jornal Moliceiro nº1 2018-2019

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sumário 6

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Missão Tina

Desporto Escolar

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Direitos Humanos…

Nós não somos diferentes

MUSIC´Arte

3 Novo ano, novo desafio!

9-11 Notícias da João Afonso

5 Com quantos “r” se escreve Aveiro?

16-17 Olhos Espreitadores

6 EB1 Vera Cruz

18 A Escola Homem Cristo no projeto Erasmus

24 Análise Literária

8 Contra o desperdício alimentar Dispositivos tecnológicos

19 Sociedade

31 Passatempos

20-21 Cidade 22 Poesia

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Novo ano, novo desafio! Cá estamos a abrir o novo ano letivo com a primeira edição do Jornal Moliceiro impresso. A grande novidade é que decidimos romper com uma tradição já com alguns anos e lançar-nos um desafio: fazer um jornal sem tema de capa. Sabíamos que correríamos um risco, pois poderíamos ter poucos artigos e, na pior das hipóteses, não ter jornal! O risco valeu a pena, pois tivemos uma enorme participação de professores (37) e de alunos (mais de 170) de todo o Agrupamento, com a colaboração de seis escolas e um jardim de infância. Talvez mais importante ainda do que a quantidade, foi a qualidade e a atualidade dos artigos. Não havendo um tema de referência, é de realçar a participação de alunos, desde o 1º ciclo ao Secundário, com artigos muito interessantes, que dão ao jornal um grande equilíbrio, uma riqueza assinalável e uma variedade de pontos de interesse. A preocupação pelos Direitos Humanos, pela preservação do ambiente, pela escola inclusiva, pela solidariedade são temas transversais a todo o agrupamento. O nosso jornal é um espelho disso mesmo. Bastaria isto para nos deixar felizes, pois todo o trabalho desta equipa foi recompensado. Não queríamos deixar de referir outro facto relevante neste novo ano letivo: a enorme adesão de alunos ao Clube de Jornalismo. Ao destacar cinco professores para esta atividade e uma sala de informática devidamente equipada, a direção do Agrupamento pôs este clube à disposição dos alunos, a funcionar três dias por semana, com dois professores em cada dia. A aposta está ganha, já que neste momento o clube tem quase quarenta alunos.

23 25-28 29-30 Fada Oriana

Laboratório de Línguas

Antes de concluirmos, gostaríamos de dar uma palavra de agradecimento às empresas que continuam a acreditar neste projeto, dando-nos o seu apoio. Neste sentido, Bibliotecas Escolares referimos a nova parceria que estabelecemos com o Museu do Brincar, um projeto que o Jornal Moliceiro tem apoiado sempre, na sua edição online. Em suma, a equipa do Jornal pensou que este número seria um teste a este novo modelo de jornal. Estamos certos de que todos os que colaboraram não só passaram no teste, como tiveram uma nota excelente! Obrigado a todos. Contamos convosco no próximo número!

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O Coordenador do Jornal Moliceiro


CENTRO ESCOLAR DE SANTIAGO

MUSIC´Arte O Jardim de Infância de Santiago comemorou o dia da música. Para enriquecer esta iniciativa, envolvemos a comunidade educativa. Pedimos a colaboração das famílias das crianças que participaram entusiasticamente, desenvolvendo ao longo da semana diferentes atividades. Educadoras de Infância do CE de Santiago O Mozart no Jardim de Infância e pintura coletiva do Quadro em Puzzle (técnica de lápis pastel) com inspiração numa obra de Amadeo de Souza Cardoso

Canções Tradicionais Portuguesas acompanhadas de guitarra – avô Ricardo Fino

Exposição de Instrumentos Musicais

Concerto pelo Quarteto de Cordas – Vivipivi – irmãos, alunos do Conservatório de Música de Aveiro

Concerto interativo – Grupo Coral Voz Nua

Oficina de instrumentos de sopro – dinamizada pelo pai/músico João Martins

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EB1 BARROCAS

Com quantos “r” se escreve Aveiro? Sabias que a Veolia é a empresa que atualmente faz a recolha do lixo e limpa as ruas da nossa cidade? No dia 7 de novembro, uma técnica desta empresa veio à escola das Barrocas fazer uma ação de sensibilização. Começou por perguntar: «Com quantos «r» se escreve Aveiro?». De imediato, um de nós respondeu que tinha um «r». Fizemos, então, um jogo para identificarmos em que ecoponto devemos colocar alguns «tesouros» que já não são úteis. E, assim, recordamos os três «r»: reciclar, reutilizar e Reduzir. De seguida, a técnica apresentou-nos um lanche que uma criança levou para a escola e lançou-nos um desafio: inventar um nome para uma empresa e ajudar aquela criança a não fazer tanto lixo. Formamos grupos na nossa turma e demos algumas sugestões:

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Em vez de polpa de fruta embalada, levar uma peça de fruta; Substituir a garrafa de plástico com água por um cantil; Levar as bolachas numa caixa de plástico, evitando os pacotes individuais; Embrulhar o pão numa bolsinha de pano, em vez de um guardanapo de papel e do saco de plástico; E, finalmente, colocar o lanche numa lancheira e não num saco de plástico que, passado algum tempo, vai para o lixo. Nós compreendemos que é fácil reduzir a quantidade de lixo que fazemos, se mudarmos alguns dos nossos hábitos. Percebemos a importância de «Reduzir» e a razão porque se deve escrever esta palavra com «r» maiúsculo. Afinal, Aveiro pode escrever-se com três «r»! Texto coletivo do 4ºA da EB1 Barrocas

Dia da Alimentação Voluntária do Movimento Refood sensibiliza os alunos da E.B.1 das Barrocas para voluntariado em Aveiro Na manhã do dia 16 de outubro, Dia da Alimentação, uma voluntária do Movimento Refood veio à Escola das Barrocas dar a conhecer o trabalho desenvolvido por esta organização junto da comunidade aveirense. Esta senhora informou que, para eliminar o desperdício de alimentos e a fome, todos os dias, os voluntários deste movimento recolhem em restaurantes, pastelarias, padarias, hotéis, cafés, etc., as sobras de comida. Estes alimentos são, posteriormente, distribuídos pelas pessoas carenciadas da cidade de Aveiro.

Apelou ao voluntariado, pois são precisas mais pessoas para ajudar esta instituição a erradicar a fome nesta área geográfica. Adiantou ainda que o Movimento Refood está a necessitar de alimentos enlatados para fazer face às situações existentes. Depois desta sensibilização, os alunos prontificaram-se a colaborar e trouxeram uma quantidade considerável de produtos alimentares enlatados para doarem. Texto coletivo do 4ºA da EB1 Barrocas


EB1 VERA CRUZ

No ano letivo de 2017/2018, o conselho de docentes decidiu dinamizar esta campanha por muitas escolas do país, para angariar novos apadrinhamentos, sensibilizando as coordenações de todos os níveis de ensino a dar os mesmos passos (através de e-mail). Para sensibilizar os colegas, só é necessário ter boa vontade, espírito de equipa, sentido de amor e carinho pelas crianças desfavorecidas. Na área de Estudo do Meio, todos trabalham as várias etnias e culturas e o espírito de cidadania é transversal a todos os temas. Aqui está um bom meio de desenvolver este tema e aplicá-lo à prática da vida.

Missão Tina Educar é o nosso GRANDE LEMA. Ajudar crianças em risco e incentivar os nossos alunos a desenvolverem o espírito de solidariedade é outro objetivo da vida de todos nós, educadores. A escola do 1º ciclo da Vera Cruz, do Agrupamento de Escolas de Aveiro, vem divulgar uma missão solidária que promove há três anos, na sua escola de 280 alunos, com o objetivo de sensibilizar os mesmos e as suas famílias a ajudarem crianças de Moçambique cujo direito à educação /instrução lhes é negado sob várias condicionantes de miséria.

Para além deste objetivo, um outro foi alcançado por cada turma da escola, ao realizar-se mensalmente uma troca de correspondência com os meninos da Associação/Escola de Moçambique para conhecimento e partilha de ambas as culturas e tradições. Este ano de 2018/19 iniciou-se com o objetivo de nova divulgação da Associação Big Hand e novos apadrinhamentos com a apresentação desta Missão, na próxima Feira de Março. Terá a colaboração da APEVECA e a participação dos respetivos alunos. Nesta feira, irão vender-se marcadores de livros realizados pelas crianças sobre diversos temas (direitos humanos, seres vivos, leitura, entre outros). A receita reverterá para a nossa querida Albertina (estudos, higiene e cuidados de saúde). Esperemos que, este ano, possamos orgulhar-nos de ter conseguido atingir o nosso objetivo.

Esta MISSÃO TINA, através da Associação BIG HAND, iniciou-se no ano de 2016/17, em que se apadrinhou uma menina, a Albertina, da aldeia de Matsinho, em Moçambique. Nesse ano letivo, conseguimos os 300 euros anuais com a venda de postais de Natal, que as crianças realizaram na sala de aula e venderam aos seus pais na Feirinha de Natal.

JUNTOS ajudaremos a construir um mundo melhor. Cada um de nós, com o seu grão de areia, fará uma linda praia.

