, a parede é umedecida e é aplicada a argamassa composta de 1 parte de cal para 4 partes de areia numa espessura de 12mm, se possível dos dois lados da parede até uma altura de 50mm acima da área de evaporação e/ou cristalização dos sais. A argamassa de sacrifício irá deteriorar-se com o passar do tempo e é provável 102


que necessite ser reaplicada, porém a alvenaria estará protegida e livre dos sais. “Argamassas de sacrífico são métodos relativamente lentos de dessalinização de alvenaria. Um período de vários meses pode ser necessário dependendo do nível de sais e quantidade de evaporação. Foi observado mais sucesso em paredes onde a umidade ascendente ainda estava presente, antes da instalação e qualquer método de impermeabilização.” (John e Nicola Ashurst, 2005.Vol1. P.72 Ilustração com base em Carbonara,1996.

FEU3. UMIDADE DE CONDENSAÇÃO “Umidade de condensação é observável todos os anos na mesma estação e encontra-se na superfície do edifício e qualquer altura ou nível. É facilmente eliminável através do calor e da ventilação, mas pode aparecer de novo com facilidade. Nesses casos é difícil fazer um diagnóstico, porque as manchas podem estar secas e a umidade de condensação pode confundir-se com outro tipo de umidade.” (CAMPANELLA, 2003. P.68) No caso da umidade de condensação, o vapor d’água quente irá literalmente condensar em contato com a superfície fria das paredes e teto do ambiente, portanto, estão normalmente presentes em ambientes com grandes variações de temperatura, com alta umidade relativa do ar e circulação de ar um pouco restrita. Uma característica comum é a presença de machas escuras de fungos, ao passo que sais higroscópicos não são observados. No caso da umidade de condensação a quantidade de água independe da altura na parede, a condensação é homogênea. A concentração de água no interior da parede em função da altura pode ser observada nos croquis abaixo. Diagnósticos de umidade de condensação podem ser obtidos realizando algumas medições com equipamentos específicos: temperatura do ar, temperatura das paredes (a temperatura das paredes será inferior à temperatura do ar nos casos de umidade de condensação) e umidade relativa do ar. Para combater a umidade de condensação seria necessário controlar o nível de 103


umidade relativa do ar, mantendo o valor inferior a 70%, aumentar o calor nas superfícies e promover maior circulação do ar, ventilação.

FEU4. UMIDADE POR INFILTRAÇÃO “As causas das infiltrações podem ser múltiplas: fissuras no reboco, separação de materiais de características diversas (..), defeitos dos rebocos (de composição ou de coesão entre reboco e suporte), degradação da argamassa, defeitos de ligação entre caixilhos e alvenarias. Se as infiltrações são devidas a causas localizadas, também as manifestações da umidade serão localizadas.” .” (CAMPANELLA, 2003. P.68) FEU4.1 INFILTRAÇÃO POR DEFICIÊNCIA DO SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO E DANOS NOS REVESTIMENTOS E JUNTAS Fonte: Manual de Conservação preventiva para edificações. Minc – Ministério da Cultura. IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. UCG/ PROGRAMA MONUMENTA. P.130.

As causas de infiltração em piso podem estar diretamente relacionadas à ineficiência do sistema de impermeabilização do piso, além da existência de fis-suras ou desgaste no piso e danos nas juntas das placas de revestimento. Ainda um ponto de infiltração bastante frequente é a tangencia das paredes externas com o piso, onde a água, por capilaridade, se expande internamente à parede. FEU4.2 INFILTRAÇÃO POR DANOS NA TUBULAÇÃO EMBUTIDA

Exemplo no Edifício Anchieta. Acervo pessoal, maio 2012.

Apresenta-se como uma mancha isolada na parede e possui áreas pulverulentas e em degradação. É necessário certificar-se se existem tubulações em-butidas correndo atrás dessas áreas e se as manchas são realmente resultado de vazamento dessas tubulações. No caso de manchas permanentes, o va-zamento é resultado das tubulações de abastecimento de água fria, já se as manchas surgem ou escurecem após períodos de chuvas, o vazamento deve estar localizado nas tubulações de condução de águas pluviais. Deve ser realizada vistoria nas tubulações a fim de identificar os vazamentos e, depois de localizadas, as peças danificadas devem ser substituídas, conforme

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em croqui ao lado. FEU4.3

INFILTRAÇÃO NAS EXTREMIDADES DE VÃOS E ESQUADRIAS

“A infiltração de água pelas paredes ocorre, principalmente, junto a elementos sacados, sobre os quais a água se acumula e onde podem ocorrer, fre-quentemente, fissuras no reboco.” (Manual Projeto MONUMENTA. p.152) As recomendações para tratamento são retirar o material danificado, selar e impermeabilizar os pontos de infiltração e refazer o reboco. Croqui de ficha de aplicação técnica. Fonte: Manual de Conservação preventiva para edificações. Minc – Ministério da Cultura. IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. UCG/ PROGRAMA MONUMENTA. P.149

A infiltração nesses locais pode ocorrer por ineficiência das esquadrias que, por terem perdido a estanqueidade, acabaram gerando novos pontos de in-filtração. Os peitoris das janelas podem também estar favorecendo a infiltração de água se tiverem sido mal executados, com inclinação errada, ao invés de afastar a água, eles acabam gerando o acúmulo de água na superfície das paredes e proximidade dos caixilhos. Ainda são pontos bastante suscetíveis a infiltração, os rejuntes das pastilhas cerâmicas e placas de granito de revestimento, visto que ficam diretamente em contato com a água das chuvas, assim como a ausência, falha na execução ou dano nas pingadeiras. (Consultar ficha específica sobre umidade- FEU6) Deve ser corrigida a inclinação dos peitoris e devem ser refeitas ou corrigidas as pingadeiras. (Consultar ficha específica sobre umidade FEU6).

Acervo pessoal, maio 2012.

Corte esquemático da fachada com indicação dos principais pontos onde ocorrem os desprendimentos de pastilhas.

As condições da argamassa de assentamento e o rejuntamento das pastilhas devem ser revidados periodicamente. (Consultar Ficha técnica sobre arga-massa - FT2.2 e consultar ficha técnica sobre esquadria - FT4).

