Arte Fotográfica #78

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Os Portef贸lios

B e t i n a

L a

P l a n t e

[argentina]

D u a r t e

S o l

[Portugal]

Ed g a r

P e r e i r a

[ po r t u g a l ]

H e i n z

I n n e r h o f e r [ i t谩 l i a ]

N a sh a l i n a

S c h r a p e

[Alemanha]




© Jorge Pinto Guedes

As h i s tó r i a s aco n t e c e m à q u e l e s q u e s ã o c a pa z e s de as contar

...................................................................................

Da mesma forma, talvez, as experiências só se apresentem àqueles capazes de as viverem. É por isso que tanto amamos e vivemos a fotografia. Enquanto uns – cada vez mais – vivem e captam as experiências nós mostramo-las ou, se preferirem, contamo-las em imagens, mês após mês. Nesta edição contamos com uma das fotógrafas que temos o prazer de seguir há vários anos, Betina La Plante, e de quem já publicámos trabalho antes. Betina fotografa com alma e coração, numa catarse muito especial com os seus modelos. Observar as suas imagens é quase como receber um soco no estômago, tal a grandeza de emoções que provocam. Já Heinz Innerhofer, fotógrafo italiano, apresenta-nos um portefólio conceptual, num estudo muito interessante intitulado “Am are is”, onde se auto retrata sob o mote: “todos diferentes, todos iguais” e onde nos lança uma mensagem bem apropriada para a era que vivemos: “The good news is: happiness is still achievable, the Western world will survive, and we’ll keep searching for love. “ (1) 4_

Já Nasha, de origem alemã, conceptualiza imagens usando os significados ou etimologias de antigos nomes alemães num conjunto de imagens a preto e branco conseguindo, assim, um universo muito próprio e original arriscando-me mesmo a classifica-lo como algo vincadamente norte europeu. Edgar Pereira, um dos actuais expoentes da fotografia de acção portuguesa e o primeiro Embaixador Tamron a ser apresentado nesta revista fez o favor de nos enviar uma vasta selecção de imagens de grande qualidade. Quando isso acontece temos pena que o número de páginas da revista não possa aumentar para as podermos mostrar todas. Mais que palavras, vale bem a pena observar a sua magia na captura e registo dos mais destemidos.

Por fim – mas não menos importante – Duarte Sol, um fotógrafo madeirense, deixou-nos mostrar um pouco do que vai ser o seu livro, a ser publicado brevemente pelo nossa chancela Almalusa. As suas imagens são capazes de nos levar muito próximo do paraíso, ou será que ele consegue provar que afinal o paraíso é mesmo aqui na terra? Que cada um julgue por si. Terminamos como começamos: será que as experiências só se apresentam àqueles que as vivem? Talvez. A nós cabe-nos contar as histórias em imagens. E por elas vivemos intensamente!

D

i

r

Jorge Pinto Guedes e c t o r jpg@mindaffair.net

....................................................................... “A boa nova é que a felicidade ainda é alcançável, o Ocidente irá sobreviver e todos nós continuaremos à procura do amor”.


Distância Focal: 18mm · Exposição: F/5.6 1/125 sec · ISO400 · © Thomas Kettner

Distância Focal: 18mm · Exposição: F/5.6 1/125 sec · ISO400 · © Thomas Kettner

Uma só objetiva que traz ao seu alcance todos os pormenores preciosos da vida. Uma só objetiva que traz ao seu alcance todos os pormenores preciosos da vida. Uma só objetiva que traz ao seu alcance todos os pormenores preciosos da vida.

Distância Focal: 18mm · Exposição: F/5.6 1/125 sec · ISO400 · © Thomas Kettner

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* Dentro das objetivas intermutáveis 18-200mm para câmeras DSLR APS-C com O.I.S. (fonte: Junho 2015: Tamron) ** O encaixe Sony não inclui estabilizador VC porque os corpos DSLR da Sony DSLR integram estabilizador de imagem.