Bispo visita escola de São Jacinto do Agrupamento de Escolas de Aveiro

De seguida, visitou as instalações da escola. Foi uma manhã muito especial que será recordada no futuro por todos os que estiveram presentes.

A Escola Básica de São Jacinto recebeu a visita do Sr. Bispo de Aveiro, D. António Manuel Moiteiro Ramos, no dia 4 de outubro.

A coordenadora da EB1 da Vera Cruz CRISTINA SENNA

Os alunos da E.B.1 de S. Jacinto

A escola acolheu-o carinhosamente e os alunos demonstraram muito entusiasmo pela visita. Estiveram também presentes um representante do Agrupamento de Escolas de Aveiro, o Senhor Padre Luís e um representante da junta de freguesia. Os alunos entoaram a canção “Um Girassol” e ofereceram-lhe uma pequena lembrança. O Sr. Bispo agradeceu e desenvolveu uma conversa informal com os 23 alunos, tendo respondido a todas as questões levantadas.

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NOTÍCIAS DA JOÃO AFONSO

Nós não somos diferentes, mas cada um de nós pode fazer toda a diferença! Nós não somos diferentes, mas cada um de nós pode fazer toda a diferença! Desta vez, o Jornal Moliceiro foi-nos visitar à piscina! E não é que nos escolheram para fazer a capa?! Há quem diga que nós somos diferentes, mas não concordamos nada com isso, afinal não somos todos diferentes? Nós não somos diferentes, mas cada um de nós pode fazer toda a diferença! Fazemos a diferença quando aprendemos todos juntos, todos temos a aprender, todos temos a ensinar, desenvolvemos uma cidadania mais responsável, aprendemos a ser cooperantes e a respeitar-nos. Mas afinal que vamos nós fazer à piscina?

“Outono é outra primavera, cada folha é uma flor!” Albert Camus

Fizemos um magusto! Numa manhã de novembro, um grupo de alunos do Centro de Apoio à Aprendizagem (CAA), acompanhados das suas professoras e assistentes operacionais, dirigiram-se, a pé, ao Mercado de Santiago com o objetivo de comprar castanhas para fazerem um magusto! Com cuidado e com orientação, os alunos lá escolheram, pesaram e pagaram as castanhas, guardando cuidadosamente o troco no porta-moedas da sala. Tudo faz parte da vida, da saúde e da economia doméstica: passear ao ar livre; conduzir a cadeira de rodas; fazer amizades; cultivar o espírito de grupo; saber comprar; lidar com trocos… Conviver… Sorrir…!

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Em Portugal, é tradição acender fogueiras e assar castanhas para comemorar o dia de São Martinho. Diz o ditado popular, “No dia de São Martinho, lume, castanhas e vinho”. Não houve fogueira: as castanhas foram assadas no forno! Também não houve vinho: foi substituído por sumo para todos! E foi uma alegria preparar tudo na

Nem sempre conseguimos estar todos juntos a aprender, todos nós temos necessidades diferentes, aprendemos de modo diferente e com ritmos diferentes, então nós vamos à piscina porque ela nos ajuda a desenvolver, em termos motores, a nossa independência pessoal e social e, acima de tudo, gostamos muito! Todos temos de ser capazes de lidar com a diferença. Nenhum de nós é igual ao outro, nenhuma das nossas vidas, dias, horas, minutos é igual. Não tenhamos medo da diferença, afinal lidamos com ela a cada instante! Obrigada, Jornal Moliceiro! As Atividades em Meio Aquático decorrem, já há alguns anos, na Piscina do Sporting Clube de Aveiro, a partir de um protocolo estabelecido entre esta entidade, a União das Freguesias de Glória e Vera Cruz e o Agrupamento de Escolas de Aveiro. A todos, muito obrigada. Texto: Rosário Marques Docente de Educação Especial do Agrupamento de Escolas de Aveiro Fotos: Jornal Moliceiro

cozinha do CAA a estrear, harmoniosamente aninhada a um canto da sala de aula. Comer as castanhas quentinhas, à volta da mesa, tão acolhedora e convidativa, foi um momento especial. Os alunos ainda exploraram a lenda do santo e a “História da Maria Castanha”. E aproveitaram o que puderam do “verão de São Martinho”. Pois, segundo o ditado popular: “Verão de São Martinho são três dias e mais um bocadinho”. Texto e fotos: Margarida Isabel Oliveira Docente de Educação Especial na Escola Básica João Afonso


OPINIÃO

16 de outubro - dia Mundial da Alimentação Contra o desperdício alimentar A pensar na fome e na pobreza nutricional, e naqueles que sofrem com estes problemas, cada vez mais presentes no mundo atual – supostamente mais civilizado e mais desenvolvido –, o Dia Mundial da Alimentação foi o tema principal na nossa escola, e nas aulas, no passado dia 16 de outubro. Se a fome significa desnutrição ou privação de comida, normalmente devido ao desemprego, à pobreza, às guerras e até às condições agrícolas adversas, já o desperdício alimentar significa a perda ou o mau aproveitamento intencional dos alimentos, à mesa. Neste caso, não se pode falar de fome, mas de desprezo pela abundância. Infelizmente, também na nossa escola, verificamos o problema do desperdício alimentar, uma vez que há muitos alunos que não consomem as refeições, pelas quais as famílias, e o Estado, pagaram.

Os dispositivos tecnológicos vieram para ajudar o Homem? Eu penso que os dispositivos tecnológicos vieram ajudar o homem por várias razões: estar em contacto em caso de necessidade, diminuir a possibilidade de nos perdermos utilizando o GPS e facilitar a pesquisa de informações na internet, entre outras. Há quem argumente que o uso de telemóveis e outros dispositivos tecnológicos veio prejudicar o homem, criando vícios ou que estar sempre “online” muito tempo pode ser prejudicial à saúde. Embora saiba que os jovens estão cada vez mais viciados no “wi-fi”, nos jogos de telemóvel, em falar com os amigos na internet, creio que os dispositivos tecnológicos vieram ajudar o Homem, se forem bem utilizados. Logo, penso que os telemóveis, os tablets, os computadores e outras tecnologias da comunicação são importantes para o Homem. Texto: Madalena Amaro, 6ºF

Em 16 de outubro de 1945, era fundada a Organização da Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO - Food and Agriculture Organization). No dia 16 de outubro, comemora-se o Dia Mundial da Alimentação, em mais de 130 países. Ao mesmo tempo, na Sede da FAO, em Roma, tem lugar a cerimónia global que, tal como todos os eventos e ações em todo o mundo, promove a consciência e a ação por aqueles que sofrem de fome, por maior segurança alimentar e dietas nutritivas para todos. O principal objetivo é chegar a 2030 com Zero Hunger (Zero Fome/Sem Fome) Professora Paula Afonso

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NOTÍCIAS DA JOÃO AFONSO

não urbanos e por isso nasceu Isto não é lixo?. Que qualidades são necessárias para ser escritor?

“Ainda há muito lixo espalhado no chão das escolas, pouca separação de resíduos em casa e nas escolas…” Conversa com a escritora Joana Estima Rocha No âmbito das comemorações do Dia Nacional do Mar, a escritora Joana Estima Rocha esteve na Escola João Afonso para falar sobre o tema da poluição e apresentar o seu livro Isto não é lixo?, nos dias 16 e 19 de novembro. O Jornal Moliceiro não poderia perder a oportunidade de conversar com esta escritora.

Ter imaginação, estudar, conversar com várias pessoas sobre o assunto de que estamos a escrever e, a partir daí, criar textos que consigam transmitir os conhecimentos de uma forma lúdica. Quais as principais razões para ter escrito o livro Isto não é lixo? Para convidar as crianças, jovens e adultos ao prazer da leitura e ser um alerta para os temas destes resíduos que vivem connosco, também no nosso dia a dia. Além disso, o livro é transversal a muitas disciplinas. Gostou de fazer o livro? Gostei muito, porque achei que, ao mesmo tempo, era um desafio, de forma a conseguir transmitir os conhecimentos técnicos de uma forma lúdica. Qual é a principal ideia de Isto não é lixo? A mensagem que o livro pretende transmitir é alertar a população

para evitar erros sobre a deposição de certos resíduos (farmacêuticos, agrícolas, de caça, elétricos e eletrónicos) e lança desafios sobre os resíduos espaciais, os de construção e demolição e todo o lixo marinho. Que mensagem gostaria de deixar aos nossos leitores sobre a preservação do ambiente? Verifico que apesar de haver muitas campanhas de sensibilização, trabalhos desenvolvidos pelos professores e educadores, pais e avós, equipamentos disponíveis, ainda há muito lixo espalhado no chão das escolas, pouca separação de resíduos em casa e nas escolas, reduzidos cuidados com consumos de água e energia, porque têm os bens como adquiridos. No entanto, temos verificado que, de ano para ano, o areal das praias tem vindo a reduzir, o clima tem estado instável, a água disponível para consumo vai continuar a diminuir e o nosso planeta tem dado o alerta. Será que vamos continuar a ignorar? Entrevista de: Marta Silva e Matilde Lameira, 5ºH, Clube de Jornalismo. Foto: Jornal Moliceiro Ler a entrevista completa em www.jornalmoliceiro.blogspot.pt

O que a levou a ser escritora? As ideias surgiram um dia, quando me sentei em frente ao computador e comecei a escrever sobre a temática das energias renováveis (livro À Tua Volta – as energias renováveis, que integra o Plano Nacional de Leitura, Ler+), uma vez que verifiquei que não existia nenhum livro sobre esta área, para jovens. A partir daí, verifiquei que também não existia informação sobre resíduos sólidos

ALERTAR PARA MELHOR CUIDAR DO AMBIENTE! No âmbito do Dia Nacional do Mar, a Biblioteca Escolar da Escola João Afonso, em conjunto com a disciplina de “Cidadania e Desenvolvimento”, convidou a escritora Joana

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Estima Rocha, com o objetivo de chamar a atenção para o problema da poluição.

desde 2009, é coordenadora regional do Programa Nacional de Vigilância da Bandeira Azul.

