Al-Madan Online 18-2

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RESUMO

Os Recipientes de Tipo Dolium do Castro de Guifões

Apresentação de um conjunto de contentores cerâmicos do tipo dolium identificados no Castro de Guifões (Matosinhos, Porto), no contexto de estudo mais global sobre a romanização de um castro marítimo. O autor identifica e descreve seis grupos tipológicos, destacando a originalidade de um número assinalável de grafitos aplicados nas peças, quer em fase anterior à cozedura, quer depois desta. PALAVRAS CHAVE: Proto-História; Época Romana; Cerâmica; Dolia.

(Guifões, Matosinhos)

ABSTRACT Presentation of a set of ceramic containers of the dolium type identified in the Castro of Guifões (Matosinhos, Porto) during a more global study of the Romanisation of a maritime castro. The author identifies and describes six types of containers, emphasising the originality of a considerable number of pre- and post-baking graffiti found on the pieces.

novos dados para o estudo da romanização de um castro marítimo

KEY WORDS: Proto-History; Roman times; Ceramics; Dolia.

RÉSUMÉ I

Conceição Lima e Pedro Pereira

II

Présentation d’un ensemble de récipients en céramique du type dolium identifiés dans le Castro de Guifões (Matosinhos, Porto), dans le cadre d’une étude plus globale portant sur la romanisation d’un castro maritime. L’auteur identifie et décrit six groupes typologiques, mettent en relief l’originalité d’un nombre significatif de graffiti appliqués sur les pièces, soit avant cuisson, soit après. MOTS CLÉS: Protohistoire; Époque romaine; Céramique; Dolia.

sítio do castro do Monte Castelo ou castro Quifiones, assim designado nos textos medievais a partir do século X, localiza-se na freguesia de Guifões, concelho de Matosinhos, distrito do Porto, Carta Militar de Portugal 1:25.000, folha n.º. 110, com coordenadas geográficas (DATUM WGS84) N 41o 12’ 00.77”, W 8o 40’ 31.93” e altitude de 65 metros. Situa-se na margem esquerda do rio Leça, num ponto estratégico, ou seja, num esporão de baixa altitude, o que lhe confere uma posição de controlo da bacia fluvial do rio Leça, funcionando como um lugar aglutinador dos castros das áreas circundantes. O acesso atual ao sítio é feito pela Rua da Ponte de Guifões, aberta no início do século XX, assentando esta num dos arruamentos internos do povoado voltado a Norte e a Este. Anteriormente, o acesso ao povoado era feito a partir do antigo caminho do Marról, voltado a Nascente. Devido à sua proximidade do mar, o estuário do rio Leça é um excelente porto de abrigo natural. Para além desta potencialidade, o rio era navegável até à ponte de Guifões, no sopé do castro (FELGUEIRAS, 1958: 751). Estas condições naturais permitiram-lhe estabelecer contactos exógenos, comprovados pela abundância de materiais anfóricos aí recolhidos, como as peças do tipo Maña C, cuja cronologia vai do século II ao I a.C., produzidas na Bética e utilizadas no transporte de preparados de peixe, ou as Haltern 70, também provenientes da Bética, entre o séc. I a.C. e o século I d.C., usadas no transporte de diversos produtos.

O

I

Arqueóloga. Câmara Municipal de Matosinhos (conceicao.pires@cm-matosinhos.pt).

II

Arqueólogo. CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória, Faculdade de Letras da Universidade do Porto / Fundação para a Ciência e a Tecnologia (papereira@letras.up.pt).

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