Registe-se em: www.5years.tamron.eu

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capa

Betina La Plante título

Lu c h i ’s H a n d s | 2 0 1 4

A r t e Fo t o g r á f i c a I n t e r n a c i o n a l ano 7 número 78 novembro 2015 ................................................................................................................... € 15,00 _ União Europeia € 18,00 _ Resto do Mundo ................................................................................................................... So c i e d a d e G e s t o r a R e v i s t a Mindaffair, lda NIF : 509 462 928

e d i t o r i a l Jorge Pinto Guedes

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n o t a s / b r e v e s Eyefi adquire aplicação móvel OKDOTHIS

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galeria liquidimages.eu Imagem do Mês Fotos do Mês

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p o r t f ó l i o s Betina La Plante Heinz Innerhofer Nashalina Schrape Edgar Pereira Duarte Sol

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opinião de S a n t o s

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opinião de R o b e r t o

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imagem com palavras

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C e l e s t i n o Pa u l o

Mo r a d a Avª de Itália, nº 375-A-1º 2765- 419 Monte Estoril • Portugal T l f / F a x : + 351 216 095 542 E - m a i l : blueray.jg@gmail.com ................................................................................................................... Direcção Geral Maria Rosa Pinto Guedes mrosa.br@gmail.com +351 969 990 442 Director Jorge Pinto Guedes jpg@mindaffair.net +351 936 728 449 S k y p e : jorgepintoguedes Arte & Design Marcelo Vaz Peixoto marcelo.vaz.p@gmail.com Tr ansl ations Pedro Sampaio psv@mindaffair.net ................................................................................................................... P e r i od i c i d a d e : Mensal R e g i s t o ERC n º 125381 D e p ó s i t o L e g a l n º 273786/08 ................................................................................................................... É proibida a reprodução total ou parcial de imagens ou textos inerentes a esta edição, sem a autorização expressa do Editor. As opiniões expressas nesta revista são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não têm que reflectir a opinião do editor.

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Eyefi adquire aplicação móvel OKDOTHIS A Eyefi, líder mundial em aplicações e serviços de fotografia digital, adiciona esta aplicação de fotografia à sua gama de produtos; para ajudar os fotógrafos a expandirem a sua criatividade.

A Eyefi, líder mundial em aplicações e serviços de fotografia digital distribuída em Portugal pela Rodolfo Biber S.A., adquiriu a aplicação OKDOTHIS, pioneira no conceito de partilha de imagens entre fotógrafos. Esta aquisição leva a Eyefi a uma nova área da fotografia digital: a criação de um espaço de colaboração entre fotógrafos de todo o mundo para potenciar a criatividade e promover o intercâmbio de ideias. Os detalhes relativos à aquisição não foram divulgados. O OKDOTHIS nasceu de uma aliança entre a Aloompa, uma empresa sediada em Nashville, nos Estados Unidos, e Jeremy Cowart, fotógrafo fundador da See University reconhecido em 2014 como o mais influente a nível de redes sociais. Entre os seus trabalhos, destacam-se os retratos de caras bem conhecidas, como Taylor Swift, Kelly Clarkson, Tim Tebow e Sting, entre outros. O OKDOTHIS desafia a criatividade dos fotógrafos O OKDOTHIS consiste numa comunidade de fotógrafos que pretende estimular a criatividade. A aplicação foi desenvolvida para acabar com a rotina de capturar várias vezes as mesmas imagens, graças ao “DO” – uma ideia concreta acerca do que se vai fotografar, ou seja, o tema, a focagem e todos os elementos importantes para se obter a fotografia perfeita. O OKDOTHIS leva os fotógrafos a explorarem as suas capacidades, para alem dos padrões habituais. Estão disponíveis diversas categorias de “DO” (“Faça”),

desde a arte ao desenho, passando pelo desporto, trabalho e estilo de vida, como por exemplo “desafie a gravidade”, “descreva a sua cidade numa fotografia”, entre muitos outros. A plataforma é simples de usar e o fotógrafo apenas necessita de escolher um “DO” e utilizar o dispositivo móvel para capturar ou adicionar fotografias de forma instantânea. Existe ainda a possibilidade de planear um dia de “DO’s”, ou seja, escolher um tema e tirar várias fotos nesse âmbito com a câmara que desejar. A integração do Eyefi Cloud com o OKDOTHIS possibilita ainda que os fotógrafos enviem as fotografias a partir das câmaras digitais com suporte para redes WiFi ou com cartão WiFi Mobi. Mais informações em: www.robisa.es

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l a e i s c i er mpra é Of b a s o n c o o e r m d Co ja o n i va Tam a lo a o bj e t e i to a su tem dir ! o e se nos ia? d aDesde meados l o a 5 a arant a de outubro, a Tamron tem a g n colocado nas novas de á gi etiquetas de Garantiasuasde 5embalagens anos iguais à que

V e ja

p a n

está na foto abaixo. Esta etiqueta é o símbolo que a objetiva é autêntica e importada legalmente dentro da União Europeia pela Tamron Europe. Para beneficiar dos 5 anos de garantia deverá registar a sua objetiva até um prazo máximo de dois meses após o dia de compra.