Licenciada em Engenharia do Ambiente, tem o mestrado em Energia e Gestão do Ambiente pela Universidade de Aveiro. Colaborou em projetos de educação ambiental com a ERSUC, Valorsul e a Resinorte. Foi coordenadora do núcleo centro da Liga para a Proteção da Natureza e,

Ao longo dos dias 16 e 19 de novembro, a escritora dinamizou várias sessões, dirigidas a todas as turmas do 5.º ano. Com base no seu livro “Isto não é lixo?”, abordou a temática da proteção dos oceanos, bem como da diminuição do lixo. João Parada, 5ºB, Clube de Jornalismo


NOTÍCIAS DA JOÃO AFONSO

Todos os alunos participam no simulacro “A Terra treme”

Alunos do 5º ano participam numa aula dada por biólogos da UA

No dia 5 de novembro, na Escola João Afonso, houve um simulacro de sismo, às 11h05, no âmbito do projeto “A Terra treme”, promovido pela Autoridade Nacional de Proteção Civil, em parceria com diversas entidades públicas e privadas, que se dirigiu à comunidade educativa de todo o país.

No dia 5 de novembro, alunos do 5º D, E, F e G da Escola João Afonso participaram numa aula prática, orientada por biólogos da Universidade de Aveiro, no laboratório de Ciências Naturais da escola.

Com este exercício, organizado anualmente, pretende-se desenvolver uma cidadania ativa em matéria de proteção e segurança em todos quantos nele participam, dado que o nosso país detém um elevado risco sísmico, sobretudo nas regiões da grande Lisboa e do Algarve. Com estes simulacros, todos podem aprender a prevenir-se para o caso de acontecer um sismo. Para isso, aprendem o que é um sismo (choque entre as placas tectónicas quando se movimentam) e treinam os três gestos fundamentais: “Baixar, Proteger, Aguardar”. Quisemos saber o que os alunos sentiram durante esta atividade. “Tive um sentimento estranho, parecia que a Terra estava a tremer, mas aprendi o que devo fazer em caso de sismo: baixei-me, protegi a cabeça e aguardei debaixo da mesa.”, disse a Inês Correia, do 5ºB, que acrescentou que, em caso de sismo, “procurava um local onde não houvesse prédios, casas ou até lojas.” Para o João Parada, da mesma turma, esta atividade é necessária “para nos prepararmos caso aconteça um tremor de terra”.

isso, só vêm à superfície do solo à noite. Os alunos puderam observar e manusear os animais com luvas, na parte final da aula, mostrando muito interesse pela apresentação dos biólogos da Universidade de Aveiro, a quem agradeceram a oportunidade que lhes foi dada. Texto elaborado coletivamente pela turma do 5ºG Fotos: Jornal Moliceiro

Os professores Susana Loureiro e Artur Alves e o investigador Diogo Cardoso conversaram com os alunos sobre os animais existentes no solo, que contribuem para a decomposição da matéria orgânica, e indicaram algumas curiosidades sobre eles. Disseram, em primeiro lugar, que os bichos-de-conta, ao contrário do que muitos meninos pensam, são crustáceos e não insetos. São assim crustáceos terrestres. São familiares de animais como o camarão e, tal como ele, estão revestidos de quitina, reforçada com substâncias calcárias. Explicaram ainda a sua forma de vida, o seu meio de reprodução, as suas características e o seu habitat natural. Falaram depois dos escaravelhos, que, tal como as borboletas, sofrem metamorfoses desde a fase larvar até à fase adulta. Depois de saírem dos casulos, vão evoluindo de uma cor transparente para uma avermelhada e de uma cor avermelhada para uma cor preta escura. No que respeita às minhocas, explicaram algumas curiosidades. Por exemplo, não gostam de qualquer tipo de luz (natural e artificial). Por

Vários professores com quem falámos declararam-se muito satisfeitos pela forma responsável como os alunos participaram nesta atividade, tão útil para todos. Trabalho elaborado por Martim Santos, 5ºF e Rosalina Braga, 5ºI, Clube de Jornalismo

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Foto: Lucas Valente 7ºC 2015-16

Alunos do 7ºA visitam a Marinha de Santiago da Fonte No dia 15 de novembro, no âmbito das disciplinas de Ciências Naturais e Física e Química, os alunos do 7ºA visitaram a Marinha de Santiago da Fonte, tendo por guias duas docentes da Universidade de Aveiro do Departamento de Biologia. Os alunos constataram que esta Marinha, constituída por 5 hectares e adquirida pela Universidade de Aveiro em 1993, constitui um reservatório de biodiversidade, quer de Aves como o flamingo (Phoenicopterus roseus) e pilrito-comum, (Calidris alpina) quer de plantas halófitas, como a Salicornia sp. e a gramata branca (Halimione portucaloides). Verificaram também que a mesma está inserida numa paisagem sedimentar. A vertente económica desta Marinha prende-se com a venda do sal. O sal, recolhido pelo método artesanal, não sofre qualquer processo de transformação, apresentando-se rico em nutrientes. Este sal apresenta cerca de 95% de cloreto de sódio e vários iões, como o magnésio, cálcio e o potássio. Desta forma, os alunos descobriram os benefícios do sal para a saúde, bem como a riqueza biológica da nossa Ria. Texto e foto: turma do 7ºA

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DESPORTO ESCOLAR

proporcionar o convívio familiar intergeracional, ao ar livre. Que qualidades é preciso ter para praticar minigolfe?

“O minigolfe permite desfrutar da natureza e promover a sociabilidade e amizade” Conversa com a professora Maria do Carmo Silva

Na escola João Afonso existe um clube de minigolfe, que faz parte do Desporto Escolar. Quisemos saber mais sobre este desporto; por isso, entrevistámos a pessoa responsável por este clube, professora Maria do Carmo Silva. Como é que esta modalidade ajuda o aluno-jovem? O minigolfe contribui para melhorar a saúde e aumentar o rendimento escolar. Especificamente, o minigolfe desenvolve concentração, responsabilidade, competências de coordenação motora, autocontrolo, autoconfiança, socialização e boa disposição. Qual é a idade ideal para praticar minigolfe? Quanto mais cedo melhor, em termos de aquisição técnica. Contudo, como não tem limite de idades para a sua prática, é uma modalidade excelente para

Ser disciplinado, cumprir as orientações dadas e ser perseverante. A coordenação entre os olhos e as mãos (óculo-manual) e o controlo da força, necessários neste desporto, vão-se adquirindo naturalmente. Depois, o treino e os jogos vão ajudar a que os jogadores possam ser cada vez mais fortes. Qual é a técnica para dar uma tacada certa? Primeiro, saber pegar no taco. Ao pegar no taco, as mãos não devem sobrepor-se e o taco deve ser seguro com uma mão por cima e outra por baixo. De seguida, a posição do corpo é fundamental, sendo que os pés devem formar uma linha paralela com a direção da bola. Por último, a bola deve ser colocada na pista sempre com a mão e quando é exercida a tacada, o taco deve assentar na pista. Gosta dos minigolfe?

novos

campos

de

Os campos de minigolfe da nossa escola sofreram algumas melhorias, agora com as obras de requalificação. Contudo o piso está muito irregular, o que prejudica imenso a precisão da trajetória da bola. Vai ter de ser retificado este aspeto, espero eu! Por outro lado, sempre que vamos treinar, verificamos que existe muito lixo espalhado pelo campo e, mais grave, vemos com muita frequência alunos no campo a brincarem em cima das pistas, o que é proibido.

