TCC arqurbuvv - Santa Leopoldina, um polo criativo onde: "Calcada é passeio"

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Santa Leopoldina um polo criativo onde: “calçada é passeio”.

Alysson Dias C. Braz


FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

SANTA LEOPOLDINA- UM POLO CRIATIVO ONDE: “CALÇADA É PASSEIO”

Alysson Dias Carvalho Braz

Vila Velha – ES Junho de 2017


SANTA LEOPOLDINA- UM POLO CRIATIVO ONDE: “CALÇADA É PASSEIO”

Trabalho

de

Conclusão

de

Curso

apresentado à Universidade Vila Velha, curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo, como pré-requisito para obtenção de Título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Professor Orientador: Arquiteto Urbanista, Alexandre Ricardo Nicolau.


ALYSSON DIAS CARVALHO BRAZ

SANTA LEOPOLDINA- UM POLO CRIATIVO ONDE: “CALÇADA É PASSEIO” Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Universidade Vila Velha, como requisito parcial para obtenção do grau em Arquitetura e Urbanismo. COMISSÃO EXAMINADORA ___________________________________ Prof. Alexandre Ricardo Nicolau Universidade Vila Velha Orientador

___________________________________ Prof. Clovis Aquino Cunha Universidade Vila Velha Avaliador Interno

___________________________________ Maxwell G. Martins Ramos Arquiteto e Urbanista Avaliador externo convidado

Parecer da Comissão Examinadora em ___ de ________________ de 2017: __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________


AGRADECIMENTOS A Deus por ter me dado sabedoria para concluir o curso e superar as dificuldades. A minha Mãe (e pai ao mesmo tempo) por ter me apoiado e acreditado no meu potencial. E todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado!

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RESUMO O estudo busca a realização de uma análise da economia criativa e sua viabilidade estratégica na região de Santa Leopoldina, no Espirito Santo, em busca de um melhor desenvolvimento econômico no local. Desta forma, busca-se compreender o conceito de criatividade, o crescimento da classe criativa e como ela pode ser vista em meio a comunidade. Além disso, traça-se uma relação entre a economia criativa e o desenvolvimento econômico local através de dados quantitativos da região e assim propor um plano estratégico afim de promover e contribuir para o desenvolvimento da região como um todo.

Palavras-chave: criatividade, economia criativa, polo criativo

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ABSTRACT The study seeks to carry out an analysis of the creative economy and its strategic viability in the region of Santa Leopoldina, Espirito Santo, in search of a better economic development in the area. In this way, we seek to understand the concept of creativity, the growth of the creative class and how it can be seen in the community. In addition, a relationship is drawn between the creative economy and local economic development through quantitative data from the region and thus propose a strategic plan to promote and contribute to the development of the region as a whole.

Keywords: Creativity, creative economy, creative pole

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO

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1.1 JUSTIFICATIVA

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1.2 OBJETIVOS GERAIS

10

1.3 OBJETIVO ESPECIFICO

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1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

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2 REVISÃO LITERÁRIA

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2.1 ABANDONO DAS ÁREAS CENTRAIS TRADICIONAIS

13

2.1.1 PROBLEMÁTICA URBANA DAS PEQUENAS CIDADES

13

2.1.2 DEGRADAÇÃO AMBIENTAL

14

2.1.3 ROMPIMENTO ECONOMICO E AGRICOLA PARA UMA CONDIÇÃO URBANA

15

2.2 REFERENCIAL TEORICO

17

2.2.1 CRIATIVIDADE

17

2.2.2 CIDADE CRIATIVA

18

2.2.3 ECONOMIA CRIATIVA

23

2.2.4 ECONOMIA CRIATIVA NO BRASIL

24

2.3 INSTITUIÇÕES ESTIMULANTES

26

2.3.1 UNESCO

26

2.3.2 SEBRAE

26

2.3.3 SENAR

27

2.3.4 BNDES

27

3 SANTA LEOPOLDINA: ONDE, “CALCADA É PASSEIO” - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

28

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3.1 TOPOGRAFIA, MALHA URBANA E PERFIL FUNDIÁRIO

34

3.2 ANÁLISE DOS USOS E FUNÇÕES

37

3.3 GABARITO E DENSIDADE

47

3.4 MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE

50

3.5 ASPECTOS AMBIENTAIS

53

3.6 POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES

57

3.7 AÇÕES ESTRUTURANTES

59

3.8 CONCEITO E PARTIDO

60

3.9 DIRETRIZES DE MOBILIDADE E EVOLUÇÃO HISTÓRICA

61

3.10 DIRETRIZES AMBIENTAIS

64

3.11 DIRETRIZES USOS E FUNÇÕES

65

4 INTERVENÇÕES NA ÁREA DE ESTUDO

68

4.1 ESPAÇOS PÚBLICOS

70

4.1.1 PRAÇA CENTRAL

70

4.1.2 QUADRA POLIESPORTIVA E SKATE PARK

72

4.1.3 ESCADARIA AMÁLIA

76

4.1.4 RIO SANTA MARIA

78

4.1.5 RUA GETÚLIO VARGAS

81

4.2 CENTRO CULTURAL

85

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

87

6 BIBLIOGRAFIA

88

7 ANEXOS

91

6


LISTA DE FIGURAS Figura 1- Barragem Rio Bonito .............................................................................................................................. 15 Figura 2- Tipos de criatividade .............................................................................................................................. 17 Figura 3- Integração de modais ............................................................................................................................. 19 Figura 4- Áreas de contemplação em Chicago ...................................................................................................... 20 Figura 5- Carnaval no Brasil .................................................................................................................................. 22 Figura 6- Macro regiões do Espirito Santo, destaque cidade de Santa Leopoldina ............................................... 28 Figura 7-Limites Administrativos do Município de Santa Leopoldina .................................................................... 29 Figura 8- Centro da cidade de Santa Leopoldina ................................................................................................... 30 Figura 9-Configuração da cidade em função do porto de Cachoeiro .................................................................... 31 Figura 10-Igreja matriz Sagrada Família ............................................................................................................... 32 Figura 11-Museu do Colono .................................................................................................................................. 33 Figura 12- Interior Museu do Colono ..................................................................................................................... 33 Figura 13-Area urbanizada .................................................................................................................................... 35 Figura 14: Mapa de Hierarquia Viária ................................................................................................................... 36 Figura 15: Mapa de morfologia urbana ................................................................................................................ 37 Figura 16- Edificações antigas com até 2 pavimentos .......................................................................................... 38 Figura 17- Rua Getúlio Vargas-Diversidade de usos.............................................................................................. 39 Figura 18- Futura sede da Casa do Cidadão .......................................................................................................... 39 Figura 19: Mapa do uso do solo ............................................................................................................................ 40 Figura 20- Material de construção com fachada descaracterizada ...................................................................... 41 Figura 21: Mapa das edificações tombadas .......................................................................................................... 42 Figura 22- Monumento do imigrante .................................................................................................................... 43 Figura 23- Hospital ................................................................................................................................................ 43 Figura 24- Assentamentos subnormais ................................................................................................................. 44 Figura 25- Playground ao ar livre .......................................................................................................................... 44 Figura 26- Área de eventos entre planícies ........................................................................................................... 45 Figura 27- Relação entre rio x parque ................................................................................................................... 46 Figura 28- Estacionamento as margens dos rios ................................................................................................... 47 Figura 29- Áreas de maior densidade as margens do rio ...................................................................................... 48 Figura 30: Mapa de gabarito das edificações ....................................................................................................... 49 Figura 31- Principal rua da cidade ......................................................................................................................... 51 Figura 32- Estacionamentos irregulares que prejudicam o transito local ............................................................. 52 7


Figura 33- Calçadas sem acessibilidade para cadeirantes .................................................................................... 53 Figura 34- Rio Santa Maria da Vitoria ................................................................................................................... 54 Figura 35- Igreja Sagrada Família ......................................................................................................................... 55 Figura 36- Edificações com os fundos voltados para o rio..................................................................................... 55 Figura 37- Rio Santa Maria da Vitoria 2017 .......................................................................................................... 57 Figura 38: Tabela Potencialidades / Fragilidades / Diretrizes / Objetivos e Ações................................................ 58 Figura 39: Mapa de ações estruturantes ............................................................................................................... 59 Figura 40: Mapa diretrizes mobilidade .................................................................................................................. 62 Figura 41: Tabela ações mobilidade ...................................................................................................................... 63 Figura 42: Mapa diretrizes ambientais .................................................................................................................. 64 Figura 43: Ações ambientais ................................................................................................................................. 65 Figura 44: Mapa diretrizes de usos e funções ....................................................................................................... 66 Figura 45- Vista aérea da área de intervenção, antes x depois ............................................................................. 67 Figura 46: Diagrama proposta intervenção .......................................................................................................... 68 Figura 47-Diagrama Organizacional ..................................................................................................................... 69 Figura 48- Diagrama de uso entorno praça .......................................................................................................... 70 Figura 49- Vista aérea da praça da escola ............................................................................................................ 71 Figura 50- Integração da praça com seu entorno imediato .................................................................................. 72 Figura 51- Integração da quadra com o entorno .................................................................................................. 73 Figura 52-Skate Park sob pilotis do centro comercial ............................................................................................ 74 Figura 53: Relação com a cidade ........................................................................................................................... 75 Figura 54: Relação com a cidade (hospital) ........................................................................................................... 76 Figura 55- Escadaria Amália .................................................................................................................................. 77 Figura 56- Escadaria em contemplação com o rio ................................................................................................ 78 Figura 57-Revitalização e inserção de passeios as margens do rio ....................................................................... 79 Figura 58- Atividades aquáticas ............................................................................................................................ 79 Figura 59- Pontes de ligação entre as principais vias e o rio ................................................................................. 80 Figura 60- Mobiliário a beira rio ............................................................................................................................ 81 Figura 61-Revitalização Rua Getúlio Vargas ......................................................................................................... 82 Figura 62-Marcação no piso .................................................................................................................................. 83 Figura 63- Escadaria Jair Amorim e a Rua Getúlio Vargas .................................................................................... 84 Figura 64- Rua Presidente Getúlio Vargas ............................................................................................................. 85 Figura 65- Integração do centro cultural com a praça .......................................................................................... 86

