Pg 87 mary balogh bedwyn ligeiramente perigoso

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A partir desse momento aprendeu bem a lição. O menino cujo corpo e cujos sonhos possuiu durante doze anos já não existia. Christine Derrick não era para ele. A música deixou de escutar-se no piso inferior enquanto Christine recolhia seus escassos pertences em seu dormitório. Justin estava sentado na cama. É obvio, não era apropriado que estivesse ali, mas tanto lhe fazia. Tinha sido um alívio abrir a porta quando alguém bateu e descobrir que era ele em lugar de Melanie, Eleanor O... bom, outra pessoa. -Pensei que seria boa idéia voltar para casa esta noite com minha mãe e com a Eleanor e assim economizar ao Bertie o trabalho de ter que mandar preparar a carruagem amanhã pela manhã outra vez -explicou. -Assim está fazendo a bagagem em meio a um baile, sem ter chamado a uma criada para que o faça por você - replicou Justin-. Pobre Chrissie. Vi que Héctor te esmagava o pé quando estava dançando a valsa e que Bewcastle a levava ao terraço. E a vi voltar muito discretamente uma hora mais tarde, embora se limitou a rodear a pista de baile a caminho da porta para desaparecer de novo. Tem certeza que não aconteceu nada que a tenha incomodado? Não terá repetido sua desonrosa proposta por acaso, não é verdade? Suspirou enquanto guardava uns escarpines em um dos lados da bolsa de viagem. Justin sempre havia possuido a misteriosa habilidade de acompanhá-la nas diferentes crises que tinha sofrido na vida, como se pressentisse que lhe tinha acontecido algo, que necessitava de um amigo que a escutasse enquanto ventilava sua ira, sua pena, sua frustração ou qualquer outra emoção negativa que a embargasse e depois sempre conseguia encontrar o modo de consolá-la, de aconselhá-la ou simplesmente de fazê-la rir. Sempre se tinha considerado muito afortunada de contar com semelhante amigo. Mas essa noite não se sentia inclinada a confiar nele. -Não, é claro que não - respondeu -. Em realidade foi muito galante. ficou comigo até que fui capaz de apoiar de novo o pé no chão e depois dançamos a valsa um momento e passeamos até que a música acabasse. Acredito que foi para a sala de jogos, embora eu continuei no terraço uns minutos mais. A temperatura era muito agradável e fora se estava muito bem, assim não tinha muita vontade de voltar para o salão de baile. E então me ocorreu que podia fazer a bagagem para partir esta noite em lugar de esperar a manhã. Justin a olhou com um sorriso afetuoso e um olhar penetrante, e soube que era muito consciente de que acabava de lhe mentir pela primeira vez na vida. Entretanto, porque era quem era, seu melhor amigo, não a pressionaria para conseguir mais informação do que ela queria lhe dar. -Me alegro de que não te tenha incomodado - disse. -Não o fez, de verdade -voltou a lhe assegurar enquanto deixava a escova do cabelo sobre a roupa e fechava a bolsa de viagem-. Mas me alegrará muitíssimo voltar para casa, Justin. E suponho que Hermione e Basil também se alegrarão de me perder de vista. Sabe o que fizeram essas duas malcriadas de lady Sarah Buchan e Harriet King? ir contar lhes da absurda aposta. -Ai, Chrissie! -escutou-o dizer, Interrompendo-a temo que fui eu. Audrey me contou isso depois de que tivesse ganho e estava tão seguro de que todo mundo acabaria por saber que o contei a Hermione. Queria lhe assegurar que lhe tinham obrigado a participar contra sua vontade,


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