O campo de minigolfe deveria estar fechado quando não há aulas de minigolfe? Gostaria que a escola fosse um lugar onde não houvesse necessidade de fechar espaços, pois seria indício de que todos os nossos alunos tivessem consciência cívica e pudessem usufruir em pleno de todos os

espaços da escola, respeitando neste caso, as regras de ocupação do campo de minigolfe. Vou propor à coordenação da escola uma maior supervisão deste espaço. Gostaria que não fosse necessário proibir! Porque gosta modalidade?

tanto

desta

Gosto imenso desta modalidade porque promove uma competição muito saudável, em que todos os jogadores são simultaneamente árbitros, num ambiente calmo de muita concentração e respeito. Desfruta-se da natureza e promove-se a sociabilidade e amizade. Sabemos que a professora começou por praticar golfe. Como e quando é que começou a praticar esta modalidade? Efetivamente, comecei pelo golfe, que me dá um enorme prazer e me transmite a tranquilidade de que muitas vezes preciso. O minigolfe aparece como alternativa ao golfe no sentido de ser mais acessível a todos. A nossa escola teve em tempos um campo de minigolfe que se encontrava desativado e, quando surgiram as obras de requalificação, propus então ficar responsável por esta modalidade de que tanto gosto. Por outro lado, temos vários campos de minigolfe na nossa zona, por exemplo, Costa Nova, Ílhavo, Gafanha da Encarnação, entre outros, e consequentemente várias equipas, existindo assim um quadro competitivo muito rico. Quando se deu, na história, a mudança do golfe para o minigolfe? O Minigolfe é um desporto de origem britânica que surgiu como alternativa ao golfe, no sentido de estar acessível a uma parte menos elitista da sociedade do século XX. Os princípios gerais do minigolfe são grosseiramente comparáveis aos do golfe. Consiste no arremessar uma bola por ação de um taco a partir de uma marca de saída, para que essa se desloque e ultrapasse um obstáculo ou série de obstáculos até permanecer estática num pequeno

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buraco. O objetivo principal é colocar a bola no buraco com o mínimo de ações criadas pelo taco, designadas “tacadas”. Designa-se por pista a junção dos elementos obstáculo ou série de obstáculos, marca de saída e buraco, assentes sobre uma base rígida. O golfe é conhecido por ser uma modalidade só para ricos. Concorda? Para jogar golfe, temos de adquirir ou alugar o material necessário e deslocar-nos a um campo de golfe (Cantanhede, Coimbra, Viseu…). Estes dois requisitos podem efetivamente condicionar a prática desta modalidade, justificando de certa forma essa afirmação. Contudo, nos últimos anos, temos vindo a assistir a uma maior divulgação e apoio a esta modalidade, nomeadamente com existência de golfe no Desporto Escolar, proporcionando a todos os alunos de escolas situadas perto de campos de golfe, a prática desta modalidade. Entrevista de Luísa Cruz e Tiago Roque, 5ºE, Clube de Jornalismo Fotos: Mariana Morais, 6ºB, Clube de Jornalismo

Breve

história

do

golfe...

A palavra golfe deriva da palavra inglesa golf, que significa “taco”. Considerado um desporto de elite por muitas pessoas, a sua verdadeira origem é bastante discutida, sendo que a mais aceite é a sua criação pelos escoceses que já o praticavam por volta de 1400. Em 1457, o parlamento escocês, por ordem do rei Jaime II da Escócia, proibiu a prática do golfe por considerá-lo um divertimento que afetava os interesses do país. Alguns historiadores tentam atribuir aos ingleses a criação deste desporto. Outras origens são também conhecidas: um antigo jogo romano chamado Paganica (o jogo dos camponeses), que era praticado nos séculos XVII, XVIII e início do XIX, com uma bola de pele ou couro cheia de penas e com uma vara curva, lembrando bastante o golfe. O golfe foi difundido no continente europeu, bem como na América e na Ásia, pelos emigrantes escoceses e ingleses, que ao chegar aos seus destinos, procuravam criar um clube e obter um terreno para construir o seu campo de golfe. Assim aconteceu em Portugal em fins do séc. XIX. A colónia inglesa, que vivia no Porto, e se dedicava à produção e comércio do vinho do Porto, introduziu o golfe em Portugal ao criar, em 1890, em Espinho, o Oporto Niblicks Club. Em Lisboa, foram os funcionários britânicos das companhias de telefones e dos transportes ferroviários que fundaram, em 1922, o Lisbon Sports Club, hoje sediado em Belas. Os primeiros 60 anos do golfe em Portugal estão historicamente ligados à vida destes dois clubes e de mais dois outros, fundados em 1934, os golfes de Miramar e Vidago. (Informações fornecidas pela Professora Carmo Silva)

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OPINIÃO

Direitos Humanos… ainda e sempre! “Só podemos falar em democracia, progresso e desenvolvimento social, económico e humano se inscrevermos nas suas premissas os valores da cidadania, igualdade e dos direitos humanos.” ACEGIS, novembro 2018 Em 2018, recordamos os 70 anos da aprovação do importante documento, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, em 1948, e celebramos os 40 anos de adesão de Portugal à Convenção Europeia dos Direitos Humanos, em 1978. Ambos os documentos foram fruto da democratização de países e seguiram-se a grandes brutalidades perpetradas sobre os seres vivos deste nosso planeta Terra. Mais do que celebrarmos estas datas, elas devem servir para fazermos uma reflexão sobre a importância real destes documentos. A sua elaboração e aprovação pelos países deveriam significar que estes tentaram adequar e orientar as suas políticas gerais para o bem comum. Porém, olhando para o mundo em geral ficamos com sérias dúvidas sobre este significado. Mais, ficamos com sérias preocupações sobre o real significado das palavras escritas naqueles documentos. Atualmente aqueles documentos parecem assemelhar-se àquelas montras de produtos de luxo, onde apenas nos é permitido parar, olhar e sonhar. A vida dos países, bem como dos seres humanos, não é feita em linha reta e muito menos numa linha ascensional. O caminho da Humanidade é uma onda sinusoidal, de pontos altos e baixos, de grandes feitos e de grandes barbáries, de grandes sonhos e de grandes pesadelos. Atualmente vive-se um período de grandes incógnitas. Temos a nítida

sensação de estamos numa viragem estrutural e que o futuro se prepara para alterações profundas em todos os setores da nossa vida. Espera-se que esse futuro seja de progresso e desenvolvimento para todos e não apenas para um punhado de pretensos «donos do mundo».

Camila Carvalho 7ºC

Espera-se que esse futuro seja preparado com os olhos postos nestes documentos. Espera-se que estes documentos continuem a modernizar-se e a apelar para a resolução pacífica dos novos “problemas”, que de certeza se irão colocar à Humanidade. A prova que temos constantemente necessidade de falar nestes assuntos para “acordar” a Humanidade para os desvios perniciosos que vai fazendo, foi a recente legislação escolar que “emancipou” uma área que sempre foi transversal a todos os programas e de todas as disciplinas – Cidadania e Desenvolvimento. Isto prova que apesar do aumento da escolaridade dos povos, do aumento do acesso à informação, o caminho para a democracia, para o progresso e desenvolvimento não é um dado adquirido e bem entendido por todos. Temos necessidade de muito frequentemente repensar um conjunto de valores que são universais. Refletirmos sobre as más opções tomadas e reorientarmos a rota da Humanidade e do planeta. Afinal, os Direitos Humanos não estão feitos, foram-se construindo, alargando e aprofundando. E terão de continuar a efetuar esse caminho, sem parar, sem dar tréguas. Temos que continuar a lutar por mais e melhores Direitos Humanos, pois eles não têm geração espontânea. São fruto do trabalho árduo, de muitas pessoas e de variadas formas.

Alice Abreu 7ºC

Maura Silva 7ºD

Profª Helena Rodrigues, novembro 2018 Imagem logo: https://bit.ly/2A9ey8E

Ariana Magalhães 7ºA

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MEMÓRIA

100 anos depois... não esqueceremos 1ªGRANDE GUERRA

Inês Melo 7ºB

No dia 10 de dezembro de 2018, comemoram-se os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

A 1ª Guerra Mundial, também conhecida como 1ª Grande Guerra, foi uma guerra global, centrada na Europa, que causou cerca de 10 milhões de mortos e um imenso número de feridos e desaparecidos. Romancistas, poetas, pintores e a cultura de um modo geral foram, de alguma maneira, influenciados por esta Guerra.

Apesar de reconhecidos na maioria dos países do mundo, os Direitos Humanos continuam a ser violados todos os dias. Basta olharmos a guerra, o racismo, a pobreza e a violência que emerge por vezes tão perto de nós.

Na altura, a fotografia era recente, por isso publicavam-se pinturas e desenhos que ilustravam o horror da Guerra, através de desenho de observação, ou através de desenho expressivo, simplificando a realidade por acentuação ou deformação.

A partir da formação da associação Poppy Apeal, as papoilas vermelhas passaram a ser um símbolo da 1ª Grande Guerra, recordando o sangue derramado naqueles quatro anos negros da história da Humanidade.

Há 20 anos, o Jornal Moliceiro dedicava a sua 56ª edição aos Direitos Humanos. Em 2018, a Escola João Afonso continua a não esquecer a necessidade de defender os Direitos Humanos e de agir, respeitando-os. E para o recordar a todos, as turmas do 7ºano têm trabalhado em várias disciplinas (Educação Visual, Português, Geografia, Espanhol, Cidadania e Desenvolvimento, T.I.C....), no âmbito dos D.A.C. (Domínios de Autonomia Curricular), e vão organizar uma Exposição no Polivalente. Não se esqueçam de a visitar a partir do dia 10 de dezembro.

Depois da Guerra continuaram a ser realizadas obras de arte, homenagens e associações que remetiam para este tema. O maior exemplo de uma associação que presta homenagem às vidas perdidas neste dramático período é a Poppy Apeal, que consiste na angariação de fundos para financiar a assistência a milhares de antigos militares através da venda de papoilas vermelhas de papel.

Todos os anos, nos primeiros dias de novembro, em toda a Inglaterra, uma das nações que mais lutou, as pessoas usam uma papoila vermelha de papel ao peito, celebrando o armistício da 1ªGuerra Mundial, o dia em que foram baixadas as armas que mataram tantos amigos que lutavam pela paz.