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1 INTRODUÇÃO Temas ligados a Economia Criativa, de modo geral, ainda são pouco explorados em pesquisas acadêmicas e suas principais referências de literatura estão nos Estados Unidos, Canadá e Europa Ocidental (HANNESSEY & AMABILE, 2010). Por se tratarem de países com culturas diferentes, tais referências não são adequadas para a cultura brasileira ou mais especificamente, a cultura capixaba. O estudo exposto tem por objetivo principal mesclar as literaturas sobre o tema e contemplar as singularidades de sua inserção num contexto municipal e estadual. A UNESCO solicitou na declaração de Hangzhou, em 2013, que a cultura fosse inserida nas políticas e planos de desenvolvimento sustentável em todo o mundo, afim de reduzir a pobreza e contribuir para o desenvolvimento inclusivo. Quando a criatividade é alinhada ao conhecimento, abrem-se oportunidades às classes desfavorecidas de se inserirem economicamente e socialmente (MINISTERIO DA CULTURA, 2013). Nessa lógica, foi elaborado um estudo de potencialidades do centro da cidade de Santa Leopoldina- ES, na qual confronta os problemas sociais e econômicos, uma vez que a criatividade vem beneficiando a inclusão, a diversidade cultural e a sustentabilidade (UNCTAD,2010). O comércio de bens e serviços criativos cresceram cerca de 11% entre os anos de 2010 a 2011, as exportações e importações desses mesmos bens e serviços criativos cresceram impressionantes 75% entre os anos de 2002 a 2011 (UNCTAD). Ainda que o setor criativo esteja em ascendência, diversas condições cruciais devem ser levadas em consideração ao se tomar decisões afim de traçar estratégias para novas possibilidades de desenvolvimento da economia local.

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Dentro do planejamento urbano, existem metodologias de estudo que buscam averiguar as potencialidades e deficiências de uma determinada área, a fim de descobrir se existem e onde estão, os possíveis polos criativos. Assim, pode-se enfatizar os trabalhos que vem sendo realizados pela sociedade civil em prol do desenvolvimento do local, incentivando a participação pública na regeneração urbana da área e fortalecendo a base da gestão pública para facilitar a deliberação de ideias sustentáveis e criativos.

1.1 JUSTIFICATIVA De acordo com os pressupostos ora referidos, este estudo se justifica pela necessidade de se buscar e analisar as possibilidades que possam contribuir para a promoção do desenvolvimento da economia criativa na região de Santa Leopoldina. A área de intervenção escolhida foi a cidade de Santa Leopoldina, tal escolhe se deu pela pluralidade característica do local, na qual conta com um extenso acervo histórico de diversas riquezas naturais e culturais inexploradas.

1.2 OBJETIVOS GERAIS Este estudo tem por objetivo geral fundamentar teoricamente a cidade de Santa Leopoldina-ES, e estabelecer propostas para inserção de uma cidade criativa com espaços de integração entre a cidade e a população.

1.3 OBJETIVO ESPECIFICO Na busca do alcance de seu objetivo geral, esta pesquisa especificamente, visa: 

Conceituar as problemáticas urbanas das pequenas cidades;

Relacionar conceitos de uma economia de uma cidade criativa;

Identificar as etapas de um polo criativo;

Apresentar a caracterização da área de intervenção;

10


Traçar

problemáticas

e

estabelecer

possíveis

soluções

a

serem

implementadas; 

Examinar conceitos e partidos, e;

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO No capitulo presente apresentamos o tema do trabalho com intuito de inserir as ideias básicas para o fácil entendimento do leitor, trazendo um pouco de cada subtema a ser tratado. No segundo capítulo, aborda-se as questões do surgimento das cidades e do abandona de suas áreas centrais, questões ambientais como a degradação e o esquecimento dos rios, além da crise hídrica que enfrentamos atualmente. O terceiro capitulo trata-se de um embasamento teórico do que é a criatividade e como ela se insere no meio da cidade. Sobre os conceitos de uma cidade criativa e também sobre economia criativa e sua relação com os espaços públicos, outros temas abordados por último, porém não menos importantes: como identidade cultural, diversificação econômica, projetos ancora e os eventos públicos. Para que haja estímulos e financiamentos para inserção de projetos criativos nas cidades, o capitulo quatro aborda instituições que estimulam, ou em forma de financiamento, projetos ou capacitação, projetos criativos para a cidade. No quinto capitulo, é apresentado um extenso diagnostico urbano realizado dentro da área de estudo, composta em maior parte dentro do Sitio Histórico de Santa Leopoldina. Expondo a evolução urbana e histórica, focados nas questões urbanísticas, como: As vias, os passeios, praças e edificações históricas, além de questões ambientais, de mobilidade, de paisagem natural e cultural, atuais usos e funções dos espaços e a morfologia das edificações. Posteriormente no mesmo capitulo é feita uma síntese em forma de mapas autoexplicativos, reunindo todas as informações relevantes a partir das análises dos dados coletados em campo e na literatura consultada.

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No sexto capitulo, um embasamento teórico sobre os conceitos do partido das intervenções é proposto, além de mapas, nos quais ressaltam os principais acessos, conexões e áreas de convívio da cidade.

Mediante as análises e deficiências

constatadas no capítulo anterior, o capítulo 7 apresenta as propostas de intervenções de uma cidade criativa, onde a principal ideia é tornar o centro de Santa Leopoldina um espaço atraente e confortável, com interação direta com a história local e suas belezas naturais, favorecendo os pedestres com a oferta de espaços públicos de qualidade e percursos interessantes.

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2 REVISÃO LITERÁRIA 2.1 ABANDONO DAS ÁREAS CENTRAIS TRADICIONAIS 2.1.1 Problemática urbana das pequenas cidades Segundo Costa (2006), muitas das cidades consideradas de pequeno porte, tiveram seu desenvolvimento nas margens de bacias hidrográficas, devido ao acesso direto a água, alimento e também pelo transporte de mercadoria ou de pessoas. Algumas dessas

pequenas

cidades

tinham

função

portuária,

e

consequentemente,

desenvolveram-se mais rápido devido ao fácil acesso pelos rios navegáveis, entre outras que tiveram grande importância acabavam por receber inicialmente as caravanas migratórias, antes mesmo de desembarcarem nas capitais. No Brasil, as cidades com até 50 mil habitantes apresentam um cenário aproximado entre elas, onde a evasão populacional de seus habitantes, em especial jovens, para as grandes cidades, acabam causando a insustentabilidade social e econômica, a descontinuidade das tradições e conhecimentos culturais e consequentemente o inchaço dos grandes centros urbanos, além de perda da qualidade da vida urbana. (SARMENTO, 1984) De acordo com o IBGE, o cenário de evasão migratória, que pode ser confirmado com a discrepância entre o Censo Demográfico de 1950 e de 2000, as pequenas cidades brasileiras representavam 62,9% da população nacional, sendo que no Censo Demográfico de 2000 esse percentual reduziu drasticamente para 36,7% indicando um alto percentual de migrantes. Reis e Sales (1999) ressaltam que esse fluxo migratório continua acontecendo em menor intensidade, a maioria desses migrantes alegam sair de suas pequenas cidades devido à falta de emprego e de escolhas. Já o que podemos considerar como “empobrecimento”, que não necessariamente precisa ser financeiro, está relacionado em como a economia não acompanhou a velocidade intensa de renovação da informação. Problemas sócio espaciais, 13


fragilidade econômica, o desemprego generalizado, ausência de infraestrutura urbana, falta de atrativo turístico e perda de identidade são as principais consequências deste fenômeno. Contudo, se encararmos que os talentos e saberes locais influenciam diretamente nos recursos econômicos, muitos dos que realizam o fluxo migratório poderiam permanecer em suas pequenas cidades, mediante a oferta de oportunidades criativas. 2.1.2 Degradação ambiental Os rios, largamente utilizados para mobilidade no período colonial, são parte fundamental das bacias hidrográficas brasileiras, e em geral, são ricos em fauna e flora e tem o poder de proporcionar um espaço agradável de convívio coletivo, agregando valores sociais e ambientais, além de integrar interesses distintos, podendo ser considerado, o Rio, como paisagem natural. No entanto quanto maior a transformação que a urbanização provoca no meio ambiente maiores serão os efeitos negativos causados (COSTA, 2006). Pompeo (2000) acrescenta que em certas cidades os aspectos hídricos se tornam mais impactantes, como exemplo as enchentes que tem sua principal causa os próprios transbordamentos naturais dos cursos d’água ou por ações humanas como a construção de barragens, aterros, despejo de esgoto e efluentes sólidos assim como mostra a figura 01.

