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DESENHOS: I. Conde; MONTAGEM: A. Pereira.
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FIG. 12 − Artefactos de São Gens 1 (1, 2 e 5) e de [Vendas] de Nisa (3 e 4).
3. O
ESPÓLIO OSTEOLÓGICO HUMANO
A implantação do sepulcro em terreno granítico, à semelhança de outros contextos sepulcrais da região, faria adivinhar um reduzido grau de preservação do material osteológico. Porém, a descrição de N. Delgado, para além duma cabal demonstração dos seus conhecimentos antropológicos, é inequívoca quanto à sua existência: “(...) alguns ossos quebrados; // muitos ossos humanos (falanges, ossos longos, costelas etc.) // pertencem provavelmente a mais de um esqueleto de individuos // ainda novos, porque nao teem ainda as epifezes soldadas nas // extremidades dos ossos longos (...) // Os ossos humanos encontrados estao muito longe de representar // um esqueleto completo, faltando geralmente as vertebras e outros // espanjosos. E todavia notável o achado dum craneo feito pedaços (...)”. Referindo ainda que “(...) os ossos encontrados eram em muito // pequeno número para poderem representar um esqueleto, posto que // os dentes e fragmento de maxila mostrassem pertencer pelo menos //
as dois. Deve ainda notar-se a circumstancia que a perfeita com-//servaçao dos dentes, sem nenhum estrago na coroa e a espessura // dos ossos indicam que os restos que se encontraram eram de indi-//viduos novos (...)” (DELGADO, 1874; ver Doc. 1). O estudo do espólio associado à etiqueta “Anta de São Gens” depositado no Museu Geológico permitiu verificar a existência de ossos e de duas pequenas caixas de dentes. Se os ossos apresentavam uma pátina e coloração semelhante, bem como alguns deles etiquetas com a respectiva proveniência, o mesmo não ocorria com as duas caixas de dentes, em tudo semelhantes a outros conjuntos provenientes de alguns sepulcros da região de Lisboa, inclusive por corresponderem a um número diversificado de indivíduos adultos. Estas dúvidas conduziram à sua exclusão da análise, assumindo-se o seu extravio de alguma das outras colecções em momento incerto.
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