Declaração Universal dos Direitos Humanos – Foi há 70 anos!

Maria Luisa Silva 7ºB

Gabriela Ferreira 7ºD

Para já, ficam aqui alguns desenhos, realizados em E.V., de rostos de crianças de diferentes regiões do mundo. Crianças com diferentes culturas, raças, tradições, e, decerto, com diferentes problemas e com sonhos distintos.

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Javier Pereira 7ºA

amigo, McCrae escreveu, sentado numa ambulância, as 15 linhas de um poema que se tornaria uma verdadeira dedicatória a todos os jovens militares que morreram nos campos de batalha, onde apenas cresciam papoilas vermelhas, cor do sangue naqueles campos de morte. No poema lê-se:

Professora Margarida Lemos

A simbologia desta flor veio de um poema que a professora americana Moina Michael, que trabalhava como voluntária numa associação humanitária, leu numa revista, dias antes de a 1ª Guerra Mundial terminar. O poema fora escrito em 1915 por John McCrae, médico do exército canadiano, na frente belga, dois dias depois da Batalha de Ypres. A batalha fez muitas vítimas, entre as quais o tenente Alexis, amigo do médico. Depois de ter enterrado o

“Nos campos da Flandres crescem papoilas/entre as cruzes que, fila a fila, marcam o nosso lugar (...) / Se traírdes a nossa fé, dos que morremos,/Jamais dormiremos, ainda que cresçam papoilas/Nos campos da Flandres.”

No dia 11 de novembro de 2018, às 11 horas, foi celebrado o 100º aniversário do fim da 1ª Grande Guerra. Nunca é demais relembrar que 100 anos é muito pouco tempo historicamente, e que é nosso dever olhar para os erros do passado para não os repetir no futuro. Ana Maria Santos Cunha, 7ºC Fonte da imagem: https://bit.ly/2P4GfVn


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É NOTÍCIA !

A Homem Cristo no “Young Europe Debates” O Agrupamento de Escolas de Aveiro, nomeadamente a Escola Secundária Homem Cristo, fez-se representar por 6 alunos e 3 professoras na reunião transnacional e na atividade de ensino / aprendizagem que se realizaram, desta vez, na Alemanha, no âmbito do projeto Erasmus + KA2 (2017-2019). Houve uma reunião de preparação que decorreu de 19 a 23 de setembro, cujo objetivo foi ultimar todos os detalhes para o bom funcionamento da atividade com alunos e professores que aconteceu de 7 a 12 de outubro de 2018. A escola anfitriã – Erich Gutenberg Berufskolleg -, situada em Buende, recebeu os parceiros portugueses, croatas e romenos de braços abertos, proporcionando a todos momentos inesquecíveis. Realizaram-se os debates académicos entre as equipas dos vários países com o tema central “Migração contemporânea – problemas e soluções”. Para além desta atividade central, houve ainda várias visitas guiadas pela cidade de Buende e Berlim, com o objetivo de mostrar um pouco da história e cultura alemãs a todos os participantes. O próximo encontro será em Aveiro, Portugal. Estamos todos ansiosos por poder recebê-los já em abril e maio do próximo ano. Texto e fotos de Profª Maria José Dias coordenadora do projeto novembro, 2018

“Could the Lights go off across Europe?” Cooperation to shape an all renewable vision for Europe by 2050 Na semana de 22 a 28 de setembro, cinco alunas e dois professores do Agrupamento de Escolas de Aveiro, participaram em Buchen, na Alemanha, num intercâmbio no âmbito do Projeto Erasmus+: “Could the Lights go off across Europe?” Cooperation to shape an all renewable vision for Europe by 2050. Neste projeto são parceiros a Escola Secundária Homem Cristo, uma escola alemã, uma norueguesa e uma inglesa (Burghardt Gymnasium, Brunla Ungdomsskole e Churston Ferrers Grammar School, respetivamente). As energias renováveis são o tema aglutinador do projeto, por isso, durante a nossa estadia, visitámos várias instalações, fábricas e empresas relacionadas com esta temática. O programa coloca os alunos em interação e a debater os assuntos relacionados com: sustentabilidade do planeta, reciclagem de materiais, recursos e energias renováveis. Aos participantes foi proporcionada a possibilidade de conhecerem como é possível a partir de desperdícios produzir energia elétrica, fertilizantes naturais (húmus) para fins agrícolas, aquecimento de águas sanitárias para distribuição comunitária e carvão vegetal. O projeto proporcionou visitas a iniciativas locais e empresas que produzem energia de uma forma sustentável,

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SOCIEDADE

Brincadeiras de Crianças

nomeadamente, a partir de: biogás, resíduos sólidos (biomassa), vento (eólica), água (hídrica), calor (térmica) e sol (solar). De um modo global, as visitas judaram-nos a compreender como se produz energia de uma forma limpa e amiga do ambiente. O fator aprendizagem foi muito importante no decorrer desta viagem, pois o que aprendemos poderá ser útil para o nosso futuro e para a diminuição da nossa pegada ecológica, o que consequentemente leva a uma melhoria na “saúde” do nosso planeta, aspeto cada vez mais preocupante. No entanto, não podemos, de todo, esquecer-nos das amizades que fizemos e esperamos manter. Durante essa semana convivemos, partilhámos experiências e aprendemos, não só sobre formas sustentáveis de produzir energia, mas também sobre os costumes e culturas de outros países. Por estes motivos, consideramos que todos os estudantes deveriam ter a oportunidade de participar num programa tão enriquecedor e único como o Erasmus. Texto e fotos da equipa do projeto: Prof. António Abrantes e Profª Judite Carvalho Ana Patrícia Sequeira e Sara Mendes, 12ºC; Carolina Coutinho, Carolina Gonçalves e Matilde Simões, 11ºA

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Pergunto-me quantos de nós podem gabar-se de, durante a infância, terem podido divertir-se livremente pelas redondezas das nossas casas? Provavelmente nenhum, já que havia sempre um pai ou uma mãe que nos impedia por causa dos perigos de sair de casa… ou até mesmo uma avó que, durante os dias mais frios, nos ia buscar pela orelha à rua, enrolava-nos em mantas e nos dava chá de casca de cebola para evitar a constipação!… Sempre ouvi histórias que os meus avós e até mesmo os meus pais contavam e contam sobre a sua infância… jogar à apanhada ou à bola, faltar à escola para se divertirem na rua, coisas que hoje em dia são quase impossíveis por várias razões… O que terá mudado tão drasticamente na nossa sociedade em aproximadamente meio século para diminuir tanto a nossa liberdade? A verdade é que com o passar dos anos o nosso estilo de vida tem vindo a evoluir, tanto nas cidades como no campo e nas aldeias… Se retrocedermos, por exemplo, 50 anos, podemos constatar que nessa época havia uma mínima quantidade de carros nas cidades, enquanto nas aldeias era quase nula… Os poucos carros que se viam no campo eram os puxados por uma vaca ou um boi… Hoje em dia, as cidades encontram-se infestadas de automóveis que as tornam mais perigosas, aumentando os acidentes, e feias, já que promovem a poluição... Também podemos mencionar a crescente industrialização das cidades, que também tem vindo a aumentar a poluição do ar e das águas, por exemplo, diminuindo a nossa qualidade de vida. Para além disso, a nossa sociedade tem evoluído de uma maneira

negativa ao longo dos anos. São várias as notícias relacionadas com sequestro, violação, homicídio e violência com crianças, jovens e não só… Em vez de prosperar, a nossa sociedade tem vindo a decair cada vez mais com o passar do tempo… Em suma, a evolução da nossa sociedade tem vindo a acarretar diversos aspetos negativos, tais como poluição, a destruição dos espaços verdes, a decadência dos valores da própria sociedade, aspetos estes que devem ser seriamente discutidos, para poderem ser solucionados. Desta forma, a nossa evolução poderá tomar um rumo positivo e a nossa sociedade prosperará! Carlos Bruno, 12ºB Imagem: https://www.guiadobebe.com.br/15-brincadeiras-do-tempo-da-mamae


CIDADE

mais importantes do panorama Aveiro… Cidade e Arte! as europeu, como Atenas, AmesterQualquer cidade do mundo tem de espelhar a sua cultura local para poder estabelecer o contraste com as restantes cidades, correspondendo a cultura ao conjunto complexo de códigos e de padrões partilhados por uma sociedade e que se manifesta nas normas, nas crenças, nos valores, ou até mesmo em instituições que fazem parte da vida individual e coletiva dessa sociedade.

