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PONTOS CRÍTICOS DO PLANEJAMENTO GENÉTICO Sem desculpas! Planejamento Genético oferece todas as ferramentas necessárias para a tomada de decisões
PONTOS CRÍTICOS DO PLANEJAMENTO GENÉTICO
ESTAMOS NO CAMINHO CERTO?
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por Rodolffo Assis, Técnico de Corte Alta
A pecuária de corte passa por uma profunda transformação, nos últimos anos, tornando-se muito mais empresarial. Fazendas com foco em planejamento e gestão e cientes mostram-se muito mais capazes de obter sucesso no setor.
Um processo fundamental das propriedades que trabalham com cria é o planejamento genético e, aproximando-se o início de estação de monta, vem a pergunta: estamos no caminho certo?
Mas o ponto que deveríamos abordar, primariamente, não seria o caminho, mas sim o destino. No caso do melhoramento genético, o destino é chamado de “objetivo de seleção”.
O que valorizar?
O objetivo de seleção pauta as decisões que tomaremos no processo de melhoramento genético. Nele devem estar contidos os itens de maior valor. Em pecuária de corte, diferente do melhoramento em caninos e equinos, o valor deve ser quase sempre ligado à lucratividade. Mas lucro para quem? Apesar da margem do selecionador ser fundamental, o objetivo de seleção deve contemplar também a lucratividade de toda a cadeia. Por exemplo: um pecuarista que realiza apenas cria não deve objetivar apenas o peso ao desmame, mas sim, incluir no objetivo de sua seleção características que gerarão lucro aos pecuaristas que adquirirem esses bezerros. Dessa forma, se a clientela deste criador for terminar esses bezerros sem castração e a pasto, questões de acabamento não devem car de fora do objetivo de seleção, assim como a e ciência alimentar caso esses clientes realizem a terminação em con namento. Só assim haverá sustentabilidade em toda a atividade.
O que o mercado valoriza?
Outro erro comum é a falta de visão de mercado. Vemos muitos criadores que formam seus objetivos baseados em valores que não são reconhecidos pelo mercado, o que pode gerar frustração e prejuízo. Temos de ter consciência de que o preço obtido estará ligado ao valor que há no mercado, seja ele geral ou um nicho, o qual não é necessariamente o mesmo valor que estava na mente do criador. Lembramos também que, em gerar, criar valor em produtos não é uma tarefa fácil. Normalmente, além de tempo, há necessidade de investimento em marketing.
E o futuro?
De outro lado, não podemos basear nosso objetivo de seleção apenas no hoje. Precisamos prever alterações estruturais e mercadológicas que enfrentaremos. Como, em gado de corte, o tempo entre a geração do objetivo de seleção e a colheita dos primeiros resultados não é curta (cerca de dois anos para quem realiza cria e três anos para quem faz ciclo completo), se olharmos só para o agora poderemos estar com um produto que não atenderá às necessidades do momento. Custos de insumos, valores de bezerros e arroba e alteração no tipo de produto com maior demanda são exemplos de itens de mercado que podem ser alterados. Mas alterações internas também devem ser veri cadas. O objetivo de seleção de uma propriedade de ciclo completo que pretenda construir um con namento em até dois anos, por exemplo, já deve conter itens que gerarão maior lucratividade com este sistema de terminação, como e ciência alimentar.
Após bem estabelecido o objetivo de seleção, chega-se à
etapa de de nir o caminho para alcançar esse objetivo. Este caminho é chamado de “critério de seleção”. Entre os critérios mais comuns no gado de corte está a utilização de cruzamento industrial, graças aos ótimos ganhos provenientes da heterose.
Em quantas matrizes posso fazer cruzamento industrial?
Para os criadores que desejam selecionar a raça base do rebanho e também realizar cruzamento terminal em parte das matrizes, surge a questão de qual seria a proporção máxima de matrizes que poderiam ser acasaladas com touros de outra raça.
Essa pergunta só pode ser respondida com segurança a partir de dados atuais e previsões de índices reprodutivos do rebanho.
Cenários Taxa de desmame % de fêmeas desmamadas
1 65% 32,5% 2 70% 35,0% 3 75% 37,5% 4 80% 40,0%
Necessidade de reposição
35% 30% 25% 20%
% bezerras disponíveis não necessárias para reposição -7,7% 14,3% 33,3% 50,0%
Possibilidade de descarte de matrizes prenhas
-3,8% 7,1% 16,7% 25,0%
Tabela 1: Simulação de índices reprodutivos e consequente disponibilidade de fêmeas desnecessárias para manutenção do rebanho
Vamos utilizar a tabela de simulação anterior associada com o seguinte cenário para responder à questão: - Rebanho estabilizado em quantidade e índices reprodutivos; - Descarte de todas as fêmeas que não tiveram bezerro desmamado; - Desconsideradas mortes entre desmame e entrada na vida reprodutiva; - Utilização de sêmen convencional com 50% de nascimento de cada sexo.
Além das duas possibilidades citadas na tabela (realização de descarte voluntário de bezerras ou de matrizes prenhas), esses saldos poderiam ser utilizados para realização de cruzamento terminal. Em fazendas que utilizam apenas inseminação arti cial, por exemplo, a % máxima de IATFs com sêmen para cruzamento industrial terminal deve ser igual à % de bezerras que não seriam necessárias para reposição.