Para os clientes saberem onde encontrar as objetivas importadas legalmente dentro da Comunidade Europeia, a Tamron atribuiu aos seus parceiros legais, o título de “Tamron Pro Partners”. Em Portugal, existem as empresas e contactos que pode na página ao lado.

Novo Centro de Apoio Técnico: Além de poderem beneficiar de 5 anos de garantia, o que pressupõe que as objetivas são de excelente qualidade, a Tamron decidiu apostar no mercado Português ao abrir um novo serviço de apoio técnico em Portugal. Em 2013, a empresa de assistência técnica PM2S associou-se à Tamron e abriu , na cidade da Maia um novo centro de apoio técnico não só para a Tamron mas também para a Metz e outras marcas no mercado da fotografia.

Com estas medidas, a Tamron demonstra mais uma vez a sua liderança do mercado na ótica e fiabilidade dos seus produtos aos conceder os 5 anos de garantia aos clientes que comprarem as objetivas aos parceiros oficiais da Tamron Europa / Rodolfo Biber S.A. Verifique no webiste www.robisa.es/pt se a loja onde compra a sua objetiva é Pro Partner da marca. Caso o seja, pode adquirir em confiança qualquer objetiva Tamron.


www.affloja.com

www.decimagem.pt

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centro de assistência técnica

Para informação complementar:

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i m a G e m i

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G a l e r i a


l i q u i d m a G e s . e u


Hanna Š Sergio Magnani

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Don’t look back © Tempo Cativo [Fotografia de André Borges] _15


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The thousand shapes to infinity 漏 Hugo S贸 _17


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Sunset Š Antonio Caetano _19


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Sem titulo Š Carlos Oliveira _21


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Sem titulo © José Alpedrinha _23


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Sem titulo © Francisco Freitas Diniz Filho _25


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No Bravery Š Renato Caio _27


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B e t i n a

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P l a n t e

Betina La Plante nasceu na Argentina mas viveu a maior parte da sua vida na Europa e nos Estados Unidos. Começou a fotografar por piada e curiosidade quando tinha cerca de 14 anos. É uma pessoa muito reservada por natureza embora ame as pessoas em geral e mesmo a interacção social. Considera-se muito melhor em situações de “pessoa-a-pessoa” que em situações de grupo onde normalmente assume um papel de observadora. A forma e mesmo a qualidade com que fotografa depende em muito do conhecimento que tem da pessoa e do grau de confiança que com ela tem. Confessa que, embora nos tempos que correm possa disparar centenas de vezes sobre o mesmo sujeito, continua a disparar como nos tempos da película, esperando pelo momento espontâneo ideal conseguindo, assim, baixar a guarda do seu modelo e deixar que as emoções se sobreponham ao ambiente e situação. É por muito disto e não só que por aqui admiramos sobremaneira o seu trabalho e convidámo-la de novo já que podem ver o seu trabalho na nossa edição #64. A sua sensibilidade e toque artístico fazem diferença e mossa no espírito e nas emoções. Já antes lhe demos a capa e desta vez escolhemos uma imagem que, de todas as que selecionou, nos deixou “arrepiados”. O trabalho de Betina La Plante pode ser visto no Flickr.com e no 500px.com e- promessa sua – em 2016 teremos a honra de publicar um livro seu através das edições Almalusa. Jorge Pinto Guedes

Luchi’s Hands _ 2014



J smoking | Duilio

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Lily | BB NYC

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BB Hand Paint | Nasha Studio

