Gramática das Pedras
David Francisco
Gramática das Pedras David Francisco
Gramática das Pedras Diria que as fotografias agora e aqui publicadas não são mais que pequenas e breves notas sobre uma infinidade de formas e artefactos em ou na pedra, espalhados por todo o arquipélago da Madeira. Este é um ténue olhar, acentuadamente estético, sobre as pedras. E, simultaneamente, um questionar do porquê, como e quando? É uma chamada de atenção para a necessidade de proteger, estudar e classificar estas evidências de possíveis ocupações pré portuguesas da ilha e do Arquipélago da Madeira. David Francisco TÍTULO Gramática das Pedras AUTOR David Francisco EDITORA Almalusa, Portugal https://issuu.com/almalusa.org DIRECTOR GERAL Jorge Pinto Guedes DATA DE PUBLICAÇÃO Novembro de 2022 administracao@almalusa.org © Copyright do livro: Almalusa, S. Cristovão de Lafões, Viseu, Portugal
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Ana Maria Francisco
Pedras As pedras falam? pois falam mas não à nossa maneira, que todas as coisas sabem uma história que não calam. […] As pedras falam? pois falam. Só as entende quem quer, que todas as coisas têm uma coisa para dizer. Maria Alberta Menéres
A Questão Da Gramática das Pedras Foram localizadas pedras ora ásperas, duras ou pesadas, ora numa construção que se torna enigmática ou ordenada e cognoscível. Para além das leituras de arqueólogos e da epigrafia de outros cientistas, desde logo, a um leigo pode ser dada a intuir toda uma energia ou a ver uma estética das pedras localizadas pela objetiva do fotógrafo. As pedras selecionadas são fascinantes artefactos arqueológicos da Ilha da Madeira, que, nas suas formas e localizações, pelos eventuais usos, nas suas inscrições, explícitas ou implícitas, alimentam a imaginação e interrogações. As pedras da Exposição parece que trazem consigo a habilidade da fala e essa por sua vez acompanhada da sua
própria gramática, comportando uma linguagem pensada. Aquelas pedras formam construções linguísticas, unidades portadoras de sentido, em uma espécie de gramática, na construção de significados. As pedras aqui expostas transportam desafios: compreender sinais inscritos, a natureza, forma e temporalidade das suas deposições, as suas funções, motivações conceptuais, necessidades referenciais e discursivas daquelas culturas arqueológicas. Da descodificação da gramática das pedras resultarão outros entendimentos para a nossa história?
Edgar Silva 3
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FUNCHAL
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CÂMARA DE LOBOS
22
RIBEIRA BRAVA
23
30
PONTA DO SOL
31
40
CALHETA
41
48
PORTO MONIZ
49
56
SÃO VICENTE
57
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SANTANA
67
74
MACHICO
75
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SANTA CRUZ
85
92
PORTO SANTO
93
100
ESTÚDIO (Recolha)
108
David Francisco nasce em 1960 no Funchal, Ilha da Madeira. Tem o seu primeiro contacto com a fotografia em 1977, pela mão do fotógrafo Zeca Perestrello. Autodidata, com algumas formações frequentadas no continente português e na Suíça, onde frequentou formação de luz de estúdio. Fotografou com câmaras de pequeno, médio e grande formato, temas tão variados como: inventos sociais, paisagem, etnografia, flora, biologia marinha e arte sacra. Expõe pela primeira vez em 1992, seguindo-se inúmeras exposições individuais e coletivas. Entre as publicações da sua autoria podemos encontrar selos dos CTT, coleções de postais ilustrados e cerca de trinta livros. Entre eles: “Flora Endémica da Madeira”, publicado em 2000; “Volta pelo Arquipélago”, de 2004”; “LEADER Uma década 1996 – 2006”, de 2007;
“Biodiversidade nas pescas do Algarve”, 2007; e, por último,“Paróquia de Nª Sª do Monte – Património Móvel e Integrado”,em 2021. Tem colaboração em livros como: ”Roteiro Histórico Turístico da Cidade FUNCHAL”, 1997; “O Lobo Marinho no Arquipélago da Madeira”,1999; “Relação de Poder na Sociedade Madeirense do Século XVII”, da autoria de Nelson Veríssimo-1999; “ O PRIOLO e a Floresta Natural de Altitude”, de João Albino Ramos – 2005;“Jardins de Portugal”, Cristina Castelo – Branco /CTT – 2014. Tem trabalho seu publicado na prestigiada revista espanhola de arquitectura “ Arquitectura COAM”, sobre as manifestações trogloditas na Madeira. Inaugura a 25 de outubro de 2022 a exposição com edição de catálogo/inventário “Manifestações Estéticas de Características Exóticas naMadeira – O caso da Tabua” com texto do advogado e arqueólogo João Palla Lizardo.