FEU5. DESENVOLVIMENTO DE VEGETAÇÃO E COLONIZAÇÃO BIOLÓGICA O surgimento de fungos, bactérias, bolor e mofo está diretamente relacionado aos problemas de umidade que devem ser sanados antes de dar início ao trata105


mento da colonização biológica. Os Tratamentos devem ser pontuais e dirigidos e, além de processos mecânicos, devem ser utilizados desinfestantes líquidos, em gel ou em pó e o efeito tóxico do produto aplicado deve decrescer rapidamente. (Manual de conservação preventiva das edificações)

Acervo pessoal. Maio 2012.

Com base nas referências consultadas, a superfície deve ser lavada com solução de hipoclorito de sódio, depois lavado com água limpa e, em seguida, deve ser aplicado um fungicida. Mário Mendonça de Oliveira e Cybele Celestino Santiago, em um Estudo da degradação biológica de um mural de 1988, indicam o PREVENTOL R90 e o VANCIDE E51 como fungicidas testados para tais fins. A remoção do fungicida deverá ser feita através de escovação e então o revestimento poderá ser refeito. Em Atlante del restauro Tomo secondo, o croqui ao lado exemplifica o processo de tratamento: 1. Aplicar produto desinfetante com nebulizador ou com escavas macias. 2. Escovar com uma escova macia para a superfície absorver o desinfetante. 3. Remoção das colônias com espátulas de “teflon” ou escovas de madeira. 4. Remoção dos depósitos com esponja e água pura. No caso do desenvolvimento de vegetação, é provável que as raízes do espécime já tenham ultrapassado os revestimentos e muitas vezes já estejam envolvidas em meio a alvenaria.

Fonte: Carbonara, 2004: 683.

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Também segundo o Atlante del restauro, podem ser aplicados dois tipos distintos de herbicida, um com absorção foliar que que seca as folhas e caule entre dois e três dias, assemelha-se a uma espécie de queimação e impede que os nutrientes sejam carregados para as raízes e um segundo tipo de produto que circula no vegetal até atingir a raiz.


1.

2.

FEU6. MANCHA DE UMIDADE POR FALHA DE ACABAMENTO As falhas no detalhamento ou acabamentos mal executados favorecem o aparecimento de manchas de umidade. Quando não existem pingadeiras, quando não foram executadas ou quando estão sujas e perdem a eficiência, a água fica constantemente em contato direto com os contornos das escadas e das fachadas, por exemplo. Esses tipos de manchas também podem ser vistos abaixo dos peotoris de janelas, por exemplo, como consequencia da inexistência ou ineficiência de pingadeiras.

Fonte: Carbonara, 2004: 682.

Devem ser executadas ou corrigidas as pingadeiras conforme necessário.

Foto: acervo pessoal. Maio, 2012.

Foto: acervo pessoal. Maio, 2012.

Detalhe de pingadeiras. Disponível em: http:// amaurysiqueira.pcc.usp.br/argamassa.htm. Acesso em: 19/05/2013.

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Fichas específicas sobre limpeza – FEL “A limpeza consiste numa série de operações destinadas a remover da superfície de um material as substâncias estranhas, patogênicas e que provocam degradações.” (CAMPANELLA, 2003. P.82) A ação que primeiro relaciona-se a conservação e manutenção é a limpeza, porém uma porção de danos podem surgir devido a descuidos ou utilização de técnicas inapropriadas. Os tipos e técnicas de limpeza a serem adotados dependem da superfície onde serão aplicados para serem eficientes sem danificar os materiais. As técnicas existentes para limpeza variam desde simples lavagem com água até sofisticados sistemas como ultrassons ou aplicação de laser que dependem de materiais específicos e profissionais habilitados para sua execução. “Um projeto de limpeza bem planejado é um passo essencial na preservação, reabilitação ou restauração de um prédio de alvenaria histórica.” (Preservation Brief 1- Cleaning and Water-Repellent Treatments for Historic Masonry Buildings) Segundo o Preservation brief 1, primeiramente deve-se identificar o que é para ser removido, em seguida analisar a superfície a ser limpa e compreender os materiais que a constituem, depois é necessário escolher o método de limpeza mais adequado. (Preservation brief 1). As Fichas Específicas sobre Limpeza – FEL tem como objetivo apresentar as diferentes técnicas e métodos de limpeza para embasar a escolha do método mais adequado ao tipo de sujidade a ser removida e a cada material ou superfície onde será aplicado, para tanto nos deteremos a indicar os métodos mais usuais e factíveis. Segundo a publicação Campanella, existem, de maneira geral, três níveis de impurezas a serem removidas:

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1. Depósitos que se acumulam por gravidade, pela água atmosférica ou ascensão “e que não apresentam nenhum tipo de coesão ou reação com o material de suporte”p.83. 2. Substâncias que tendem a “solidarizar-se com a superfície das obras, por exemplo, manchas, partículas atmosféricas, sais.” p.83. 3. “Estrato superficial que se forma sobre o material, sempre que substâncias externas, voláteis ou sólidas, se combinam com o material de revestimento e aca-bamento superficial, alterando sua composição química e dando origem a produtos secundários de reação: é o caso do óxido de ferro (ferrugem) que se forma sobre as superfícies metálicas, ou dos sulfatos, denominados crostas por causa do seu aspecto, que se formam sobre os materiais pétreos.” P83. É importante salientar que os sistemas de limpeza devem ser previamente testados, a fim de certificar-se de que o método escolhido não acarretará novos danos, como manchar ou corroer as superfícies. Para os testes, podem ser contratos profissionais qualificados e devem ser realizados registros detalhados do processo, com fotografias antes durante e depois das aplicações. As instruções dos fabricantes, composição e FICHAS DE SEGURANÇA de todos os produtos a serem utilizados devem ser observadas atentamente e seguidas rigorosamente. O Preservation Brief 1 - Cleaning and Water-Repellent Treatments for Historic Masonry Buildings considera os métodos de limpeza divididos em três grupos: métodos de limpeza com água, que amolecem ou dissolvem as sujidades, métodos químicos, que reagem com a sujidade ou com o material do substrato e métodos abrasivos. Além disso, aponta que independente do método utilizado, a aplicação deve se dar de baixo para cima, o oposto do que indicaria o senso comum, pois qualquer escorrimento sobre uma superfície já limpa não implicaria em manchas, desde que essa superfície seja constantemente enxaguada. A superfície onde ainda não foi executada a limpeza estará mais suscetível a absorver o produto ou reagir com ele.