Atualmente, creio ser impossível pensar numa cidade sem a relacionar com a cultura, pois esta imprime uma dinâmica bastante importante ao seu desenvolvimento. Relativamente à cidade de Aveiro, a nossa cidade, penso que se tem vindo a fazer um esforço enorme para lhe dar uma perspetiva mais cultural e cosmopolita. Por exemplo, ao nível do Plano Estratégico para a Cultura, a Câmara Municipal de Aveiro anunciou, este verão, que vai avançar com a candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027. Este evento foi criado em 1985 pela Comissão Europeia, sendo considerado o maior evento cultural da Europa. Entre as 58 cidades que já o acolheram, encontramos

Aveiro e o Turismo

No meu imaginário e no do comum do ser humano, uma cidade é um espaço densamente povoado, que, muitas vezes, designamos por metrópole e que concentra uma oferta variada de serviços. Uma das razões de eu ter escolhido como subtema o turismo na minha cidade prende-se com o facto de Aveiro se encontrar a viver um momento particularmente importante a nível turístico. A cidade de Aveiro não é uma grande cidade, não é uma grande urbe e tam-

dão ou até Paris. Não nos devemos esquecer que, entre nós, Lisboa já foi Capital Europeia da Cultura em 1994, o Porto em 2001 e Guimarães em 2012. E porque não Aveiro em 2027? Atendendo às manifestações culturais existentes, são de destacar as festividades religiosas, nomeadamente, a procissão de Santa Joana que, nesse dia, traz à cidade imensas pessoas que desejam celebrar a sua Santa; temos, ainda, os festejos religiosos do S. Gonçalinho que decorrem no final de dezembro e início de janeiro, no bairro típico da Beira-Mar.

A nível profano, não podemos esquecer a Feira de Março, uma das mais antigas deste país e que remonta ao tempo do Rei D. Duarte. Mais recentemente, surgiu um festival bastante apreciado que vai na sua terceira edição: o Festival dos Canais é já um dos mais importantes da oferta cultural do Município de Aveiro. Este evento convida as pessoas a desfrutarem da Cidade, do seu património e geografia, evocando a sua história e identidade. São, então, os canais urbanos, o espaço público, que se afirmam como os palcos do Festival.

Mas não existem apenas festas profanas ou festivais. Há pouco tempo, dois antigos alunos da universidade de Aveiro, Artur Lobo e Dalila Monteiro, do curso de Design, numa lógica de aproximação entre a comunidade universitária e a cidade, pintaram um painel junto ao viaduto que desemboca na ponte sobre o canal central. Entre outros trabalhos realizados por estes dois artistas, como exemplo da cultura espelhada na Arte de Rua, destacam-se a fachada da nossa Escola Secundária Homem Cristo e a esplanada do Rebaldaria, na rua Direita. Assim, atendendo à multiplicidade de linguagens usadas em vários suportes, é possível verificar que a cultura também está presente, por exemplo, no Museu de Santa Joana, numa representação teatral ou espetáculo de dança que ocorre no Teatro Aveirense ou nos festivais mais recentes como, por exemplo, o Street Arts Fest. Acredito que viver numa cidade onde a cultura faz parte do nosso dia a dia não só permite conhecer melhor o local em que vivemos, mas também expandir os nossos horizontes. Raquel Trigo, 12ºC

bém não é, comparativamente com cidades como Braga, Viseu ou Viana do Castelo, uma cidade com muitos edifícios antigos. No entanto, acaba por ser uma urbe que consegue conjugar simultaneamente a Natureza e o Homem, por oferecer desde exemplos de Arte Nova que não existem em mais nenhum espaço português a um pedacinho de ecossistema da Ria presente nos canais da cidade, onde os turistas se divertem a passear nos moliceiros.

ciar os pratos típicos e visitar locais que consideramos identitários.

Quando pensamos no conceito de turismo enquanto atividade ligada à viagem e ao conhecimento de novos lugares, com objetivos culturais e de entretenimento, acabamos por ter sempre diferentes perspetivas da cidade em questão. A cidade de Londres, por exemplo, pela sua variedade étnica, permite-me perceber que apresenta um misto da cultura mundial. Mas o que me leva efetivamente a visitar esta cidade é perceber as marcas de identidade deste país, nomeadamente o contacto com a língua inglesa, apre-

Finalmente, falar da cidade e de turismo implica um conjunto de estudos a nível sociológico, antropológico e económico. E por falar em economia, Portugal tem de agradecer ao turismo, pois foi um dos fatores que ajudou o nosso país a sair da crise.

Fazendo agora uma analogia interessante, mas algo irónica, ao British Museum corresponderá, em Aveiro, o Museu de Santa Joana, aos scones ingleses, os nossos alemães ou os célebres ovos moles. Mas haverá alguma comparação? Claro que não, cada cidade tem a sua marca turística e cada turista tem a sua perspetiva da cidade em questão.

De facto, o prognóstico de 1911 feito pelo arquiteto francês Henri Martinet estava certo, quando referiu que Portugal viria a ser um dos primeiros países do turismo mundial. Ana Inês Costa, 12ºC Foto: Fabiana Rodrigues, 10ºG

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É NOTÍCIA !

Os caminhos da Ria

roteiro

Com abertura dos passadiços de Esgueira, foram ampliadas as possibilidades de fazer vários percursos na parte norte da Ria de Aveiro e nos campos do Vouga. O percurso de bicicleta parte de Aveiro e pode fazer-se em família, em total segurança, praticamente sem passar por estradas. As paisagens são únicas!

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Inicia-se o percurso no canal de São Roque. No fim do canal, passa-se por baixo da A25, num caminho de terra batida que vai dar ao início dos passadiços. No final deste caminho, que segue ao lado da A25, vira-se à esquerda por uma estrada durante 300 metros até encontrarmos os passadiços. Ao entrar no percurso, é só necessário seguir os passadiços ou as setas. Será sempre necessário parar para contemplar a magnífica paisagem e tirar fotos para depois partilhar com os amigos. O percurso dos passadiços acaba no Rio Novo do Príncipe, um canal artificial construído para desaguar o Rio Vouga. O percurso segue na margem sul do rio até à ponte nova de Sarrazola. Atravessa-se o rio nessa ponte e, a partir daí, pode-se seguir para norte em direção à BIORIA e aos vários canais da Murtosa. Os mais aventureiros podem ir até São Jacinto, regressando de ferryboat para a Gafanha da Nazaré. Pode ir-se só até à BIORIA e regressar no comboio urbano, que vem do Porto. O transporte da bicicleta é gratuito. Uma segunda possibilidade é seguir para sudeste até à estrada 109, atravessa-se a estrada e segue-se pela estrada N230-2 até Angeja. Aí, atravessa-se a ponte sobre o Vouga e vai-se pelos campos do Vouga até à Taboeira. Vale a pena! Texto e fotos: Prof. Tiago Carvalho


POESIA

poesia

Era um jardim florido

Era um jardim florido As flores tornavam-no colorido Sentia-se a felicidade momentânea Mas no curso da vida contemporânea Contaminei o meu jardim

Contaminei-o de amor, de paixão Contaminei-o de tristeza, de emoção Mostrar-te meu jardim foi meu pecado Talvez eu nunca te devesse ter amado E agora não restam flores E o jardim perdeu as suas cores E o terreno tornou-se baldio E tudo o que sobra é um vazio

Não resta nada no meu jardim Só restam memórias que o destroem E também já não resta nada em mim Só as memórias que me consomem

Miguel Ré, 12.ºB

Sonhos E Enquanto sonhava, Vivia. Aquele “ruído” nos meus ouvidos, Vibrava no fundo do meu ser. Então, Balançava a cabeça, E escrevia. Mesmo sem motivos, Escrevia. Mesmo sem sonhos... Escrevia. Largava tudo o que sentia Naquele caderno. Depois, Voltava. Ansioso. Sempre ansioso... Ainda tudo tão presente. O coração acelerado, A melodia da caneta... Tudo permanecia. Fechando os olhos, Reviveria cada instante. Por isso, Tentava mantê-los abertos, Receando o futuro. Voltava a concentrar-me, Tentava esquecer. Esquecer aquele som, Aquele sentimento…

Foto: Jornal Moliceiro

E, Esquecendo que alguma vez existira, Voltava. Ana Patrícia Sequeira, 12ºC

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RECENSÃO CRíTICA

Oriana quebrasse a promessa efetuada de guardar a floresta e perdesse as suas asas devido à vaidade. Um dia, Oriana foi à cidade e deparou com a sujidade e a obscuridade das ruas, o que lhe causou incómodo e desagrado. Lá, encontrou pessoas que apenas se preocupavam com elas mesmas: “Oriana sentiu-se muito perdida e muito tonta no meio de tantas casas, de tanto barulho, de tanta agitação. Olhava por todos os lados à procura de alguém que a pudesse ajudar. Mas só via desconhecidos, que passavam sem sequer a ver.”

