que seu livro diz porque não sabem ler. Ficaram com vergonha de dizer isso.” Ela apertou os olhos claros. “Até mesmo nós somos culpadas de não nutrirmos os dons, e os dons que não são alimentados encolhem e morrem.”
Quando voltei para o acampamento, Eben ainda me observava, fiel em sua tarefa até mesmo enquanto estava lá, deitado com os lobos como se fosse um deles. Ouvi conversas e risadas ruidosas vindas da grande tenda no centro do acampamento. Os respeitos pareciam ter escalado e chegado a uma variedade jovial. Fui cumprimentada por Reena e Natiya. “Você quer entrar na carvachi para descansar primeiro ou quer se juntar aos outros para comer?”, perguntou Reena. "Carvachi? O que quer dizer?” Natiya falou gorjeando, como se fosse um ávido passarinho: “O homem loiro, o que chamam de Kaden, ele comprou a carvachi da Reena, para que você pudesse dormir em uma cama de verdade”. “Ele o quê?" Reena me explicou que Kaden havia apenas alugado a carvachi pelo tempo que eu passasse ali, enquanto ela dormiria na tenda ou em outra carvachi. “Mas a minha é a melhor. Ela tem um colchão grosso. Você vai dormir bem lá.” Comecei a protestar, mas ela insistiu, dizendo que a moeda que ele havia lhe dado seria útil quando viajassem para o sul. Ela precisava mais da moeda do que de uma carvachi para si, e teria muito mais noites a passar sozinha pela frente. Eu não sabia ao certo o que queria mais: uma boa refeição ou um colchão de verdade com um teto sobre a cabeça, longe dos roncos e dos ruídos corporais dos homens. Escolhi a refeição primeiro, lembrando-me de que minha força era importante. Entramos em fila na tenda, junto com outras três mulheres que tinham acabado de trazer algumas bandejas com costelas do fogo. Meus acompanhantes vendanos sentaram-se em almofadas no meio, ao lado de cinco homens do acampamento. O banho demorado deles nas águas termais