JornalCana Edição 274/Novembro 2016

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w w w . j o r n a l c a n a . c o m . b r Novembro/2016

Série 2

Nº 274

Nova fábrica da Ubyfol, em Uberaba, MG, em área de 30 mil metros quadrados

Ubyfol passa longe da crise e investe Empresa usa o investimento para mostrar que sempre acreditou na parceria com o setor

IMPRESSO - Envelopamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT.


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ÍNDICE DE ANUNCIANTES

Novembro 2016

Í N D I C E ACIONAMENTOS ELÉTRICOS DANFOSS DO BRASIL

11 21355400

CONTROLE DE FLUIDOS 23

ACOPLAMENTOS 0800 9701909

40

8

11 29972133

12

17 35311075

11 26826633

3

7

AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL AUTHOMATHIKA

16 35134000

38

DURAFACE

19 35080300

52

KOPPERT DO BRASIL

15 34719090

29

HIPERCAN

19 34346536

35

16 21014151

53

GRÁFICA

PENEIRAS ROTATIVAS

PROLINK

19 34234000

20

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS DMB

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO DWYLER

16 36158011

CORRENTES INDUSTRIAIS 58

ÁREAS DE VIVÊNCIA ALFATEK

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLAS

BINOVA

SÃO FRANCISCO

AR-CONDICIONADO 64 36452576

PROTENDIT

A N U N C I A N T E S

FERTILIZANTES

19 21279400

CONSTRUÇÃO PRÉ - FABRICADO

ANTARES

MAIS AR

METROVAL

D E

9

DANFOSS DO BRASIL

11 21355400

23

METROVAL

19 21279400

8

16 39461800

25

EQUILÍBRIO

ADAMA

43 33719000

27

BASF

11 30432125

11, 49

BAYER

11 56947251

30, 31

DOW AGROSCIENCES

17 0800 772 2492

SYNGENTA

0800 7044304

KOPPERT DO BRASIL

15 34719090

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE METROVAL

19 21279400

58

PLANTADORAS DE CANA DMB

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

16 39462433

16 39461800

25

PRODUTOS QUÍMICOS 8

PROSUGAR

81 32674760

41

21 36214623

55

16 36265540

57

PNEU

21

MICHELIN

17, 51

REFRATÁRIOS 29

REFRATÁRIOS RP

EQUILÍBRIO

16 39462433

58

ENERGIA ELÉTRICA COMERCIALIZAÇÃO

VIBROMAQ

16 39452825

58

CPFL BRASIL

19 37953900

37

CPFL EFICIÊNCIA

19 37566071

39

SOLDAS INDUSTRIAIS

SANARDI

17 32282555

10

AGAPITO

16 39462130

58

MAGÍSTER

16 35137200

13

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAIS

CALDEIRAS ENGEVAP

16 35138800

36

17 35311075

3

CARROCERIAS E REBOQUES SERGOMEL

16 35132600

15

CENTRÍFUGAS VIBROMAQ

16 39452825

58

COLETORES DE DADOS MARKANTI

16 39413367

19 34121234

16

CONSULTORIA AGRÍCOLA INFORMA FNP

11 45041414

ENGEVAP

16 35138800

S-PAA

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS 16 35134000

9

DANFOSS DO BRASIL

11 21355400

23

31 30572000

24

SOLENIS

19 34753055

33

19 37953900

37

FERRAMENTAS

CPFL EFICIÊNCIA

19 37566071

39

DURAFACE

19 34121234

16

TESTON

44 33513500

2

AGAPITO

16 39462130

58

62 30883881

4

TUBULAÇÕES PARA VINHAÇA DHC TUBOS

18 36437923

32

STRINGAL

11 43479088

36

MANCAIS E CASQUEIROS 11 30934949

47

FEIRAS E EVENTOS

CPFL BRASIL

MOTOCANA

IRRIGAÇÃO IRRIGA ENGENHARIA

EVENTO / FÓRUM

SINATUB

19

TROCADORES DE CALOR

QUÍMICA REAL

50

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIAL

16 35124312

TRANSBORDOS

AUTHOMATHIKA

UNICA

59

SOFTWARE INDUSTRIAL

36

ESPECIALIDADES QUÍMICAS 60

COLHEDORAS DE CANA MOTOCANA

SÃO FRANCISCO SAÚDE 0800 777 9070

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL

CARRETAS ALFATEK

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS

DURAFACE

19 35080300

52

VÁLVULAS INDUSTRIAIS

MONTAGENS INDUSTRIAIS

16 35124300

6

19 35080300

52

ENGEVAP

16 35138800

36

16 39449900

56

VENTILAÇÃO INDUSTRIAL

MUDAS DE CANA SYNGENTA

TECNOVAL

0800 7044304 17, 51

EQUILÍBRIO

16 39462433

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CARTA AO LEITOR

Novembro 2016

carta ao leitor

índice

Josias Messias

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 a 8 Retomada de investimento depende de estabilidade de regras

Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 a 14 O desafio ainda é o de aumentar a atratividade do etanol

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16 a 24 Doutores da Cana Mecanização da colheita não diminui produtividade na Guaíra

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . .25 e 26 Gerenciamento eficaz depende de ferramentas adequadas

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 a 38 Técnica cria condições para elevar eficiência da fermentação Usina Santa Isabel obtém 100% de aproveitamento no reúso de água 100 MELHORIAS E 5 RECORDES! Escolha de válvulas deve levar em conta propriedades do fluido

Logística & Transportes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39 PROCURA-SE! - Usina investe na formação de mantenedores de frotas

Setor em Destaque

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40 a 46

Cobertura Prêmio MasterCana Brasil

Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .48 TODO CUIDADO AINDA É SEMPRE POUCO!

Ação Social & Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . .50 e 52 Água é pretexto para juntar usina e comunidade em Santa Vitória

Pesquisa & Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . .54 UM PATO A JATO!

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . .55 a 58

INVISÍVEL, MAS REAL “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou” (Apóstolo João, no verso 18 de seu evangelho)

josiasmessias@procana.com.br

Um fator mais importante do que preços altos! Quando este exemplar chegar às suas mãos, a maioria das usinas já terá encerrado a produção da safra 2016/17. O final antecipado da moagem revela uma quebra significativa em pelo menos 40 milhões de toneladas de cana em relação à previsão inicial na região Centro/Sul. A maior parte como consequência da dispersão climática que atingiu diversas regiões do Centro/Sul, com geadas, chuvas e secas intensificadas no período entre abril e Agosto. Com menor produção e melhores preços, não é preciso ser profeta para prever a volta das tradicionais notícias que envolvem o setor. A menor produção de hidratado forçará a alta dos preços, que deve superar o percentual de 70% que o mercado estabeleceu como ideal de equivalência com a gasolina, reavivando a indisposição do consumidor contra os “gananciosos usineiros” que preteriram o etanol para lucrar com o açúcar... Com os bons preços do açúcar, veremos mais destilarias implantando fábricas de açúcar e de usinas ampliando e otimizando suas fábricas. Por outro lado, poderemos rever casos de default no mercado, com algumas usinas não conseguindo performar seus contratos de açúcar devido à quebra na moagem. Diante de notícias tão previsíveis, a “boa nova” do setor é a maturação nos relacionamentos entre as pessoas. Sim, isso mesmo! Mais importante do que o cenário positivo por causa dos preços é ver a maturação que está acontecendo nos processos de transição entre gerações, conceitos e diferentes culturas do setor. Em minha fala de abertura do Prêmio MasterCana Brasil, em São Paulo, lembrei que um dos fatores mais positivos para a sustentabilidade do agronegócio sucroenergético, e que me deixa muito otimista, é testemunhar a maturidade alcançada na transição entre as diversas gerações do setor. Tomo como exemplo diversos filhos que estão assumindo os negócios dos pais, com a mesma filosofia mas com técnicas inovadoras, e o respeito e a integração entre executivos de estratégias globais e executivos de estratégias locais. Testemunhei o orgulho transformado em humildade por parte de quem entrou no setor desprezando conhecimentos centenários, mas também pude perceber a metamorfose em quem via com desdém e despeito a chegada dos “estrangeiros e almofadinhas” há alguns anos atrás. Tenho visto abertura para as mudanças por parte de quem achava que sabia tudo e de quem achava que não precisava agregar mais nada à arte de fazer açúcar e etanol. Vi um magnífico ajuste, com humildade e respeito, entre pessoas de culturas completamente diferentes. Vi que o que importa é a gerações de negócios e não conceitos pessoais, e que resultado e superação são frutos naturais da junção entre o conservadorismo e a vanguarda, entre a experiência e a inovação, entre a garra e a técnica. Cultivando estes elementos, podemos ter a certeza de que o setor é capaz de se reinventar e superar a si mesmo, por geração e gerações! Boa leitura!

NOSSOS PRODUTOS

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ISSN 1807-0264 Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 — Ribeirão Preto — SP procana@procana.com.br

NOSSA MISSÃO Prover o setor sucroenergético de informações relevantes sobre fatos e atividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar e seus derivados, e organizar eventos empresariais visando: Apoiar o desenvolvimento sustentável do setor (humano, socioeconômico, ambiental e tecnológico); Democratizar o conhecimento, promovendo o

intercâmbio e a união entre os integrantes; Manter uma relação custo/benefício que

propicie parcerias rentáveis aos clientes e demais envolvidos.

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Presidência Josias Messias josiasmessias@procana.com.br Controladoria Mateus Messias presidente@procana.com.br Eventos Rose Messias rose@procana.com.br Comercial & Marketing Lucas Messias lucas.messias@procana.com.br

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Retomada de investimento depende de estabilidade de regras A realização de aportes financeiros voltados à expansão do setor está diretamente ligada à previsibilidade política e econômica R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Um novo cenário está sendo desenhado no setor sucroenergético e começa a criar boas e novas perspectivas para a atividade, apesar de algumas indefinições e instabilidades. Até mesmo a volta de investimentos é considerada uma possibilidade não muito distante de virar realidade. Quando ¬– ou de que forma – será realizada essa retomada ainda é motivo de avaliação e opiniões divergentes. Da mesma maneira existem dúvidas em relação ao perfil dos investidores que farão os primeiros aportes financeiros voltados a um novo ciclo de expansão. O histórico recente, no entanto, dá algumas indicações. Antes de mais nada, é preciso que haja – avaliam representantes do setor e dirigentes de usinas – algumas condições para que ocorra essa retomada. Segundo a presidente da Unica – União da Indústria

CMAA começou a operar a sua primeira usina, a Vale do Tijuco, em 2010

de Cana-de-Açúcar, Elizabeth Farina, em discurso durante a cerimônia de abertura da Fenasucro 2016, existe a necessidade de estabilidade de regras e previsibilidade política e econômica para que haja um novo ciclo de crescimento, um ciclo virtuoso. Essa opinião é compartilhada por diversos líderes e executivos do setor. “Não há nenhum grupo nacional ou multinacional que esteja disposto a investir na expansão do setor sem uma política consistente”, afirma Pedro Mizutani, presidente do Conselho da Unica.

Se não ocorrer a adoção de medidas nessa área só vai haver investimento em aumento da eficiência, produtividade e capacidade de produção nas unidades já existentes – observa. Uma política para combustíveis, sem muitas variações, que crie condições mais estáveis para a comercialização do etanol é um requisito essencial para novos investimentos voltados à expansão do setor, afirma José Francisco de Fátima Santos, presidente da JF Citrus e do Conselho de Administração da CMAA – Companhia Mineira de Açúcar e Álcool, que tem como

sócia a Indofood Agri. O setor vai precisar, primeiramente, pagar suas dívidas para depois realizar os investimentos. A retomada deverá ocorrer daqui a três ou quatro anos – opina. Entre as condições necessárias para a realização de investimentos voltados à expansão do setor, José Francisco destaca a continuidade dos preços convidativos para o açúcar e o etanol. Ele lembra que o setor sofreu com preço do etanol nos últimos anos. “Agora, mais recentemente, é que tivemos um alento, com a melhoria dos preços”, constata.


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Companhia mineira surpreende e adquire nova usina A trajetória do grupo na citricultura, que é um setor até mais complicado do que o da cana-de-açúcar ajudou muito a Companhia Mineira de Açúcar e Álcool a ter equilíbrio para passar os anos de crise do setor sucroenergético, afirma José Francisco Santos. “Esse know-how no processo de produção agrícola facilitou a CMAA a trabalhar com a cana”, ressalta o presidente do Conselho da empresa. Segundo ele, existem até mais dificuldades para o manejo da cultura da laranja, que tem elevada incidência de doenças. Mesmo com pouco tempo de atuação no setor, a CMAA – que começou a operar a sua primeira usina, a Vale do Tijuco, em 2010 – já teve experiência com investimento em expansão, que chegou a ser considerada surpreendente por muitos executivos e especialistas no segmento sucroenergético. Em um momento que nenhum grupo – nacional ou multinacional – estava indo às compras, a companhia mineira anunciou a aquisição da unidade produtora de etanol CEAA, da empresa americana ADM - Archer Daniels Midland, de Limeira do Oeste, na região do Triângulo Mineiro, onde está localizada a Vale do Tijuco, que fica em Uberaba. A CMAA tinha projeto de construir um greenfield em um período que o setor estava enfrentando uma situação muito difícil – conta José Francisco. “Começaram a aparecer algumas oportunidades de compra de unidades já em funcionamento. Olhamos dezoito usinas nos estados de Minas Gerais e São Paulo antes da compra da unidade da ADM”, revela. Alguns fatores tiveram influência na hora da CMAA decidir pela compra da usina

de Limeira do Oeste. A unidade é nova, tinha vinte mil hectares de cana própria e já estava preparada para cogeração e instalação de fábrica de açúcar – detalha. “Aproveitamos a oportunidade e compramos. Estamos bem felizes com ela”, diz. Com capacidade para o processamento de 2,4 milhões de toneladas de cana por safra, essa unidade tem uma moagem de 1,5 milhões e produz etanol anidro e hidratado. A fábrica de açúcar, que estará voltada à produção de VHP, começará a operar em maio – informa.