MÉTODOS DE LIMPEZA COM ÁGUA Métodos de limpeza com água necessitam de uma garantia de que o edifício encontra-se estanque, pois eventuais infiltrações e fissuras nos acabamentos e nos rejun-tamentos poderiam desencadear novos danos

FEL1. LAVAGEM COM ÁGUA NEBULIZADA Pode ser considerado o método mais suave, é lento, porém bastante eficaz. Trata-se da pulverização ou nebulização prolongada com água sobre a superfície. Não acarretará novos danos à superfície para a qual é indicado, dando atenção às restrições referentes aos tratamentos com água, não aplicação em materiais que possam ser danificados pelo excesso de água ou que sejam compostos por substâncias solúveis ou pouco resistentes, por exemplo, alguns tipos de pedra, argamassa ou pinturas. Remove substâncias solúveis, será eficiente para remoção de fuligem acumulada e crostas. Indicação: calcário, granilite, granito, mármore e peças cerâmicas.

FEL2. LAVAGEM COM ÁGUA A BAIXA E MÉDIA PRESSÃO Trata-se de um método de limpeza bastante comum e eficiente para remoção de fuligem, poluentes e sujidades impregnadas. Devem ser realizados testes preliminares para definir a pressão a ser aplicada sem danificar a superfície, a começar com as pressões mais baixas e controlar de acordo com o grau de impregnação de sujidade que se deseja remover a os tipos de superfície. Pode ser considerada a utilização de escovas de cerdas macias, não utilizar cerdas metálicas, para não danificar a superfície e expor partes sensíveis. É extremamente necessário conferir atenção a potencia e intensidade com que 109


é aplicada a água e, para não saturar a superfície, é aconselhável que a quantidade de água utilizada seja controlada e que sejam feitos intervalos espaçados, ao invés de se utilizar jatos contínuos. Segundo John e Nicola Ashurst, a maioria dos danos causados por métodos de limpeza com água diz respeito à saturação, por isso afirmam que “os programas de limpeza bem sucedidos são aqueles com suficiente versatilidade para utilizar a mínima quantidade de água necessária para o tempo mínimo necessário exatamente onde é preciso e em nenhum outro lugar.” (John e Nicola ASHURST. Vol. 1. P. 46) Alguns dos danos que podem resultar de saturação são o surgimento de eflorescências e o desprendimento de juntas e materiais frágeis que podem ser eliminados junto da sujeira. Indicação: ardósia, cimentado, concreto, granilite, granito e peças cerâmicas.

FEL3. LAVAGEM COM ÁGUA E DETERGENTES Caso as sujidades incrustadas na superfície tenham características oleosas, será necessária a combinação das técnicas FEL1 e/ou FEL2 com a aplicação de detergentes. Segundo o Preservation brief 1, uma importante recomendação para o tipo de detergente a ser utilizado é que seja um detergente não iônico, pois estes não deixam resíduos sólidos, portanto, deve-se observar atentamente as especificações dos produtos a serem utilizados e as recomendações técnicas dos fabricantes. Com auxilio de uma escova de cerdas macias, as sujidades incrustadas ou depositadas em pequenos vãos e detalhes serão mais facilmente eliminadas. Ao final a limpeza, é necessário enxaguar com água limpa. Indicação: ardósia, cimentado, concreto, granilite, granito e peças cerâmicas.

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MÉTODOS QUÍMICOS DE LIMPEZA Métodos químicos de limpeza são aplicados para remoção de crostas, manchas, estratos sedimentados de partículas, ceras, filmes protetores de alvenaria e paramentos, grafites, revestimentos metálicos e vegetação. A limpeza química pode ser ácida, básica (alcalina) ou à base de compostos orgânicos e tanto os tratamentos ácidos quanto os básicos necessitam da utilização de água. Os riscos da limpeza química são primeiramente os mesmos da limpeza com água, já que a maioria exige saturação prévia da superfície e todos necessitam de enxague, porém existem também os riscos para o aplicador, as questões ambientais e a possibilidade de, em não se conhecendo exatamente os componentes da superfície onde será aplicado o produto, as soluções gerarem novos danos. O produto pode reagir com a superfície, dissolvendo alguns componentes ou gerando eflorescências, por exemplo. Por isso vale reforçar a necessidade de testes preliminares, de conhecer a composição da superfície onde será aplicado, de conhecer a composição dos produtos e de seguir à risca todas as instruções e FICHAS DE SEGURANÇA dos produtos fornecidas pelos fabricantes.

FEL4. LIMPADORES ÁCIDOS Os produtos químicos para limpeza comerciais são, normalmente, soluções de ácido fluorídrico e, em alguns casos, com ácido fosfórico. A superfície onde será aplicada a solução deve ser previamente umedecida, até mesmo saturada, para controlar a absorção do produto pela superfície a ser limpa, por isso também deve permanecer úmida durante todo o processo de atuação do ácido. Deve ser necessária a neutralização da ação do ácido com aplicação de solução básica e ao final é preciso enxaguar com água limpa. Indicação: ardósia, arenitos, concreto, granitos.


FEL5. LIMPADORES ALCALINOS Normalmente são soluções de hidróxido de amônia ou hidróxido de potássio que podem ser complementadas com um detergente não iônico. Depois de aplicadas na superfície é necessário um tempo de espera, superior ao tempo de espera dos produtos ácidos, em seguida é preciso lavar a superfície com uma solução normalmente de ácido acético para neutralizar a ação da base e, finalmente, um enxague com água limpa. Indicação: calcário, arenito calcário, granito polido, mármore polido ou não e tijolos de vidro.

FEL6. PRODUTOS REMOVEDORES DE TINTA Os produtos químicos removedores de tintas podem ser alcalinos e “estes são em grande parte da mesma composição dos agentes de limpeza alcalinos, contendo hidróxido de potássio ou de amônio, ou fosfato trissódico. São utilizados para remover o óleo, tintas acrílicas e látex, são eficazes para a remoção de várias camadas de tinta. (..) Tal como acontece com outros produtos de limpeza alcalinos, tanto uma lavagem de neutralização ácida e quanto um enxague final com água são geralmente necessárias após o uso de decapantes alcalinos.” (Preservation brief 1) Existe ainda a possibilidade de se utilizar removedores de tinta à base de solventes orgânicos que variam e pode incluir uma combinação de alguns solventes, in-cluindo o cloreto de metileno, metanol, acetona, tolueno e xileno. (Preservation brief 1) Indicação: seguindo as recomendações para aplicação de produtos químicos, podem ser utilizados onde houver necessidade de remoção de camadas de tinta.