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BB Hammerhead | Fingers

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Clorindo Bill | Cinalli

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Girl On Bus | Tomas

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BB Silhouette | Nicola

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P l a n t e

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H e i n z

I n n e r h o ff e r

am are is Todos nós conseguimos – uns melhor e outros não tão bem – criar imagens de nós próprios para mostrar. É uma aventura dos dias modernos entre o conformismo e a individualidade. Sê tu mesmo mas não difiras dos outros. As boas notícias são: a felicidade ainda se pode alcançar, o mundo ocidental sobreviverá e continuaremos a nossa busca pelo amor. Não temos que acreditar em Deus, não somos obrigados a casar-nos e podemos tatuar o nosso corpo. Podemos ser médicos mesmo com um „piercing“ no nariz e nada nos proíbe de sermos hetero, homo, bi, pan ou seja o que for, em termos sexuais. Nunca antes o indivíduo foi tão livre como hoje em dia. Sê tu mesmo! O mundo chama-nos, gritando. Há que sair do armário! Segue os teus instintos! Estas são as premissa imperativas do individualismo contemporâneo. As más notícias são: nunca houve tamanha pressão para sermos felizes e bem sucedidos como nos nossos dias. Estamos condenados a sermos felizes e forçados a sermos bem sucedidos. Temos que o ser! O individualismo tornou-se obrigatório! Como resultado final sou levado a colocar-me a questão decisiva ou a ignorá-la: Será que ainda sei quem sou?

biografia Nasceu em 1964 e estudou na escola de cinema “Zelig School for Documentary Films” em Bozen. Passou uma série de períodos no estrangeiro, como assistente de câmera para vários documentários para a ORF, ZDF, SRF e RAI, antes de voltar ao sul do Tirol onde completou um curso de 3 anos como um encadernador. Por coincidência foi para Munique, onde trabalhou como assistente fotográfico por alguns anos.Mais tarde, em 2001, começou a trabalhar como designer independente (fotográfico e gráfico) e em 2010 terminou um curso de cinco semestres em fotografia artística. Foi representante do austríaco “Prager Fotoschule”, com distinção. 46_


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H e i n z

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Na s ha l i n a

S c h r a p e

Este projeto tenta dar sentido a um mundo que pode ser ao mesmo tempo bonito, incerto, frágil e assustador. Como contos de fadas, a intenção é que as imagens inspirem, criem admiração e mistério. Oscilando entre o reino do etéreo e o quotidiano, estas imagens pretendem dar ao espectador a oportunidade de se tornar iluminado através de suas próprias projeções. Um final feliz é possível, mas não é um dado adquirido. O espectador é convidado a criar a sua própria história e diálogo. Nasha nasceu em Berlim, Alemanha, com o legado de violência da Segunda Guerra Mundial, a vergonha do nazismo e a separação da sua família por uma parede fortemente armada que foi fortificada por uma pesada ocupação soviética. À medida que o exército russo estava a invadir Berlim no final da 2 ª Guerra Mundial, a sua avó queimou todas as fotos do seu marido com o uniforme das SS alemãs, para se proteger, e à sua filha de uma potencial retaliação violenta. Usando a sua arte, Nasha tentou colmatar o desaparecimento da imagem de seu avô para a representação da sua história familiar e para a história de cada pessoa que é ao mesmo tempo uma infinidade de sentimentos, carregado com material muito para além da articulação verbal. Estas imagens, pretendem, também, fornecer metáforas para sentimentos, experiências e memórias. É na viagem para a bela floresta escura que nos encontramos e aos ciclos difíceis da vida. É do não saber e do entre espaços que nos encontramos a nós mesmos. Os artistas que a inspiraram são do Leste Europeu, ilustradores de livros infantis, incluindo, Janosch, Ivan Bilibin, juntamente com o pintor Caspar David Friedrich e a fotógrafa Diane Arbus.

biografia Nashalina nasceu em Berlim Ocidental. A sua família continua a viver em Berlim Ocidental e Oriental. Ao crescer, ela foi para a América. Toda a sua vida adulta ela viveu em Nova York, onde continua a ser mais a sua casa, com todas as diferentes culturas e rostos bonitos. Uma parte do seu coração viverá para sempre em Berlim Oriental, mas sua alma é livre e está em Gotham City. Nashalina tem um Mestrado em Ciências da Psicoterapia pela Arte e ocasionalmente usa a fotografia com seus clientes pediátricos. Caso contrário, ela usa a câmera para se expressar e mostrar rostos, luzes e sonhos. Elizabeth | Adelmo and Ademaro _ old german names meaning: noble protector and glorious in battle

