Princesa veneno

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Kresley Cole

Princesa Veneno

Não, Evie, seja esperta. Me lembrei do quanto era fácil ler Brandon, como ele era aberto, como era despreocupado. Ele era o tipo de garoto que precisava em minha vida. Não podia perdê-lo. Especialmente não para outra garota. — Ei, espere. An-ram. — Ele não esperou. Agarrei seu rosto com as duas mãos e fiz com que encontrasse meus olhos. — Tomei a minha decisão. O corpo dele endureceu de tensão. — Sim? — Pensei muito no assunto e eu... Sirenes soaram. Um refrão de gritos repetia: — Polícia! Meus olhos arregalaram. O xerife estava ali? — Oh, merda! Brandon! — Quando a música morreu, vacilei em meus pés. Ele segurou meu cotovelo. — Evie, eu resolvo isso! Vou dizer ao xerife que era só eu e outros jogadores de futebol e que a festa ficou fora de controle. — Eles vão prender você! — Duvido. Meu pai joga golfe com o xerife. Tudo vai ficar bem! Você nunca esteve aqui. — Ele me deu um sorriso embriagado. Naquele instante, ele me pareceu completamente heroico. — Só fique esperando aqui. Vou achar Mel e dizer a ela que venha atrás de você. — Ele se virou e saiu correndo. — Brandon? — Chamei. Quando ele olhou por cima do ombro, eu comecei a dizer Eu te amo, mas tudo o que saiu foi: — Você é o melhor. Ele me deu uma saudação vacilante e então saiu para a batalha. Sozinha, mordisquei o lábio. Brandon poderia abafar tudo aquilo? Eu meio que esperava que mais sirenes soassem, ou talvez que aparecesse uma comitiva de vans enormes para levar os prisioneiros. Meu primeiro impulso foi ligar para Mel, mas o celular — junto com todas as minhas coisas — estava trancado no carro dela! Uma brisa fria soprou sobre mim, clareando a neblina e mandando folhas voando na superfície do rio. Esfreguei os braços, de repente morrendo de frio com aquelas roupas. No rastro daquele vento, nuvens raivosas surgiram. Uma tempestade de trovões? Na Louisiana nós tínhamos pequenas correntes de ar descendentes o tempo inteiro. Eu não estava muito preocupada, adoraria que chovesse. Não, não estava preocupada — até arrepios varrerem minha nuca. Cada farfalhar ou som de animal a minha volta parecia amplificado. Eu me virei em um círculo, mas não vi ninguém. Ainda assim não conseguia afastar a sensação de que estava sendo observada. Só paranoia? Apenas outro sintoma? Então aquela sensação de formigamento reapareceu. Oh, não, não! Ignore-a. Resista. Um raio caiu a menos de vinte jardas de distância. 63 | P R T


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