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Figura 1- Barragem Rio Bonito

Fonte: Cesan (Acesso em 26 de maio de 2017)

Tucci (2008) enfatiza que estes impactos hídricos negativos geram queda da qualidade de vida dos habitantes, além dos lançamentos de efluentes nas bacias, que reduzem consideravelmente a qualidade da agua que será consumida posteriormente, trazendo altos riscos à saúde. Além de baixas no setor agropecuário que chegam a R$ 960 milhões na cafeicultura, R$ 300 milhões na fruticultura e R$ 130,7 milhões na pecuária de leite, com base na produção e no faturamento dos produtores rurais no ano de 2014. 2.1.3 Rompimento economico e agricola para uma condição urbana Com a Revolução Industrial as cidades começaram a se urbanizar, por volta do século XIX como cita Davis (1972, pag.16), trazendo consigo um novo processo de industrialização, transformando assim o que era rural em urbano. (SINGER, 1975) Sarmento enfatiza que no século XX, a urbanização acarretou grandes transformações no espaço agrário brasileiro, devido as inovações tecnológicas, alterando a forma de trabalho e de produção, provocando mudanças no quadro 15


urbano brasileiro, mudanças que foram acompanhadas por uma expansão urbana desordenada, em direção as margens das bacias hidrográficas. O alto índice de pessoas que trocaram o campo pela cidade, acabou impulsionando esse processo de urbanização, devido esse ritmo acelerado, os pequenos aglomerados rapidamente se transformaram em pequenas cidades. A partir do critério populacional o IBGE (2000) trata a delimitação e conceituação de cidade pequena, as que possuem menos de 100.000 habitantes. Dentre as 5.565 cidades brasileiras, 5.282 estão na categoria de pequenas cidades, já no estado do Espirito Santo, com 78 municípios, apenas 9 deles não se enquadram no quesito, ou seja, 88,5% das cidades do Estado são consideradas pequenas cidades. Esses dados revelam a importância desse estudo, pois uma grande parcela de pessoas ainda vive nessas localidades. Apesar de ser amplamente utilizado nos estudos de cidade, o critério populacional não é o único designador do tamanho das cidades, sendo possível também avaliações pautadas em critérios funcionais, político-administrativos, socioeconômicos, entre outros. Ao citar cidades pequenas, a primeira coisa que nos vem à mente é a quantidade de habitantes que ali residem, porém, ao caracterizar as cidades levando em consideração apenas o volume da população, pode-se cair na armadilha da generalização.

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2.2 REFERENCIAL TEORICO 2.2.1 Criatividade De acordo Kao (1997), atualmente as cidades vivem na Era da Criatividade, onde teve seu início no século XX com o surgimento de uma série de invenções, que segundo ele, são frutos acumulados de criatividade. Essas invenções vêm da emergência que a sociedade anseia de conhecimento, e está estritamente relacionada a era industrial. A palavra criatividade não tem um significado definitivo, porém, a etimologia da palavra está relacionada com o termo criar, onde significa “dar existência, sair do nada, estabelecer relações até então não estabelecida pelo universo do indivíduo, visando determinados fins” (PEREIRA et al, 1999). Desta forma, a criatividade pode estar presente em todos os lugares pois não obedece nenhuma determinação física ou natural. Jhon Howking acrescenta que a criatividade é a capacidade de inovar, e criar algo nunca visto. Um relatório gerado pela UNCTAD (2010) ressalta algumas características da criatividade como mostra a figura 02: Figura 2- Tipos de criatividade

Fonte: UNCTAD Creativity Economy Report (2010). 17


Dados os tipos de criatividade, a criatividade artística, segundo a UNCTAD, envolve a imaginação e criação de ideais a partir de textos, sons e imagens. A criatividade cientifica envolve a percepção e curiosidade, a vontade de experimentar o novo e gerar soluções para a solucionar problemas. Por sua vez, a criatividade econômica está diretamente ligada a um processo dinâmico ligado a inovações tecnológicas, ao marketing e prática de negócios. Desta forma, pode-se notar que a criatividade está presente em todos os lugares e em todos os indivíduos podendo assim, estimular o interesse para o novo. 2.2.2 Cidade criativa A partir de estudos sobre as indústrias criativas, o termo “cidades criativas” surgiu para classificar locais onde a criatividade se apresenta de forma espacial. A cidade é uma criação do ser humano e acabam refletindo a nossa engenhosidade. Nem toda cidade é criativa, porém todas têm o potencial de tornar-se criativa (LERNER, 2011). Para Lerner (2011), a essência da cidade criativa está na capacidade de transformar esse sonho numa preocupação coletiva, mobilizando esforços de seus cidadãos e de seus administradores, seja em uma pequena ou grande cidade. Com isso a qualidade de vida pode se concretizar positivamente, expressando-se em conceitos fundamentais como: mobilidade, sustentabilidade e solidariedade. Sustentabilidade é uma equação entre o que é poupado e o que é gasto, quanto mais poupar, mais sustentável será. Em termos de mobilidade deve-se tirar o máximo de cada meio de transporte que a cidade pode oferecer, onde não se define o carro como única opção confortável de locomoção e ainda se estimula a caminhada por ruas, parque e avenidas (LERNER, 2011).

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Figura 3- Integração de modais

Fonte: Digicon (Acesso em 26 de maio de 2017)

A cidade se torna criativa a partir da junção equilibrada entre moradia, trabalho e entretenimento. A diversidade de usos e serviços, trazendo a participação entre bairros e prefeituras, escolas e conselhos municipais. Isso evita monopolizar o poder econômico e político em somente um grupo ou liderança. Essa liderança deve ser coletiva, deve valorizar as diferenças e conectar o seu trabalho com cidades, países, regiões ou bairros vizinhos, assumindo ser membro de uma família urbana e humana, reconhecendo que tudo que se faz afeta a vida de todos. Tendo seu sucesso definido pelo sucesso do próximo, totalmente colaborativo (STRICKLAND, 2011). Kageyama (2011) ressalta que a cidade criativa esbanja um sentimento de que algo pode acontecer e que será interessante. Como se fosse uma energia em repouso a ser liberada, estimulando os cidadãos a partir da curiosidade do desconhecido. Normalmente vemos apenas os problemas de nossas cidades e esquecemos de 19


exaltar suas qualidades, pois perdemos a sensibilidade de percepção dessa energia positiva. Quando turistas ao visitar um novo ambiente, vivenciamos as potencialidades deste novo local e comparamos com as nossas cidades. É por isso que os turistas são importantes, pois percebem a cidade de forma imperita, pois quem está dentro o tempo inteiro deixa de enxergar os detalhes. As cidades criativas apresentam características em comum, como espaços públicos grandes, edifícios históricos relacionados ao passado de forma atraente, parques públicos, ruas equilibradas entre carros e pedestres, densidade e possibilidade de encontros, assim como pode ser observado na figura 04, em Chicago. Figura 4- Áreas de contemplação em Chicago

Fonte: Conexaocultural (Acesso em 29 de maio de 2017)

Domar os carros também é interessante, como acontece em Londres, Chicago e Nova Iorque, dando outras opções funcionais como: calçada e ciclovias; segura e confortável: com a presença de arvores ou uma paisagem atraente; convidativa: com a presença de outras pessoas e o mais importante, interessante.

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Herin (2011) cita como uns dos primeiros indícios de uma cidade mais criativa, questões relacionadas a cultura, por exemplo, um aumento do consumo cultural, do acesso as atividades e bens culturais. Mas foi o futurólogo dinamarquês Rolf Jensen em seu livro The Dream Economy (A Economia do Sonho) quem aproximou a discussão do tema à uma economia completamente baseada através de histórias. Segundo Rolf, a economia criativa é fundamentada na agregação de valores econômicos baseados na história de um produto, ou seja, impondo qualidade, autenticidade e um bom design de apresentação ao produto, pode-se motivar esse processo de agregação de valores. Valores que são produzidos a partir da criatividade das pessoas, Richard Florida ressalta que esse processo não está relacionado ao local em que acontece, mas sim com as mãos de pessoas brilhantes que possuem histórias para contar. Normalmente essas pessoas têm um maior nível educacional ou um talento iminente, isso vale para todo tipo de economia, sendo ela criativa ou não. Levando em consideração que as pessoas, de alguma forma talentosas, deslocam-se para outros lugares em que acreditam ter melhores oportunidades e que normalmente vão em busca por visibilidade e reconhecimento. Entende-se que as cidades devem facilitar e incentivar a entrada desses talentos, pois é a concentração de talentos que nutre a economia criativa (VERHAGEM,2011). Verhagen (2011) ressalta ainda que a Identidade, a Abertura e o Fluxo são pontos fundamentais para atrair essa “classe criativa”. A quantidade de empresas e pessoas criativas presentes não garantem que a cidade será criativa, porém se essa cidade conta de forma clara e objetiva sua história e garante que seus residentes adquiram um sentimento de orgulho em favor da cidade, ela será atraente, não somente para os moradores, mas também para turistas. Partindo do ponto que a criatividade surge através de inspiração, e que esta última é nutrida principalmente através da interação entre diferentes pessoas, percebe-se que

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uma cidade aberta atrai diversidade entre pessoas que a frequentam e isto potencializa uma criatividade rica e mais diversificada produtos e serviços criativos. Reis (2011) enfatiza que em um mundo onde os ciclos de desenvolvimento de produtos estão cada vez mais curtos e os bens de serviços estão crescentemente padronizados, os ativos intangíveis (incluindo a cultura) convertem-se em diferenciais econômicos. Embora produtos, serviços e ideias gerados pela criatividade individual possam ser copiados, sua fonte não pode sê-lo. Essa é uma das razoes pelas quais o talento criativo passa a ser tão cobiçado pela cidade. “Inovações podem ser entendidas como criatividade aplicada à solução de problemas ou à antecipação de oportunidades” (REIS e URANI, 2011, p.33)

O carnaval (figura 5) possibilita uma concentração de atividades de apresentações de música e dança gravadas e ao vivo, que possuem uma considerável importância cultural para o público local e internacional. Figura 5- Carnaval no Brasil

Fonte: Ceert (Acesso em 29 de maio de 2017)