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Petronilla _ old german name meaning: rock | Zander _ old name meaning: defender of the people

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Grizelda _ old german name meaning: endless patience | Louise _ old german name meaing: warrior maiden

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Na s ha l i n a

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Penrod _ old german name meaning: esteemed commander | Kreszentia _ old german name meaning to. spring up, grow or thrive

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Katarina _ old german name meaning: pure | Joachim _ old german name meaning: godly preparedness

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Klara _ old german name meaning: clarity | Ottilia and Ottoline _ old german names meaning: wealthy

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E m b a i xa d o r Ta m r o n

ED G A R

PERE I R A

/ OCTUS F OCUS

Edgar Pereira é o primeiro dos Embaixadores Tamron a apresentar o seu portefólio na nossa revista. A ligação ao desporto desde cedo despertou a curiosidade pela náutica e um gosto especial pela performance do corpo, o qual, quando lhe é dada a possibilidade, gosta de deixar um cunho mais conceptual e consequentemente o registo fotográfico nesta dimensão. Foi neste contexto que surgiu o primeiro “frame” de um rolo autodidata no mundo da fotografia. A experiência adquirida desde a juventude e a vontade de ir mais além neste mundo em que se contam histórias com imagens tem permitido abraçar projetos onde a fotoreportagem de eventos se destaca.

“…è nas distancias focais fixas, que encontro tradução para aquilo que percepciono em meu redor” edgar pereira

www.spatiumfotografia.com www.fb.com/octusfocus

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Madeira in the Heart of the Ocean Apresentamos aqui uma selecção do que vai ser o esperado livro deste fotógrafo madeirense, em edição Almalusa, a ser publicado em breve. Nascido no Funchal, Madeira, em Maio de 1977, Duarte Sol é um ávido fotografo completamente apaixonado pela terra onde nasceu. Como bom ilhéu encontra nas paisagens da lha a sua inspiração e foca com especial atenção as paisagens de mar. Autodidacta tenta ver o comum de uma forma diferente tentando transmitir sensações que muitas vezes escapam ao observador mais casual. Alguns dos principais elementos diferenciadores da sua fotografia são as composições fortes e dinâmicas e os contrastes e cores através dos quais tenta transmitir emoções e sensações diferentes a cada registo..

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A New Beginning, Santa Cruz _ f11/100/1.4�

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Both Sides, Ponta de São Lourenço _ f16/100/6”

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The Green Rock, Ribeira da Janela _ f14/100/0.5�

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Morning Resplendency, Santa Cruz _ f22/100/20�

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Do Not Cross to Infinity, Santa Cruz _ f22/50/8�

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Path to Mordor, Salemas/Ilha do Porto Santo _ f14/100/0.8�


Embraced by Light

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The Gorge, Salemas/Ilha do Porto Santo _ f14/100/10


The Stream, Santa Cruz _ f14/100/20�

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Distant World, Salemas/Ilha do Porto Santo _ f14/50/1/5�

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A tradição já não é que foi! O Mundo é feito de mudanças, onde estão incluídas as tradições, das pessoas e normas com regras dos países. O mundo avança no tempo e pode trair costumes e tradições a muitas pessoas. Eu, enquanto profissional da fotografia, não me revejo na fotografia de hoje, ante a fotografia dos anos em que me iniciei. Naquele tempo, a tradição era os pais levarem os filhos ao “Sr Fotógrafo x” e fazer o respectivo retrato de família e individual. Decorreu o tempo e começaram a surgir as “ Kodaks” com rolos de peliculas os quais permitia às pessoas registarem aqueles momentos que depois iam revelar no fotógrafo para mais tarde recordar... Como o tempo avança, cada vez a tecnologia trouxe a todos formas maiores de relevante auto-suficiência, permitindo afirmar que a fotografia está em definitivo ao alcance de toda a gente. Desde os telemóveis que são autenticas máquinas e álbuns ao mesmo tempo, às “selfies” mais conseguidas e tantas outras formas inumeráveis. O digital, donde partiu esta verdadeira revolução, praticamente “ matou” a fotografia impressa em papel fotográfico, dando-lhe lugar em suportes digitais e computadores, tornando essas imagens reféns de uma ante câmara da morte!...

