Revista DMA - Espiritualidade do Trabalho (Maio - Junho 2012)

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dos créditos uma vez restituídos pelos beneficiários originais. Os tempos de rotação permitem uma utilização contínua e ideal dos fundos colocados à disposição pelos benfeitores. O microcrédito visa à consolidação e ao reforço da “dignidade humana”, frequentemente lesada ou reduzida a partir das formas de assitencialismo. A tipologia de intervenção e o mesmo processo dos procedimentos de microcrédito – desde a concessão do crédito até o término da sua restituição – permitem proximidades que se harmonizam com um conhecimento direto da vida das famílias dos candidatos e dos seus problemas, bem como de sua comunidade de pertença. O microcrédito tem também um enorme valor formativo/educativo. O seu impacto estimula o crescimento da autoconsciência e do respeito a si mesmos assim como da responsabilidade em todos os níveis, pessoal, familiar, comunitário e social. A Campanha da Microeconomia e Microcrédito realizada pelas FMA e sustentada pela Missão Jovem – FMA ONLUS financia projetos de todo gênero: reprodução, agricultura, microeconomias de formação (preparação de granjas / instrução para a formação dos jovens operadores), roupas e alfaiataria (tecidos, vestuários, acessórios, etc.), artesanato e artigos de couro (vasos, presentes, bolsas, mochilas, etc.), profissões (cabeleireiro, esteticista, informática, cozinheiro, etc.). Para acompanhar as campanhas e saber mais sobre os projetos da Missão Jovem -

FMA ONLUS visite o site http://www.missionegiovanifma.org/

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CONSTRUIR A PAZ

Diálogo e nãoviolência

Martha Séïde

«O diálogo desfaz os nós, dissipa as suspeitas, abre as portas, resolve os conflitos, faz a pessoa crescer. É vínculo de unidade e fonte de fraternidade. Ó Senhor Jesus, dê-nos a graça do diálogo». (Inácio Larrañaga) O mundo em permanente violência Segundo a nova edição do Atlas das guerras e dos conflitos do mundo, projetada e dirigida por Raffaele Crocco, jornalista da RAI e colaborador da Peace Reporter, a terra está em guerra permanente. Os dados coletados ilustram claramente a situação em nível mundial. No relatório, contam-se, neste momento, 35 conflitos no mundo e 10 situações extremas, para um total de 45 áreas da Terra com alarme vermelho. Dos 193 Países membros da ONU, um sobre cinco está em conflito. Além desses dados, basta tomar um jornal de qualquer contexto ou seguir regularmente os telejornais para confirmar a espessura do clima de violência vigente no nosso mundo. De fato, a violência está crescendo e se expande em todos os campos da existência humana. Não se trata só da macro-violência como as guerras e a criminalidade, mas de violência com uma forte conotação econômica, religiosa, psicológica, social, midiática, doméstica, familiar, sexista, verbal, individual. Todos nós, de algum modo estamos envolvidos pela espiral da violência nas palavras, nos gestos, nas ações da vida cotidiana e talvez nos consideremos pessoas nãoviolentas só porque falamos dela. A este propósito, afirma o famoso franciscano francês, Alain Richard, há anos empenhado em atividades não violentas: «O fato de que eu fale da nãoviolência não significa que eu seja nãoviolento». Isto para dizer que somos chamados a enfrentar os conflitos no decorrer de toda a nossa vida e, portanto, é necessário encontrar modalidades nãoviolentas para resolvê-los de maneira eficaz. 12


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