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Os festivais geram valor cultural para as pessoas do local, que podem aproveitar os costumes tradicionais, a música, as danças e os rituais de seu país em um contexto comunitário envolvente, além de poderem projetar as identidades culturais dos países no palco internacional. 2.2.3 Economia criativa De acordo com Landry e Bianchini (2011), o conceito de cidades criativas tem seu início em 1995, onde já se enxergava uma crescente necessidade de inovação dentro das cidades e seus locais de espaços públicos, visando acompanhar a evolução constante da tecnologia e as transformações econômicas e sociais. Reis (2012) acrescenta que tais espaços públicos que passaram a ser palco para uma futura economia criativa, tendo a criatividade como seu norte de projeto. Esta evolução constante que juntamente as novas tecnologias e a globalização, fez com que a sociedade se readaptasse, inserindo novos significados nos valores sociais e trazendo elementos imateriais como impulsionadores de ideias, como o conhecimento e a informação, manifestando-se através da criatividade trazendo novas possibilidades sociais, industriais e urbanas (MIGUEZ, 2007). Richard Florida é um dos mais conhecidos propagadores do conceito das cidades criativas, ele diz que a capacidade de atração (e de geração) de uma classe criativa é muito importante. Caracteriza-a em três fatores: o conhecimento e a capacidade de dominar a tecnologia (as infraestruturas tecnológicas onde vão fluir, circular e interagir os produtos criativos); o talento, seja individual ou na convivência entre os talentos; e a abertura a tolerância, própria destas comunidades diversificadas. Um envolvimento da comunidade ao implementar-se uma cidade criativa é tão importante, com razão e emoção (STRICKLAND, 2001). É natural que a população não se importe com áreas que desconhece. Bonnin ressalta a criação de um laço afetivo, significa que “as pessoas precisam conhecê-la, visitá-la, senti-la, para preservá-la”. É possível mudar o futuro de nossas

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cidades, com uma boa estratégia e ações simples. É possível transformar o local onde vivemos no local onde sonhamos viver. Dentre os inúmeros conceitos apresentados sobre o tema, a UNCTAD (2010) resume a economia criativa da seguinte forma: Baseia-se no potencial de criar crescimento econômico e desenvolvimento. Estimula geração de renda, de empregos e promove a inclusão social. Abrange aspectos econômicos, sociais e culturais.

Desta forma, pode-se notar que a cidade criativa é um conjunto de atividades urbanas diversificadas na qual se tornam elementos integrantes para o funcionamento social e econômico da cidade. Dentre tantas definições, a economia criativa apresenta uma estrutura de mercado flexível e modular na qual engloba desde pequenas empresas até conglomerados maiores. 2.2.4 Economia criativa no Brasil O conceito da economia criativa no pais foi institucionalizado no ano de 2011 com a implementação do “Plano da Secretaria da Economia Criativa - Políticas diretrizes e ações 2011 a 2014”. A secretaria tem por objetivo a promoção dos setores de produção criativa e culturais do país (BRASIL,2001, p.6). O plano destaca cinco desafios para a elaboração e implementação de políticas públicas criativas efetivas: 

Articulação e estímulo ao fomento de empreendedorismo criativo;

Educação para competências criativas;

Infraestrutura de criação, produção, distribuição

Consumo/fruição de bens e serviços criativos;

Criação/adequação de marcos legais para os setores criativos.

Por ser um país com grande diversidade cultural e grande heterogeneidade, o Brasil apresenta dificuldades em elaborar políticas públicas. Desta forma, o Ministério da Cultura (MinC) tem um grande desafio em formular políticas culturais que atendam a 24


todas as demandas. O MinC avança na área da economia criativa com o objetivo de combater a miséria e transformar a criatividade e diversidade do povo brasileiro em riqueza, qualidade de vida e cidadania (BRASIL,2011, p.7). Com a criação da Secretaria da Economia Criativa, novos cenários em busca de políticas públicas de promoção cultural surgiram, cujo intuito é de incentivar a criatividade, informações a promoção social. Atualmente o país tem tido dificuldades em gerar dados sobre os setores criativos, isso se dá pela falta de base de dados fixa do IBGE, além da ausência de diretrizes dos órgãos públicos em relação a classificação e enquadramento das atividades econômicas e trabalho criativo ( BRASIL, 2011,p.31). Tais dados são gerados através da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN, 2008) e pelas Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, 2010). Desta forma, os dados gerados pelo Plano da Secretaria de Economia Criativa, são o cruzamento de dados gerados pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN, 2008), a UNCTAD (2008) e o RAIS - Relação Anual de Informações Sociais. De acordo com a ministra da cultura Ana de Hollanda, obstáculos como a falta de recursos e dificuldades em financiamentos de negócios, além da pouca infraestrutura de distribuição e difusão de bens e serviços, tem feito com que haja pouca expansão e difusão da indústria criativa. Desta forma, o intuito é incentivar cada vez mais a vida cultural dos brasileiros, evidenciando a resistência cultural e seus indicadores socais. O surgimento da Secretaria da Economia Criativa no Brasil, em conjunto com o Plano da Secretaria, mostra que o país elabora um plano estratégico para incentivar a inclusão social, sustentabilidade, diversidade cultural e inovação.

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2.3 INSTITUIÇÕES ESTIMULANTES Com o intuito de estimular e financiar projetos no ramo econômico e cultural, algumas empresas apresentam propostas de pesquisas e estudos relacionados ao desenvolvimento econômico do país, seja esse estimulo relacionado a estruturação de projetos, capacitação ou financiamento. 2.3.1 UNESCO Fundada em novembro de 1945, a Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), tem por objetivo a criação de condições genuínas de diálogos para diversos valores compartilhados entre a sociedade. Tal papel é primordial para gerar visões globais de desenvolvimento sustentável com base nos direitos humanos e erradicação da pobreza. Atualmente a UNESCO é associada a várias agencias de financiamento, nas quais fornecem dados, assessoria e assistência técnica para a formulação de dados e estratégicas políticas para os governos de forma eficaz (UNESCO,2007). Além disso, em 2004 a UNESCO lança a Rede de Cidades Criativas, com o objetivo de formar uma rede de cidades nas quais compartilhem experiências e assim, impulsionem seu potencial criativo conjunto e desenvolvam a partir dai, projetos comuns. 2.3.2 SEBRAE Atualmente desenvolvendo 26 projetos de economia criativa, em 16 estados diferentes no Brasil, o SEBRAE investe no setor enfatizando o papel das micro e pequenas empresas, onde evidencia seu potencial no mercado cada vez mais competitivo na economia criativa. Assim, segundo a agencia de notícias do SEBRAE, essas empresas representam cerca de 20% do PIB nacional, e 56% desses trabalhadores tem carteira assinada. Fonseca (2008) ainda enfatiza que de um total de 28 milhões de empregos urbanos, 16 milhões são criados por micro e pequenas

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empresas. Desta forma, nota-se que o SEBRAE investe em um setor em constante crescimento. 2.3.3 SENAR O Serviço de Aprendizagem Rural (SENAR), é uma instituição que tem por objetivo a formação de profissionais e a promoção social de trabalhadores rurais afim de aumentar a renda e melhorar as condições sociais para esses trabalhadores. Assim, o SENAR investe em cursos preparatórios para o aperfeiçoamento de técnicas e processos artesanais, gastronômicos e rurais afim de capacitar e valorizar os trabalhos do campo e manuais. 2.3.4 BNDES O BNDES é uma empresa pública federal, na qual proporciona financiamentos a longo prazo voltados para investimentos em diversos segmentos políticos e econômicos. Divididos em 3 modelos de financiamento: produtos/programas/fundos, o BNDES apoia projetos nos quais visem ampliação, modernização e expansão da capacidade produtiva em diversos segmentos, com objetivo de estimular a pesquisa e crescimento cultural do país. Em 2006, por exemplo, o BNDES criou o Procult, um Programa para Desenvolvimento da Economia da Cultura, no qual se dedicava ao desenvolvimento e fortalecimento da cadeia produtiva audiovisual.

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3 SANTA LEOPOLDINA: ONDE, “CALCADA É PASSEIO” CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO Santa Leopoldina está localizada à 47km de distância da capital Vitória (figura 6), é integrante da macrorregião Metropolitana e microrregião Central-Serrana do Estado, limita-se com os municípios de Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa, Fundão, Serra, como pode ser observado na figura 7. Figura 6- Macro regiões do Espirito Santo, destaque cidade de Santa Leopoldina

Fonte: IJSN,2017

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Figura 7-Limites Administrativos do Município de Santa Leopoldina

Fonte: Google Maps (Acesso em 29 de maio de 2017)

A realização de um diagnóstico no qual considere os aspectos relativos as configurações físicas do sitio, malha viária, perfil fundiário, morfologia da ocupação, uso e ocupação do solo, gabarito das edificações e mobilidade urbana da região foi elaborado afim de se obter uma caracterização geral da região em estudo. Desta forma, foi selecionado uma área a um raio de 250m a partir do centro do Rio Santa Maria (figura 8), visando uma análise mais próxima da realidade do local, com exceção da mobilidade urbana que considera uma área de abrangência mais ampla, devido a influência direta, exercida sobre o elo de fluxos e acessos ao local.

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Figura 8- Centro da cidade de Santa Leopoldina

Fonte: Captura realizada em maio de 2017, por WhiteBirds.

A figura 9, mostra a disposição das edificações no Centro de Santa Leopoldina, com suas fachadas voltadas para as margens do Rio Santa Maria da Vitória. Conhecida anteriormente por Cachoeiro de Santa Leopoldina, a cidade consolidou-se a partir de sua antiga função de porto que exercia através do canal navegável.

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Figura 9-Configuração da cidade em função do porto de Cachoeiro

Fonte: jetibaonline (Acesso em 30 de maio de 2017)

Localizada na Sede do Município, A Igreja Sagrada Família (figura 10) foi construída em 1911, tendo seu interior todo pintado à mão. Com uma localização estratégica na cidade, a igreja foi construída em uma elevação aproximadamente 100 metros, da qual pode-se descortinar todo traçado do sitio histórico da cidade, bem como grande parte do percurso do Rio Santa Maria, que corta a cidade (santaleopoldina.es.gov.br).