FEL7. ARGILAS ABSORVENTES

Uma espécie de compressa é feita misturando argila absorvente em pó com um líquido solvente ou removedor formando uma pasta. A mistura age sobre a superfície durante o tempo necessário para remover as manchas, à medida que o produto seca, ele absorve a coloração do material. Nesse caso, de utilização de material absorvente, não é necessário molhar a superfície anteriormente, porém depois de removida a substancia, a superfície deve ser completamente lavada com água limpa. Por não ser necessária a saturação prévia da superfície, configura-se como uma boa alternativa para remoção de sujeira em argamassa sem danificá-la. Indicação: remoção de sujeira impregnada, manchas de grafite e tinta. MÉTODOS ABRASIVOS Muitas considerações devem ser feitas antes de se optar por um método de limpeza abrasiva, já que a maioria dos materiais é sensível a esses tratamentos que tendem a corroer a superfície dos materiais onde são aplicados ou desprender componentes. De maneira geral, a limpeza abrasiva não é indicada para tratamentos em edifícios históricos. Dentre os principais riscos estão: danificar juntas em argamassa, trincar alvenarias e argamassas, gerar pontos suscetíveis ao acúmulo de poluentes e sujidades, consequentemente, gerar focos para novos danos.

FEL8. LIMPEZA MICROABRASIVA Métodos de limpeza abrasiva podem ser muito destrutivos para edifícios históricos. Pouquíssimos são os casos para os quais é possível a indicação de limpeza do tipo abrasiva. De qualquer forma, é necessária a presença de profissional habilitado para verificar as condições do material que receberá a técnica além de acompanhar todo o processo.

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Algumas variáveis ainda podem influenciar no resultado da aplicação técnica, como o tamanho das partículas abrasivas, a precisão do equipamento utilizado, a habilidade do operador e, principalmente, a pressão aplicada pelo equipamento. Uma limpeza com pequena quantidade de partículas injetadas num fluxo de água em baixa pressão pode ser o mais sutil dos sistemas de limpeza abrasiva e pode ser indicado para limpeza de peitoris ou outros detalhes em pedra das fachadas, porém somente se os sistemas de limpeza mais suaves já tenham sido utilizados e não tenham sido bem sucedidos. Indicação: partes de ferro oxidadas e remoção de vernizes e pinturas das partes em madeira. Ainda existem outros métodos de limpeza muito mais sofisticados como a utilização de equipamentos a laser, para remoção de depósitos carbossulfatos, de mármores e de materiais de cor clara ou ultrassons, métodos sobre os quais não iremos nos estender.

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FICHAS TÉCNICAS

As fichas técnicas foram desenvolvidas apenas para alguns itens que julgamos necessitar de mais esclarecimentos, além das recomendações apresentadas no Roteiro de inspeção completo.

FT1. Impermeabilização As técnicas de impermeabilização são determinadas de acordo com a área onde serão aplicadas, considerando a técnica mais apropriada para cada área. Com relação às áreas do Edifício Anchieta, temos as seguintes possibilidades:

FT1.1 MANTA ASFÁLTICA Para as lajes descobertas, a impermeabilização com manta asfáltica é o procedimento mais indicado. Detalhe das camadas a serem aplicadas para instalação de manta asfáltica. Fonte: http://revista.construcaomercado.com.br/guia/habitacao-financiamento-imobiliario/122/artigo228031-1.asp. Acesso em: 15/05/2013.

Não há como afirmar se o piso existente no pátio descoberto é original e, tendo em vista seu estado de degradação, e consequente degradação que causa na garagem, é aconselhável que seja refeita a impermeabilização removendo-se o piso existente e executando a impermeabilização com manta asfáltica. Para aplicação da manta acrílica deverão ser seguidas à risca as instruções para instalação dos produtos e dos fabricantes, especialmente nos cantos e bordas de ralos, a fim de não restarem pontos suscetíveis para infiltrações. Caso seja necessário, poderão ser contratados profissionais experientes para realizarem a instalação do produto. Apenas deve-se atentar ao fato de que, depois de remover o piso existente, deverá ser feita uma regularização da superfície e aplicação de um primer, em seguida é aplicada a manta impermeabilizante. Depois de aplicada a manta asfáltica, poderá ser realizado o contra piso sobre 113


uma camada de separação (de filme de polietileno ou papel kraft) e em seguida o acabamento do piso.

redes com ou sem aplicação de pintura, servindo para o assentamento de peças cerâmicas ou como o rejuntamento das mesmas peças.

É recomendável o desenvolvimento de um projeto para o novo piso a ser executado

Dentre as principais causas de deterioração de argamassa estão falta de manutenção, negligência na execução, tratamentos inapropriados ou incompatíveis e presença de umidade.

FT1.2 PELÍCULA INCOLOR A aplicação da película impermeabilizante incolor será indicada para os locais que possuem acabamento em piso cerâmico ou pastilhas cerâmicas a fim de impermeabilizar sem que sejam necessárias grandes intervenções, evitando assim descaracterizações nos pisos que se encontram, em grande parte, bem conservados. Primeiramente o piso deve ser limpo, para tanto, testar técnicas de limpeza a partir da consulta às Fichas específicas sobre limpeza (FEL). Depois da limpeza, deve ser aplicado um Primer à base de solvente para superfícies lisas e em seguida dá-se a aplicação da membrana líquida de poliuretano com rolo de lã sobre o piso e rodapés, depois de um tempo de secagem de pelo menos 6 horas, aplicar uma segunda demão.

FT1.3 IMPERMEABILIZANTE LÍQUIDO Para a laje da marquise no terraço-jardim, por ser uma área onde não há trânsito de pessoas e não há necessidade de aplicação de um revestimento sobre a camada impermeabilizada, é indicada a aplicação de um produto impermeabilizante líquido dentre os diversos disponíveis no mercado. Com atenção às recomendações dos fabricantes.

A escolha do tipo de argamassa depende primeiramente do tipo e condições da alvenaria ou substrato onde será aplicada e depois do seu grau de exposição. Portanto é necessário conhecer as características de cada tipo de argamassa e qualquer intervenção envolvendo argamassas deve ser precedida de uma análise para determinação de sua composição. Muitas vezes um exame visual de um profissional experiente já pode auxiliar na identificação das principais componentes da argamassa em questão. “As análises de argamassa são, entretanto, um campo especializado. Mesmo para o método mais simples, é necessário experiência para a identificação do material e a correta interpretação das evidencias.” (John e Nicola ASHURST. Vol. 2. Pp.22-23) Os métodos de análise de argamassa são, além da análise visual já mencionada, análise química simples para determinação das proporções dos componentes e um tipo de análise mais sofisticada e mais precisa que é a difração de raios-x, na qual a amostra é irradia e os diferentes padrões de difração de seus componentes os identificarão.

