Nao pare fml pepper

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— O que está acontecendo? Não pode ser! Kevin, você é bom… Me salvou da morte! — balbuciava aturdida sem compreender um mísero parágrafo daquele horroroso capítulo. — Morte? Eu sou a morte! A sua morte, ouviu bem? Aquelas palavras quase me fizeram desmaiar. Atônita. Não podia ser verdade: ele também fazia parte daqueles bizarros acontecimentos?! — Você já deve saber que “as mortes” vêm lhe procurando há um bom tempo, não é mesmo? Que a sua adorável mãezinha conseguiu complicar um bocado as coisas para o nosso lado, criando estas ridículas lentes e colocando em você este colar enfeitiçado, né? Já deve saber também que Richard foi quem livrou sua cara das minhas garras por diversas vezes, não é verdade? — Richard? Me livrou? — Eu estava completamente tonta. As informações se processavam desencontradas e a mil quilômetros por hora. Ele percebeu meu estado de perplexidade. — Ah? Não sabia?! Que pena! Foi por isto que fugiu dele então? Fui mais convincente do que ele, não é mesmo? — soltou um riso demoníaco enquanto tragava um cigarro. — Toda aquela história sobre ele ser perigoso e tudo mais… Você caiu feito uma bobinha, como era de se esperar para uma garota da sua idade. Basta jogar charme, sorrir, ser gentil e pronto. Mas tem alguma coisa errada nessa história. Por qual motivo Richard vem poupando sua vida? O que ele tem a ganhar? Eu sei que ele nunca jogou para perder… Richard sabe de alguma coisa que eu ainda não tomei conhecimento. E eu preciso descobrir. É só por isto que não acabo com você agora mesmo — confessou, apertando com força meu rosto entre seus dedos. Sem pensar, reagi cuspindo em sua face, mas ele não se alterou. Encarando-me com semblante indiferente, ele se aproximou ainda mais de mim até que eu comecei a sentir uma ardência terrível em meu pescoço. — Ai! — berrei de dor, tentando me desvencilhar da ponta acesa do cigarro que ele pressionava sobre minha pele. — Não! Pare! — Quanto mais eu gemia, mais ele parecia sentir prazer. — Por favor! — Humanos! — suspirou, finalmente removendo o maldito cigarro de minha pele queimada e tornando a dar uma tragada. Quando levantei o rosto, ainda perturbada com o que acabara de acontecer, pude jurar que as pupilas de Kevin estavam tão verticais quanto as minhas. Oh, não! Meu cérebro entrara em colapso: eu estava enlouquecendo também! E ele saiu, seguido pela sombra dos seus comparsas. Tal como Richard havia me orientado, abri o maior berreiro. Gritei tanto o seu nome, que minhas cordas vocais ficaram ardendo. A ferida no pescoço ardia sem parar, meus pulsos


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