Em um momento que nenhuma empresa estava indo às compras, a CMAA anunciou a aquisição de unidade produtora de etanol do grupo americano ADM “Vamos passar a cogerar a partir da próxima safra. A unidade tem uma caldeira de 64 kgf/cm². Só faltava a conexão”, diz. Quando a moagem estiver em 2,4 milhões – o que deverá acontecer nos próximos anos com a disponibilidade de matéria-prima –, a cogeração vai ser de 20 MW para exportação – observa. A outra usina do grupo, a Vale do Tijuco, – que produz etanol, açúcar VHP e energia – tem duas caldeiras de 64 kgf/cm² e uma capacidade de moagem de quatro milhões de toneladas. “A cogeração é uma receita que ajuda muito a usina”, enfatiza. (RA)

José Francisco de Fátima Santos, presidente da JF Citrus e da CMAA

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Redução de dívidas e otimização estão na pauta de usinas Grupos sucroenergéticos já começam a realizar investimentos visando o aproveitamento máximo das plantas industriais de unidades já existentes Apesar de considerar que a perspectiva é promissora, José Francisco diz que é necessário “ter os pés no chão e pensar no que vai ser feito, porque de repente vem uma crise”. Segundo ele, o setor passou por dificuldades e vai demorar alguns anos até se equilibrar para pensar em investimentos em expansão. “Tem que ser dado um passo de cada vez”, afirma. Para a realização de investimentos, o produtor precisa adquirir mais confiança em relação ao futuro da atividade sucroenergética – comenta. Além disso, existe a necessidade de estabilidade econômica do país. As empresas do setor estão também preocupadas em reduzir o endividamento – observa Mário Campos Filho, presidente da Siamig – Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais. No processo de recuperação do setor, ele destaca a importância do aumento de produtividade por meio do desenvolvimento e investimento em tecnologia. Além do pagamento de dívidas, a otimização do processo de produção agroindustrial deve ser outra prioridade de unidades e grupos sucroenergéticos, de acordo com representantes do setor. Investimentos estão começando a acontecer em algumas usinas visando a melhoria do seu desempenho, constata José Francisco Santos, presidente do Conselho da CMAA. “Tem muita unidade antiga que precisa melhorar a planta industrial que possui ainda caldeira de baixa pressão. Há muitas usinas que não têm uma boa competitividade”, enfatiza.

Vale do Tijuco: objetivo é ter o aproveitamento máximo de cada planta industrial

Luciano Sanches Fernandes, presidente da Cerradinho Bioenergia

Para diversas empresas do setor, a meta é deixar mesmo a “casa” em ordem. A própria CMAA quer deixar as suas duas usinas em operação a pleno vapor. “Neste primeiro momento queremos fazer investimentos nestas duas unidades para não fugir do foco. O objetivo é ter o aproveitamento máximo de cada planta industrial. E, posteriormente, poderemos pensar em outro tipo de investimento”, diz. Quando houver mais estabilidade e ocorrer a retomada de investimentos voltados à expansão do setor, os aportes financeiros deverão ser realizados por grupos nacionais e alguns estrangeiros – comenta. “Serão empresas que já estão dentro do negócio”, prevê. Até poderão surgir outros grupos estrangeiros. Mas, deverão se aliar com grupos brasileiros para não ter prejuízos

como tiveram algumas empresas que fizeram investimento no País – observa. Um grupo muito seleto de empresas nacionais, que tenha capacidade de investimento e condições para obtenção de crédito, é o mais credenciado a fazer os aportes financeiros para a expansão do setor sucroenergético, conforme a avaliação de Luciano Sanches Fernandes, presidente da Cerradinho Bioenergia. Segundo ele, os grupos multinacionais voltarão a fazer investimentos quando tiverem confiança que o setor vai apresentar condições mais favoráveis para proporcionar rentabilidade. “Atualmente tem mais empresas saindo do que entrando no setor”, constata. Para Mário Campos, da Siamig, poucos grupos apresentam condições de serem consolidadores.


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MERCADO

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O desafio ainda é o de aumentar a atratividade do etanol LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

O mundo olha hoje com enfoque diferente para os problemas do aquecimento global. As quantidades emitidas de CO² não são mais preocupações apenas das grandes empresas e setores públicos, mas de um mundo também globalizado e crescentemente preocupado com o bem-estar climático. Neste cenário o etanol está ampliando espaço na sociedade como alternativa energética consolidada e plausível ante o combustível fóssil. Afinal, quando o etanol é utilizado, a queima de uma mesma quantidade de massa produz 75% menos CO² que a fossilizada gasolina. O desafio, entretanto, é aumentar a atratividade do etanol no próprio Brasil, que ainda se pauta pelo bolso na hora do abastecimento na bomba e não pelo benefício ambiental e de maior potência. Os terráqueos precisam saber mais sobre o combustível renovável e querer o etanol nos tanques de seus veículos. Precisam ser informados melhor que ao usarem combustível renovável, tudo o que sai do escape é reciclado. O resíduo do etanol é novamente absorvido para o crescimento da cana-de-açúcar. “Se olharmos para todo o ciclo vamos perceber que existe uma diferença nos gases do efeito estufa produzidos. A gasolina sem nenhuma adição de etanol vai provocar uma emissão de 99 gramas de CO² por megajoule e o etanol, em média, produz 27 gramas de CO² por megajoule”, observa Ricardo Abreu, diretor global de tecnologia da empresa Mahle. De acordo com Aurélio Amaral, diretor da ANP — Agência Nacional do Petróleo, hoje os principais fatores para a penetração do etanol no dia a dia dos consumidores são a boa atuação das distribuidoras influentes e a competitividade dos preços. “O etanol sempre avançou em tecnologia de produção, aumento produtivo frente a gasolina, definição de uma política e melhoria na distribuição, mas precisa

Ricardo Abreu: existe uma diferença nos gases do efeito estufa produzidos

continuar avançando e em novo patamar”, explica. Aurélio Amaral lembra que ainda em 2009 foi feita a regulamentação da NP43 que permite a comercialização do etanol na Bovespa. Porém isso ainda não se tornou uma realidade prática, embora já exista

essa possibilidade. A questão logística também exige melhoras contínuas, observa o técnico: “Para a distribuidora, que tem participação muito forte no mercado, a principal necessidade é o investimento em logística. Hoje temos uma carência na capacidade de armazenamento e

na logística de transporte e isto influencia muito na questão da comercialização”. Este e outros assuntos foram abordados em 20 e 21 de setembro último, durante o Terceiro Seminário Internacional Sobre Uso Eficiente do Etanol, no auditório da Bosch, em Campinas, SP.


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É preciso segurança e previsibilidade para superar Em uma safra abatida, com números previstos de moagem total de em torno de 640 milhões de toneladas e entre 580 e 610 milhões de toneladas para a 2017/18, de acordo com o Anuário da Cana 2016, é possível que algumas usinas venham a ter certa dificuldade em cumprir alguns contratos. Por sua vez, a safra Norte/Nordeste ficará praticamente estagnada, em números próximos dos 50 milhões de toneladas moídas. O especialista Plínio Nastari não se mostra otimista. “Acredito que é possível e razoável admitir que algumas usinas acabarão se surpreendendo com a intensidade da quebra no rendimento agrícola neste último um terço de safra. Desde maio de 2016, o mercado vinha sendo alertado que aconteceria um encerramento de safra com qualidade de matéria-prima bem pior do que 2015”, observa. Até 29 de outubro último três usinas tinham confirmado que haviam antecipado os finais de suas safras. A consultoria realizou em outubro em São Paulo a 16ª Conferência Internacional Datagro Sobre Açúcar e Etanol, contando com a presença de personalidades influentes do setor e do país, como o governador Geraldo Alckmin, que destacou as iniciativas do governo paulista de incentivo ao setor sucroenergético e o potencial para o desenvolvimento de combustíveis renováveis. Para especialistas, o avanço do etanol no Brasil depende, principalmente, do salto tecnológico e do aumento de produtividade. O país precisa manter preços mais competitivos em relação à gasolina e promover melhorias na cadeia logística e na ação conjunta entre atores da cadeia e do governo. (LB)

16ª Conferência Internacional Datagro Sobre Açúcar e Etanol


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Estoques mundiais, antes altos, começaram a diminuir Nunca houve na história uma sucessão de déficit de produção acumulado como nos últimos dois anos comerciais, que chega a aproximadamente 16 milhões de toneladas. A Datagro Consultoria Agrícola, realiza um trabalho em equipe que acompanha a produção em 122 países. Para fazer um balanço de forma correta, é necessário normalizar a produção de consumo mensal em todos os países da equipe, levando em conta anos civis, ano safra de produção e as datas de início e término de safras de cada país. O setor sucroenergético brasileiro no mercado mundial, que cresceu desde os anos 2000, participa de forma determinante da produção mundial, com uma oferta de 86,5 milhões de toneladas de ATR, considerando o mercado com 180 milhões. Desses 86,5 milhões, 40,3 milhões são de açúcar e cana crua, o restante é equivalente ao etanol. “Nós estamos tendo a perspectiva de dois anos de déficit acumulado que chega praticamente a 16 milhões de toneladas. Isso significa que os estoques mundiais que estavam altos começaram a diminuir”, explica Plínio Nastari, presidente da Datagro. A produção mundial de etanol, entre 2013 e 2015 cresceu praticamente em 10 milhões de litros, passando de 91,8 para 101,9 bilhões de litros. Esse mercado é fortemente influenciado pelas decisões do produtor sobre seu mix de produção que indica um preço maior para o açúcar e menor para o etanol, que está limitado pelo preço

Plínio Nastari, presidente da Datagro

da gasolina no Brasil, deixando o mix ligeiramente mais açucareiro. “Isso ocorre em uma circunstância em que o preço do açúcar se descola de certa forma da regra de

dependência ou de correlação entre o preço de Nova York com avaliação da taxa de câmbio aqui no Brasil. Sem dúvida alguma, estimula a produção de açúcar e isso tem

levado marginalmente a avaliações e a materialização de investimentos para eliminar gargalos em nível industrial e aumentar a produção de açúcar no Brasil”, explica o doutor Nastari. Em 2014 e 2015 a Europa produziu 19,5 milhões de toneladas de açúcar, mas caiu para 14,8 milhões em 2016 e espera atingir 16,3 milhões de toneladas nesta safra. Quando alcançou 19,5, a área cultivada de beterraba, que é considerada cultura de rotação, era de 1,6 milhão de hectares, lembra. Quando caiu para 14,8 a área era de 1,3 milhão de hectares. Segundo Plínio nada impede que volte para 1,6 milhão de toneladas como é previsto, mas precisa descobrir a que preço está o mercado para usá-lo como base. A China reduziu sua produção para 8,7 milhões de toneladas, uma baixa de aproximadamente 4 milhões comparados aos 13 milhões de toneladas que produziam antes. “Na China os produtores não querem mais plantar cana. Existem culturas melhores para a agricultura naquele país”, comenta Plínio. E segundo apurado pela Datagro, os estoques oficiais da China estão caindo, mesmo existindo muita importação não oficial que vem através de algumas fronteiras. O consumo não para de crescer, fazendo com que a China substituísse a Rússia que importava 5,1 milhões de toneladas, principalmente do Brasil. Hoje a China já importou 5 milhões de toneladas, com a maior parte sendo do Brasil. (LB)


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MERCADO

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“O Brasil é inteiramente sucroenergético” Ao visitar o país, estrangeiros ficam maravilhados com a hospitalidade brasileira, com a culinária, suas belezas naturais, suas cidades pujantes e estádios bonitos, além de ser referência quando se trata de agricultura. Mas o Brasil ainda está longe de alcançar títulos notórios e ser considerado uma grande potência mundial. De acordo com membros do Instituto Avante Brasil, há muita coisa para se fazer. Uma delas, que será absolutamente imprescindível, é reconhecer que a cultura do Ocidente está em franca decadência. Essa é a raiz de praticamente todos os problemas dos países ocidentais, que estão ameaçando concretamente o futuro das gerações vindouras. Muitas instituições estão falidas e isso atinge diretamente o setor sucroenergético. O bloqueio ético que invadiu a cultura ocidental impede o pensamento coletivo, cada cidadão busca a satisfação exclusiva dos seus interesses, a realização dos seus desejos. Essa é uma cultura nitidamente alienante e decrépita, que altera a capacidade de raciocinar. Segundo Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura — CBIE, o Brasil passou por dois momentos

Adriano Pires:

distintos. O primeiro foi o “Brasil Mania”, onde o governo tinha uma política que atraia investidores que confiavam no país, com a ideia de que seria a bola da vez. No segundo governo Lula foi o momento da folia, onde tudo era festa, animação pelo petróleo e considerando que o Pré-Sal iria resolver a situação do Brasil. Nesse momento a política de infraestrutura foi muito politizada, e essa política deixou de trazer investidores para o setor de infraestrutura. “Para resolver os problemas de logística, os investidores precisam olhar para o Brasil e ver estabilidade regulatória, que foi perdida ao longo do caminho. Temos que reconquistar isso, mas creio que já estamos no caminho, já que o atual presidente Temer possui um diagnóstico correto sobre o assunto”, acredita Pires. Adriano Pires diz ainda que o setor sucroenergético é de suma importância nesse processo, principalmente em relação ao etanol que vem sendo cada vez mais importante. Mas, alerta, para dar continuidade precisa-se de uma política e uma logística de qualidade e eficiente, que leve o etanol a todos os cantos do país. “Afinal, o Brasil é inteiramente sucroenergético”, finaliza. (LB)

Setor possui potencial que ainda precisa ser explorado O Brasil ainda precisa de novos investimentos em pesquisa e desenvolvimento baseados e focados no setor sucroenergético. Segundo especialistas, o potencial do setor precisa ser explorado e aproveitado ao máximo. De acordo com o doutor Plínio Nastari, presidente da Datagro Consultoria Agrícola, os investimentos em energia renovável estão crescendo a níveis incríveis. Para ele é interessante observar que os investimentos de países em desenvolvimento superam os investimentos de países desenvolvidos, com uma diferença de 26 bilhões de dólares. Pesquisa aponta que os países em desenvolvimento investiram 156 bilhões de dólares, enquanto os países já desenvolvidos apenas 130 bilhões de dólares.