A Fada Oriana e a cidade! Na obra A Fada Oriana, de Sophia de Mello Breyner, são visíveis as dicotomias solidariedade/ egoísmo e sentido de responsabilidade/ vaidade, experienciadas pela protagonista, a fada Oriana. Oriana era uma menina muito bonita e bondosa, que ajudava diversas pessoas com dificuldades. Nela foi depositada a confiança para proteger a floresta e cuidar dos seres vivos que nela habitavam. Desta forma, o campo encontra-se diretamente associado a essa promessa de proteger a floresta, identificando-se com a pureza e os valores humanos, tais como a genuinidade, a honra e a bondade. Um dia, no caminho para a cidade, ao debruçar-se sobre o rio, a fada deslumbrou-se com a sua própria imagem. Aos poucos, foi abandonando a floresta e os seus verdadeiros amigos, deixando de ajudar os outros para perder horas a contemplar-se no rio. Isto fez com que

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Mais tarde, quando regressou à floresta, salvou uma velha que se encaminhava para um abismo, pondo em risco a sua própria vida. Este ato fez com que a fada se encontrasse com os valores do campo e deixasse a vaidade de lado, para se voltar a preocupar com os outros. Chegamos, assim, a uma oposição entre os valores do campo e os da cidade. A cidade é associada à perda de valores humanos importantes, como a integridade, o respeito, o afeto e a entreajuda. Este espaço é projetado de um modo metálico, frio e desprovido de emoção. Todos os rostos são estranhos, o barulho e as filas são uma constante. Existe uma mecanização associada ao uso da máquina e à indústria, além da mecanização das tarefas de cada um, que são executadas sem pensar e sem reparar no que os circunda. Existe frieza nas relações humanas, não havendo vínculos, mas sim competitividade entre as pessoas. Assim, a cidade é um lugar impessoal, em que não é atribuído o valor necessário às pequenas coisas do dia a dia, pois cada um pensa ape-

nas em termos de tarefas e prazos a cumprir, ou seja, pensa no futuro próximo sem usufruir do momento presente. São aspetos que nos fazem pensar se compensará optar pela cidade por causa das evidentes vantagens que possui, como a facilidade em aceder a serviços, tais como a educação, a saúde e a cultura... Inês Lourenço, 12ºB Imagem: https://bit.ly/2QbdJ9b


ANÁLISE LITERÁRIA

A visão do espaço citadino na literatura portuguesa! Da Idade Média até ao século XX, a cidade assume, na literatura, particular relevo enquanto espaço físico, social e económico. Efetivamente, uma leitura atenta da Crónica de D. João I, de Fernão Lopes, permite ver Lisboa como um lugar de encontro de uma posição política protagonizada por um povo unido e capaz de arriscar a sua vida em prol da liberdade nacional. Esta atitude é tão marcante quanto ao lado deste povo se encontravam elementos da nobreza, o que comprova que o espírito de nação se sobrepunha à estratificação social.

Ainda no mesmo século, mas no domínio da poesia, o ambiente urbano salienta-se, especialmente, nos versos de Cesário Verde, que se debruçam concretamente sobre a cidade de Lisboa. No dizer de Manuel Correia Fernandes, o poeta terá descrito de uma forma muito expressiva e contrastante os espaços físicos e as gentes. Particularizo as diferenças sociais entre um povo trabalhador, personificado nas varinas “hérculeas e galhofeiras”, na frágil engomadeira ou, ainda, nos rapagões fortes que calcetavam as ruas. Em evidente oposição, estão a aristocrata Milady ou as burguesinhas do poema “O Sentimento dum Ocidental”, que apreciavam as montras das lojas. A cidade assume, como se vê, um lugar importante na criação literária do nosso país, apesar de, ao longo do tempo, ter vindo a adquirir contornos cada vez menos dignos de enaltecimento. Joana Romão, 12ºB Professora de Português: Zulmira Carvalho Imagem: https://umatardedeleitura.weebly.com/iniacutecio/resenha-15-por-henrique

Já no século XVI, na vertente lírica da poesia camoniana, é junto ao Tejo que o poeta expressa o sentimento de amor, projetando no rio as emoções que invadem o seu coração ou o do triste pastor “Almeno”. Poderá dizer-se, então, que o Tejo surge como uma sinédoque da cidade de Lisboa, onde o poeta viveu grande parte da sua vida. No que diz respeito, à sua obra épica, a cidade de Lisboa é o ponto de partida em busca de novos Mundos. Recordo o embarque em Belém, quando mães e esposas se encontravam ao lado dos clérigos que acompanhavam Vasco da Gama e os seus marinheiros até às caravelas. Uma vez mais, a cidade revela-se um espaço de união caraterizado pela amargura da despedida, mas também pelo orgulho de uma audácia de quem quer levar o nome de Portugal além-mar. No âmbito da literatura parenética, destaco o modo como o Padre António Vieira no “Sermão de Santo António” designa a cidade como espaço de exploração, onde os homens “se comem uns aos outros”, em constante exploração. O orador chega mesmo a considerar as atitudes dos “brancos” (como designa os habitantes da cidade) mais primitivas do que as dos próprios indígenas. Já no século XIX, é muito acutilante o olhar de Eça de Queiroz sobre a cidade de Lisboa, enquanto espaço físico e social. Lisboa era uma cidade parada, quando comparada a outras europeias, que albergava uma população “pálida” e ociosa. O próprio protagonista do romance “Os Maias”, Carlos da Maia, é exemplo dessa mesma civilização, em que o ideal não passa disso mesmo, já que a ação é nula.

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La Navidad La Navidad es una importante fiesta cristiana que se celebra en todos los países de habla hispana y en otras partes del mundo. Aquí tienes un vocabulario básico sobre estas fiestas. Encuentra las 10 palabras de la Navidad que están escondidas en la sopa de letras.

Soluciones:: www.jornalmoliceiro.blogspot.pt

Pistas: •

Son tres.

Se cantan.

Con ella felicitamos la navidad.

Dulce que se come en Navidad.

Se coloca en la puerta.

Se come el día de reyes.

Se comen en Fin de Año.

Los puede traer Papá Noel.

Representación del nacimiento de Jesús.

Se decora con luces y una estrella.

Las Profes de Español: Noelia Juárez y Samantha Pinto

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World Food Day 2018 - Zero Hunger 16th October World Food Day 2018 is one of the most celebrated days in the UN (United Nations) calendar. After a period of decline, world hunger is on the rise again. Today, over 815 million people are suffering chronic undernourishment, according to the latest FAO (Food and Agriculture Organization) report. Conflict, extreme weather events linked to climate change, economic slowdown and rapidly increasing overweight and obesity levels are reversing progress made in the fight against hunger and malnutrition. Now is the time to get back on track. The world can achieve Zero Hunger if we join forces across nations, continents, sectors and professions, and act on evidence.

World Food Day Messages

Did you know November 20th is “Universal Children’s Day”? It was established in 1954, by the General Assembly of the United Nations (UN). In 1959, the UN General Assembly adopted the Declaration of the Rights of the Child. In 1989, the UN General Assembly adopted the Convention on the Rights of the Child. In the English classes, class 8th A campaigned against some of the most serious problems the world has been facing in the 21st century, like war/large scale conflicts, terrorism, hunger, unemployment, poverty, inequality, climate change and its dramatic effects on land and agriculture. Despite global progress, humanity is probably facing its most dangerous time ever.

Here are some of the Universal Children’s Day messages, by class 8th A: STOP WAR! START PEACE! CHOOSE LOVE INSTEAD OF HATE. IF WE WORK TOGETHER, WE CAN CHANGE THE WORLD. STOP BULLYING! WHAT YOU WASTE, FEEDS OTHERS. GIVE FAMINE NO CHANCE. LET EACH CHILD BE A CHILD. SAVE WATER! WATER CAN SAVE YOU. GIVE SHELTER TO REFUGEES. DON’T WASTE FOOD! FOOD IS LIFE.

Professora: Paula Afonso Fonte das imagens: http://arfh-ng.org

CLEAN FORESTS AND STOP FIRES

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Les jours et les mois

BRIDGES On September 28th, 9th-grade students and some of their teachers attended an art exhibition – “Pontes em Bioética na Ria de Aveiro” - by Isabel Saraiva, at Capitania do Porto de Aveiro. Teacher Margarida Lemos had the idea to give the students the chance to visit an art gallery, as well as to learn how to approach art in a stimulating and thought provoking way. In the English classes, students discussed the importance of bridges in people’s lives. While doing so, it was suggested that, like bridges, all forms of art, as well as languages, are ways of connection and communication between people. They are thoroughly used by people to express their ideas, feelings and emotions. Although you can have fun visiting an art gallery, it can sometimes be very puzzling, making you feel unsure about what you are looking at. Besides, you do not have to like everything you see and sometimes thinking about why a piece of art does not convince you can be productive for forming your own opinions and knowledge about art. Art is in galleries for us to enjoy, but it can also be something to think with, and to think about critically. Here are some of the students’ opinions (class 9th A) about their experience looking at Isabel Saraiva’s paintings. In our opinion, we enjoyed the art exhibition because it was interesting and the paintings were very beautiful. We think that Isabel Saraiva really showed us her views on the city, the water and the bridges. Miriam, Jethro and Ana Marques

As far as the art exhibition “Pontes em Bioética na Ria de Aveiro” is concerned, it was an interesting experience, because the paintings conveyed strong feelings and emotions, as well as life and movement. Ana Torres and Beatriz Antunes

We think the exhibition was a little boring, because art is not our cup of tea! Mariana Santos and Matilde Guerra

In our opinion, the exhibition was difficult to understand, so we didn´t like it much.

