ALIMENTAÇÃO ANIMAL PERSPETIVAS 2020
PERSPETIVAS DA SUINICULTURA PORTUGUESA PARA O ANO 2020 Sempre que o calendário muda de ano é hora de balanços, prognósticos e desejos. 2019 chegou ao fim com um setor valorizado, atingindo os 620 milhões de euros de contribuição para o PIB português, só no setor da produção, sendo o setor da produção animal que maior rendimento gerou em 2019. Esta valorização deveu-se ao aumento de preços e não ao aumento da produção, que se manteve estável. Outra alteração notável na caracterização da suinicultura portuguesa tem a ver com o top de países João Bastos
com os quais temos relações comerciais. Até 2016 a Venezuela era o principal destino das exportações portuguesas, seguida de Espanha, Angola e Reino Unido. Devido às circunstâncias conhecidas, em 2017 e 2018 o top-5 passou a estar ocupado, nesta ordem, por Espanha, Angola, França e Japão, com estes mercados a renderem à produção nacional cerca de 60 milhões de euros em cada um dos dois anos. Em 2019 o ranking alterou-se significativamente com a entrada direta da China para o segundo lugar do top, somente superada por Espanha, para onde se continuam a exportar bastantes animais vivos para abate. A evolução do mercado sugere que em 2020 a China superará amplamente Espanha fazendo com que o valor arrecadado dos cinco principais destinos de exportação mais que duplique. Este é um indicador importante que convence inclu-
ção, mas é aqui que residem as principais limitações ao crescimento do setor. O setor enfrenta um garrote administrativo cada vez mais sufocante personificado por uma tutela ambiental norteada por uma agenda radical de combate à produção. Se no capítulo ambiental a Europa se rege por leis, Portugal rege-se por opiniões, como é exemplo a recente nota interpretativa emitida pelas CCDR e APA sobre a definição de capacidade instalada de uma exploração, que é tão abusiva do ponto de vista legal, como do ponto de vista institucional, levando a Comissão Europeia a questionar o Governo Português sobre o cumprimento dos compromissos em matéria de bem-estar animal e de redução do uso de antibióticos. O problema ambiental será o desafio que a produção de proteína animal enfrentará nos próximos anos, como ficou patente nos objetivos traçados pela administração Von der Leyen, plasmada no Green Deal. A produção suinícola portuguesa só tem um caminho possível: liderar a sua própria transição para modelos produtivos que tendam para a neutralidade carbónica e desenhar um plano que acomode três eixos: crescimento económico, eficiência produtiva e sustentabilidade ambiental. Para que possamos continuar a prosperar no(s) próximo(s) ano(s) novo(s).
sivamente os mais céticos sobre a necessidade de o país exportar… até um país deficitário em carne de porco, coisa que Portugal não é, se entendido no contexto ibérico. A fileira nacional da carne de porco começa a dar os primeiros passos na sua significativa afirmação internacional e o horizonte não se esgota na China. As exportações continuam a aumentar para o impor-
| 1% Açores
com a Coreia do Sul continuarão a ser desenvolvi-
• 1,74 Euros/kg preço médio pago ao produtor
É nestes procedimentos que a FILPORC – Associação Interprofissional da Carne de Porco – emerge como um elemento facilitador e potenciador da
A LIMEN TAÇÃO AN IMAL
• 203 195 Reprodutoras (45% Centro | 39% Alentejo | 10% Grande Lisboa | 4% Norte | 1% Algarve • 5 605 628 Suínos abatidos | 364 419 toneladas
mercado das Filipinas.
8 |
• 2 220 534 Suínos
tante mercado do Japão, as relações comerciais das e aguardamos a possibilidade de abertura do
Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores
Síntese 2019 Portugal
• 4 953 Explorações com declarações de existências de Suínos (em atividade) • 619,05 Milhões de euros – volume de negócios da produção
internacionalização do setor.
• 124 Milhões de euros de exportações
Dado o desempenho da atividade no último ano, o
• 70% Autoaprovisionamento
seguinte passo lógico seria o aumento da produ-
• 43,7 kg per capita de consumo