Brasil precisa ter capacidade de moagem de 330 milhões de toneladas de cana-de-açúcar “Estamos em um momento em que o Brasil precisa refletir sobre o valor e a importância das metas que foram estabelecidas e compromissadas”, aponta Nastari. O objetivo principal é reduzir as emissões de gases em até 43% em cima da base que foi estabelecida de 2005 até 2030, visando expandir biocombustíveis para 18% da matriz energética até 2030, expandindo também energia elétrica com biomassa. “Ir para 18% significa ter uma

capacidade de moagem de 330 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Na área de bioeletricidade significa fazer com que a geração de energia elétrica de fonte renovável passe de 9,3% para 23% e isso é um desafio enorme”, comenta Plínio. De acordo com o presidente da Datagro, o setor sucroenergético possui potencial que

ainda precisa ser explorado, principalmente devido a capacidade da cana-de-açúcar de gerar biomassa. Esse potencial precisa ser melhor aproveitado no ponto de vista econômico, tanto para energia elétrica como para etanol de segunda geração. Nenhuma das usinas brasileiras que trabalham com E2G — Etanol de Segunda

Geração, trabalha com carga plena. A empresa GranBio tem o propósito de desenvolver novas variedades de cana, com mais conteúdo energético, a chamada cana-energia, que apresenta produtividade de 180 toneladas por hectare, praticamente o dobro da cana tradicional, sendo considerada uma matériaprima mais barata e produtiva para E2G. (LB)


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Chega ao mercado o primeiro pneu agrícola com fabricação 100% nacional da Michelin Desenvolvido especialmente para implementos na cultura de cana-deaçúcar no Brasil, o novo pneu Michelin CargoxBib 2 600/50 R22.5 chegou em setembro ao mercado brasileiro. O lançamento oferece aos produtores um excelente ganho operacional, uma vez que o novo design de sua escultura evoca agilidade e dinamismo na operação, ao mesmo tempo em que permite uma menor compactação do solo e maior economia de combustível, por meio de sua carcaça radial Michelin Ultraflex. “Primeiro pneu fabricado exclusivamente na unidade fabril da Michelin em Campo Grande, no Rio de Janeiro, o Michelin CargoxBib 2 proporciona um menor custo operacional ao produtor, uma vez que, por meio de sua escultura inovadora e da tecnologia de baixa pressão Michelin Ultraflex, oferece uma maior agilidade aliada a uma menor compactação do solo. As máquinas ganham produtividade, além de protegerem os campos agrícolas” afirma Christian Mendonça, diretor de comércio e marketing de pneus agrícolas da Michelin América do Sul.

Com um perfil largo e plano, proporciona uma distribuição otimizada de carga no solo, maior tração e menor consumo de combustível. Além de sua escultura mais dinâmica, com mais agilidade na lavoura, aderência, estabilidades em todos os tipos de solos e excelente transmissão de tração. Além dos pneus agrícolas radiais, a Michelin oferece ao mercado a tecnologia Ultraflex, uma inovação em pneus agrícolas que, por trabalhar com baixa pressão, compactam menos o solo e obtém melhor rendimento agrícola. A tecnologia Michelin Ultraflex responde a um desafio duplo: acompanhar o ritmo do desenvolvimento das máquinas agrícolas melhorando a produtividade e protegendo os solos. Michelin 21 3621 4415 www.michelin.com.br

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ENTREVISTA — Joaquim Regis Malheiros Neto

DOUTORES DA CANA! Os cases de quem partiu na frente na corrida pelas altas produtividades

bem feito, mudas de qualidade, adubação correta, canavial limpo, variedade bem locada e uma colheita bem feita com poucos danos à socaria e bem planejada. Fazendo isso, com certeza haverá boa produtividade. Atualmente o bom já não é suficiente. O esperado são os “três dígitos”, ou seja produtividade igual ou acima de 100 toneladas por hectare. Para atingirmos TCH acima de 100 dependemos de mais ferramentas. Nosso grupo está planejando ampliação na irrigação, pois nossa região tem um período longo de déficit hídrico. A irrigação suplementar e imprescindível para brotação e aumento da produtividade. Já mudamos nosso sistema de nutrição com ajuda de consultores e as pragas estão sendo monitoradas e bem combatidas, além de melhorarmos nosso planejamento agrícola. Tenho certeza que colheremos os frutos em breve.

Sediada em Carmo do Rio Verde, GO, a Usina CRV atua desde 2002 e vem crescendo desde então. Joaquim Regis Malheiros Neto, de 34 anos é o gerente agrícola da empresa, graduou-se em agronomia pela Universidade Federal da Paraíba e concluiu sua pós-graduação em gestão empresarial pela FGV — Fundação Getúlio Vargas. Joaquim já trabalhou em diversas usinas e tem longa experiência com o setor sucroenergético. Veja sua entrevista: Qual a sua visão sobre a importância da produtividade agrícola dentro do processo produtivo sucroenergético? Joaquim Neto — A produtividade agrícola tem de ser a obsessão do gestor agrícola, pois numa usina com boa produtividade tudo vai bem. As máquinas produzem melhor, o gestor pode trabalhar com uma área menor de colheita, porém com um melhor TCH, reduzindo seus custos desde o arrendamento até a entrega da cana na usina. É possível selecionar áreas melhores e propícias a mecanização e diminuição do raio médio. Mas não podemos esquecer a qualidade da matéria prima, ou seja, menor nível de impurezas, um bom ATR, para que se possa fazer um produto que atenda os padrões do mercado. Em resumo, o gestor tem de buscar açúcar de qualidade por hectare. Joaquim Regis Malheiros Neto, gerente agrícola da CRV

Quais decisões vêm sendo tomadas que refletem na manutenção das altas produtividades dos canaviais? O setor vem de vários períodos de crise em que todos os investimentos foram colocados em dúvida devido à baixa

remuneração do álcool e açúcar. Hoje existem boas expectativas. Eu sou adepto da política do bom “feijão com arroz”, que é começar com um bom preparo de solo, plantio

Dentro do pacote tecnológico disponível para a cultura da cana-de-açúcar, a nutrição complementar via folha configura-se como uma ferramenta de relevância? Sem dúvida a nutrição complementar é uma ótima ferramenta para o aumento de TCH, pois ela dá nutrientes às plantas, que na grande maioria das vezes não são fornecidos na adubação convencional. Além de ser uma técnica relativamente fácil de operacionalizar. Eu faço uso da tecnologia há algum tempo e tenho obtido bons resultados. Porém essa tecnologia, como a grande maioria, deve ser utilizada de forma criteriosa para que se possa alcançar o seu máximo potencial e seja lucrativa para a empresa. Ubyfol 34 3319 9500 www.ubyfol.com.br


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Crise não afeta a Ubyfol, que continua a investir DA R EDAÇÃO

Convictos de que, em muitos casos, a melhor defesa é o ataque, ou o contra-ataque, algumas empresas fornecedoras de bens, serviços e insumos sucroenergéticos adotaram com eficácia a arma do investimento ainda maior em seus negócios e no setor. Uma destas empresas, e das maiores especialistas em tecnologias de nutrição foliar do país, a Ubyfol, por exemplo, mostra, agora, que não foi afetada pela crise: inaugurou neste 2016 sua nova unidade industrial, em Uberaba, MG. Estes investimentos comprovam que a Ubyfol sempre acreditou no setor. Mesmo com a longa retração pelo qual ele passa, a empresa continua a investir nessa parceria. Ao decidir pela construção em uma área de 30 mil metros quadrados, a Ubyfol tornou-se a maior e mais moderna unidade industrial da América Latina, capaz de liberar 100 mil toneladas por ano de produto acabado. A fábrica recebeu os mais modernos equipamentos produtivos existentes no mundo, garantindo segurança aos trabalhadores e qualidade de produtos aos parceiros e consumidores. Multinacional brasileira especializada em fertilizantes especiais e com atuação em toda América Latina, Central, Europa e África, a Ubyfol possui 32 anos de mercado.

Equipe da Ubyfol: qualificação profissional comprovada e dedicação ao setor

Nestas pouco mais de três décadas tornou-se referência em nutrição complementar, principalmente nas culturas de cana-deaçúcar e cereais. Está cientificamente comprovado que a nutrição complementar hoje é indispensável para a manutenção das altas produtividades nas usinas: Michel Fernandes, gerente de produção agrícola da Usina Cerradão, de Frutal, MG, por exemplo, ressalta sua importância, assim como a do manejo correto

de pragas. “Em conversa com a diretoria, avaliando os nossos resultados e o de outras áreas, passamos a usar essa tecnologia em 80% do nosso canavial. É uma ferramenta importantíssima, principalmente em um ano de crise”, observa. É que o aumento da produtividade advindo do investimento é sempre compensador. Para Antônio Barros Lima, coordenador agrícola da Usina São José, de Igarassu, PE, a adoção da complementação nutricional

através de adubação foliar se configura como uma importante ferramenta no pacote tecnológico adotado na unidade. Carlos Sérgio Tiritan, consultor e professor da Unoeste, de Presidente Prudente, SP, ressalta que a tecnologia de nutrição complementar é uma excelente ferramenta para aplicar os micronutrientes, principalmente o Mo, Cu, Mn, Zn e B; mas também pode ser utilizada para fornecer doses complementares dos macronutrientes”.


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ENTREVISTA: Bruno Rossetti Sardinha, José Marcos Nascimento e Israel Lyra

“Ubyfol nunca deixou de investir” Veja a seguir a entrevista realizada pelo JornalCana com Fabrício Simões, diretor executivo da Ubyfol, Bruno Rossetti Sardinha, diretor técnico-comercial, José Marcos Nascimento, diretor de vendas e Israel Lyra, gerente comercial da empresa: JornalCana — Quais as perspectivas da empresa para com a nova unidade industrial? Fabrício Simões — Essa nova unidade reforça as perspectivas da empresa para o setor sucroalcooleiro, sendo a segunda cultura em maior importância no faturamento da empresa. Estamos investindo R$ 50 milhões de reais nessa nova unidade industrial, buscando uma concepção diferenciada ao que já existia no mercado, com soluções arquitetônicas, ambientais e tecnológicas inovadoras, procurando gerar o máximo valor da marca Ubyfol para o agronegócio e nossos clientes. Quais foram as medidas tomadas pela Ubyfol nos momentos de crise? Bruno Rossetti Sardinha — Durante os últimos anos de crise nesse setor, a Ubyfol nunca deixou de investir, pelo contrário, continuou promovendo eventos, fóruns e encontros técnicos para diretores, gerentes e técnicos de usinas, para que fossem debatidos assuntos pertinentes e relevantes para o cultivo da cana-de-açúcar. O apoio dos novos gestores das usinas e novas empresas de consultoria atuantes nesse mercado foi de fundamental importância para o processo das boas práticas na nutrição complementar, uma vez que, em alguns casos, ainda se discutiam ou eram cometidos erros que em culturas mais tradicionais, como a soja, já ficaram no passado. Quais os pontos principais que têm ajudado no desenvolvimento do setor sucroenergético? José Marcos Nascimento — Além da virada do cenário econômico e dos constantes investimentos da empresa no setor

ao incremento de produtividade proporcionado pela Ubyfol.

Fabrício Simões, Israel Lyra e Bruno Sardinha, executivos da Ubyfol

canavieiro, a própria mentalidade dos gestores agrícolas das usinas tem mudado rapidamente, fazendo com que a adesão às novas tecnologias se torne pauta constante em todos os encontros e no próprio planejamento estratégico dessas empresas. Dentre as novas tecnologias, o Programa

de Nutrição Vegetal da Ubyfol na cana-deaçúcar é a ferramenta mais consolidada no setor, por esse motivo, é primordial para nós não pararmos de investir, continuarmos dando essa grande contribuição ao setor, e não cessar a relação de confiança criada e depositada por grandes players do mercado

Quais foram as consequências da crise para a empresa? Israel Lyra — Toda essa crise promoveu uma mudança muito nítida, uma mudança inclusive cultural dos principais players do mercado, que passaram a visualizar a eficiência produtiva dos canaviais como o principal fator de sucesso do negócio, deixando em evidencia a importância do TCH. Graças a visão progressista de nossos diretores, a Ubyfol sempre apostou e investiu na parceria com o setor sucroenergético e mesmo nos períodos dos piores resultados do setor, continuamos investindo no conceito de que alta produtividade gera lucro. Hoje este conceito, dá ao manejo de nutrição o seu lugar de destaque, já que nesta corrida pelas altas produtividades parte na frente quem fornece de maneira mais adequada os nutrientes necessários para as cultivares explorarem com mais eficiência o seu potencial genético.


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Mecanização da colheita não diminui produtividade na Guaíra Pessoal treinado, planejamento e proteção promovida pela palha ajudam usina a superar dificuldades e garantem boa performance R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A mecanização da colheita das lavouras de cana-deaçúcar não é mais considerada, em diversos casos, uma prática “assustadora” que afugenta a produtividade e a longevidade. Com o treinamento da equipe, a adoção de procedimentos adequados e o emprego de tecnologias inovadoras, unidades sucroenergéticas e produtores de cana estão superando os desafios provenientes do corte mecanizado. No processo de adaptação à mecanização, algumas usinas estão obtendo resultados surpreendentes. “Em nosso caso houve aumento de produtividade e longevidade dos canaviais com a adoção da colheita mecanizada da cana crua, em função da proteção promovida pela palha. As adversidades surgiram sim, mas estão superadas”, revela Gustavo Villa Gomes, diretor agrícola da UAG – Usina Açucareira Guaíra, de Guaíra, SP. Segundo ele, a estimativa de produtividade para a safra 2016/17 é de 97,4 toneladas de cana por hectare (TCH) e ATR de 138,43 kg. No início de outubro, os resultados

Colheita mecanizada na Usina Guaíra

superavam 99,1 TCH e ATR de 139,45. “Estamos finalizando a oitava safra com 100% de colheita mecanizada de cana crua e estamos no sexto ano com o plantio 100% mecanizado”, observa. Um aspecto relevante para a obtenção de bons resultados na mecanização da colheita é o fator humano – ressalta. “Pessoal treinado, capacitado e motivado é extremamente importante para a obtenção de altas produtividades”, afirma. O planejamento da produção e da colheita são outros

pilares para que se possa atingir uma boa performance. “De nada adianta, no entanto, planejar e não tentar seguir ao máximo o que fora planejado. É lógico que ao longo da safra mudanças são realizadas em função de situações pontuais. Mas, o planejamento sempre deve nortear nossas ações”, diz. Em decorrência dos resultados obtidos e de suas práticas adotadas no campo, a Guaíra foi inclusive a vencedora na categoria Tecnologia Agrícola no prêmio MasterCana CentroSul 2016.

Preço de energia Redução de custo é obtida com interfere na quantidade elevação do rendimento agrícola de impureza transportada O manejo da quantidade de impurezas minerais e vegetais – transportadas para a indústria –, que aumentaram de maneira significativa com a mecanização da colheita, tem sido outro desafio para as unidades sucroenergéticas. Uma prática adotada pela Guaíra é um melhor acompanhamento das máquinas, por exemplo, no extrator primário das colhedoras para a remoção destas impurezas em frentes que estão mais distantes da unidade industrial, revela o diretor agrícola da usina, Gustavo Villa. Segundo ele, em certos momentos quando o preço da energia está mais elevado e em frentes de colheita mais próximas da unidade, o transporte de maior quantidade de impureza vegetal torna-se até interessante para a cogeração. (RA)

Transporte de cana na Usina Guaíra

A utilização de tecnologias inovadoras e de práticas adequadas à realidade de cada unidade produtora tem sido também um recurso importante para a superação das dificuldades provenientes da mecanização do corte de cana. No caso da Guaíra, a agricultura de precisão tem auxiliado na obtenção de bons resultados – exemplifica Gustavo Villa Gomes. A mecanização da colheita provocou também grandes mudanças no controle de pragas, doenças e ervas daninhas. O importante é manter um manejo integrado de técnicas na condução da lavoura visando garantir um canavial produtivo – diz o diretor agrícola da Guaíra.