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Figura 10-Igreja matriz Sagrada Família

Fonte: Santaleopoldina (Acesso em 30 de maio de 2017)

Inaugurado em 1969, o Museu do Colono, também conhecido como Museu do Imigrante, está localizado numa casa antiga e tradicional da cidade,retratando a época do seu apogeu comercial do Porto e suas transações comerciais da época. Na figura 11, vemos a fachada do Museu do Colono bem conservada e com grande riqueza de detalhes construtivos da época. Seu acervo é constituído de cerca de 600 peças, dentre mobiliarios, instrumentos musicais e obejetos antigos nos quais refletiam as família bem aquinhoada do final do século XIX (figura 12).

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Figura 11-Museu do Colono

Fonte: Santaleopoldina (Acesso em 30 de maio de 2017) Figura 12- Interior Museu do Colono

Fonte: Santaleopoldina (Acesso em 30 de maio de 2017)

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Desta forma, nota-se que a cidade apresenta características históricas marcantes, desde sua topografia até suas edificações, porém ainda não exploradas e sem cuidados necessários para sua preservação.

3.1 Topografia, malha urbana e perfil fundiário A área estudada caracteriza-se como um local de significante potencial paisagístico por apresentar uma grande intensidade topográfica e estar localizada na região Central Serrana. Esta região conta com terrenos com grandes variações nas quais caracterizam um relevo mais antigo em serras e consiste em um domínio com encostas de declividades acentuadas, criando vastas paisagens naturais. Toda região de estudo apresenta uma relação com as águas da Bacia de Santa Maria, a área urbanizada, abraçada pelos elementos naturais, concentra-se limitadamente entre os vales e segue as margens do Rio Santa Maria da Vitória. Em relação a malha urbana, percebe-se na figura 13, a apresentação um traçado sinuoso, devido à proximidade com áreas de variação topográfica e massas de vegetação. As vias contemplam quadras em geral, irregulares, com formatos triangulares e lineares.

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Figura 13-Area urbanizada

Fonte: IJSN, adaptado pelo autor.

Na figura 14, pode-se observar os principais eixos viários nos quais receber o maior fluxo, onde a via arterial é a Rua Presidente Getúlio Vargas (em vermelho) e a Rua Coletora Bernardino Monteiro (em laranja). Desta forma, enfatiza-se a importância desses eixos para conectar a poligonal com o restante do município, tendo as restantes vias locais convergindo para as mesmas.

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Figura 14: Mapa de Hierarquia Viária

Fonte: autor, 2017.

Nota-se no mapa de morfologia urbana, figura 15, que a estrutura fundiária é fruto do processo de ocupação fragmentado do território, iniciado ao longo da bacia hidrográfica e dando prosseguimento no decorrer da Rua Presidente Getúlio Vargas, eixo prioritário de fluxo e ocupação.

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Figura 15: Mapa de morfologia urbana

Fonte: o autor, 2017.

Desta forma, pode-se concluir que no entorno imediato desta via é predominante o uso comercial e serviços, com aparecimento de usos mistos (comercio mais residência), disposto em lotes irregulares, sem afastamentos e com os fundos de lote voltados para o Rio Santa Maria (norte) ou para um talude acentuado (sul).

3.2 Análise dos usos e funções Ao Sul da área de intervenção observa-se a predominância de áreas residenciais unifamiliares com até dois pavimentos. Ao se aproximar do centro da cidade, edificações com até quatro pavimentos se tornam evidentes, sendo estas no geral de

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uso misto, nas quais contam com comércios e serviços que atendem em uma escala local no pavimento térreo e os demais pavimentos de uso residenciais (figura 16). Figura 16- Edificações antigas com até 2 pavimentos

Fonte: Santaleopoldina (Acesso em 30 de maio de 2017)

Nota-se que o eixo comercial mais movimentado da cidade está presente na Rua Presidente Getúlio Vargas (figura 17), onde há a presença de edificações de uso misto (comercial e residencial) e de uso exclusivamente comercial. Este eixo demanda maior atenção do ponto de vista da requalificação urbana para pedestres e ciclistas, devido sua diversidade de usos. Este eixo se aproxima as características de um bairro compacto, onde todas as necessidades dos usuários estão próximas, em percursos caminháveis.

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Figura 17- Rua Getúlio Vargas-Diversidade de usos

Fonte: Arquivo pessoal Figura 18- Futura sede da Casa do Cidadão

Fonte: Arquivo pessoal

No mapa de uso e ocupação do solo, figura 19, podemos observar melhor a distribuição dos usos das edificações nas áreas de estudo, bem como suas áreas verdes. Desta forma, nota-se que parte das edificações nas áreas de estudo são esquecidas, e em sua maioria, não possuem acabamento regular, as ruas são estreitas e as edificações não apresentam afastamento, dificultando a ambientação. 39


Figura 19: Mapa do uso do solo

Fonte: o autor, 2017.

Como exemplo dessas típicas edificações, nota-se na figura 20, um material de construção com azulejos contemporâneos na fachada, estacionamentos na frente, e marquise, descaracterizando assim a linguagem arquitetônica nos cheios e vazios da edificação.

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Figura 20- Material de construção com fachada descaracterizada

Fonte: Arquivo pessoal

As edificações residenciais presentes no eixo comercial têm suas fachadas voltadas para a rua, sem afastamento frontal, causando uma perda de privacidade, porém criando um cenário quase que ideal para os conceitos de Jane Jacob. Desta forma, também contribui para a separação nítida de espaços públicos e espaços privados. Algumas edificações tombadas estão sem uso ou subutilizados apenas com residências, podendo receber um novo uso mais atrativo. A carência de espaços públicos e áreas de convívio na cidade é realidade, o incentivo ao teatro e as histórias da cidade eram presentes na cidade e atraiam grandes públicos. Afim de resgatar essa tendência teatral e a história da cidade, deve-se incentivar a vivacidade urbana utilizando-se de elementos culturais e históricos, aproximando ainda os usuários de sua identidade. O mapa das edificações tombadas, figura 21, mostra as edificações mais relevantes do extenso acervo contido na região, fator de grande importância para o projeto, neste mapa as numerações dos tombamentos foram retiradas do livro do ministério da cultura.

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Figura 21: Mapa das edificações tombadas

Fonte: Prefeitura de Santa Leopoldina, adaptado pelo autor, 2017.

Ao norte do Rio Santa Maria da Vitoria, pode-se destacar o Monumento do Imigrante (figura 22) e o Hospital (figura 23), além da presença de uma creche infantil, quadra de esporte coberta consolidada, área de eventos entre a quadra e o parque. No lado leste da área de eventos, algumas edificações encontram-se situadas em encostas (assentamentos subnormais) (figura 24). Além da escola Municipal em frente ao parque, temos também uma creche nos fundos da quadra de esporte, na qual é bastante utilizada no decorrer da semana (figura 25).

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Figura 22- Monumento do imigrante

Fonte: Santaleopoldina (Acesso em 30 de maio de 2017) Figura 23- Hospital

Fonte: Captura realizada em maio de 2017, por WhiteBirds.

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Figura 24- Assentamentos subnormais

Fonte: Arquivo pessoal Figura 25- Playground ao ar livre

Fonte: Arquivo pessoal

Uma planície entre vales, forma a área de eventos do local, todos eventos de maior porte são destinados para esse setor, devido sua ampla área aberta e livre, também é utilizada para eventos menores, compostos pelas escolas e creches (figura 26).

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Figura 26- Área de eventos entre planícies

Fonte: Captura realizada em maio de 2017, por WhiteBirds.

A relação com o rio e o parque não é valorizada devido ao guarda corpo de concreto que percorre toda sua extensão, além da inclinação acentuada existente (figura 27). A quadra de esportes está no meio do caminho do parque entre a área de eventos, atrapalhando o que poderia ser uma conexão direta dos eventos com o rio visualmente e fisicamente falando.

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Figura 27- Relação entre rio x parque

Fonte: Captura realizada em maio de 2017, por WhiteBirds.

Descendo escadaria Jair de amorim pela Rua de Cima chega-se a Av. Presidente Vargas, nota-se que ao atravessar a rua existe uma rampa de que dá acesso ao estacionamento, figura 28, nas margens do Rio, o que não valoriza o local.

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Figura 28- Estacionamento as margens dos rios

Fonte: Arquivo pessoal

Em épocas festivas, como no carnaval e no aniversário do município, a cidade recebe muitos turistas e esta movimentação contribui positivamente para captação de capital financeiro, tanto para a setor público quanto para os comerciantes privados. Neste contexto, buscou-se diagnosticar problemas e potencialidades a serem trabalhadas dentro do conceito de uma cidade criativa, em busca de promover e influenciar a sustentabilidade cultural, ambiental e econômica.

3.3 Gabarito e densidade As zonas de densidade indicam o sentido das intervenções urbanísticas. As áreas com maior densidade, estão localizadas ao sul da margem do Rio Santa Maria da Vitoria (figura 29), apresentam restrições a grandes intervenções, consequentemente apresentam uma baixa disponibilidade de espaços urbanos vazios, porém estão mais aptas a se consolidarem como centros da comunidade, como forma de fortalecer a vivacidade urbana.

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Figura 29- Áreas de maior densidade as margens do rio

Fonte: Captura realizada em maio de 2017, adaptado pelo autor.

Nessas áreas, a relação entre a quantidade de pavimentos das edificações e a densidade é diretamente proporcional. Já pode-se adiantar que a predominância do baixo nível de pavimentos proporciona um ambiente mais agradável e compatível a escala humana.

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Figura 30: Mapa de gabarito das edificações

Fonte: o autor, 2017.