No cenário 1, o qual infelizmente é a média Nacional, temos um dé cit de novilhas, impossibilitando a utilização de cruzamento terminal. Nesse caso, é comum o pecuarista colocar vacas solteiras na estação de monta para não ver seu rebanho diminuir.
No cenário 2, vemos que 14,3% das bezerras não serão necessárias para a reposição das matrizes. Ainda é um cenário pouco efetivo para realização de cruzamento terminal e seleção das matrizes ao mesmo tempo.
Nos cenários 3 e 4, os quais estão acima das médias das fazendas “Top Rentáveis” e “Top indicadores” do Benchmarking Inttegra 2018/2019, respectivamente, haveria um saldo até 33,3% e 50% de IATFs que poderiam ser realizadas com cruzamento terminal, caso essas propriedades zessem toda a reprodução através de inseminação arti cial.
Assim, vemos que a realização simultânea de cruzamento industrial terminal e seleção da base de matrizes só será efetiva se houver bons índices reprodutivos.
São muitas possibilidades e variáveis, mas hoje, com tanto conhecimento e ferramentas disponíveis, como o Plano Genético da Alta, não há desculpas para se tomar decisões ligadas ao melhoramento genético sem o cuidado que essa etapa merece.
Rodolffo Assis, Técnico de Corte
Médico veterinário pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), especialista em Produção de Gado de Corte pelo Rehagro, técnico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) ligado ao programa Geneplus.
CONCEPT PLUS LEITE NO BRASIL
por Tiago Ferreira, Gerente Técnico de Leite
Ao avaliar números reprodutivos em uma propriedade de leite, é de extrema importância pensar em alguns pontos que realmente vão nos direcionar para sabermos a e ciência reprodutiva de um rebanho.
O brasileiro tem di culdade em estabelecer processos de coleta de dados de qualidade nas fazendas. Com isso existem poucos números que realmente representam dados nacionais os quais podem ser utilizados como referência para tomada de decisão nas fazendas, quando o assunto é gestão do rebanho.
O Concept Plus Leite vem, exatamente, com foco em estabelecer referências sérias, coerentes com a realidade brasileira, o qual tem como ambição discutir estratégias reprodutivas, mostrar números, indicadores e envolver pessoas de sucesso no segmento da reprodução.
Por causa desse cenário, em um primeiro momento, o programa será voltado para uma análise de dados que possa ser fonte de consulta e decisões dentro dessas propriedades.
A taxa de prenhez é um indicador que realmente demonstra a e ciência reprodutiva do rebanho. Isso porque ele considera a quantidade de vacas aptas à reprodução que cam gestantes a cada 21 dias. Quando se aumenta a velocidade que vacas aptas cam prenhas, é porque, normalmente, está servindo mais esses animais (inseminando por exemplo), mais vacas estão cando gestantes dessas inseminadas e isso norteia todos os outros índices reprodutivos.
Na tabela abaixo, podemos observar que as 20% superiores para taxa de prenhez têm 23,7% contra 16% das demais fazendas, que são as 60% do meio. Isso signi ca dizer que de cada 100 vacas aptas no grupo melhor 23 cam prenhas contra 16 do grupo do meio a cada 21 dias.
Com isso o grupo superior de taxa de prenhez tem a melhor taxa de serviço, taxa de concepção, menor período de serviço e assim por diante.
Importante ressaltar que, nesses rebanhos superiores, vão parir mais vacas, diminuindo dias em lactação médio (DEL) e intervalo entre partos. Isso possibilita trabalhar com uma média de leite por vaca, maior.
Numa simulação em um rebanho de 100 vacas que têm média de 20 kg de leite dia, evoluir a taxa de prenhez de 16 para 23% signi- ca aumentar 1,5 kg na média por vaca/dia, 150 kg por dia nesse rebanho; no ano, são 55 mil/kg.
Buscar maior e ciência reprodutiva, através da evolução da taxa de prenhez, tem impacto econômico alto e, através de benchmarking dos números reprodutivos no Concept Plus leite, ca fácil posicionar seu rebanho e justi car as mudanças necessárias.
Venha fazer parte desse time.
Tiago Ferreira Gerente Técnico de Leite
Médico Veterinário pela Universidade de Uberaba (Uniube), especialista em Reprodução de vacas leiteiras pela Newton Paiva e Rehagro, Especialista em Nutrição de vacas de leite Faculdades Integradas de Uberaba (FAZU) e Rehagro, membro do Conselho deliberativo técnico (CDT) da raça Girolando

Item
Taxa de serviço Taxa de concepção Taxa de prenhez % Perda de prenhez Período de serviço Del médio 1° serviço – vacas Del médio 2° serviço – vacas Intervalo 1° para 2° serviço – vacas
20% Superiores Demais Fazendas 20% Inferiores
57,3% 47,9% 37,0% 42,0% 34,2% 27,8% 23,7% 16,1% 9,7% 21,5% 25,3% 24,3% 123 152 184 64 69 86 111 120 141 46 51 55
Dados são referentes a 2018/2019
