Uma curva no tempo dani atkins

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– Eu sei que neste momento você deve estar me odiando – continuou –, mas, por favor, me dê uma chance de... Eu não cheguei a saber para que ele queria uma chance, pois naquele momento a porta do carona de repente foi aberta por Matt, que parecia muito impaciente. Ele viu minha mão na de Jimmy, embora eu a tenha puxado depressa, como se tocasse em fogo. Para evitar qualquer comentário, saí do carro de imediato, meio atrapalhada. – Matt, o que está fazendo aqui? Pensei que fosse ficar na Alemanha por mais três dias. Matt me deu um abraço envolvente, creio que mais por causa de Jimmy do que de mim. Quando ele me soltou, Jimmy também já havia saltado do carro. – Resolvi as coisas bem rápido; achei que você devia estar precisando de mim aqui. Mas vejo que tomou... medidas alternativas. Deus, ali estava ela outra vez. Aquela velha rivalidade adolescente revisitada que tanto me fascinara no hospital, só que agora era apenas mesquinha e irritante. – Jimmy muito gentilmente abriu mão de seu dia de folga para me levar até Londres. Eu precisava resolver muitas coisas e ele se ofereceu para me levar. Matt ergueu o olhar até encontrar o de Jimmy sobre o teto do carro entre eles. – E a noite, é claro. Ele abriu mão da noite também. Eu podia ver aonde aquilo estava indo e não gostava nem um pouco disso. Até ali, Jimmy não havia mordido a isca, mas eu podia sentir a tensão infundida pela testosterona rodopiando à minha volta como um minitornado. – Ficou muito tarde para voltarmos ontem à noite, então procuramos um hotel e ficamos na cidade. Papai sabia quais eram os nossos planos. Matt assentiu, e eu me perguntei qual fora sua reação ao chegar aqui e saber por meu pai que Jimmy e eu passáramos a noite fora, juntos. – Tivemos sorte de encontrar de primeira um lugar que tivesse dois quartos disponíveis – expliquei, meio atrapalhada, tentando dizer a Matt que não havia acontecido nada de errado. Eu estava tagarelando, até meus próprios ouvidos percebiam isso. E também estava irritada com minha compulsão em explicar nossos movimentos, sabendo o tempo todo que, como meu noivo, Matt tinha todo o direito de perguntar onde eu estivera. Eu também estava constrangida com a necessidade de mentir. – Foi tudo perfeitamente respeitável – assegurei a Matt, afastando-me do carro de Jimmy e me virando para me dirigir à entrada da casa. – Tenho certeza que sim – replicou Matt, e embora suas palavras implicassem que ele não havia duvidado um só instante, o olhar que ele dirigiu a Jimmy dizia algo inteiramente diferente. – Você não vai entrar? – perguntou, enquanto Jimmy caminhava até ele, entregando minha pequena sacola. Eu parei a meio caminho da porta; havia presumido que ambos estavam me seguindo para dentro de casa. – Não, hoje não. Tenho algumas coisas para fazer. E tenho certeza de que quer ficar um


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