FT2.1 ARGAMASSA DE REVESTIMENTO

FT2. Argamassa

A maioria dos danos que observamos nas argamassas é resultado da presença de umidade e o croqui a seguir ilustra o tipo de deformação que a argamassa pode sofrer por conta disso.

A deterioração da argamassa é uma das principais preocupações no que se refere à conservação de um edifício. A argamassa está presente no edifício de diversas formas e diferentes composições, por exemplo no revestimento das pa-

A formação de superfícies quebradiças, pulverulentas e com eflorescências é um dos sintomas mais comuns da presença de umidade e a primeira ação para solucionar o problema é identificar o tipo de umidade presente na superfície. Para

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tanto, devem ser consultadas as fichas sobre umidade (FEU) nas quais também estão as respectivas recomendações de tratamento. Depois de tratada a causa do dano, será necessário avaliar se será possível recompor a argamassa danificada ou se ela deverá ser substituída. Em ambos os casos é importante atentar para as condições e características do substrato e para a compatibilidade entre a nova argamassa com a existente.

Perda de aderência da argamassa ao substrato. Fonte: Carbonara, 1996: 529.

Quando o dano observado na argamassa de revestimento for a descontinuidade do material, possivelmente resultado de intervenções sem cuidado ou critério ou alguma obra para manutenção de instalações, é recomendável remover a argamassa incompatível e substituí-la seguindo as mesmas orientações e recomendações a respeito do substrato e das características da argamassa a ser aplicada. Para finalizar, deve-se considerar a repintura da superfície, mais uma vez observando a questão da composição e das características da argamassa no momento da seleção da tinta a ser aplicada. Além disso, seria importante realizar uma prospecção pictórica, se não para definir a cor com a qual será feita a repintura, para, ao menos, registrar as fases da edificação.

FT2.2 REJUNTE Rejuntes são pontos bastante suscetíveis a foco de danos. A falha, falta ou dano nos rejuntamentos pode promover a criação de novos pontos de infiltração, além de se configurarem como áreas especialmente propensas ao acúmulo de sujeira. Como em qualquer outra questão envolvendo argamassas, antes de qualquer ação devem ser identificadas as principais características e componentes da argamassa. Então devem ser observadas também as condições e características dos materiais com os quais a argamassa estará em contato, o substrato e as peças a rejuntar. Em seguida devem ser analisadas especificamente as condições do rejuntamen115


to, se possuem trincas e fissuras, se desprendem com facilidade, se apre-sentam lacunas, etc. Uma análise visual cuidadosa será suficiente para recolher as informações necessárias. Após a inspeção, pode-se julgar necessária a remoção ou substituição da argamassa de rejuntamento existente ou remanescente por uma nova argamassa ou apenas a recomposição dos trechos danificados. Porém tal intervenção não deve ser realizada, a menos que já tenha sido constatada a causa do dano e a mesma já tenha sido sanada. O roteiro de inspeção e as Fichas especificas sobre umidade (FEU) auxiliarão na identificação dos danos e fornecerão algumas recomendações para tratamento. De qualquer forma, antes de realizar as intervenções é necessário realizar a limpeza das juntas, para tanto podem ser associados os métodos de limpeza FEL2 e/ou FEL3 com a escovação com cerdas macias tomando o devido cuidado para evitar uma saturação desnecessária. A composição da nova argamassa dependerá das análises já executadas, assim como da compatibilidade com o substrato e com as peças que se pretende rejuntar, afinal cada peça possui suas próprias características e composições.

FT2.3 ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO Como em qualquer outra questão envolvendo argamassas, antes de qualquer ação devem ser identificadas as principais características e componentes da argamassa. Então devem ser observadas também as condições e características dos materiais com os quais a argamassa estará em contato, o substrato e as peças a assentar. Durante as inspeções e levantamentos devem avaliadas as condições e eficiência da argamassa através de testes de percussão, pois eles indicarão trechos onde as peças estão soltas, descoladas do substrato, além disso, devem ser assinalados os pontos onde existem lacunas, com perdas de peças e peças danificadas que possam necessitar reposição ou substituição. 116

A opção pela substituição das peças exigirá muita cautela e precisão na execução dos serviços visando substituição seletiva de peças. Primeiramente, atentar para a correspondência das novas peças com as pré-existentes e as condições do substrato, pois as novas peças podem apresentar tamanho, cor, textura, espessura e design distintos das peças pré-existentes. Qualquer dano que venha a causar a perda de eficiência da argamassa deverá ser tratado primeiramente. O roteiro de inspeção e as Fichas especificas sobre umidade (FEU) auxiliarão na identificação dos danos e fornecerão algumas recomendações para tratamento. A composição da nova argamassa para assentamento dependerá das análises já executadas, assim como da compatibilidade com o substrato e com as peças que se pretende rejuntar, afinal cada peça possui suas próprias características e composições.

FT3. Caixilhos e esquadrias A maioria dos caixilhos e esquadrias especificados em projeto e efetivamente utilizados na obra do Edifício Anchieta se perdeu ao longo dos anos. Possivelmente, a falta de manutenção do condomínio levou os moradores a substituir os caixilhos e esquadrias de suas unidades arbitrariamente, conforme julgassem necessário. Tais intervenções sem critério culminaram na descaracterização de um dos elementos que sempre recebeu significativa atenção por parte dos arquitetos autores do projeto do Edifício, o detalhamento de esquadrias e atualmente não é possível identificar um padrão de esquadrias. Além dos prejuízos para a composição visual do edifício, as obras de substituição já realizadas provavelmente não tiveram o cuidado necessário com os acaba-mentos das fachadas e acabaram gerando pontos suscetíveis a infiltração e consequentemente perda do material de revestimento das fachadas sobretudo nas bordas das esquadrias. As esquadrias que restaram do que julgamos original acabaram tornam-se ob-


soletas também devido à falta de manutenção regular e perderam a eficiência e estanqueidade tanto com relação à impermeabilidade à água quanto à vedação ao vento. Observamos que nas fachadas voltadas para as Avenidas Paulista e Angélica, de certa forma, ao menos foram mantidos os formatos e tamanhos dos vãos, ao passo que nas fachadas voltadas para o pátio interno, existe a maior diversidade de formatos, tamanhos, materiais e acabamentos de esquadrias, além de acréscimo de grades de proteção. É recomendado o desenvolvimento de um projeto específico de esquadrias, que as padronize e que considere a necessidade de adequação às normas técnicas vigentes.