Resultados altamente expressivos de usina são decorrentes do emprego de técnicas e insumos corretos no momento certo Para continuar sendo uma das “campeãs de produtividade”, sem se abalar com as dificuldades geradas pela mecanização, a Guaíra procura realizar o manejo adequado do canavial ao longo do tempo, sem privá-lo de suas necessidades com a justificativa de diminuição de despesas. A redução de custo deve ser obtida com a elevação da produtividade de maneira racional por meio do emprego de técnicas e insumos corretos no momento, na quantidade e no local ideal – destaca. De acordo com ele, outro aspecto importante no manejo é a utilização de mudas sadias para o estabelecimento de um canavial sadio e com longevidade, o que contribui também

Gustavo Villa Gomes, diretor agrícola da Usina Açucareira Guaíra

para a redução de custo da lavoura. No preparo do solo, a usina diminui as operações de gradagem, subsolagem e aração visando a realização do plantio direto nas áreas – informa. Para elevar a fertilidade do solo, além de seguir as recomendações técnicas do mercado, a Guaíra adota – observa – a rotação de cultura com soja nas áreas de expansão e reforma. Esta prática também é importante para a elevação da produtividade do canavial. Considerada referência no setor sucroenergético, a Guaíra não recorre a nenhum grande segredo para a obtenção de resultados altamente expressivos. Segundo Gustavo Villa, a usina utiliza os mesmos insumos e técnicas que o mercado já conhece. Mas, faz isto no momento correto, seguindo as recomendações técnicas. (RA)


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Setor reaprende a manejar produção e corte de cana-de-açúcar O setor sucroenergético passou por um processo de reaprendizagem do manejo da produção agrícola em decorrência da mecanização da colheita – avaliam profissionais da área. Diversas usinas e produtores de cana enfrentaram, inicialmente, sérios problemas devido ao pisoteio e perdas de matéria-prima – como tocos, canas inteiras, pedaços de cana que ficavam no campo – em decorrência das dificuldades em superar os desafios gerados pelo corte mecanizado.

Realização de treinamentos, readequação das áreas, uso de novos espaçamentos no plantio ajudaram usinas a recuperarem produtividade média histórica

Plantio mecanizado de cana na Usina Guaíra

Em diversos casos, a queda da produtividade agrícola ficou entre 20% a 30%. Áreas com solo argiloso e elevada umidade, em situações mais extremas, chegaram a registrar perda de produtividade de até 50%. Outras usinas conseguiram dominar as mudanças, provenientes da mecanização, de maneira mais rápida e não tiveram redução no rendimento agrícola.

A realização de treinamentos, a readequação das áreas, o uso de novos espaçamentos no plantio, a utilização de tecnologias inovadoras, a evolução das colhedoras, reverteram a situação de queda na produtividade. Muitas usinas e produtores de cana já comemoram a recuperação da produtividade média histórica obtida no período anterior à mecanização.

Fertirrigação na Usina Guaíra

Esse resultado torna-se interessante com a colheita mecanizada de cana crua, porque as máquinas possibilitam redução do custo operacional em relação ao corte manual com queima da palha. Além disso, a mecanização da colheita evita o problema de falta de mão de obra que estava ocorrendo no corte manual e proporciona benefícios ambientais gerados pelo fim da

queima da palha da cana. A performance da colheita mecanizada tem sido aprimorada em decorrência da tecnologia de piloto automático com sulcação planejada por meio da utilização de GPS, lançamento de variedades adaptadas a essa operação, algumas melhorias nas colhedoras, entre outros fatores. (RA)


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Gerenciamento eficaz depende de ferramentas adequadas Um dos pilares das empresas, a Tecnologia da Informação deve avaliar as soluções disponíveis e cuidar da sua implantação de maneira criteriosa R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

O dinamismo, a complexidade e a velocidade que fazem parte das decisões, mudanças e adequações adotadas no dia a dia das empresas exigem que os processos sejam cada vez mais automaticamente controlados. Essa opinião é de Alex Lima, gerente de TI – Tecnologia da Informação da Usina Pitangueiras, de Pitangueiras, SP. O gerenciamento eficaz de usinas e destilarias, entre outras empresas, depende inclusive de recursos adequados disponibilizados pela área de TI. Alex Lima considera imprescindíveis ferramentas de gestão de performance de banco de dados, de monitoramento de rede, de internet, de integrações e de segurança de modo geral, como um bom antivírus devidamente atualizado e anti-spam. Segundo ele, são esses monitoramentos em tempo real que mostram a eficiência da infraestrutura para o bom andamento dos

negócios. “A Tecnologia da Informação é realmente um universo. A mesma demanda de negócio pode ser atendida de várias maneiras, por diversas ferramentas. O mais importante é uma boa avaliação das ofertas existentes e cuidar muito bem de sua implantação”, observa. De acordo com ele, a TI é, sem dúvida, um dos pilares das empresas. “A diretoria

da Usina Pitangueiras tendo esta percepção, reformulou o departamento de Tecnologia da Informação, deixando-o com gerência própria e mais alinhado ao negócio. Houve a criação das áreas de suporte, desenvolvimento e infraestrutura que alocam os seis profissionais que nelas atuam”, diz. A atuação do departamento de TI está inserida no projeto que envolve toda a

Usina Pitangueiras rumo ao sucesso – afirma Alex Lima –, que é baseado em três pilares: pessoas, processos e sistemas. “O bom resultado vem deste olhar amplo sobre o gerenciamento do negócio. A união dos pilares – o seu alinhamento – faz com que os objetivos de produtividade, qualidade e custos sejam atendidos. E o melhor é que isso vira um ciclo, um PDCA diário em todos nós”, comenta.


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TI é fundamental para o dia a dia e o planejamento das atividades Nos momentos delicados, como as situações de crise, a área de Tecnologia da Informação é bastante acionada, constata Alex Lima, da Usina Pitangueiras. “As pessoas buscam a todo instante otimizar suas atividades, seus processos. E isso inevitavelmente envolve tecnologia”, constata.

Com ou sem crise, Tecnologia da Informação deve desenvolver ferramentas que possam alavancar negócios e suportar atividades de forma competitiva e eficaz As demandas incluem a elaboração de um relatório mais complexo que cruza informações de vários sistemas, mudanças para automatizar atividades e liberar tempo para outras ações ou ainda a implantação de novas ferramentas – exemplifica. “A área de tecnologia tem que estar devidamente apta e pronta a receber, entender e satisfazer essas necessidades”, diz. Em qualquer situação – com ou sem crise –, a Tecnologia da Informação tem se

Solução robusta de ERP garante confiabilidade para tomada de decisões Entre as ações recentes da área de Tecnologia da Informação da Pitangueiras, inclui-se a mudança de ERP - Enterprise Resource Planning (sistema de gestão empresarial) que ocorreu em abril. A decisão representou um grande salto para o atendimento das demandas geradas pela evolução do negócio. Esta solução robusta de ERP – afirma Alex Lima – tem proporcionado à diretoria as informações necessárias e com confiabilidade para tomadas de decisões, trazendo consigo uma garantia de conformidade com leis, para o cumprimento de prazos legais e atendimento de novas exigências impostas tanto pelo mercado quanto pelo governo. (RA)

Alex Lima, gerente de Tecnologia da Informação da Usina Pitangueiras

tornado fundamental para o dia a dia e o planejamento das atividades das unidades e grupos sucroenergéticos, deixando de ser apenas uma ferramenta auxiliar na execução de determinadas tarefas. Trabalhando com foco em projetos, nos controles das atividades e na redução de custos, a TI desempenha um papel estratégico no processo de gestão das empresas. Mas, para isto, deve desenvolver e buscar ferramentas que possam alavancar negócios e suportar atividades de forma competitiva e eficaz. De acordo com Alex Lima, da Pitangueiras, implantar novas soluções é sempre um grande desafio. Mantê-las depois, torna-se uma tarefa ainda mais difícil – observa. Para ele, a realização de investimentos em tecnologias e a continuidade do trabalho, com a preservação das ferramentas existentes, são fundamentais para a obtenção de resultados positivos nessa área. “Vamos manter sempre o foco no negócio, em seus processos e nas pessoas, atendendo a ambos da melhor maneira possível. Há um vídeo do Mario Sergio Cortella (filósofo, escritor e educador) em que ele explica com uma frase como podemos agir, como podemos ser em nossas ações para obtenção dos melhores resultados. Ele diz assim: Fazer o seu melhor, nas condições que tem, enquanto não tem condições melhores, para fazer melhor ainda”, relata Alex Lima. (RA)

Virtualização de desktops gera maior agilidade e redução de custos Uma inovação importante implantada na área de Tecnologia da Informação da Usina Pitangueiras foi a virtualização de desktops, que proporciona maior controle, agilidade, fácil expansão, segurança, além de redução de custos. O projeto surgiu em decorrência da necessidade de atualização de aproximadamente setenta desktops, informa Alex Lima.

Tecnologia proporciona também aumento significativo em segurança da informação, pois dificulta a entrada de pragas virtuais no ambiente da empresa “Essas máquinas não mais suportavam a demanda de processamento das novas ferramentas e também tinham alto custo de manutenção. Ao colocar na ponta do lápis o investimento em microcomputadores, seu licenciamento e mão de obra de instalação e manutenção, quando comparado ao de desktops virtuais, ficou claro que este último

era mais vantajoso”, revela o gerente de TI. Com o projeto de virtualização de desktops, a Pitangueiras foi inclusive premiada no MasterCana Centro-Sul 2016 na categoria Tecnologia da Informação e Comunicações. Entre os benefícios proporcionados por esta tecnologia, Alex Lima cita o fato do investimento de hardware ser centralizado (no data center) e não nas pontas. “Com isso a TI direciona o processamento, memória e armazenamento de acordo com a necessidade de cada um”, observa. Outro aspecto importante da virtualização de desktops está relacionado à administração do ambiente. “Imagine ter que atualizar a versão do Office em setenta máquinas, uma a uma. No ambiente virtual, a

TI faz isso uma única vez e entrega ao mesmo tempo para os setenta usuários”, enfatiza. Os benefícios gerados por essa tecnologia não se restringem à redução de custos e maior agilidade. “Como o desktop está rodando no data center, o dispositivo que o usuário utiliza não é mais o principal ativo. Ele pode acessar de qualquer device, seja um thin client, um notebook, netbook, etc. O que importa é a informação, que estará sempre segura num ambiente bem controlado”, afirma. Esta tecnologia também proporciona um aumento significativo em segurança da informação, pois dificulta muito a entrada de pragas virtuais dentro do ambiente da empresa, ressalta. (RA)


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Técnica cria condições para elevar eficiência da fermentação Automatização de análises microbiológicas possibilita implementação de ações corretivas com maior exatidão R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

O aumento da produção de etanol para atender a crescente demanda por fontes de energia limpa e renovável pode trilhar alguns caminhos que não dependem da ampliação das fronteiras agrícolas. Uma das alternativas é o uso combinado de biotecnologia avançada e novas tecnologias de automação, com foco no incremento da produtividade do etanol – observa Valdinei Luís Belini, professor do DEE/UFSCar – Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de São Carlos, campus de São Carlos, SP. Segundo ele, no âmbito de tecnologias de automação, uma opção estratégica para aumentar a produção de etanol é elevar a eficiência do processo fermentativo por meio do aperfeiçoamento de técnicas de monitoramento microbiológico para que o controle do processo possa ser implementado com ações corretivas mais eficazes.

Valdinei Luís Belini, professor do departamento de engenharia elétrica da Universidade Federal de São Carlos, SP

“Para que uma fermentação seja bem-sucedida é fundamental garantir que a viabilidade e vitalidade das leveduras fermentativas se mantenham elevadas e que sejam mantidos baixos os níveis de contaminação por bactéria e leveduras selvagens” – afirma. Uma etapa crítica da produção é o processo de fermentação, predominantemente desempenhada por leveduras da espécie Saccharomyces cerevisiae – constata. Com o objetivo de criar condições para a implementação de ações corretivas com maior exatidão, Valdinei Belini tem realizado estudos relacionados à técnica da microscopia de monitoramento microbiológico, com medições in situ e em tempo real, que podem detectar atividades anormais de diferentes populações de bactérias e leveduras selvagens. Em 2012, ele iniciou inclusive no âmbito do seu pós-doutoramento (concluído em 2013) na Mannheim University of Applied Sciences, de Mannheim, Alemanha, sob supervisão direta do professor Hajo Suhr – precursor da técnica da microscopia in situ (Suhr et al., 1995) –, a realização de pesquisa sobre "automação da análise microbiológica em fermentadores”. Os trabalhos sobre o tema têm sido conduzidos atualmente nos laboratórios do Departamento de Engenharia Elétrica da UFSCar.

Imagens capturam informações detalhadas sobre leveduras Somente técnicas in situ obtêm dados morfológicos das suspensões de microrganismos e de toda a complexidade de partículas do meio fermentativo As contaminações afetam frequentemente a produtividade, uma vez que elas podem resultar na redução da viabilidade de leveduras fermentativas, no surgimento de agregações bactéria-levedura, floculação, produção excessiva de espuma, baixa produção de etanol e incompleta fermentação dos açúcares – detalha Valdinei Belini, que é formado em Engenharia Elétrica pela USP – Universidade de São Paulo. “Em episódios severos de contaminação, o tratamento pode demandar uma mudança completa da população de leveduras dentro das dornas, causando, portanto, consumo adicional de insumos, água, energia elétrica, além do tempo envolvido na interrupção e limpeza dos sistemas afetados para o início de um novo ciclo de fermentação”, observa. A técnica da microscopia in situ, estudada por Valdinei Belini, é uma proposta promissora para a automatização de análises microbiológicas envolvendo substratos complexos, como o melaço de cana-de-açúcar, com o objetivo de criar condições para o controle das contaminações que afetam o processo fermentativo. “Embora exista uma variedade de tecnologias que permitem medições em tempo real (on-line), somente técnicas in situ baseadas em imagens podem capturar informações morfológicas das suspensões de microrganismos

Protótipo de um microscópio in situ desenvolvido na Mannheim University, Mannheim, Alemanha (Wiedemann et al., 2011).

e de toda a complexidade de partículas do meio fermentativo”, compara. De acordo com o professor da UFSCar, para o monitoramento microbiológico, com medições in situ e em tempo real, devem ser utilizados microscópios in situ (MIS). Esses instrumentos ópticos são diretamente acoplados a suspensões de células que capturam imagens microscópicas em alta resolução dos microrganismos diretamente do interior de fermentadores – explica. As imagens, produzidas pelo MIS, constituem uma rica fonte de informações, pois capturam toda a estrutura visual

das suspensões, incluindo – caso estejam presentes – células em brotamento, aglomerações de células de leveduras, floculação, leveduras filamentosas e pseudo-hifas – detalha. “A estimativa da densidade e viabilidade de leveduras, combinada com a determinação de informações morfológicas (forma e tamanho) das suspensões, particularmente se obtidas in situ e em tempo real, pode ser usada para incrementar a produtividade em plantas industriais”, afirma Valdinei Belini, que possui doutorado em Engenharia Mecânica com ênfase em Automação e Robótica e mestrado em Engenharia Elétrica com ênfase em Microeletrônica, ambos pela USP.