Como pode ser visto no mapa de gabarito, figura 30, as edificações de 1 (um) ou 2 (dois) pavimentos somam a maioria com 74%, porém grande parte deles e unifamiliar (o que reduz a densidade), contra 26% de edificações com 3 (três) ou 4 (quatro) pavimentos multifamiliares (que favorecem o aumento da densidade).

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3.4 Mobilidade e acessibilidade Atrelada a densidade, tem-se o conceito da mobilidade, quanto maior a densidade de uma região, melhor deve ser a conexão entre os intermodais. Santa Leopoldina ainda mantem sua ambiência de cidade pequena, onde uso de bicicletas e trajetos a pé ainda são preservados, porém não contam com incentivos públicos para que esse trajeto se torne mais agradável, como ciclovias bem sinalizadas e calcadas acessíveis. Devido a morfologia urbana existente, a Rua Presidente Getúlio Vargas se encontra espremida entre duas linhas de edificações tombadas, onde as calcadas são estreitas, forçando o pedestre a andar próximo as edificações, e as faixas viárias são tomadas pelos carros, caminhões, ônibus e motos, ora trafegando outrora estacionados. A Rua Presidente Getúlio Vargas presente no setor está saturada de fluxos diversificados, entre caminhões, carretas, carros, motos, bicicletas, veículos rurais como tobatas, charretes, além dos pedestres que são prejudicados pela ausência de um espaço adequado para circulação. Por ser um dos principais eixos da cidade, a rua também comporta a maior parte dos casarões e edificações históricas e é planificada no trecho dentro da poligonal de estudo, e sofre um aclive ao oeste e declive ao leste (figura 31).

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Figura 31- Principal rua da cidade

Fonte: Captura realizada em maio de 2017, por WhiteBirds.

Nessas vias há poucos lugares de permanência, nos quais não favorecem muito os pedestres, devido a via muito estreita e um fluxo muito intenso. Desta forma, como mostra a figura 32, o transito é prejudicado quando por exemplo é necessário realizar uma carga ou descarga em algum dos comércios, um “nó” no transito é gerado. Além disso, os motoristas sofrem para encontrar vagas disponíveis em dias de semana, nos quais são poucas e muito disputadas.

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Figura 32- Estacionamentos irregulares que prejudicam o transito local

Fonte: Arquivo pessoal

O flagrante da foto demonstra um cenário triste de descaço com a população em geral, mas principalmente com os portadores de necessidades especiais. Na figura 33, pode-se observar um grave problema de mobilidade, onde um cadeirante tenta se locomover pelas calçadas da Rua Presidente Getúlio Vargas, acompanhado por caminhões de grande porte trafegando rente aos pedestres. Além disso, os lixos deixados no chão e os desníveis impróprios presentes nas calçadas, tornando-as totalmente inacessíveis.

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Figura 33- Calçadas sem acessibilidade para cadeirantes

Fonte: Arquivo pessoal

Desta forma, nota-se que há a necessidade de valorização do ambiente original de cidade pequena, apoiando o deslocamento a pé e/ou de bicicleta, tirando o foco nos carros e mirando nos pedestres, oferecendo recursos de permanência confortáveis e tornando o caminhar mais agradável e acessível.

3.5 Aspectos ambientais Formada no entorno dos vales da região central-serrana do Espirito Santo, com belas paisagens naturais nos arredores de Santa Leopoldina, a área de estudo escolhida não foi diferente. O próprio Rio Santa Maria da Vitoria (figura 34) é considerado uma paisagem natural e com tal título deve ser valorizado, por ser rico em fauna e flora tem o potencial atrair 53


espécies variadas. Matas densas cobrem os vales e ajudam a manter um clima frio de montanhas, porem o crescimento urbano algumas dessas áreas foram desmatadas afetando negativamente a paisagem natural. Figura 34- Rio Santa Maria da Vitoria

Fonte: Santaleopoldina (Acesso em 01 de junho de 2017)

O Rio Santa Maria da Vitoria forma um desnível no relevo marcante. Duas pontes cortam o Rio, e delas já pode-se avistar o principal marco referencial da cidade, a Igreja Sagrada Família em contraponto ao Monumento do Imigrante. A Igreja Sagrada Família (figura 35), o principal marco referencial da cidade, lugar perfeito para aproveitar o visual, além da igreja alguns outros pontos com visuais interessantes

foram

identificados

e

merecem

intervenções

favorecendo

a

permanência e contemplação.

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Figura 35- Igreja Sagrada Família

Fonte: http://g1.globo.com (Acesso em 01 de junho de 2017)

Contudo os fundos das edificações da Rua Presidente Getúlio Vargas é que estão voltados para as suas margens, como mostra a figura 36, diminuindo a relação entre esses ambientes, além de ser totalmente inacessível a portadores de necessidades especiais. Figura 36- Edificações com os fundos voltados para o rio

Fonte: Arquivo pessoal 55


As margens do rio apresentam um cenário de abandono e descaso, mesmo com a presença ilustre do curso d’agua o barulho natural das correntezas é camuflado com a poluição sonora vinda da Rua Presidente Getúlio Vargas. Os moradores acabam perdendo o orgulho ao local, pois o mesmo encontra-se sujo e poluído por dejetos, alguns pescadores antigos ainda frequentam as margens e as pontes para atividade de pesca esportiva. Há um desconforto ao transitar no local, devido à grande presença de vegetações e a falta de caminhos e percursos, caso existisse as pessoas poderiam ali estabelecer grupos, se o local oferecesse melhores condições de permanência, por ser uma cidade pequena os moradores se reconhecem e isso favorece a permanência e vigilância natural. Do ponto de vista ambiental, a principal fragilidade encontrada remete-se aos recursos hídricos provenientes da bacia Hidrográfica de Santa Maria, em épocas de chuvas intensas ou nas ocorrências de trombas d'aguas o volume de agua aumenta demasiadamente, merecendo um planejamento maior para a redução do impacto causado na sociedade ali presente. A medida que anos foram passando, percebemos um esquecimento do Rio Santa Maria da Vitoria, antes podia-se "pescar camarão com peneira", ou "jogar molinete de cima da ponte", ou até mesmo "ficar sentado observando o barulho das aguas", hábitos como esses que foram deixando de estar presente na rotina das pessoas (figura 37).

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Figura 37- Rio Santa Maria da Vitoria 2017

Fonte: Arquivo pessoal

Por isso, torna-se importante conectar as margens do rio com os outros espaços públicos existentes, de forma que desperte curiosidade e aproxime a população as margens do rio.

3.6 Potencialidades e fragilidades Santa Leopoldina é atualmente um dos municípios com maior presença de casarões históricos do Estado do Espirito Santo, graças ao tombamento realizado pela SECULT, estas edificações históricas ainda carregam um forte peso cultural. Além de terem o poder de atrair pessoas com interesse turístico, as edificações que estão dentro do sitio histórico, juntas e concentradas formam um corredor histórico com diversos elementos arquitetônicos interessantes, onde cada trecho de calçada têm uma história para contar. Após estas análises, pode-se observar através da tabela de potencialidades, fragilidades, diretrizes, objetivos e ações, figura 38, a identificação de potenciais na cidade de Santa Leopoldina como um Polo Criativo, devido sua rica identidade cultural e seu extenso acervo histórico, além de seus inúmeros aspectos naturais positivos, a

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cidade busca soluções para se tornar uma cidade mais criativa, compacta e sustentável. Figura 38: Tabela Potencialidades / Fragilidades / Diretrizes / Objetivos e Ações

Fonte: o autor,2017,

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3.7 Ações Estruturantes Antes de entrar na proposta de intervencao torna-se necessarias algumas acoes estruturantes para que o projeto venha a ser realizado. Conforme figura 39, em questoes de mobilidade, um desvio no trafego deve ser implantado para que o fluxo de veiculos pesado seja remanejado do centro. No setor ambiental, deve-se realizar um reflorestamento das areas onde estao presentes os elementos paisagisticos marcantes, alem da execuçao do plano de coleta e tratamento de esgoto já existente. Figura 39: Mapa de ações estruturantes

Fonte: o autor, 2017.

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3.8 Conceito e partido O presente trabalho busca, na proposta projetual, um meio de manifestação que vise elucidar na prática, a carga teórica exposta anteriormente, evidenciando os benefícios e potencialidades detectados no emprego em conjunto dos temas estudados. Para isto, dispõe-se o desenvolvimento de um exercício projetual de planejamento urbano sustentável. Como apresentado nos capítulos anteriores deste trabalho, as grandes deficiências da área estudada são a escassa oferta de atividades de uso público, a fluidez do tráfego de veículos em horários de pico, o esquecimento e abandono do Rio Santa Maria da Vitoria e a falta de estacionamento suficientes. A ideia é tornar o centro de Santa Leopoldina um espaço atraente e confortável, com interação direta com a história local e suas belezas naturais, favorecendo os pedestres com a oferta de espaços públicos de qualidade e percursos interessantes. Com intuito de incorporar ao desenho soluções que atendam tanto as fragilidades e potencialidades da área para a elaboração de um projeto coerente com suas necessidades, o partido urbanístico ficou definido com as seguintes vertentes: “Acessos”, “Conexões Verdes”, “Identidade Cultural”, “Lazer e convívio”, “Educação e Cultura” 

Acessos: Demarcar o início e o fim do Centro Histórico com clareza para incentivar a percepção da importância cultural do local. Reformular as caixas viárias de forma a favorecer os pedestres e atender as normas de acessibilidade, além de organizar transito de veículos pesados em horários específicos e com velocidades controladas;

Conexões Verdes: Integrar as áreas verdes de uso público com as margens do Rio Santa Maria da Vitoria e a avenida principal da cidade, trazendo arborização nas rotas e percursos de pedestres e a plantação de arvores nativas nas encostas;

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Identidade Cultural: Revitalizar algumas Edificações Históricas, alterando seu uso atual para incentivar a participação da comunidade em atividades culturais, ampliar a divulgação do Museu do Colono e trazer um posto de informações para turistas;

Lazer e convívio: Inserir atividades esportivas e de convívio nas áreas capazes de receber um fluxo de pessoas em horários diversificados, favorecendo a vigilância natural e atraindo pessoas de diversos perfis;

Educação e Cultural: Implantar equipamentos comunitários visando aproximar a comunidade da cultura local, para que os próprios cidadãos se sintam responsáveis pelos espaços, colaborando com uma reforma social;

Desta forma, pode-se notar no Anexo 6, as áreas em destaque da região escolhida para intervenção, com a demarcação dos principais acessos, parques, área de integração e edificações a serem revitalizadas.