Estas palavras ocorrem-me, por nestes dias muito ouvir os políticos só falar de tradição..Eu não gosto de politica, mas sou atento observador ao que se passa à minha volta. Não gosto de partidos. Mas também não gostei da ditadura antes do 25 de Abril que ainda vivi, por isso mesmo, também não percebo ser forçado a concordar que a troco de “tradição” tenha que, enquanto cidadão, aceitar que havendo vários partidos, concorde que eternizamos apenas três forças, como de outra ditadura se trate. A democracia não é uma formatação de cartão digital, deve ser o mais abrangente possível porque os votos das pessoas são todos iguais. Parece... que um artigo de opinião sobre fotografia, nada tem a ver com o que atrás escrevi, mas no entanto tem que ver com tradições, que por não serem sempre as mesmas viraram por completo a vida dos fotógrafos que tiveram que sair da sua zona de conforto e se ajustar às novas realidades, porque o mundo avança com mudança!.. Eu, ainda sou profissional de fotografia!!! Celestino N. F. Santos Novembro de 2015

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É difícil definir o que é uma boa foto de nu. No entanto, é fácil perceber-se o que é belo ou feio, vulgar ou artístico, imaturo (normalmente visível nos portfolios de estudantes de fotografia), ou uma imagem produzida por um fotógrafo maduro e seguro. Basta lembrarmo-nos do trabalho de um Jeanlup Sieff, de um Greg Gorman, de um Ricahrd Avedon ou de um Andreas Bitesnich para nos deixarmos seduzir pela extrema beleza dos seus trabalhos. A estética do nu reside na abordagem (conteúdo e forma) do fotógrafo e na maneira como este trabalha todo um conceito. Sugiro para quem quer “entrar” nesta área da fotografia que “veja” muita fotografia (exposições, livros, revistas, etc.), frequente cursos e workshops (uma das melhores formas de tomar contacto com a realidade trabalhando em grupo e com modelos “reais”), e que pratique muito (convide amigos/amigas seus para posar, experimente diversas abordagens, iluminação e técnicas) e aprenda com os próprios erros. As cores ou a preto e branco, o Corpo é e continuará a ser um tema de eleição da fotografia. Paulo Roberto *O corpo e as artes em Latim Texto e foto © Paulo Roberto

Corpus et artium* A estética de uma foto de nu ajuda-nos a perceber a diferença entre o belo, o vulgar e o feio.

Fotografar o corpo humano apresenta uma série de dificuldades específicas. Em primeiro lugar debatemo-nos com a nossa própria “relação” com o corpo – a forma mais ou menos marcada por tabus, preconceitos ou moral – que nos afecta quando temos que o fotografar; em segundo lugar, temos que saber usar as técnicas fotográficas para podermos criar imagens que não se confundam com a vulgaridade. Em terceiro lugar, e relacionado com os dois anteriores, temos que dominar totalmente a forma como “dirigimos” os modelos. Existe uma tensão (normal) entre nós – fotógrafos, e os modelos com que vamos trabalhar. Se o fotógrafo não se sente seguro e à vontade o modelo”percebe” essa insegurança ficará também inseguro. O resultado poderá ser “catastrófico”. Por outro lado, na maioria das vezes, refugiamo-nos nas abordagens clássicas – luz e sombra intensas, detalhes quase a resvalar para a “fotografia ginecológica”-ou então abordagens erótico/pornográficas mais ou menos evidentes. 100_


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“Um dia temos todos que parar e reparar no que está para vir. Espero por um dia, mas esse dia nunca chega ao hoje. Até agora não chegou. Estou presa e condenada a reparar no que não foi notado em vez de notar no que terei de reparar. Estive tão obcecada com o futuro que agora amarrei-me ao passado por não querer que o futuro destrua o que no presente passo. Que o futuro leve o tempo que no passado veio. Que no final de tudo, o tempo, nos leve a nós também. “

Texto: Filipa Cardoso Fotografia: Beatriz Pinto Guedes Pesquisa e Coordenação: Jorge Pinto Guedes 102_



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