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Microscopia in situ representa quebra de paradigma O crescimento da população mundial, associado a uma necessidade cada vez maior por fontes de energia limpa e renovável, impõe pressões adicionais à produção de energia e alimento – avalia Valdinei Belini. Segundo ele, para lidar com demanda de etanol, as unidades sucroenergéticas precisam enfrentar o desafio de aumentar a produção desse biocombustível e, simultaneamente, se adaptarem a novos cenários econômicos e também as demandas da sustentabilidade ambiental. Um caminho para isto – ressalta o professor da UFSCar – é a introdução de novas tecnologias de monitoramento microbiológico nos atuais sistemas de fermentação etanólica (batelada alimentada, contínua com múltiplos estágios). Esse monitoramento é essencial para incrementar a produtividade de biocombustível, pois a

Exemplo de imagem microscópica in situ de Saccharomyces cerevisiae (SA-1) inoculadas em melaço de cana; densidade de células é de aproximadamente 3,3 × 108 cells/ml

fermentação é o núcleo do ciclo de produção do etanol e também o processo que mais acumula perdas, observa. Na opinião de Valdinei Belini, apesar da adoção de inovações tecnológicas por unidades sucroenergéticas no País, o processo de fermentação ainda carece de tecnologias mais eficazes para o monitoramento microbiológico que possam ser integradas ao sistema supervisório e de controle existente em plantas industriais. “O monitoramento de mudanças na densidade e viabilidade de leveduras tem sido conduzido em processos off-line com a extração, transporte e preparo de amostras de vinho para a subsequente análise em um laboratório, utilizando hemacitômetros ou equipamentos eletrônicos”, informa. De acordo com ele, a técnica manual – embora apresente baixo custo ¬– fornece estimativas de parâmetros biológicos com base em resultados de baixa significância estatística devido à limitada quantidade de amostras. “A obtenção de estatísticas representativas, num curto intervalo de tempo, provenientes da análise de inúmeras amostras não correlacionadas, somente seria possível pela extração, transporte, preparo e análise de muitas amostras”, esclarece. Além disso, desvios causados pela extração de amostras e subsequentes etapas de processamento, dificultam a obtenção de reprodutibilidade aceitável entre diferentes especialistas – diz.

Coleção de retratos microscópicos originais de leveduras com diferentes morfologias capturados diretamente da suspensão de microrganismos pela técnica da microscopia in situ. A: célula de levedura. B e C: células em brotamento. D-F: pseudohifas. G: célula de levedura. H, I: células em brotamento. J: pseudo-hifa. K, L: filamentosa. M, N: pseudo-hifas

Equipamentos comerciais existentes no mercado – afirma – são soluções rápidas, baseadas em análise off-line de imagens, que têm automatizado estimativas de parâmetros biológicos a partir de amostras preparadas manualmente em lâminas específicas de cada fabricante.

“Tanto o sistema manual quanto o automatizado demandam coleta de amostras e, devido ao grande volume de vinho contido em cada dorna de fermentação, torna-se difícil ter amostras representativas do estado microbiológico atual das populações existentes”, constata. Em decorrência dessa situação decisões de controle não necessariamente adequadas podem ser implementadas com base em estimativas de baixa estatística – alerta. Outros métodos de medições também apresentam restrições. Algumas variáveis do processo, incluindo a medição da densidade óptica, taxa de produção de gás carbônico e de etanol, as quais podem ser medidas online, são alternativas como indicadores da concentração e atividades metabólicas da biomassa celular. “Apesar da rapidez nessas medições, nenhuma informação morfológica das diferentes populações microbianas que podem coabitar fermentadores industriais de cana-de-açúcar pode ser inferida por esses instrumentos”, comenta. O uso da técnica da microscopia in situ no processo de produção de etanol representa uma quebra de paradigma – enfatiza – por oferecer condições para auxiliar o estudo de interações específicas entre as diferentes populações microbianas que coabitam dornas de fermentação. Além disso, elimina a coleta e o preparo de amostras, produzindo um fluxo contínuo de dados visuais baseados em imagens microscópicas de alta resolução – destaca. (RA)


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Usina Santa Isabel obtém 100% de aproveitamento no reúso de água LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

O departamento ambiental da Usina Santa Isabel, em Mendonça, SP, está em constante desenvolvimento, buscando ações que minimizem qualquer impacto ao meio ambiente. Ao analisar a estação de tratamento de água da empresa, seus técnicos concluíram que a ampliação deste processo poderia diminuir a captação de água utilizada na cadeia produtiva da usina. Pequenas adaptações feitas a partir de estudos e testes resultaram em um projeto sustentável desenvolvido e implantado com o objetivo de minimizar os impactos causados

diretamente ao meio ambiente. O projeto implicou na ampliação da estação de tratamento e reúso da água industrial. A estação de tratamento e reúso de água industrial da Usina Santa Isabel está localizado na Fazenda Três Pontes, Bairro Três Pontes, S/N, pertencente ao município de Novo Horizonte, SP, com capacidade de tratamento na ordem de 220 m³ por hora de efluente industrial, sendo que 100% são bombeados novamente para o processo industrial, fazendo assim, um ciclo fechado. Devido ao grande problema de escassez dos recursos hídricos nos últimos anos, o desafio para a empresa foi implantar uma estação de tratamento de água com o

propósito de reutilizá-la de modo que atinja os padrões de qualidade outrora estabelecidos para esse fim, reduzindo assim o lançamento de efluentes em cursos d'água e consequentemente a captação de água subterrânea e superficial. Desta maneira, ocorreria a diminuição dos impactos ao meio ambiente possibilitando o abastecimento de água para uso mais exigente pela população. Este projeto foi desenvolvido por técnicos ambientais da usina que fizeram estudos preliminares e concluíram que ao ampliar a Estação de Tratamento de Água da empresa haveria uma redução no consumo de água, além de criar um ciclo fechado de utilização.

Desta maneira, foram realizados pesquisas e estudos, que resultaram no reaproveitamento da água em todo o ciclo industrial. A estação de tratamento e reúso de água residual da Usina Santa Isabel beneficia toda área industrial da empresa assim como o meio ambiente, sendo que toda água tratada retorna para a indústria em um ciclo fechado. Com esse novo conceito na estação de tratamento e reúso de água, a usina busca o equilíbrio sustentável para produzir seus produtos com alta qualidade, proporcionando qualidade de vida a toda sociedade, contribuindo para o meio ambiente e consequentemente garantindo boas condições de vida para as futuras gerações.


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100 MELHORIAS E 5 RECORDES! Bevap investe em mais de 100 melhorias e obtém cinco recordes de produção de açúcar diário LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

Ser referência no mercado bioenergético, utilizando-se das mais novas tecnologias para produzir energia de forma sustentável com produtividade, qualidade e eficiência é o principal objetivo da Bevap Bioenergia, localizada em João Pinheiro, MG. Visando maximizar resultados que refletem no resultado econômico-financeiro, com relação à eficiência de tempo, industrial, produções, qualidade, meio ambiente e segurança industrial a unidade implantou modificações e pequenos projetos, com rápido tempo de retorno. Neles foram contemplados adequações estruturais de segurança industrial e meio ambiente, aumento de capacidade de setores da produção, implantação de softwares e automação adequadas ao processo fabril, adequações e adaptações de processo, treinamento e capacitação do corpo técnico, implementação de procedimentos operacionais e de manutenção. A empresa confirmou um total de 136 melhorias, das quais 72 apenas na parte de produção e 30 na área de extração. A unidade comemora feitos, como os cinco recordes de produção de açúcar diário já obtidos. Foram feitas modificações no setor de extração na esteira metálica, nos ventiladores das câmaras, no circuito de esteiras do sistema de palhas, no retorno da mesa 45 e sistema de lubrificação do desfibrador, além da recuperação dos martelos do desfibrador, substituição do eixo movido difusor e melhorias nas roscas afofadoras e nos rolos

adensadores, entre outras. Para completar foi feita a instalação de piso para realizar assepsia da peneira, implantação do sistema de incorporação de palha no terno de secagem e do sistema para ajuste do pente rolo inferior de saída do Pré Max. Na área de tratamento e evaporação foi realizada a flexibilização dos aquecedores e desativação do tanque de caldo misto e utilização da bomba do mesmo como reserva do tanque de caldo caleado. Foi instalado também o separador de arraste nos conjuntos de evaporação, a bomba reserva no tanque de

retorno de água para torre de resfriamento e a bomba reserva no condensador das centrífugas. A fábrica de açúcar recebeu também modificações e melhorias. A empresa adequou a saída de mel das centrífugas e do sistema de bombeamento e controle da pressão de condensado para centrífugas e ainda modificou os eixos dos cristalizadores e magma. Um dos pontos principais foi a instalação de válvulas de bloqueio nas entradas de vapor dos cozedores e de porta de acesso no início do armazém para otimizar o tempo de carregamento e a aquisição do novo

redutor para o elevador de canecas aumentando a capacidade do mesmo e de módulos de potência do inversor das centrífugas bateladas (reserva). O setor de fermentação e destilaria também recebeu cuidados. Um deles e dos principais foi a implantação do controle automático da embebição da moenda por Laço Fechado do S-PAA, garantindo a constância da embebição % fibra e, por consequência, aumento do nível de extração da moenda, evitando geração de excesso de caldo e consequente aumento no consumo de vapor quando do tratamento/evaporação, além de garantir a umidade ideal do bagaço enviado às caldeiras. Também implementaram aumento da área dos trocadores de mosto e instalação de dispositivo para agilizar a limpeza, além da instalação de bomba reserva no envio de vinho para aparelhos um e dois e instalação de linha para envio de vinho ou fermento para as cubas. No mesmo setor ainda foi feita a montagem de piso para facilitar acesso aos condensadores dos aparelhos, entre outras benfeitorias. Foram realizadas melhorias estruturais, como: a aquisição de materiais e montagem de oficina instrumentação e de materiais e montagem de oficina mecânica, implantação da ferramentaria com cadastro de todas as ferramentas e organização nas prateleiras e estoque externo atrás do armazém de açúcar, adequação das ruas e estacionamento da indústria e plantação de mudas de árvores na área industrial. A Bevap informa que se orgulha de começar a colher os resultados das novas implementações. Um deles foram os cinco recordes de produção de açúcar diário. A empresa calculou em setembro, em um único dia, 34.100 sacos de açúcar branco, em segundo lugar, em meados de julho com 32.400 sacos de açúcar VHP e em sequência, 31.500, 30.600 e 30.240 sacos diários.

Usina é das mais avançadas em tecnologia no Brasil Com tantos investimentos, melhorias e novas instalações a Bevap foca agora no futuro e nas perspectivas para as próximas safras. Segundo profissionais da empresa, o segredo é investir, mesmo nos momentos em que o setor passou e ainda passa por crise e esperar os bons resultados, que começam a ser colhidos. A Bevap é também uma das usinas mais avançadas tecnologicamente no Brasil para a produção de etanol hidratado, açúcar e cogeração de energia elétrica. Parte dela garante a autossuficiência para a usina e o excedente é destinado à comercialização pelo sistema nacional de distribuição. Processos modernos e ecologicamente responsáveis, atendem a uma demanda cada vez maior por energia limpa e renovável.

Fernando César Calsoni é responsável por toda área industrial e gerente da divisão industrial da Bevap Bioenergia desde 2014. É graduado em engenharia química industrial com MBA em gestão empresarial. Para ele o setor está com boas perspectivas de crescimento. “O setor está sim saindo da crise, os preços vão ser bons nos próximos dois ou três anos, vai ser bem remunerador, tanto para o açúcar como para o álcool”, comenta. Fernando explica que agora é o momento de as usinas investirem, em produção e fazerem mais mix açucareiro. “Não se pode parar de investir agora, investir em excelência operacional, em eficiência industrial e na ampliação de produção de açúcar”.

Fernando César Calsoni, gerente da divisão industrial da Bevap Bioenergia


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Escolha de válvulas deve levar em conta propriedades do fluido Seleção criteriosa é importante para o bom funcionamento da planta industrial e para garantir a segurança dos operadores R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A adoção de cuidados na aquisição, aplicação, montagem e manutenção de válvulas é fundamental para a boa performance das plantas industriais de unidades sucroenergéticas. Equívocos na utilização desses produtos podem comprometer o funcionamento de equipamentos ou mesmo de etapas do processo de produção. Os procedimentos voltados ao funcionamento eficiente de válvulas, atuadores e acessórios proporcionam aumento da confiabilidade operacional e redução de custos devido à diminuição de paradas não programadas na planta industrial. As válvulas são de grande importância para o processo industrial, tanto para estabelecer, controlar a pressão e escoamento de fluidos em tubulações quanto para garantir a segurança da instalação e dos operadores, observa o engenheiro mecânico Luís Fernando Silva Ventura, supervisor de

Luís Fernando Silva Ventura, supervisor de manutenção industrial da Usina Jatiboca, de Ponte Nova, MG

manutenção industrial da Usina Jatiboca, de Ponte Nova, MG. Além disso, permitem a realização de manutenções e troca de elementos da instalação – diz. A performance de uma planta industrial depende muito da seleção criteriosa das válvulas. “Para uma escolha correta, além das propriedades físicas do fluido e os dados de fluxo, deve ser considerada a aplicação

dentro do processo”, afirma. Segundo ele, esses fatores são de suma importância. Se a seleção ocorrer somente pela bitola da tubulação, esse critério pode resultar numa válvula subdimensionada, causando uma redução na eficiência do processo – comenta. “Mas, se estiver superdimensionada, pode haver gastos desnecessários com

instalação e manutenção, que podem ser altíssimos, pois uma planta industrial tem inúmeras válvulas” – alerta. A Usina Jatiboca utiliza – detalha o supervisor de manutenção industrial – válvulas de retenção, gaveta, globo, diafragma, mangote, guilhotina, macho, esfera, borboleta, de alívio e segurança, além das chamadas válvulas de controle.