3.9 Diretrizes de mobilidade e evolução histórica Com o objetivo de reduzir as retenções do tráfego nos horários de pico e aumentar a participação de nodais de transporte público, ciclismo e pedestrianismo, deve-se reduzir a presença do automóvel principalmente no Sitio Histórico de Santa Leopoldina. Conforme mapa diretrizes de mobilidade, figura 40, gera-se soluções para melhor circulação na cidade tais como:

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Figura 40: Mapa diretrizes mobilidade

Fonte: o autor, 2017.

DIRETRIZES a) Aumentar o fluxo de pessoas em áreas dotadas de infraestrutura, de modo que a transição entre ambientes seja continua; b) Evitar usos inadequados em áreas potenciais, limitando o acesso a áreas até então privadas; c) Reduzir o uso de automóveis nos principais eixos viários, reduzindo a necessidade de vagas de estacionamento e contribuindo para a redução das emissões de carbono, melhorando assim a qualidade do ar. 62


Figura 41: Tabela açþes mobilidade

Fonte: o autor, 2017.

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3.10 Diretrizes ambientais Com o objetivo de aumentar a cobertura vegetal e ampliar o senso de comunidade, garantindo que esta área da cidade seja permeada pela paisagem natural, o mapa de semiótica ambiental, figura 42, apresentar soluções afim de: Figura 42: Mapa diretrizes ambientais

a) Reconhecer o aspecto funcional da paisagem em função da qualidade da utilização do lugar; b) Reduzir as percepções negativas da esfera social relacionadas à estrutura morfológica e cultural da área; c) Incrementar nova áreas públicas verdes visando permanência e convivência;

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d) Potencializar as áreas de convívio existentes subutilizadas, elevando seus níveis de segurança, satisfação e qualidade estética. Figura 43: Ações ambientais

Fonte: o autor, 2017.

3.11 Diretrizes Usos e Funções Mediante a relação de usos e funções, nota-se que na área de intervenção a maior parte das áreas de permanência e nas quais devem receber mais incentivo se encontram a beira do rio. Sendo que os locais mais distantes, permanecem com pouco uso e merecem uma conexão entre a cidade e o rio, como pode ser visto no mapa de diretrizes de usos e funções, figura 44.

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Figura 44: Mapa diretrizes de usos e funções

Fonte: o autor, 2017.

Desta forma, buscou-se medidas para fortalecer e incentivar esse lado criativo da cidade tais como: 

Manter escala humana e a relação dos transeuntes com os edifícios;

Implantar novos usos nos equipamentos públicos existentes;

Implantar novos usos em edificações históricas e subutilizadas;

Fortalecer o setor gastronômico muito rico na região;

Utilizar da diversidade de elementos no programa do parque para atrair as pessoas ao rio. Isso irá ajudar a unificar as comunidades de cada lado da agua;

Visar geração de receita para o parque, atraindo atividades durante todo o ano. 66


Assim, pode-se observar que a área de estudo teve suas requalificações voltadas para o bem-estar da população, mas mantendo seu contexto histórico, valorizando seus principais marcos (figura 45). Figura 45- Vista aérea da área de intervenção, antes x depois

Fonte: Arquivo pessoal

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4 INTERVENÇÕES NA ÁREA DE ESTUDO Mediante aos conceitos de cidade criativa apresentados, foi proposta uma requalificação na área de estudo, onde procura resgatar a cultura e história do lugar. Desta forma, o projeto busca mais do que oferecer alternativas de revitalização, mas propor intervenções para conectar as principais vias da cidade e trazer a identidade do local com a inserção de áreas de convívio, praças, ruas de pedestres e principalmente, o resgate do Rio Santa Maria (figura 46). Figura 46: Diagrama proposta intervenção

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Fonte: Arquivo pessoal

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Em forma de diagrama pode-se ver a nova composição urbana da área de intervenção tais como: 1. A maior área é composta por áreas verdes (90%); 2. O favorecimento aos pedestres (38%); 3. A bacia hidrográfica (25%); 4. Os novos usos e requalificações (30%).

Figura 47-Diagrama Organizacional

Fonte: Arquivo pessoal

Analisando a figura 47, ficam claras as relações entre os ambientes mais importantes que compõem o projeto. No centro o espaço público da praça central, escadaria Amália e parque linear, em conexão direta com as pontes e os edifícios ali expostos. O uso misto atraindo vitalidade urbana para a rua Getúlio Vargas. Já no entorno da praça, conforme figura 48, os usos entre cultura comercio e habitação tem relação direta com o espaço público ali proposto. 69


Figura 48- Diagrama de uso entorno praça

Fonte: Arquivo pessoal

4.1 Espaços públicos No centro, a proposta foi estabelecer uma ampla praça que abrange diversas atividades a fim de conectar os ambientes do cenário. Conforme figura 49 e 50, a praça fica no centro entre a Escola (roxo), a Habitação (amarelo), o Centro comercial (vermelho) e o Centro cultural (laranja). 4.1.1 Praça Central Esse espaço vem com o objetivo de receber transeuntes das diversas atividades que acontecem em seu entorno, foi proposta uma infraestrutura respeitando a topografia da área de intervenção, incluindo a acessibilidade no projeto. Áreas agradáveis com mobiliários confortáveis contemplado por arborizações, estimulando a permanência dos usuários. Os quiosques foram inseridos estrategicamente nas extremidades da praça, garantindo a vitalidade dos transeuntes no espaço, gerando mais integração e segurança.

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Figura 49- Vista aérea da praça da escola

Fonte: Arquivo pessoal

A nova pavimentação do parque em vista aérea, conforme figura 49, seguem as linhas sinuosas com ângulos hora suaves, hora inclinados, criando diversas novas possibilidades de percursos e permanências. A antiga falta de relação da praça com o rio fica totalmente imperceptível, a escadaria Amália gera uma aproximação rápida e confortável entre o transeunte e a bacia hidrográfica, que poderão realizar atividades como pesca de lazer ou encontrar outros grupos de pessoas;

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Figura 50- Integração da praça com seu entorno imediato

Fonte: Arquivo pessoal

O parque tem a função importante de conectar diversas áreas, a oestes o edifício comercial (vermelho) que foi inserido no lugar da antiga quadra de esporte, ao sudeste a nova quadra de habitação (amarelo) e ao norte o notável Casarão JR (laranja), que se indica seu uso como um centro cultural. 4.1.2 Quadra poliesportiva e Skate Park Com o intuito de promover a integração dos alunos aos espaços públicos gerados no entorno da escola, nas proximidades imediata, foi inserida uma quadra poliesportiva aberta ao público, como pode ser vista na figura 51.

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Figura 51- Integração da quadra com o entorno

Fonte: Arquivo pessoal

A quadra poliesportiva foi inserida ao oeste da escola, respeitando a orientação nortesul para reduzir a influência do sol nas práticas esportivas, além de um playground orientado ao uso pelos alunos da escola. Além disso, foi proposto um espaço coberto para a inserção de um quiosque, que poderá ser usado para comercialização de comidas e bebidas. Desta forma, para melhor integração dessas edificações com a praça, a implantação de um Skate Park (figura 52), atraindo movimentação de pessoas de diversas idades em diferentes horários

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Figura 52-Skate Park sob pilotis do centro comercial

Fonte: Arquivo pessoal

A proposta age de forma dúctil à topografia existente, buscando através de diretrizes projetuais, realizar uma conexão visual do espaço urbano e áreas verdes que compõem seu entorno.

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Figura 53: Relação com a cidade

Conforme a figura 53 e 54, percebe-se como o projeto estĂĄ inserido dentro do polo criativo, preservando o contexto ambiental de forma que reduza os impactos dentro do ambiente urbano.

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Figura 54: Relação com a cidade (hospital)

Fonte: Arquivo pessoal

A inserção de atividades no entorno do rio busca aproximar os usuários com a natureza, valorizando as condicionates de projeto, através de uma ciclovia, aproximando o ciclista do rio, além de uma generosa faixa para passeio, onde prioriza o pedestre com uma infraestrutura acessível e arborizada, estimulando a vitalidade urbana. 4.1.3 Escadaria Amália A escadaria de concreto aparente será moldada no local, com seus espelhos vazados para permitir escoamento da agua, faz a conexão do parque e o deck a beira rio, estendida na escadaria a grama acomoda parte dos degraus trazendo para o usuário mais conforto e novas experiências sensoriais.

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Figura 55- Escadaria Amália

Fonte: Arquivo pessoal

Novas árvores nativas foram alocadas no parque, principalmente as que possuem copas largas e que geram grandes áreas de sombras, ao redor das mesmas foram inseridos mobiliários urbanos em formato hexagonal, construídos em estrutura metálica com detalhes perfurados em suas arestas, favorecendo a contemplação da paisagem natural e urbana, podendo ser apreciado o visual da Igreja Sagrada Família. Dispostas em locais próximos aos quiosques, mesas e cadeiras darão suporte ao fluxo de pessoas que será atraído para essas áreas. Esse acesso acabará se tornando um marco na cidade, além da escadaria, decks de madeira foram instalados afim de gerar áreas de vivencia e permanência para contemplação do rio e assim aproximar mais as pessoas a ele. Pensando também na acessibilidade, rampas de acesso foram projetadas para que todas as pessoas tenham acesso aos decks e as margens do rio, valorizando ainda mais os visuais (figura 56).