FT4. Granilite O piso de granilite é um revestimento relativamente comum, mas é também um assunto bastante específico sobre o qual não foi possível localizar referências bibliográficas que trouxessem muita informação sobre o tema. O pouco que levantamos foi referente a indicações de fabricantes e relatórios técnicos. O granilite é um tipo de revestimento em concreto, fundido in loco, composto por grânulos minerais (mármore, granito, quartzo e calcário), cimento, areia e água que em uma proporção ideal garantirão a qualidade e durabilidade do revestimento. Podem ser polidos ou apresentarem granilhas sobressalentes (chamados fulget). “Esses agregados, além de contribuírem para a resistência mecânica do revestimento, têm função estética, portanto são variadas as escolhas de agregados também quanto às cores, formas e granulometrias.” (FRANCELINO e LIBÓRIO, 2011.P.65.) Os cuidados com esse tipo de revestimento são semelhantes aos revestimentos cimentícios e não devem ser tratados com produtos químicos ou com técnicas abrasivas. (Fonte: www.granilite.com.br. Acesso em: 16/04/2013). Com relação aos danos que podem surgir nos pisos de granilite, os mais co-

muns são as fissuras que, segundo Francelino e Libório, “além do prejuízo visual a presença desse tipo de patologia pode resultar em perda de resistência mecânica e prejudicar o material quanto à durabilidade.” (p.63). Uma das possíveis causas para a ocorrência de fissuras é a dilatação do piso de granilite numa proporção diferente da dilatação do substrato Os tratamentos de manutenção resumem-se basicamente a lavagem com água e sabão neutro e, quando for necessária a remoção de um grau maior de sujida-des, poderá ser utilizada água a baixa e média pressão com um jato de aplicação em leque, pois o pontual poderá danificar o piso à medida que pode desprender partes do material que compõe o granilite. Nos casos de granilite polida, deve ser aplicada uma resina de poliuretano para proteção seguido de polimento com enceradeira e o intervalo de reaplicação dependerá da do fluxo de trânsito de pessoas. (Fonte: Especificações técnicas Casa Franceza. Disponível em: http://www.casafranceza.com.br/granilitefulget. Acesso em: 29/05/2013) FT5.

BLOCOS DE VIDRO COM VENTILAÇÃO

Primeiramente deverá ser realizado um levantamento preciso das condições de conservação dos blocos de vidro com ventilação. Será aconselhável substituir todos os blocos danificados e repor os faltantes, com cuidado e atenção para preservar o tamanho e formato do vão existente. Atualmente, no mercado, existem disponíveis alguns modelos de bloco de vidro com ventilação, porém não há como atestar a semelhança com os blocos existentes no Edifício Anchieta sem uma comparação detalhada. Caso constate-se apenas a presença de sujeira impregnada, com poucas unidades danificadas ou faltantes, devem então ser realizados testes de limpeza para verificar sua eficiência na recuperação dos elementos de vidro. Consultar Fichas específicas sobre limpeza (FEL) para selecionar o método mais apropriado. Os gradis de proteção instalados em frente aos blocos de vidro nos volumes que servem a garagem de iluminação e ventilação favorecem o acumulo de sujida117


des, dificultam a manutenção e limpeza dos blocos de vidro e descaracterizam um importante elemento do projeto e, portanto, é indicada sua remoção.

Veneziana de Vidro Prismatic - Veneziana. Fo nte: http://www.rbrepresentacoes.com/. Acesso em: 15/05/2013. Detalhe dos volumes do pátio descoberto onde estão instalados os blocos de vidro com ventilação e os gradis metálicos. Acervo pessoal. Maio 2012.

Veneziana rio b-45 vidro 20x10x10 ibravir. Fonte:http://paragominas.com.br/loja. Acesso em: 15/05/2013.

Veneziana de Vidro Prismatic – Capri. Fonte: http:// www.rbrepresentacoes.com/detalhes_produtos. asp?id=381. Acesso em: 15/05/2013.

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Detalhe dos volumes do pátio descoberto onde estão instalados os blocos de vidro com ventilação e os gradis metálicos. Foto: Guilherme Hayakawa.


Parte 3 a inspeção


Ficha de inspeção | Terraço-jardim Danos observados: - Infiltração de água (05) na laje da marquise; - Reboco descolando em placas (08) nos beirais da marquise; - Descascamento da pintura (09), principalmente nos beirais da marquise; - Crosta negra (11) nos beirais, parede revestida em pedra, no contorno do piso da marquise e nas pastilhas de resvestimento do guarda-corpo; - Rejuntamento danificado (22) e sujeira impregnada (23) nas pastilhas cerâmcias de revestimento do guarda-corpo;

Acervo pessoal. Maio 2012.

- Manchas de umidade (52)e sujeira impregnada no revestimento de pedra (53); - Falta de uniformidade (81), rejuntamento danificado (82) e sujeira impregnada (83) no pisod e ardósia.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Planta do terraço. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45

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Ficha de inspeção | pavimento-tipo: circulação vertical Danos observados: - Empoçamento de água em pontos específicos (01), manchas de umidade (06), quebra (66), sujeira impregnada (67) e desgaste (68) do piso de granilite; - Rejuntamento danificado (22), sujeira impregnada (23) e manchas de umidade (24) no revestimento em pastilhas cerâmicas das paredes e guarda corpos; - Manchas de umidade (06) e sujeira impregnada (25) na argamassa de resvestimento das paredes; - Manhcas de umidade (06) e área de reboco pulverulento (07) na argamassa de revestimento do teto;

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Mariana P. Guimarães. Maio 2009.

Planta do pavimento-tipo. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.

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Ficha de inspeção | pavimento-tipo: varandas de circulação de serviços Danos observados: - Rejuntamento danificado (22) e sujeira impregnada (23) no revestimento em pastilhas cerâmicas das paredes, guarda-corpos e peitoris; - Falta de uniformidade e substituição de peças (76), rejuntamento danificado (77), sujeira impregnada (78) e manchas de umidade (79) no piso em placas cerâmicas; - Manchas de escorridas (03) nos guarda-corpos das varandas de serviço revestidos em argamassa; - Substituição das esquadrias, ausência de padrão e uniformidade (89);

Acervo pessoal. Maio 2012.