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Automatização da planta requer o uso de modelos específicos A aquisição das “válvulas de controle” deve considerar também a especificação correta e as condições do processo A automatização de diferentes etapas do processo de produção nas plantas industriais de unidades sucroenergéticas tem gerado um aumento do uso de válvulas de controle. As principais aplicações dessas válvulas estão voltadas para regulagem e controle automático de temperatura, pressão, taxa de fluxo e níveis de líquidos – destaca Luís Ventura, da Jatiboca. Os cuidados na aquisição deste tipo de válvula devem considerar também a especificação correta e as condições de processo – recomenda. “A compra das válvulas de controle e de seus sobressalentes deve ser realizada em empresas reconhecidas no mercado, o que possibilitará – caso seja necessário – uma boa assistência técnica pós-venda”, observa. É preciso estar atento em relação à aquisição de atuadores e acessórios das válvulas de controle que são passíveis também de especificação incorreta, de acordo com o supervisor de manutenção industrial da Usina Jatiboca. As válvulas de controle necessitam

responder rapidamente e de forma decisiva às mudanças no sinal de controlador. Devem ser respeitados, portanto, o tipo de aplicação, a necessidade do processo, a configuração, o local de instalação – afirma. Se forem mal selecionados, os atuadores e os acessórios podem comprometer o resultado desejado pela válvula e para o

processo – ressalta.

EFICIÊNCIA DO PROCESSO Com sistemas que utilizam ar comprimido e, em alguns casos, acionamento elétrico, as válvulas de controle proporcionam maior estabilidade durante as diversas etapas da produção, gerando ganhos

significativos, como elevação da produtividade, melhoria da qualidade do produto final e maior eficiência do processo. Em vasos de pressão e caldeiras, por exemplo, os benefícios proporcionados por esse tipo de válvula estão relacionados ao controle de temperatura, nível, pressão e vazão. (RA)


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Produtos de qualidade evitam transtornos no dia a dia das usinas Válvulas devem ser adquiridas de empresas com experiência no mercado, que realizam um trabalho sério de pré e pós-venda Os variados modelos de válvulas, de diferentes dimensões, estão presentes em praticamente todas as etapas da produção, desempenhando funções importantes para o funcionamento das plantas industriais e segurança dos operadores, como o controle e bloqueio de gases, líquidos e de vapor em vários tipos de processos e equipamentos. Em decorrência disso, é fundamental a aquisição de válvulas de qualidade para que sejam evitados transtornos no dia a dia das usinas e destilarias. Existem atualmente diversas empresas que disponibilizam produtos de elevado padrão devido aos materiais utilizados e ao processo de fabricação. As válvulas tiveram inclusive grande evolução nos últimos anos, ocorrendo uma maior oferta de modelos para diferentes aplicações. O emprego de novos materiais possibilitou inclusive o desenvolvimento e a fabricação de válvulas mais resistentes aos efeitos de corrosão e de abrasão em

decorrência dos efluentes existentes nas unidades sucroenergéticas. Produtos com peças intercambiáveis entre os diversos modelos, para que o usuário tenha menor quantidade de peças sobressalentes em estoque para a manutenção, pode ser outro critério – dependendo de cada caso – a ser considerado no processo de compra. Na hora de adquirir válvulas, é recomendável – dizem técnicos da área industrial – escolher fornecedores com experiência no mercado, que apresentam inclusive capacidade para dimensionar e especificar esses produtos de maneira correta. Além de oferecer válvulas com certificados de procedência e de qualidade,

as empresas de renome no mercado realizam um trabalho sério durante a pré e pós-venda, oferecendo assistência técnica e disponibilizando todas as informações necessárias para o uso adequado dos produtos. Para a montagem das válvulas, por exemplo, é importante seguir as orientações dos fabricantes em relação à posição na linha e ao tipo de flange a ser utilizado. É preciso ficar atento a diversos detalhes para que as válvulas tenham um funcionamento eficiente. Especificações mal elaboradas e alterações ocorridas no processo – sem a avaliação adequada para a aplicação desses produtos – ocasionam falhas e desgastes em componentes das válvulas. (RA)

Manutenção planejada evita paradas desnecessárias A realização de um trabalho de manutenção preventiva e preditiva torna-se importante para que não ocorram surpresas no funcionamento de válvulas, atuadores e acessórios. A preventiva visa diminuir ou evitar a falha do equipamento, conforme um plano elaborado previamente com base em intervalos de tempo definidos – afirma Luís Ventura, da Usina Jatiboca. “A manutenção preditiva é a intervenção baseada em modificações de parâmetros condicionais ou de desempenho do equipamento” – explica. A possibilidade de determinar antecipadamente a necessidade de serviços permite a realização de uma manutenção planejada, o que evita paradas desnecessárias e consequentemente aumenta a disponibilidade física e a confiabilidade dos equipamentos e do processo – destaca. (RA)


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PROCURA-SE! Usina investe na formação de mantenedores de frotas para suprir a escassez de profissionais da área LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

les estão escassos. Quase raros. Precisando atender as necessidades do crescimento da frota nacional e com a evolução tecnológica dos equipamentos, a Usina São José da Estiva em Novo Horizonte, São Paulo investe na formação de profissionais de manutenção na própria usina, os chamados pratas da casa, para manter a frota em atividade. Segundo o gerente de manutenção automotiva da empresa, Oudelso Val Junior, a usina tem visto que esses profissionais estão cada vez mais difíceis de ser encontrados. Uma forma lógica que adotaram para amenizar essa situação, foi investir em treinamentos dos profissionais que já prestam serviços para a empresa, de operadores a colaboradores da manutenção. Esse é um trabalho homeopático, onde os resultados não são imediatos, mas são sólidos com uma colheita garantida e farta. “Além de você sanar sua dificuldade em encontrar

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Oudelso Val Junior, gerente de manutenção automotiva da São José da Estiva

profissionais competentes, com os treinamentos, você também dá uma oportunidade para o colaborador crescer profissionalmente e consequentemente há um crescimento pessoal, com uma melhora da sua qualidade de vida e de sua família”, explica Oudelso. A São José da Estiva adota três principais ações, operador mantenedor, MPT — Manutenção Produtiva Total e Pit Stop, e

hoje possui 80% de seus operadores de colhedoras capacitados como mantenedor. No final de 2016 com a parceria da Empresa EBA esse quadro foi completado. Nessa capacitação participam além dos operadores, os líderes de colheita, líderes da manutenção e mecânicos. O operador mantenedor com os conhecimentos adquiridos, preenche um book durante a semana de trabalho dos serviços que serão realizados a cada oito

dias. Junto com esse Book os mecânicos da frente de colheita também efetuam um check-list nesse mesmo período. Todas essas informações são enviadas ao responsável da manutenção e dos controles — MPT. Esses por sua vez, vão providenciando as peças e agregados que serão utilizados na preventiva. O responsável pelo MPT analisa os problemas e verifica se é repetitivo ou prematuro. O ganho dessas ações se reverte em um tempo menor de parada e as intervenções são cirúrgicas. “Outro item que colabora muito com a manutenção, é que estamos trabalhando na colheita em turno de dez horas, onde nas quatro horas de intervalo, também efetuamos as preventivas”, comenta o gerente. O conjunto desses trabalhos reverte em maior disponibilidade e maior confiabilidade das colhedoras, consequentemente maior produção e um menor CRM. Anteriormente a implantação do operador mantenedor, possuía dois mecânicos por frente por turno, hoje a usina tem somente um mecânico por frente por turno. Para completar essa estrutura existe o Pit Stop, onde são efetuados pequenos reparos mecânicos e elétricos, calibragem, medição de sulco dos pneus e alinhamento, bem como a coleta de óleo para análise físico e química em laboratório próprio, regulagens dos freios e lubrificação. “O próximo passo será a realização das minirreformas”, finaliza Oudelso.


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MasterCana Brasil 2016 honra os melhores do setor LUIZA BARSSI, DE SÃO PAULO, SP

As personalidades mais influentes do setor sucroenergético foram homenageadas no dia 19 de outubro último, em São Paulo, no consagrado Prêmio MasterCana Brasil. O evento tornou-se ponto de encontro entre representantes das usinas e grupos produtores, lideranças e fornecedores do setor, bem como convidados especiais. “Esta premiação é um sucesso absoluto! Estamos incrivelmente satisfeitos por reunir em uma noite as personalidades mais influentes do setor, congregar no mesmo local, líderes de uma geração pioneira, como: João Petroni, Luiz Biagi, Antônio Toniello — no dia do aniversário dele —, Plínio Nastari, Eduardo Junqueira e, tantos outros. É algo muito especial”, resumiu Rose Messias, coordenadora de eventos da ProCana, empresa que promove o MasterCana. Os ganhadores do troféu MasterCana 2016 foram separados em nove blocos, todos premiados como os mais influentes do setor, entre eles estavam Jucelino Souza, diretorpresidente da Usina Coruripe, Antonio Eduardo Tonielo, presidente do Grupo Viralcool e da Copercana e Cinthia Xavier Martins de Lima, gerente de recursos humanos da Usinas Itamarati. Os prêmios foram entregues por outras personalidades que colaboraram no evento, como Daniel Marrocos, diretor-presidente da CPFL Brasil e o deputado federal, Arnaldo Jardim. Receberam o troféu também as entidades que mais se destacaram em responsabilidade ambiental, responsabilidade socioempresarial e tecnologia agrícola. Fernando Calsoni, responsável por toda a área industrial e gerente da divisão industrial

MasterCana Nordeste encerra as premiações de 2016 A última edição do Prêmio MasterCana (Norte/Nordeste) acontecerá no Recife, no próximo dia 24 de novembro. O evento premiará os destaques do setor sucroenergético de acordo com cada categoria, como: Tecnologia na Produção de Açúcar, Bioeletricidade e Estratégia e Gestão. Contato: rose@procana.com.br

da Bevap Bioenergia, foi um dos reconhecidos como um dos mais influentes do setor sucroenergético, e pelo terceiro ano consecutivo. “O MasterCana é extremamente importante, estou muito feliz de ser homenageado pelo terceiro ano. É gratificante, o prêmio tem que continuar ainda por muitos anos, porque valoriza o profissional do setor, incentiva e reconhece o trabalho. Faz valer a pena”, comemorou Fernando.


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VENCEDORES DO PRÊMIO MASTERCANA BRASIL 2016

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL Usina Açucareira Guaíra, representada por Anderson Faria Malerba, engenheiro ambiental

TECNOLOGIA AGRÍCOLA Usina Açucareira Guaíra, representada por Sofia de Abreu Teixeira Junqueira da Motta Luiz, assessora de diretoria

RESPONSABILIDADE SOCIOEMPRESARIAL Usina São José da Estiva, representada por Roberto Holland Filho, superintendente da Usina São José da Estiva

Arnaldo Jardim,Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento de São Paulo

OS MAIS INFLUENTES DO SETOR

Roberto Rezende Barbosa, conselheiro da Unica e presidente da RRB Holding, Joamir Alves, presidente do Grupo Virgolino de Oliveira, Marcelo Andrade, presidente da Cofco Agri, Jucelino Sousa, diretor-presidente da Usina Coruripe Açúcar e Álcool, Rui Chammas, diretor presidente da Biosev Bioenergia, Mauro Moratelli da TGM, Arnaldo Jardim, deputado federal e Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Muriel Mussin da TGM e Josias Messias, presidente da ProCana Brasil


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OS MAIS INFLUENTES DO SETOR

Artur de Abreu e Lima Melo, diretor industrial da Cofco Agri, Fernando Eduardo Amado Tersi, Diretor de Operações Agroindustriais da Cerradinho Bioenergia, Roberto Holland Filho, superintendente da Usina São José da Estiva, Hugo Cagno Filho, diretor executivo do Grupo Humus e Usina Vertente, Antonio Carlos Christiano, diretor presidente da Usina Santa Fé, Mauro Moratelli da TGM, Arnaldo Jardim, deputado federal, Muriel Mussin da TGM e Josias Messias, presidente da ProCana Brasil

João Nicolau Petroni, presidente da Barralcool, Antonio Eduardo Tonielo, presidente do Grupo Viralcool e da Copercana, Carlos Alberto Lacerda Beltrão, presidente do Grupo JB, Eduardo Junqueira da Motta Luiz, sócio- diretor da Usina Açucareira Guaíra, Daniel Marrocos, diretor-presidente da CPFL Brasil, José Francisco Santos, presidente da JF Citrus e do conselho de administração da CMAA e Josias Messias, presidente da ProCana Brasil

Daniel Marrocos, Diretor presidente da CPFL Brasil, Ricardo Junqueira, presidente do conselho de administração da Usina Diana, Renata Sodré Junqueira, presidente do conselho da Diana, João Henrique de Andrade, diretor industrial e administrativo da Usina Pitangueiras, Rafael de Andrade Neto, diretor agrícola da Usina Pitangueiras e Josias Messias, presidente da ProCana Brasil

Genésio Lemos Couto, vice-presidente pessoas, sustentabilidade e comunicação da Odebrecht Agroindustrial, Luiz Lacerda Biagi, presidente do Instituto Cultural Engenho Central/ Museu Paulista do Açúcar, Cinthia Xavier Martins de Lima, gerente de recursos humanos da Usinas Itamarati, Marcia Cubas, diretora de gestão de pessoas, jurídico trabalhista e sustentabilidade do Grupo São Martinho, Marcos Guimarães de Andrade Landell, diretor do IAC, Daniel Marrocos, diretor-presidente da CPFL Brasil e Josias Messias, presidente da ProCana Brasil

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OS MAIS INFLUENTES DO SETOR

Daniel Marrocos, diretor-presidente da CPFL Brasil, Martinho Seiiti Ono, presidente da SCA Etanol do Brasil, Tarcilo Rodrigues, diretorexecutivo da Bioagência, Plínio M. Nastari, presidente Datagro, Caê Ramos, diretor comercial da cultura da cana da Koppert do Brasil e Josias Messias, presidente da ProCana Brasil

Guilherme Leira Filho, gerente corporativo de projetos do Grupo BP, Antonio Carlos Viesser, gerente industrial Grupo Tonon Bioenergia, Unidade Santa Cândida, Fernando César Calsoni, gerente da divisão industrial da Bevap, Gilmar Galon, coordenador do Gegis, Jaime Finguerut, assessor de tecnologia do CTC, Caê Ramos, diretor comercial da cultura da cana da Koppert do Brasil e Josias Messias, presidente da ProCana Brasil

