Al-Madan Online 17-1

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RESUMO

Considerações sobre o Fabrico de Vidro em Parreitas (Alcobaça) na Antiguidade Tardia

Considerações sobre o fabrico de vidro no sítio de Parreitas (Alcobaça, Leiria) no século IV d.C., com base nos vestígios estruturais e materiais identificados em várias campanhas de escavação arqueológica. O texto insere-se no debate científico com outro autor, que considera insuficientes as evidências para identificar Parreitas como uma oficina romana de fabrico de vidro. PALAVRAS CHAVE: Época Romana; Vidro.

ABSTRACT Considerations on the manufacture of glass at the Parreitas site (Alcobaça, Leiria) in the 5th century AD, based on structural remains and materials identified during various archaeological excavation campaigns. This article is included in the author’s scientific debate with another author, who considers the evidence found insufficient to identify Parreitas as a Roman glass manufacturing workshop.

Ana Sofia Tamissa Antunes I

KEY WORDS: Roman times; Glass.

RÉSUMÉ

oi disponibilizada no Repositorium da Universidade do Minho a dissertação de doutoramento de Mário Cruz, subordinada ao estudo do vidro romano do Noroeste Peninsular partindo do caso de Bracara Augusta (CRUZ 2009). Nesse trabalho, é visado um artigo de minha autoria integrado na monografia de Parreitas, no qual estudei exclusivamente o conjunto de dados relacionados com os vidros recolhidos nas diversas campanhas de escavação arqueológica que o coordenador da obra dirigiu no sítio, a partir de 1981 (ANTUNES 2008). No meu trabalho, defendo o fabrico artesanal de vidro em Parreitas no século IV, com base na existência de estruturas e contextos (destacando-se um forno, articulado com um tanque através de uma caleira e uma área de despejo), de blocos pétreos com vestígios de pasta vítrea, de matéria-prima intermédia (frita e vidro residual destinado à refundição), de escória de vidro e de um conjunto numeroso de peças com identidade de morfologia e de tonalidade (verde-maçã e incolor), que poderiam resultar dessa produção (taças, copos, jarros / garrafas e frascos). Sublinho todavia, no meu trabalho, que a análise efectuada deverá ser contrastada com outras abordagens aos dados existentes, nomeadamente por meio de análises laboratoriais. Mário Cruz considera que as evidências publicadas não são suficientes para identificar Parreitas como uma oficina de fabrico de vidro. O autor tem, naturalmente, toda a legitimidade em discordar das interpretações por mim elaboradas. No entanto, não posso deixar de lamentar que use uma tónica desajustada e que empregue termos deselegantes, de gravoso significado, que não se coadunam com a seriedade e a reflexão com que o artigo que visa foi elaborado, nem com os princípios éticos de conduta pessoal e profissional que mantenho. O autor sublinha a ausência de documentação gráfica, fotográfica e descritiva sobre o forno na monografia (CRUZ 2009: 260). Na realidade, essa ausência de documentação estende-se à generalidade das evidências arqueológicas identificadas no sítio, do qual é so-

Considérations sur la fabrication du verre dans le site de Parreitas (Alcobaça, Leiria) au IV siècle ap. J.C., en se basant sur des vestiges structurels et des matériaux identifiés lors de diverses campagnes de fouille archéologique. Le texte s’inscrit dans le débat scientifique avec un autre auteur qui considère comme insuffisantes les preuves pour identifier Parreitas comme un atelier romain de fabrication de verre.

F

MOTS CLÉS: Époque romaine; Verre.

I

Arqueóloga. Mestre em Pré-História e Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. [texto entregue para publicação em Fevereiro de 2010]

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