- Presença de aves (14).

Acervo pessoal. Maio 2012. Mariana P. Guimarães. Maio 2012. Planta do pavimento-tipo. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.

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Ficha de inspeção | pavimento-tipo: hall social Danos observados: - Perda de peças (20), descontinuidade do material (21), e sujeira impregnada (23) no resvetimento em pastilha cerâmica das paredes; - Rejuntamento danificado (72) e sujeira impregnada (73) no piso de pastilhas cerâmicas; - Fissuras (59) nas soleiras de granito.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012. Planta do pavimento-tipo. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.

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Ficha de inspeção | pátio descoberto Danos observados: - Empoçamento de água (01), manchas de umidade (06), fissuras (55), juntas danificadas (56), sujeira impregnada (57) e descontinuidade (58) do piso de concreto com juntas de madeira; - Manchas escuras próximas à base das paredes (02) e manchas escorridas (03); - Infiltração de água (05) no piso; - Crosta Negra (11), e proliferação macro e microflora (12) e colonização biológica (13) no piso e nos volumes para iluminação da garagem;

Acervo pessoal. Maio 2012.

- Descascamento da camada de pintura no revestimento de argamassa (09); - Sujeira impregnada (92) e peças danificadas ou faltantes (93) dos blocos de vidro com ventilação.

Acervo pessoal. Maio 2012. Planta da sobreloja e pátio descoberto. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.

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Ficha de inspeção | pátio descoberto

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

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Ficha de inspeção | sobreloja Danos observados: - Perdas, quebras e perfurações (66), sujeira impregnada (67), Desgaste (68) e grande trecho de descontinuidade do material (69) no piso e guarda corpo em granilite; - Infiltração de água na laje (05) da sobreloja; - Ferragens oxidadas (87) e vidros quebrados (88) nas esquadrias da sobreloja; - Elementos vazados em bom estado de conservação; - Rejuntamento danificado (22) e sujeira impregnada (23) nas pastilhas cerâmicas de revestimento dos guarda-corpos;

Acervo pessoal. Maio 2012.

- Rejuntamento danificado (45), peças falatantes (47) e sujeira impregnada (48) nos tijolos de vidro.

Acervo pessoal. Maio 2012. Planta da sobreloja e pátio descoberto. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.

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Ficha de inspeção | sobreloja

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

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Ficha de inspeção | térreo: loja Danos observados: - Perdas, quebras e perfurações (66), sujeira impregnada (67), Desgaste (68) e grande trecho de descontinuidade do material (69) no piso e guarda corpo em granilite; - Sujeira impregnada (24) nas pastilhas cerâmicas de revestimento dos guarda-corpos; - Sujeira impregnada (78), rejuntamento danificado (75) e peças falatantes (77) da alvenaria de vidro; - Ferragens oxidadas (87) e vidros quebrados (88) nas esquadrias. Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

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Ficha de inspeção | térreo: loja

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

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Ficha de inspeção | térreo: corredor de serviços Danos observados: - Perda de peça (75), falta de uniformidade (76), rejuntamento danificado (77) e sujeira impregnada (78) no piso cerâmico; - Perda de peça (40), falta de uniformidade (41), rejuntamento danificado (42) e sujeira impregnada (43) no revestimento de azulejos;

- Sujeira impregnada (92) e peças danificadas ou faltantes (93) dos blocos de vidro com ventilação. - Colonização biológica (13) proximo á laje de cobertura; - Manhcas de umidade (06) e sujeira impregnada (57) no piso cimentado.

- Falta de uniformidade (26), descascamento da pintura (09), manchas de umidade (06) e manchas escorridas (03) na argamassa de revestimento das paredes; Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Planta do térreo. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.

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Detalhe de planta do térreo a partir de redesenho de planta do P.A. 0.035.970/44. Acesso para o corredor de serviços pela Rua da Consolação. Acervo pessoal, maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

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Ficha de inspeção | térreo: hall social e circulação social Danos observados: - Revestimento das paredes em placas de mármore em bom estado de conservação;

- Revestimento de madeira das paredes do hall social em bom estado de conservação;

- Sujeira impregnada (61), manchas de ferrugem (64) e falta de uniformidade (65) no piso de granito);

- Peças faltantes (90) e trechos oxidados (91) próximo aos pontos de solda nos gradil metálicos.

- Descascamento da camada de pintura do teto (09); - Rejuntamento danificado (28), sujeira impregnada (29) e manchas escorridas (03) nos pilares revestidos em placas de granito; Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012. Planta do térreo. Redesenho de planta do P.A. 0.033.896/45.

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Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

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Ficha de inspeção | térreo: garagem Danos observados: - Infiltração de água na laje (05) do pátio descoberto; - Manchas escuras na parte inferior das paredes (02), manchas escorridas (03) e manchas de umidade generalizadas (06); - Áreas com argamassa de revestimento pulverulenta (07), descascamento da pintura (09), aparecimento de bolhas superficiais (10) e crosta negra (11); - Sujeira impregnada (92) e peças danificadas (93) dos blocos de vidro com ventilação;

- Trechos de piso constantemente úmido (01), fissuras (55), juntas danificadas (56), sujeira impregnada (57) e descontinuidade do material (58) do piso de concreto com junta de madeira; - Perda do cobrimento da armadura (99) em pontos da estrutura; - Colonização biológica (13); - Peças danificadas (46), rejuntamento danificado (45) e sujeira impregnada (48) na vedação com tijolos de vidro. Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

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Ficha de inspeção | térreo: garagem

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

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Ficha de inspeção | fachada: Avenida Angélica Danos observados: - Destacamento (20) , rejuntamento danificado (22) e sujeira impregnada (23) nas pastilhas cerâmicas de revestimento; - Manchas escorridas (03) nas pastilhas cerâmicas e placas de granito; - Peças faltantes (27), rejuntamento danificado (28), sujeira impregnada (29), desprendimento (30) de placas e manchas de umidade (31) nas placas de granito; - Apodrecimento das esquadrias de madeira (84), ferragens oxidadas (87), vidros quebrados (88) e ausência de padrão de esquadrias (89);

Acervo pessoal. Maio 2012.