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Virginia and Tiago

Horizontal 2. Je suis le troisième mois de l’année 3. Jouir de la semaine après lundi 7. Je viens après le dimanche 8. Je suis le premier mois de l’année 10. Quatrième jour de la semaine 11. Je suis le mois où habituellement on fête Carnaval Vertical

1. Je suis le premier jour du weekend 4. Je viens après le mois de mars 5. Je viens après le mercredi 6. Je viens après le samedi 9. Je suis le dernier jour ouvrable de la semaine, je viens avant le samedi Vê as soluções em: www.jornalmoliceiro.blogspot.pt


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O movimento “Gilets Jaunes” em França Assistimos nas últimas semanas, em França e na Ilha da Reunião, território francês do Ultramar, a um movimento de protesto sem igual no século XXI. Cansados de pagar impostos e de verem os seus rendimentos a diminuir, os franceses saíram para a rua, num protesto pacífico, vestidos com os coletes amarelos (que fazem parte do equipamento obrigatório das viaturas da UE) e tornaram bem visíveis as suas reivindicações. Franceses de todas as idades bloquearam estradas, as refinarias e manifestaram-se das mais diversas maneiras em todas as regiões. Por exemplo: três franceses aposentados, numa aldeia quase despovoada, passaram o dia a atravessar a estrada na passadeira de modo a impedir que o trânsito andasse ao ritmo normal e assim fizeram prova da sua indignação. Que reclamam os franceses? Que não voltem a subir os impostos sobre os combustíveis e que, em vez disso, o estado reponha o chamado ISF (imposto sobre a fortuna), de modo a que os mais ricos contribuam mais e que os mais pobres consigam manter o seu poder de compra. Agora que as instituições internacionais já reconheceram que o modo como trataram a crise económica em Portugal, empobrecendo os portugueses e retirando aos mais pobres o poder de compra que lhes permitia uma vida digna… Agora que já temos conhecimento de que há inúmeros portugueses trabalhadores cujos salários não lhes permitem o acesso a uma habitação adequada nos centros das cidades… Agora que já sabemos que há imenso profissionais a trabalhar demasiadas horas e a atingir níveis de fadiga insuportáveis… Agora seria o melhor momento para nós (conjuntamente com os nossos responsáveis políticos) repensarmos e redefinirmos algumas normas do nosso quotidiano. Professora Ermelinda Alves Fonte da imagem: https://ripostelaique.com

A Torre Eiffel - UMA TORRE POLÉMICA Com as Exposições de Paris em 1855, 1867, 1878, 1889 e 1900, o estado francês queria mostrar a todo o mundo que a França era uma nação poderosa e com uma forte personalidade cultural, política e económica. Ficou famosa a Exposição de 1889, comemorativa do centenário da Revolução Francesa, pela polémica gerada à volta da construção da Torre Eiffel. Aquele que é, atualmente, o principal símbolo da “cidade-luz” foi objeto de grande contestação por parte dos intelectuais franceses da época. Um protesto assinado, entre outros, por Maupassant, Dumas, Charles Garnier e Delaunay fazia constar: “Nós, escritores, escultores, arquitetos, pintores amadores apaixonados da beleza até aqui intacta de Paris, vimos protestar com todas as nossas forças, com toda a nossa indignação, em nome da arte e da história francesa ameaçadas, contra a construção, em pleno coração da nossa capital, da inútil e monstruosa Torre Eiffel. Vai a cidade de Paris associar-se durante mais tempo às barrocas, às mercantis imaginações de um construtor de máquinas, para perder a honra e desfear-se irreparavelmente? Porque a Torre Eiffel, que nem a comercial América quereria, é, não duvidem, a desonra de Paris. Todos o sentem, todos o dizem, todos se afligem profundamente, e nós somos apenas um fraco eco da opinião universal, tão legitimamente alarmada. Quando os estrangeiros vierem visitar a nossa exposição, gritarão espantados: ‘O quê? É este horror que os Franceses encontraram para nos dar a ideia do gosto de que tanto se arrogam?’ Eles terão razão em nos ridicularizar, porque Paris dos góticos sublimes, (…), ter se-á tornado Paris do senhor Eiffel. (caligrama, 1918, G. Apollinaire) Será que conseguimos imaginar como seria hoje a cidade de Paris se, tal como pretendiam, estes intelectuais tivessem conseguido que a torre Eiffel fosse demolida? A Coordenação de Área de francês

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BIBLIOTECAS ESCOLARES

BIBLIOTECA AMIGA DOS ANIMAIS Este ano no mês Internacional das Bibliotecas Escolares a RBE (Rede de Bibliotecas Escolares), com o lema “Eu amo a Biblioteca Escolar”, lançou seis desafios: com a Biblioteca Escolar todos leem/ todos intervêm/ todos comunicam/ todos descobrem/ todos partilham/ todos criam. A Literacia em geral constitui, a este propósito, o conceito mais inclusivo para expressar o papel transversal que as bibliotecas escolares atualmente exercem na aprendizagem e no currículo. O facto da Cidadania constituir uma das suas prioridades, no decurso de 2018/2019, torna-se imperativo articular e difundir as boas práticas nesta área. Aqui fica um breve testemunho de algumas atividades realizadas este período: * João Afonso – Dia Mundial do Animal, Dia Mundial da Alimentação, Dia Nacional do Mar e participação no concurso Rádio Miúdos; * Homem Cristo - Sessões sobre a Prevenção Rodoviária, BE_Quest-Concurso, Europe - Direct ; * Vera Cruz - Comemoração do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares; Kamishibai (arte Japonesa de contar histórias) * Barrocas – Dia aberto à Comunidade Educativa. * Glória – Dia Mundial do Animal e participação no Concurso Rádio Miúdos. As professoras bibliotecárias do AEA

Desfruta a tua Biblioteca para uma mente sã! Dia mundial da Alimentação -16 de outubro

Recriação do conto “Caldo de Pedra” - turmas do 6º ano

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Foi com muito entusiasmo que os alunos da escola Básica da Glória e da escola João Afonso contribuíram com a foto do seu animal, tendo sido as mesmas expostas no corredor exterior da escola. Esta foi uma forma de sensibilizar os alunos para os direitos dos animais, partilhar sentimentos e dá-los a conhecer aos colegas de forma a estreitar laços e partilha de saberes entre si e a comunidade.


BIBLIOTECAS ESCOLARES

OUTUBRO - MÊS INTERNACIONAL DA BIBLIOTECA ESCOLAR Lema “Eu amo a minha Biblioteca”: Família vem à Biblioteca Escolar. Ler e receber carinho dos que amam, no contacto com os livros e as histórias de encantar, ajudam a cultivar nas crianças o gosto pela leitura. Objetivo alcançado, bibliotecas cheias todo o dia (8h30 às 18h)

Atividade da Biblioteca da Vera Cruz em articulação com o projetos das turmas do 2º ano de escolaridade Em dois momentos diferentes, os alunos do 2º ano da turma C, apresentaram aos seus colegas dos 3ºB, 2ºA e 2ºB, “O gato das botas”, com algumas alterações ao conto tradicional, utilizando a arte Kamishibai. Para isso, pesquisaram sobre esta “técnica” e ficaram a saber que: - kamishibai quer dizer teatro de papel; - O teatro Kamishibai tem origem no Japão nos templos Budistas há cerca de 900 anos; - Esta arte serve-se de lâminas ilustradas; - As lâminas de papel servem de suporte às narrativas; - As histórias eram contadas na rua; - É uma arte diferente de contar histórias; - Os contadores de histórias deslocavam-se de terra em terra montados numa bicicleta; - No final, vendiam doces e/ou rebuçados. 2ºC, Escola Básica da Vera Cruz

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PASSATEMPOS

UM LOGÓTIPO PARA A BIBLIOTECA

Leia e descodifique a mensagem abaixo:

Assinalando o Mês Internacional das Bibliotecas Escolares, a Biblioteca da Escola João Afonso lançou um desafio aos alunos do terceiro ciclo: criação de um logótipo para a Biblioteca da Escola.

D31X0 70D4 4 4857R4Ç40 N47UR4L D3 L4D0

Os alunos do 8ºano, que têm trabalhado essa temática em Educação Visual, aderiram ao desafio e estão a desenvolver as suas propostas. Em dezembro, a equipa da Biblioteca vai divulgar os melhores trabalhos, distinguindo o trabalho selecionado.

D015 D1570, N0V3 D4QU1L0...

Eis algumas das ideias em estudo:

M45 L060 D351570

4S V3235 3U 4C0RD0 M310 M473M471C0.

3 P0NH0-M3 4 P3N54R 3M NUM3R05, C0M0 53 F0553 UM4 P35504 R4C10N4L.

QU1N23 P4R4 0NZ3... 7R323N705 6R4M45 D3 PR35UNT0...

3 C0M3Ç0 4 F423R V3R505 E porque é NATAL, vamos lá fazer umas continhas...

Bruno Sequeira 8ºA

Marta Rosário 8ºB

Daniel Caeiro 8ºB

Leonor Soares 8ºB

Concurso Rádio Miúdos

A Escola da Glória foi uma das escolas vencedoras da

segunda edição do concurso “Põe a tua terra nos Píncaros 2 - Um Herói da tua terra”. Segue um excerto do texto: “- Olá! Somos o 3ºA da escola da Glória, concelho de Aveiro e distrito de Aveiro! - A nossa professora é a professora Paula Carvalho. - Este ano quisemos participar no concurso Rádio Miúdos “Põe a tua terra nos píncaros!” e escolhemos para nosso herói o patrono do nosso Agrupamento! Homem Cristo! O nosso patrono é o Homem Cristo E está muito bem visto! ” Texto completo a concurso e áudio em: http://jornalmoliceiro.blogspot.pt

Jornal Moliceiro on-line http://jornalmoliceiro.blogspot.pt Subscreve-o, para o receberes na tua caixa de correio.

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Consulta a atividade na biblioteca HC



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