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Figura 56- Escadaria em contemplação com o rio

Fonte: Arquivo pessoal

4.1.4 Rio Santa Maria O Rio Santa Maria, era reconhecido por sua variedade de peixes e navegações que passavam por ali. Atualmente o rio se encontra esquecido e poluído, como forma de resgatar essa origem e torna-lo ainda mais atraente, foi proposto a limpeza e revitalização do mesmo. A instalação de um deck as suas margens, novos guardacorpo, além de implantação de novas espécies nativas a beira do rio, farão com que o rio se torne um local atrativo e de permanência para contemplação (figura 57).

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Figura 57-Revitalização e inserção de passeios as margens do rio

Fonte: Arquivo pessoal

Afim de explorar a diversidade de usos, no píer foram propostas atividades como caiaque e raft, promovendo uma alternativa de lazer aquático, aproximando o rio dos usuários, contribuindo para o lazer e turismo da cidade. Figura 58- Atividades aquáticas

Fonte: Arquivo pessoal 79


As pontes nas quais interligam a Rua Getúlio Vargas as demais vias opostas ao rio, são muito utilizadas pela população. Desta forma, além da preocupação com o rio, as pontes foram restauradas e mantiveram seu aspecto histórico. As ilhas no meio do rio também receberam novas vegetações e arbustos. Figura 59- Pontes de ligação entre as principais vias e o rio

Fonte: Arquivo pessoal

Diferenciação de mobiliário a beira rio, variando em tipos de mesas cadeiras e bancos, estes darão suporte ao público proveniente da Rua Presidente Getúlio Vargas.

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Figura 60- Mobiliário a beira rio

Fonte: Arquivo pessoal

4.1.5 Rua Getúlio Vargas A principal rua de uso misto da poligonal, a Presidente Getúlio Vargas apresenta deficiências já apresentadas, tais como falta de acesso para pedestres, áreas de contemplação, rua estreita para carros, além de falta de acessibilidade. Desta forma, para que tal rua se tornasse ainda mais atrativa, a proposta foi transformar parte desta rua em uma via de pedestres, conectada visualmente as fachadas históricas da rua, valorizando o aspecto cultural da cidade (figura 61).

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Figura 61-Revitalização Rua Getúlio Vargas

Fonte: Arquivo pessoal

Com o intuito de aproximar as pessoas para as edificações comerciais, uma marcação no piso com diferentes materiais foi proposta com o intuito de guiar o usuário até as entradas das edificações e demarcar as áreas de contemplação. Para a marcação dos caminhos, figura 62 foi proposto um piso de madeira e os passeios livres, um piso antiderrapante.

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Figura 62-Marcação no piso

Fonte: Arquivo pessoal

Ainda na Rua Getúlio Vargas, a escadaria Jair Amorim é um marco na cidade, onde foi construída na década de 30 e ganhou este nome em homenagem ao compositor Jair Amorim. Além disso, a escadaria também é utilizada para eventos culturais e pontos de encontro. Desta forma, a mesma também foi (re)projetada, como pode ser visto na figura 63, e ganhou mobiliário urbano próximo, além de uma ligação direta com a Rua Getúlio Vargas, na qual se tornou uma via de pedestres.

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Figura 63- Escadaria Jair Amorim e a Rua Getúlio Vargas

Fonte: Arquivo pessoal

Pensando no contexto social e econômico, o objetivo da proposta é a proposição de espaços atrativos, que garantem uma concentração de pessoas, usufruindo das atividades que o mesmo oferece. Essa concentração de pessoas vem a influenciar posivamente no espaço público, alterando o cenário atual. Para estimular a permanência dos usuários, foram inseridos mobiliários de permaência contemplado por sombras das vegetações que compõem o eixo, trazendo conforto aos usuários que permeiam e permanecem no espaço.

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Figura 64- Rua Presidente Getúlio Vargas

Fonte: Arquivo pessoal

Nesse eixo foram propostas atividades voltadas a gastronomia, pensando na economia e valorização do eixo histórico, além de trazer uma atividade que gere integração social, contribuindo para o contexto social da cidade.

4.2 Centro Cultural A praça tem integração com o centro cultural que faz parte da poligonal, estimulando o lazer dos usuários que frequentam o espaço e alunos da escola. O Casarão localizado na poligonal (laranja), que atualmente cumpre função administrativa, fosse requalificado para um centro cultural, que vai contribuir e potencializar no contexto da cidade. Essa atividade seria um âncora tendo a função de integrar a poligonal consolidando uma diversidade de públicos, gerando vitalidade urbana e integração social. Esse centro cultural teria o controle de atividades que acontecem em seu entorno e responsáveis por eventos que acontecem na praça central, podendo ser observado na figura 65. 85


Figura 65- Integração do centro cultural com a praça

Fonte: Arquivo pessoal

Ao lado do casarão localizado na praça, observa-se a presença de um edifício comercial sob pilotis (vermelho).

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Mediante aos conceitos apresentados sobre criatividade e cidade criativa, nota-se que qualquer cidade tem um potencial criativo, mesmo que ainda não explorado. O mesmo acontece com a cidade de Santa Leopoldina, uma cidade com edificações históricas e de grande potencial, porém sem interesse investimentos de setores públicos e privados. Assim, a proposta de requalificação da área de estudo teve como objetivo valorizar a parte histórica, bem como os acessos para os pedestres, criando áreas de permanência pela cidade.

87


6 BIBLIOGRAFIA ARIAS, P. G. (2002). La cultura. Estrategias Conceptuales para comprender a identidad, la diversidad, la alteridad y la diferencia. Escuela de Antropologia Aplicada UPS-Quito. Ediciones Abya-yala. BEZERRA,

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88


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Ana

Paula

Fonseca.

Economia

Criativa

como

estratégia

de

desenvolvimento: uma visão dos países em desenvolvimento - São Paulo: Itaú Cultural, 2008. 267 p. Santos (1982), Soares (2006), Corrêa (2011), dentre outros, contribuíram para a reflexão sobre as cidades pequenas SANTOS, Milton. Espaço e sociedade: ensaios. Petrópolis: Vozes, 1982. SARMENTO, Walney Moraes. Nordeste: a urbanização do subdesenvolvimento. Porto Alegre: Mercado Aberto. 1984. SINGER, Paul. Economia política da urbanização.São Paulo:Brasiliense;CEBRAP, 1975. STRICKLAND, Bill - Cidades Criativas: Perspectivas / Ana Carla Fonseca Reis, Peter Kageyama, (orgs.). - São Paulo: Garimpo de soluções, 2011. TUCCI, C. E. M. Águas urbanas. Estudos avançados 22 (63), 2008 PEREIRA, B.; MUSSI, C; KNABBEN, A. Se sua empresa tiver um diferencial competitivo, então comece a recriá-lo: a influência da criatividade para o sucesso estratégico organizacional. In: XXII ENANPAD, 22º, Anais. Foz do Inguaçu: ANPAD, 1999. CD-ROM. KAO, J. Jamming – a arte e a disciplina da criatividade. Tradução: Ana Beatriz Rodrigues e Priscilla Martins Celeste. Rio de Janeiro: Campus, 1997. 89


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Rossana;

SALES,

Teresa.

Cenas

do

Brasil

migrante.

São

Paulo:Boitempo,1999. SCHUMPETER, J. Teoria do desenvolvimento econômico. Tradução: Maria Silvia Possas. 3. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1988. VERHAGEN, Evert. Qualidade Líquida de Cidade. In: REIS, Ana Carla Fonseca; KAGEYAMA, Peter (Org.). Cidades criativas: perspectivas. São Paulo: Garimpo de Soluções, 2011. REIS, Ana Carla Fonseca; KAGEYAMA, Peter (Org.). Cidades criativas: perspectivas. São Paulo: Garimpo de Soluções, 2011. FONSECA, Rômulo José Avelar. O Avesso da Cena: Notas sobre Produção e Gestão Cultural. Belo Horizonte: Duo Editorial, 2008. BRASIL. Ministério da Cultura. Plano da Secretaria da Economia Criativa. Brasília, DF. 2011. Disponível em:. Acesso em: 31 mai. 2017.

90


7 ANEXO

91


Centro Comercial Centro Cultural Anexo Centro Cultural

34,0

Quadra Aberta

on io

Me dic

i

20,0

Pa ulo A

nt

30,0

Escola

20,0 Escadaria Amalia

Po nte

29,9

24,0

20,0 ar

Clarind o Lima

Parque Line

20,0

Ponte

24,2

Via P e

dest re

30,1 30,1 Via Ped

Escada ri a Jair

38,1

Rua Pre sid

ente Ge

Amorim

Horta C omu

tuli o Va rgas

nitaria

TCC - Trabalho de conclusao de curso

PLANTA BAIXA PROJETO 1 : 1000

2

Arquitetura e Urbanismo

CORTE ESQUEMATICO 1 : 1500 Titulo:

Igreja Sagrada Familia

Hospital Municipal e Monumento do imigrante

Escadaria Jair Amorim

EDIFICACOES CONSTRUIDAS

Prancha:

Rua Getulio Vargas

Praca central

NOVAS VEGETACOES

Rua de cima

Escadaria Amalia

Santa Leopoldina - Um polo criativo, onde: "calcada e passeio"

Data:

09/06/2017 Escala:

Anexo 1 - Implantacao

Parque Linear

Indicada

VEGETACAO EXISTENTE Autor:

Obs: Topografia fora de escala

Folha:

Alysson Dias Carvalho Braz

01 / 01

06/07/2017 09:36:50

1

estre


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