- Manchas de umidade (06) e colonização biológica (13) próximo aos limites da fachada;

Acervo pessoal. Maio 2012.

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Ficha de inspeção | fachada: Rua da Consolação Danos observados: - Manchas escorridas (03) nas placas de granito; - Peças faltantes (27), rejuntamento danificado (28), sujeira impregnada (29), desprendimento (30) de placas e manchas de umidade (31) nas placas de granito;- Desprendimento do reboco (07);

- Destacamento (20) , rejuntamento danificado (22) e sujeira impregnada (23) nas pastilhas cerâmicas de revestimento;

- Manchas de umidade (06) e colonização biológica (13); - Ferragens oxidadas (87) e vidros quebrados (88) nos caixilhos metálicos; - Pichação (97); - Perda do cobrimento da armadura (99) em pontos da estrutura; - Peças danificadas (46), rejuntamento danificado (45) e sujeira impregnada (48) na vedação com tijolos de vidro.

Acervo pessoal. Maio 2012.

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Ficha de inspeção | fachada: Avenida Paulista Danos observados: - Destacamento (20) , rejuntamento danificado (22) e sujeira impregnada (23) nas pastilhas cerâmicas de revestimento; - Manchas escorridas (03) nas pastilhas cerâmicas e placas de granito; - Peças faltantes (27), rejuntamento danificado (28), sujeira impregnada (29), desprendimento (30) de placas e manchas de umidade (31) nas placas de granito; - Apodrecimento das esquadrias de madeira (84), ferragens oxidadas (87), vidros quebrados (88) e ausência de padrão de esquadrias (89);

Acervo pessoal. Maio 2012.

- Manchas de umidade (06), desenvolvimento de macro e microflora (12) e colonização biológica (13); - Pichação (97); - Presença de aves (14).

Acervo pessoal. Maio 2012.

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Ficha de inspeção | fachada: Avenida Paulista

Acervo pessoal. Maio 2012.

Acervo pessoal. Maio 2012.

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Comentários finais

O trabalho foi todo desenvolvido com o intuito de encontrar um método de conservar a arquitetura moderna. Durante os levantamentos iniciais e as pesquisas específicas sobre a conservação de patrimônio edificado, chegamos a conclusão que o método mais eficaz para conservar um edifício poderia ser a manutenção preventiva. Considerando manutenção preventiva como no artigo 33, parágrafo 3º, do Plano Diretor Participativo da FAUUSP, um “conjunto de ações de manutenção que visa à conservação das edificações e aumento de sua vida útil, de modo a diminuir a necessidade de ações de manutenção corretiva e de intervenções de restauro.” Além disso, para sua consolidação, é extremamente importante que sejam utilizados “produtos adequados aos materiais dos edifícios durante sua limpeza e construir uma rotina de checagem das patologias e acompanhamento da deterioração dos materiais”. (Plano Diretor Participativo FAUUSP, Artigo 33, parágrafo 3º) Por isso, a primeira parte do Plano de conservação que procuramos desenvolver parte justamente das vistorias área por área, material por material. Por se tratar de um edifício sobre o qual incide lei de proteção patrimonial (o Edifício Anchieta possui proteção do CONPRESP através da Resolução 26/04 que abriu tombamento dos imóveis listados como ZEPEC), as intervenções nos espaços do edifício devem ser aprovadas pelo órgão responsável e, tendo em vista o volume de trabalho dos órgãos e sessões técnicas e os tramites de necessários, o tempo para se conseguir uma aprovação pode ser grande, portanto procuramos fazer com que o Plano de conservação aqui desenvolvido fosse quase que em sua totalidade composto por ações de manutenção ordinária, 140


de modo que as ações por ele propostas não necessitem da aprovação dos órgãos. Já que a manutenção ordinária refere-se a intervenções no conjunto do edifício de baixa complexidade, menor custo e pequeno porte e que não alteram suas características físicas e não interferem em sua visibilidade, como exposto no Artigo 32, parágrafo 1º do Plano Diretor Participativo da FAUUSP.

Terminadas as vistorias, o responsável deverá consultar o Caderno de TFG, capítulo Roteiro de inspeção completo onde estarão indicadas as causas possíveis e algumas recomendações de tratamento (todas as ações indicadas de manutenção ordinária, a não ser quando recomendado o desenvolvimento de projeto).

Por isso o Plano de conservação pode ser considerado uma ferramenta com a qual os responsáveis pelo edifício podem utilizar como auxilio para conservar seu imóvel sem depender dos órgãos de preservação.

Julgamos necessário que alguns assuntos, por serem mais complexos ou mais recorrentes, necessitariam de fichas para mais esclarecimentos e detalhamentos.

Para o desenvolvimento do Plano de conservação, primeiramente, era necessário realizar um estudo de caso sobre o edifício para o qual pretendíamos aplicar o Plano de conservação, o Edifício Anchieta. O estudo de caso nos permitiu identificar as características do edifício e traçar comparativos com a obra dos Roberto. Tendo levantado as características do Edifício Anchieta, procuramos por referências bibliográficas específicas sobre a manutenção preventiva e manutenção em edifícios históricos e constatamos que, infelizmente, o material específico sobre o assunto é escasso e, na maioria das vezes, tratam-se de publicações estrangeiras.

Acreditamos que a revisão e a reaplicação do Plano anualmente é o primeiro passo para estar sua eficiência, além de aprimorar o Plano à medida que a cada aplicação será possível verificar a eficácia dos tratamentos e definir o intervalo em que devem ser refeitos. Para finalizar, o acompanhamento da degradação do edifício e a manutenção frequente culminarão na efetiva conservação do bem. O método desenvolvido pode ser aplicado a outros edifícios, desde que sejam ponderadas as peculiaridades de cada caso, o que aumenta ainda mais abrangência do Plano.

Então partimos de uma referência metodológica, o Manual de conservação preventiva de edificações do Programa Monumenta, desenvolvemos um Plano de conservação específico pata o Anchieta, no qual são indicados 101 possíveis danos para as áreas e acabamentos do edifício. Todas as áreas do edifício devem ser vistoriadas com o auxílio do Caderno de inspeção e todo o processo deve ser registrado. 141


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Processos administrativos P.A. 0.044.305/41 – Alvará de construção

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P.A. 0.035.970/44 – Autenticação – Visto em planta P.A. 0.033.896/45 – Projeto modificativo P.A. 0.020.438/48 – Habite-se

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