Pelo menos continuava me tratando como se ainda seguisse em pé, lista para me defender, em lugar de estar apanhada em uma cama, comendo sopa de frango.
~93~ Ilona Andrews
A magia queima
Falando de sopa... Deixei a terrina a um lado e fiquei olhando a bandeja com ânsia. Queria mais. A medimagia provocava que o corpo consumisse nutrientes a grande velocidade, e morria de fome. Curran me alcançou outra terrina da bandeja. Aceitei-o. Seus dedos roçaram meus e demorou um instante em apartá-los. Olhei aos olhos e vi diminutas faíscas douradas dançando no fundo cinza. Separou os lábios, mostrando uma estreita fileira de dentes. Agarrei a terrina com ambas as mãos e me afastei dele tanto como pude. A sombra de um sorriso lhe curvou a comissura dos lábios. Encontrava-me divertida. Aquela não era precisamente a reação que esperava em tanto representante da Ordem. —por que me salvou? encolheu-se de ombros. —Agarrei o telefone e uma cria gritou histéricamente que estava morrendo e que estava sozinha e que os não-mortos se aproximavam. Pensei que seria uma forma interessante de acabar a tarde. Panaquices. Foi pela Julie. Os cambiaformas sofriam uma muito alto mortalidade infantil. A metade de seus filhos nasciam mortos, e uma quarta parte dos que sobreviviam, convertiam-se em lupos durante a puberdade. Como todos os cambiaformas, para Curran os meninos eram um bem muito prezado, e além disso odiava aos vampiros. Provavelmente pensasse que podia matar dois pássaros de um tiro: salvar a Julie e meter a dobrada à Nação. Franzi o cenho.