Acácio Masson Filho, presidente da Assobari, Alexandre Morais Andrade Lima, presidente da Unida e da AFCP - Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco, Arnaldo Bortoletto, presidente da Coplacana, Flávio Castelar, diretor executivo da APLA e Paulo Roberto Gallo, presidente do Ceise, Caê Ramos, diretor comercial da cultura da cana da Koppert do Brasil e Josias Messias, presidente da ProCana Brasil

Renato Augusto Pontes Cunha, presidente do Sindaçúcar-PE, André Luiz Baptista Lins Rocha, presidente do Sifaeg, Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica — União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Josias Messias, presidente da ProCana Brasil, Jorge dos Santos, diretor executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso — Sindalcool, MT, Roberto Hollanda Filho, presidente da Biosul, Paulo Montabone, da Reed Exhibitions Alcantara Machado e Miguel Rubens Tranin, presidente da Alcopar


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FORNECEDORES MAIS INDICADOS

COMERCIALIZAÇÃO & FINANÇAS CPFL Brasil, representada por Daniel Marrocos, diretor-presidente da CPFL Brasil

COMERCIALIZAÇÃO & FINANÇAS SCA Etanol do Brasil, representada por Martinho Seiiti Ono - diretor

AGRÍCOLA/CCT – PRODUTOS E INSUMOS Koppert do Brasil, representado por Caê Ramos, diretor comercial da cultura da cana

ADMINISTRAÇÃO & SERVIÇO Solinftec, representada por Daniel Henrique Branco Padrão, diretor de operações

ADMINISTRAÇÃO & SERVIÇO/LOGÍSTICA Intertek, representada por Hélio Simões, country business line leader cargo & analytical assessment

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FLASHES FLASHES FLASHES FLASHES FLASHES FLASHES

Mauro Moratelli, Muriel Mussim (TGM) e Josias Messias


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TODO CUIDADO AINDA É SEMPRE POUCO! LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

A maioria das indústrias e empresas de grande porte precisa se preocupar com os cuidados dos trabalhos realizados em alturas. As usinas açucareiras não estão livres dessa preocupação, já que a evolução do setor sucroenergético trouxe também novos modais trabalhistas que necessitam desse delicado cuidado. Todas as atividades com riscos para trabalhadores devem ser precedidas de análise, informando sobre estes riscos e sobre as medidas de proteção, sejam para atividades rotineiras e não rotineiras. Algumas medidas de controle devem ser seguidas, visando eliminar ou minimizar os riscos de queda em altura. Segundo Mário Márcio dos Santos, engenheiro de segurança do trabalho, gerente do departamento de SST da Usina Açucareira Guaíra e diretor presidente do GSO — Grupo de Saúde Ocupacional da Agroindústria Sucroenergética, dentro de uma usina existem diversos trabalhos que são realizados em alturas, principalmente no período de entressafra, devido à realização de manutenções em máquinas e equipamentos. Esses trabalhos são realizados

na evaporação, destilaria, caldeira, fábrica, instrumentação, elétrica e recepção de cana. “Todo cuidado é pouco para este tipo de atividade. Requer muita atenção e experiência. É necessário certificar-se de

que todos os trabalhos de altura estão devidamente planejados, supervisionados e realizados por pessoas capacitadas para tal, certificadas, treinadas e habilitadas para fazê-los. Para evitar ou minimizar os riscos

Não há outra saída a não ser se adequar As usinas de cana-de-açúcar têm se adequado às exigências desta norma regulamentadora, já que além de necessárias são obrigatórias. Na Constituição da República Federativa do Brasil (1988), em seu artigo n.º 7º consta que é de direito dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social, a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Outro artigo que destaca o assunto é o artigo 132 do código penal, que diz que expor a vida ou a saúde do homem a perigo direto e iminente pode causar prisão de três meses a um ano. Baseando inicialmente neste artigo por si só já se percebe que a exposição de pessoas em trabalho em altura já pode considerar risco grave e iminente. Mas existem ainda algumas dificuldades, como a falta de comprometimento do empregador na atenção voltada à prevenção de acidentes, tanto na área de investimentos e empreendimentos como na falta de comprometimento e desconhecimento de ações voltadas a prevenção de acidentes nos trabalhos em altura por parte de um profissional qualificado de SST. Além disso existem dificuldades que são frequentemente encontradas e as muitas vezes não são seguidas pelo responsável da empresa, como: a capacitação dos trabalhadores, aquisição e reposição de Equipamentos de Proteção Individual e acessórios e identificação dos pontos de trabalho em altura, conhecimento teórico e prático do responsável técnico nos trabalhos em altura e algumas dificuldades menores que variam de acordo com cada usina. De acordo com os conhecimentos do Mário Márcio dos Santos, diretor presidente do GSO — Grupo de Saúde Ocupacional da Agroindústria Sucroenergética, os dispositivos de ancoragem obrigatórios para a execução de trabalhos em altura são destinados a suportar carga de pessoas para a conexão de dispositivos de segurança, tais como: cordas, cabos de aço, trava-queda e talabartes. Os sistemas de ancoragem são componentes definitivos ou temporários, dimensionados para suportar impactos de

Mário Márcio dos Santos, engenheiro de segurança do trabalho

queda, aos quais o trabalhador possa conectar seu Equipamento de Proteção Individual, diretamente ou através de outro dispositivo, de modo a que permaneça conectado em caso de perda de equilíbrio, desfalecimento ou queda. Os Equipamentos de Proteção Individual, também chamados EPI e os acessórios e sistemas de ancoragem devem ser especificados e selecionados considerando-se a sua eficiência, o conforto, a carga aplicada aos mesmos e o respectivo fator de segurança, em caso de eventual queda. Na aquisição e periodicamente devem ser efetuadas inspeções dos EPI, acessórios e sistemas de ancoragem que se referem à proteção de queda de altura, mas lembrando de não manter os que apresentem defeitos ou deformações. Antes do início dos trabalhos deve ser efetuada inspeção rotineira de todos os EPI, acessórios e sistemas de ancoragem e o resultado dessas inspeções deve ser anotado e supervisionado. (LB)

durante o planejamento de um trabalho em altura, deve-se considerar o que precisa ser feito para depois se basear no risco e identificar as precauções adequadas”, explica Mário. Quem estiver no controle do trabalho deve seguir algumas regras básicas de segurança como: usar o equipamento de segurança para trabalhos em altura a fim de evitar quedas; considerar sempre as medidas que protejam todos os grupos de risco; verificar se o equipamento de superfície e acesso em uso é estável e resistente o suficiente para suportar o peso do trabalhador e de qualquer equipamento que esteja nele; realizar de forma segura desde o planejamento a partir do solo, montagem de estruturas, elevação, meios de subida e descida, transporte e execução; garantir que os envolvidos executem os trabalhos com segurança, considerando os procedimentos de evacuação e salvamento de emergência; certificar-se de que todos os envolvidos estão capacitados para executar os trabalhos e de que o equipamento a ser utilizado esteja em boas condições de uso com a inspeção regularizada, além de escolher o equipamento mais adequado para o tipo de trabalho que está sendo realizado.

NR 35 estabelece requisitos e medidas de proteção para o trabalho em altura Para melhor fiscalizar o andamento das normas voltadas para os trabalhos em usinas, a NR 35 — Trabalho em Altura, estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de dois metros do nível inferior, onde haja risco de queda. A norma destaca alguns pontos importantes, como as responsabilidades do empregador e trabalhadores. A empresa deve promover capacitação a todos os envolvidos com carga horária mínima de oito horas e reciclar a cada dois anos, todo trabalho em altura deve ser planejado, organizado e executado por trabalhador capacitado e autorizado e, além disso, a aptidão para trabalho em altura deve ser consignada no atestado de saúde ocupacional do trabalhador. “Todo trabalho em altura deve ser precedido de Análise de Risco, que deve estabelecer o sistema de ancoragem. As atividades de trabalho em altura não rotineiras devem ser previamente autorizadas mediante Permissão de Trabalho”, explica Mário Márcio dos Santos, engenheiro de segurança do trabalho. Os Equipamentos de Proteção Individual — EPIs, acessórios e sistemas de ancoragem devem ser especificados e selecionados considerando-se a sua eficiência, o conforto, a carga aplicada aos mesmos e o respectivo fator de segurança, em caso de eventual queda. O engenheiro explica que o talabarte e o dispositivo trava-quedas devem estar fixados acima do nível da cintura do trabalhador, ajustados de modo a restringir a altura de queda e assegurar que, em caso de ocorrência, minimize as chances de o trabalhador colidir com estrutura inferior. O empregador deve disponibilizar também, equipe para respostas em caso de emergências para trabalho em altura. (LB)


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Água é pretexto para juntar usina e comunidade em Santa Vitória Usina Santa Vitória realiza o projeto Painel Consultivo Comunitário de Santa Vitória LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

Localizada em Santa Vitória, MG, a Santa Vitória Açúcar e Álcool, subsidiária da Dow Brasil, segue a estratégia de investimento socioambiental da companhia ao priorizar o desenvolvimento local. A empresa apoia-se no conhecimento sobre a comunidade onde atua, em suas necessidades e expectativas, e investe na criação de vínculos com os principais agentes locais, atuando nas esferas pública, privada, social e acadêmica. A SVAA — Santa Vitória Açúcar e Álcool foca em programas de longo prazo, a empresa põe à disposição das comunidades recursos econômicos, humanos e tecnológicos, contribuindo para melhorias significativas nas áreas de educação, saúde, segurança, meio ambiente e empregabilidade. Seguindo esses princípios, a SVAA desenvolve em conjunto com a comunidade do entorno de suas operações, na cidade mineira de Santa Vitória, o Painel Consultivo Comunitário, que tem o objetivo de construir uma relação de colaboração entre a empresa e as comunidades vizinhas. Por meio de um diálogo de mão dupla, nos painéis

Visita às nascentes

Palestra do Projeto Água é Vida

comunitários os representantes da SVAA fornecem informações sobre a empresa e entendem as preocupações da população. Desta forma, este painel desempenha um

papel fundamental na identificação dos desafios regionais e na promoção de iniciativas relacionadas à educação e à sustentabilidade, focos das ações de

responsabilidade social da Dow. Em 2015, quando a região sudeste estava em um momento delicado e enfrentava a falta de água, os membros do painel comunitário se uniram para criar o Projeto Água é Vida, que desenvolve uma série de ações para diagnosticar problemas e traçar soluções para mitigar a falta de água em Santa Vitória e região. Participam deste projeto, funcionários da SVAA e pessoas da comunidade de entorno da usina Santa Vitória Açúcar e Álcool. Assim que o Projeto Água é Vida foi criado, os participantes do painel apostaram em duas ações para conhecer o real estado das margens, a visita à nascente do Ribeirão da Invernada, para detectar possíveis problemas e o mapeamento, com um drone, para identificar os principais fatores que poderiam influenciar a quantidade e a qualidade da água. Após este levantamento, o próximo passo, a ser desenvolvido ao longo de 2016, será investigar pontos, ao longo das margens, que precisam de reflorestamento e plantio de mudas. Em paralelo a este estudo do Ribeirão da Invernada, o Projeto Água é Vida fez um extenso trabalho de conscientização com a população. Especificamente para as crianças da rede pública de ensino, os integrantes do painel organizaram uma palestra no Dia Mundial da Água, da qual participaram mais de mil estudantes de Santa Vitória e cidades vizinhas, como Ipiaçu e Gurinhatã.


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Viveiro de Mudas para reflorestamentos

Cultivo de mudas

Santa Vitória pretende plantar dois milhões de mudas até 2019 A Santa Vitória Açúcar e Álcool — SVAA, subsidiária da Dow Brasil, localizada em Santa Vitória, MG, utiliza o valor da natureza em suas decisões de negócios e investimentos, avaliando sempre a melhor alternativa sustentável. A sustentabilidade está enraizada nas estratégias da Dow. Desde 1995, a empresa publica um conjunto de metas de sustentabilidade de dez anos e, a cada novo ciclo, a abrangência e os desafios relacionados às metas têm aumentado. A usina também segue a estratégia de investimento socioambiental da Dow Brasil ao priorizar o desenvolvimento local. A empresa apoia-se no conhecimento sobre a comunidade onde atua, em suas necessidades e expectativas, e investe na criação de vínculos com os principais agentes locais, atuando nas esferas pública, privada, social e acadêmica. Focada em programas de longo prazo, a empresa põe à disposição das comunidades recursos econômicos, humanos e tecnológicos, contribuindo para melhorias significativas nas áreas de educação, saúde, segurança, meio ambiente e empregabilidade. A Usina Santa Vitória criou o Programa de Reflorestamento Cílios da Terra, para

Programa de Reflorestamento Cílios da Terra

reposição de árvores com mudas de espécies nativas, para preservação das matas ciliares. Este programa já plantou cerca de 1,3 milhão

de mudas de árvores nativas na região de Santa Vitória e o objetivo é plantar 2 milhões de mudas até 2019, somente durante a safra

2015/2016 foram plantadas mais de 230 mil mudas, impactando positivamente a vazão dos principais rios que abastecem a cidade. Como consequência do reflorestamento, dos sete rios monitorados pela usina, que abrangem as áreas de atuação da empresa, três tiveram aumento significativo com até 20% de acréscimo de área. O foco seria a reposição de árvores com mudas de espécies nativas, para preservação das matas ciliares. Por perceber a necessidade de desenvolver um programa mais amplo de reflorestamento no município de Santa Vitória e região, a usina criou, em sua área operacional, um viveiro de mudas nativas da região para fomentar tanto a proliferação de espécies de cana mais saudáveis quanto o reflorestamento local. Esse reflorestamento é feito nos meses de outubro a março, devido ao regime de chuvas. A média mensal de plantio é de 60 a 70 mil mudas. As sementes para plantio são coletadas na própria região, mas também são multiplicadas várias espécies frutíferas com intuito de aumentar a fauna das áreas reflorestadas. Para cada árvore suprimida, a companhia repõe outras 10 árvores. A empresa disponibiliza o tempo e a dedicação de 50 funcionários ao Programa de Reflorestamento Cílios da Terra. (LB)


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PESQUISA & DESENVOLVIMENTO

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UM PATO A JATO! Veículo movido a etanol construído por universitários faz 316 km/litro LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

