[trilogia texas 01] [lorraine heath] destino texano pdf

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que Dallas escrevia para ela. Ele se perguntava o quê exatamente Dallas tinha dito a ela sobre os irmãos, e se condenava por se importar com isso. Ela colocou as cartas em uma mesa pequena ao lado da cama, a mesa que tinha deixado o lampião. Ela levantava os braços acima da cabeça e quase encostou no topo da barraca. Quando ela abaixou os braços, começou a tirar os alfinetes do cabelo. Ele viu a sombra do cabelo dela cair além dos ombros e os juntar atrás da cabeça. Suas mãos se juntaram, e ele não tinha forças para desviar o olhar. Ela alcançou a bolsa e pegou a escova. Lentamente, ela passou a escova pelo cabelo. Ele contou as passadas. E sentiu inveja da escova. E invejou o irmão, que teria o privilégio de assistir a mulher sem a barraca para separálos. Cem vezes. Cem longas e torturantes vezes. Ela fez uma trança no cabelo. Ele achava um crime prender algo tão bonito. Prender um cabelo glorioso em forma de trança, prender uma mulher adorável em um rancho isolado como o West Texas. Lentamente, ela tirou a roupa, cada peça, até que não sobrou nada além da sombra da sua pele. O corpo dele reagiu a esta visão e ele colocou a mão envolta do cobertor. O suor brotou na testa, no tórax e na garganta dele. Ele rezou para que uma brisa fresca soprasse próximo ao seu corpo e levasse parte do calor, mas o calor só intensificou quando ela colocou um pedaço de pano no balde e se curvou para pegá-lo. Ela inclinou as costas para trás, ergueu os braços, apertou o pano, e deixou as gotas escorrerem pelo rosto, ombros... e os seios. Vagarosamente, ela passou o pano junto à garganta, seguindo a trilha das gotas até a parte inferior do corpo. Houston se imaginou sentindo o pulso do coração dela, o calor da pele. Ele imaginou um vôo livre de suas mãos pelo corpo dela em vez do pano, sua mão tocando as curvas dela, os lábios deixando uma trilha úmida por sobre a pele. Virando de lado, ele trouxe os joelhos em direção ao tórax como uma criança tentando se proteger da solidão dolorosa. Uma lágrima solitária deslizou junto a sua bochecha. Ele tinha os cavalos. Ele tinha a solidão. E nas noites quando a lua estava cheia, ele podia olhar através da vasta pradaria e ouvir nada além do mugido do gado distante, o sussurro do vento, e a promessa de um amanhã. E se existiam momentos como este aqui, quando ele desejava algo mais, ele tinha que olhar o próprio reflexo nas águas quietas de uma lagoa para se lembrar de que ele merecia menos. Muito menos.

Capítulo Cinco Amelia despertou com o odor de café forte preenchendo o ar. Ela tinha a sensação de que ele seria tão espesso quanto um bom melaço em dia de inverno. Fazendo uma ligeira careta, ela rolou para fora da cama. Todos os músculos, todos os ossos protestavam contra os movimentos. 29


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