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Ajudar a Crescer

Nos Centros Porta Amiga de Gaia e de Cascais, o Espaço de Prevenção à Exclusão Social (EPES) é uma componente do trabalho psicossocial desenvolvido pelas equipas de assistentes sociais e psicólogos de cada centro, dirigido a jovens e seniores. O serviço prestado nestas áreas e com estas populações pretende minimizar e prevenir indícios de exclusão social, através da promoção e do desenvolvimento de competências educativas e sociais.

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Susana Pereira Coordenadora do espaço EPES em Gaia

Visitámos o Centro Porta Amiga de Gaia para melhor conhecer em que consiste o trabalho desenvolvido pelo EPES Júnior, que tem o seu foco de intervenção no bem-estar e na inclusão social dos mais pequenos que frequentam este espaço. Em 2019, os centros sociais da AMI apoiaram em todo o país cerca de 3600 crianças e jovens até aos 18 anos. Este processo de acompanhamento resulta geralmente de um primeiro contacto com os pais que procuram os serviços dos Centros Porta Amiga, em busca de aconselhamento e orientação em questões do foro socioeconómico e psicológico. Os membros mais novos dos agregados familiares acabam muitas vezes por integrar este espaço disponibilizado pela AMI. O EPES procura estar adaptado às realidades e necessidades de cada um, proporcionando atividades lúdicas e recreativas, dando a oportunidade aos jovens de estimular a sua criatividade, valores de tolerância e humanismo. Em 2019, os EPES de Gaia e de Cascais acompanharam um total de 63 crianças e jovens. A integração e a criação do sentimento de pertença são dois elementos importantes do trabalho desenvolvido neste espaço, que da convivência, troca de experiências e contextos tem como objetivo final consolidar o sentido de comunidade. Cada jovem tem um percurso de vida diferente, que é tido em consideração no desenvolvimento das atividades diárias, já que o Centro Porta Amiga de Gaia é um espaço polivalente, com refeitório, guarda-roupa, lavandaria, gabinete médico, salas de apoio social, biblioteca, sala de estudo, de lazer e espaço exterior. Susana Pereira, coordenadora do espaço EPES em Gaia, explica que “de momento contamos com 25 crianças entre os 10 e os 13 anos. Recebemos crianças cujas famílias são acompanhadas aqui no centro ou casos que as escolas encaminham porque é feita a sinalização de algum tipo de vulnerabilidade, que pode ser familiar, psicológica ou cognitiva. Acompanhamos também casos de abandono parental, crianças que carregam um passado muito sensível”.

“De momento contamos com 25 crianças entre os 10 e os 13 anos. Recebemos crianças cujas famílias são acompanhadas aqui no centro ou casos que as escolas encaminham e também casos de abandono parental, de crianças que carregam um passado muito sensível. ” Susana Pereira

O EPES funciona diariamente, pelo que as atividades são focadas em questões comportamentais e relacionais. A pandemia veio trazer novos desafios ao EPES, que teve de se adaptar a uma “realidade virtual”, que representasse uma resposta célere às famílias que contam com o acompanhamento pedagógico para os seus filhos e netos. “Criámos uma escola virtual, um espaço para as crianças, onde elas podem usufruir do nosso apoio escolar. Na primeira fase da pandemia foi difícil pois tínhamos algumas crianças que não tinham meios para aceder ao espaço virtual a partir de casa. Essas questões conseguiram ser colmatadas graças às parcerias extraordinárias que fomos estabelecendo com as escolas. Foi incrível ver como é que à distância conseguimos articular contactos com elementos dos agrupamentos de escolas, nomeadamente diretores de turma, de forma diária e de maneira tão positiva para as crianças”, reforça Susana Pereira. O Espaço Virtual tornou-se um ponto de encontro entre as crianças e as coordenadoras do EPES, cuja inesgotável disponibilidade permitiu às crianças tirarem dúvidas de matemática, esclarecerem exercícios de português e ainda fazer reuniões semanais de grupo. Em paralelo, o acompanhamento social manteve-se no CPA de Gaia e ainda se expandiu, já que agora às necessidades das famílias, foi somado um tempo de extrema insegurança, o que implicou uma dinâmica quase elástica na gestão dos recursos disponíveis nos centros e por parte dos técnicos. O EPES Júnior de Cascais viu-se obrigado a suspender as atividades temporariamente. No entanto, a equipa de técnicos e voluntários do Centro prevê a criação de grupos reduzidos de crianças no período das férias escolares para o desenvolvimento do projeto “Em Férias Brincar e Criar para Aprender”. Este é um programa que procura estimular as atividades de lazer com as crianças e jovens em diversas áreas, nomeadamente nas áreas do desporto, da expressão plástica, da pintura e da culinária, entre outras.

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