Um veículo desenvolvido pela equipe Pato a Jato fez 316 km por litro de etanol na Shell Eco-Marathon em 2015. Com isto, provou que é possível aumentar a eficiência energética do combustível verde. Em abril do ano passado, em Detroit, Michigan o veículo da equipe Pato a Jato da UTFPR — Universidade Tecnológica Federal do Paraná, registrou a marca de 316 km/litro de etanol, o que resultou no prêmio na categoria “Combustível Alternativo” na Shell Eco-Marathon das Américas 2015. O protótipo foi apelidado carinhosamente de Popygua, que significa relâmpago em TupiGuarani. Fundada em 2009 a equipe Pato a Jato tem como principal objetivo estudar e construir veículos individuais de eficiência energética projetados por acadêmicos de engenharia. A ideia é percorrer determinada distância com o menor consumo de combustível. O projeto visa proporcionar aos estudantes desafios acadêmicos no sentido de relacionar os conhecimentos teóricos, e práticas de desenvolvimento tecnológico e incentivar a pesquisa de novas tecnologias que possam resultar em melhorias na eficiência energética. Os protótipos são veículos de baixo peso construídos com materiais de alta tecnologia como fibra de carbono, ligas de alumínio e cerâmicas avançadas. A equipe atua na melhoria do protótipo focando suas pesquisas nas áreas de materiais com maior resistência específica, sistemas de direção e

Equipe Pato a Jato: O caminho do etanol nas américas

transmissão, desenvolvimento de motores (injeção, admissão, motores híbridos), aerodinâmica e telemetria. A equipe Pato a Jato representou o Brasil em competições internacionais de eficiência energética na categoria “Etanol”, onde obteve o consumo de 316 km/l batendo

o recorde brasileiro. Com o desenvolvimento de um novo protótipo e com a inserção de novas tecnologias a equipe almeja atingir a marca de 400 km/l em 2016. Com o etanol é possível emitir menos de 90% de gás carbônico na atmosfera se comparado ao combustível fóssil, melhorando

a qualidade do ar, a saúde e a própria natureza ao preservar a camada de ozônio. Mas o brasileiro tende a sempre escolher a opção mais barata, como gasolina e gás, porém, o setor sucroenergético se empenha para que o etanol tenha um valor competitivo em relação à gasolina. Todos os integrantes da equipe são professores e alunos do curso de Engenharia Mecânica da UTFPR e segundo Bruno Bellini Medeiros, um dos integrantes da equipe, os resultados foram animadores e esperam conseguir bater o recorde mais uma vez. “Além de tudo, o projeto tenta incentivar os alunos ao trabalho em equipe e animá-los a participar de competições que focam na suficiência energética e na sustentabilidade”, comenta Bruno. Devido aos resultados na maratona anterior, o grupo foi convidado para participar da última Fenasucro & Agrocana — Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética, em Sertãozinho, SP. O evento contou com a presença do protótipo de veículo desenvolvido na universidade.

Empresa faz pilha alimentada com etanol para aumentar autonomia de elétricos Mesmo não parecendo realístico, a Nissan está desenvolvendo projetos onde será possível encher o tanque com uma mistura de 55% de água e 45% de álcool e encarar mais 600 quilômetros de estrada. A marca acredita já ter uma resposta para aumentar a autonomia de veículos elétricos sem precisar de longos períodos de recarga das baterias, é um sistema movido por uma Célula de Combustível de Óxido Sólido — SOFC, que gera energia elétrica a partir de etanol, água e ar. O funcionamento é complexo, mas pode ser resumido de maneira simples, o álcool e a água entram no sistema apenas para produzir hidrogênio, gás que será responsável por abastecer a pilha de combustível, gerando a eletricidade. O tanque de combustível é conectado a um reformador catalítico. É onde o álcool, puro ou com até 55% de água, é aquecido e tem suas moléculas quebradas, num

processo que resulta em hidrogênio, oxigênio e carbono. Os elementos são enviados para a célula de combustível, que transforma os dois primeiros novamente em água. Nesta etapa, a movimentação das partículas gera eletricidade. A energia é armazenada em uma bateria de 24 kWh, enquanto parte do gás carbônico volta para aquecer o reformador. O resto sai pelo escape, juntamente com a água na forma de vapor. Isto é uma das vantagens propostas pela Nissan, a do ciclo de carbono neutro. Todo o gás liberado está na mesma condição em que é encontrado na atmosfera, e retorna à primeira fase do processo, a renovação da safra da cana-deaçúcar. Ao contrário de outros carros com pilha a combustível, os equipados com o SOFC não utilizam metais preciosos como a platina. Isso permite uma produção mais em conta. Os custos de funcionamento também

são bastante reduzidos. Um veículo a gasolina, por exemplo, gasta cerca de R$ 0,30 por quilômetro, considerando uma média de 8 km/l e um preço de R$ 4 para o litro do combustível. O elétrico tem um gasto de R$ 0,09 por quilômetro, enquanto nesse novo sistema a rodagem custa R$ 0,10. Uma grande vantagem da novidade é dispensar uma infraestrutura especial para a recarga de baterias ou encher o tanque com hidrogênio, um gás de manuseio delicado, basta usar a atual rede de postos de combustíveis. O protótipo apresentado pela Nissan no Rio de Janeiro é baseado no furgão elétrico e-NV200. Com 30 litros de álcool, ou “aquanol”, o veículo é capaz de rodar mais de 600 quilômetros, numa comparação com motores a combustão, é como se pudesse percorrer 20 km/l. É esta relação que a marca japonesa espera explorar para atrair clientes que utilizam veículos comerciais.

Segundo a fabricante, o SOFC também poderá fornecer energia, por exemplo, para um refrigerador, em um eventual transporte de produtos perecíveis. Segundo a Nissan, o Brasil será um dos primeiros países a dispor do sistema, ao menos na fase experimental, por conta da abundância do biocombustível, já que o álcool é proveniente principalmente da cana-de-açúcar e do milho. Com relação ao “aquanol”, será necessário criar uma estrutura para fazer a mistura, já que não bastará apenas abrir a torneira e jogar água no tanque. Os testes em vias públicas acontecerão em parceria com empresas de transporte. No entanto, apesar de o veículo apresentado já ser totalmente funcional, a marca ainda não revelou uma data para o início das provas. A previsão é que a tecnologia e-Bio Fuel Cell esteja disponível no mercado global já em 2020. (LB)


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Nexsteppe confirma expansão para a América Latina Empresa deverá iniciar operações comerciais também na Colômbia e Argentina A Nexsteppe, empresa dedicada ao desenvolvimento pioneiro de matérias-primas sustentáveis para as indústrias de bioenergia, biocombustíveis e bioprodutos, está em fase de expansão do seu negócio para a América Latina. Com sede nos EUA e escritórios no Brasil (em Campinas, SP), China e Alemanha, a empresa atua comercialmente em mais de 20 países. As operações comerciais na América Latina deverão ter início ainda em 2017. “Estamos particularmente empolgados com o mercado argentino já que eles recentemente criaram uma nova política de uso de energia renovável e também de biocombustível”, explica Ricardo Blandy, vice-presidente da Nexsteppe no Brasil e América Latina. Colômbia, Paraguai e Uruguai também são mercados estratégicos para a empresa, que vê grande potencial nestes países. Com apenas três anos de vida, a empresa já atua fortemente no mercado de biocombustíveis e bioenergia com híbridos de sorgo dedicados a diversos fins, incluindo o biogás. A Nexsteppe é a primeira companhia de comercialização de sementes do mundo criada com o exclusivo propósito de

introduzir uma nova geração de soluções escaláveis, confiáveis e de baixo custo em insumos para produção de biocombustíveis, bioeletricidade, biogás e bioprodutos.

Ganhadora do título de Great Green Idea, da revista Fortune em 2014, a empresa tem como clientes no Brasil grupos, como: Cocamar, Cerradinho Bio e Sykué Bioenergia.

Nexsteppe 19 3324 5007 www.nexsteppe.com.br

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Armazém de açúcar em pré-fabricado é a melhor solução, garante a Protendit

Parceria entre Antares e Ringspann traz inovações ao setor A Antares Acoplamentos está trazendo ao Brasil toda a tecnologia dos produtos da alemã Ringspann, uma das mais importantes empresas do mundo em componentes de transmissão de energia. Com a parceria entre as duas empresas, a Antares torna-se distribuidora exclusiva no Brasil da Ringspann GmbH, com 70 anos de tradição e marca líder na Europa no segmento sucroenergético. Os principais itens que passam a ser comercializados pela Antares no Brasil são os contra recuos e rodas-livre, discos de

contração, acoplamentos flangeados, mandris de precisão e limitadores de torque. O mercado brasileiro é beneficiado com a aliança, uma vez que tem acesso facilitado a uma ampla gama de produtos de altíssima tecnologia com o excelente atendimento local da Antares. Além de sua sede na Alemanha, a Ringspann possui plantas industriais e representações nas principais regiões do mundo. Antares 54 3218 6800 www.antaresacoplamentos.com.br

Qualidade, custo e agilidade precisam estar de mãos dadas para que se forme a ideia da melhor opção em um investimento a ser executado. Aliada a isso, as vantagens que esta opção pode oferecer tende a criar um custo-benefício interessante. Tratando de armazém de açúcar, essa questão é primordial, entrando a construção pré-fabricada. Com um rígido controle de qualidade exigido pelas normas da ABNT — Associação Brasileira de Normas Técnicas, a construção pré-fabricada tem suas vantagens, como a versatilidade, para atender e até otimizar o projeto, utilizando além das estruturas peças de fechamentos (paredes) e coberturas, podendo receber pontes rolantes e ficar preparada para uma possível ampliação do armazém sem que haja geração de entulho, por exemplo, com quebra de paredes. A segurança proporcionada pelo material pré-fabricado é significativa, por ser resistente a ações de clima, agressividade ou corrosão e ao fogo. Essa questão está relacionada ao custo menor quando se fala em seguro, pois se consegue melhores valores com uma estrutura que gera menor risco. A agilidade na fabricação e na montagem, com equipe capacitada para

atender o cronograma estabelecido, gera uma economia em mão de obra e também em material. Finalmente, fatores como adequações no projeto podem auxiliar na redução de custo com fundações e piso. Estes são alguns pontos onde se vê claramente os benefícios de se construir um armazém de açúcar em material préfabricado em relação a outros métodos construtivos, indicando assim a viabilidade e a satisfação no investimento. Protendit 11 2997 2133 www.protendit.com.br


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Voestalpine Bohler aborda métodos de revestimento de bagaceiras Sabe-se que a bagaceira tem como função conduzir o bagaço do rolo de entrada para o rolo de saída. Suas medidas são resultantes do traçado de cada terno, objetivando o melhor desempenho do terno. Existem dois métodos de revestimento preventivo desta peça. O primeiro, o processo 100% eletrodo revestido, é a técnica mais tradicional. Neste procedimento é aplicado uma liga de almofada na superfície dos dentes utilizando o eletrodo UTP 630 Ø 3,25mm e posteriormente o revestimento duro com o eletrodo UTP Ledurit 65 Ø3,25mm sobre a almofada aplicada previamente e mais uma camada do mesmo UTP Ledurit 65 Ø3,25mm, desta vez cobrindo a superfície dos dentes e

do corpo da bagaceira. O segundo método utilizado é o processo misto eletrodo revestido — Oxi acetilênico — metalização, onde é aplicada nas áreas dos dentes uma liga a base de carboneto de tungstênio proporcionando uma durabilidade bem acima das ligas depositadas por eletrodo revestido. O revestimento do corpo da bagaceira é feito com o processo eletrodo revestido onde recomendamos o UTP Ledurit 65 Ø3,25mm. Na sequência se faz a aplicação com UTP A 7550 sobre os dentes da bagaceira. O conceito de aplicação de revestimentos com liga de carboneto de tungstênio consiste em uma aplicação feita pelo processo

oxiacetilênico. Sua eficiência é bastante diferenciada, pois a liga UTP A 7550 aplicada é composta de um depósito de solda formado por uma matriz de NiCrBSi (Níquel – Cromo – Boro – Silício) com adição de partículas de carboneto de tungstênio o que torna este depósito de solda resistente à severa abrasão. O UTP A 7550 se apresenta em forma de arame flexível de Níquel revestido com uma massa também flexível a base de NiCrBSi. Esta matriz se funde a uma temperatura aproximada de 1050ºC. Por fim, é aplicado pelo processo de metalização um acabamento superficial sobre o depósito de carboneto de tungstênio UTP A 7550 e também nos flancos dos dentes. A

metalização é um processo de revestimento que deposita um consumível em forma de pó metálico através do maçarico UTP Speed Jet 100, onde o pó é arrastado pela mistura dos gases oxigênio a acetileno através do bico e projetado sobre a superfície da peça previamente aquecida se fundindo na mesma. A liga UTP HA 7 é um pó que proporciona dureza de ~ 64HRC resistente a abrasão. Esta liga se aplica nos flancos dos dentes e como acabamento sobre o depósito de UTP A 7550. Voestalpine Bohler 11 5694 8377 www.voestalpine.com


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Expectativa de aumento na demanda incentiva Equilíbrio a retomar investimentos A expectativa de retomada do setor sucroenergético nos próximos meses estimulou a Equilíbrio, de Sertãozinho, SP, a realizar investimentos na expansão de sua capacidade de fabricação. As ações do plano de investimentos incluíram a aquisição de uma nova tecnologia inglesa para fabricação de telas que amplia em até cinco vezes a capacidade de produção da Equilíbrio. O equipamento de última geração, além de ser bem mais robusto do que os anteriores, acelera significativamente o tempo de fabricação. “Mediante os recentes investimentos, já é possível ter um domínio maior no tempo de fabricação dos equipamentos da marca e o controle da qualidade do processo como um todo”, diz Luiz Carlos Júnior, diretor comercial da Equilíbrio, se referindo ao processo de produção 100% verticalizado. Outro investimento que contribuiu para

Luiz Carlos Júnior: nova tecnologia inglesa para desenvolvimento de telas ampliou em cinco vezes a capacidade de produção

otimizar a verticalização do processo produtivo foi a aquisição de uma laminadora altamente tecnológica responsável pela

conformação dos arames, matéria-prima para a fabricação das telas, componente fundamental na linha de peneiras rotativas.

“Hoje, essas aquisições nos possibilitam oferecer, por exemplo, para o mesmo equipamento, conceitos de telas diferentes, que influenciam diretamente na eficiência de filtração e também no aumento da vida útil das telas”, explicou Luiz. Além de estar pronta para atender a demanda que começou a dar sinais de recuperação, a expectativa da Equilíbrio é se destacar no mercado com alguns diferenciais. “Nosso prazo de entrega já foi reduzido em até três vezes e a flexibilidade nas negociações tem alavancado novos negócios, já que possuímos domínio do começo ao fim do processo de produção sem depender de terceiros”, argumentou o diretor. Equilíbrio 16 3946 2433 www.equilibrio.ind.br


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