O jogo perfeito livro 1 j sterling

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Dois copos de água apareceram na minha frente, e me virei para agradecer à Sara com um sorriso. Ela não retribuiu o gesto. Finalmente, Jack reapareceu e se sentou. — Primeiro as coisas mais importantes. — Jack tirou um saquinho de papel do bolso da jaqueta. Quando ele despejou todo o conteúdo do saquinho, escutei o som de metal retinindo contra o tampo de fibra de vidro da mesa. Moedas de vinte e cinco centavos se espalharam em todas as direções. Algumas rolaram para fora da mesa, caindo no chão e no meu colo. O restante cobriu parte do tampo. — Que diabos está acontecendo? — perguntei. — Cinquenta centavos por toque, certo? Isso deve me bastar por algum tempo. — Jack sorriu, malicioso, sem dúvida orgulhoso de si mesmo. Cruzou os braços atrás da cabeça e se inclinou sobre eles. Dei as boas-vindas ao calor que tomou conta de mim. — Espertinho — admiti, relutante, empilhando as moedas na extremidade da mesa. Um ponto para Jack Carter. Droga! Ele não respondeu. Simplesmente, ficou sentado ali, sorrindo e olhando fixo para mim com seus olhos castanho-escuros. — Pare de me olhar desse jeito — pedi, constrangida. — De que jeito? — Como um pedaço de carne desejado por alguém faminto. Ele gargalhou e se ajeitou relaxado na cadeira. Percorreu com o olhar o restaurante e, em seguida, voltou a me fitar, enquanto bebia aos poucos sua água. — Você é diferente. Apoiei os cotovelos na mesa e me inclinei na direção de Jack. — Como assim? — Para começar, você é petulante. Nunca sei o que vai falar ou fazer. — Jack pegou uma moeda e bateu de leve nela, fazendo-a girar. — Isso é triste, Jack. — Fiquei aborrecida com o fato de que minha petulância fosse tão desafiadora ao mundo dele. — E eu não a impressionei. Ah, meu Deus... Ele ficou mesmo chateado. — Ah, sei como isso deve ser difícil para você. Quero dizer, você é um cara que impressiona... — Eu sei. Todas as outras garotas estão sempre querendo ficar perto de mim. Você é a primeira que tenta ficar longe. Sorri, sentindo os músculos relaxarem pela primeira vez na noite. — O que posso dizer? Acho que não sou como todas as outras garotas. — Então me diga, Cass, qual é sua história? — O que você quer saber? — Tomei um gole de água, baixando os olhos para ocultar a verdade que eu talvez estivesse disposta a revelar para ele. — Por que não a vi antes deste ano? — Nos últimos dois anos, frequentei uma faculdade comunitária. Acabei de me transferir. — Tenho sorte. — Ele tomou outro gole de água. — De onde você é? — De um lugar a cerca de duas horas daqui. No noroeste. Vivi na mesma casa toda a minha vida. E você? — Cresci num lugar a dez minutos daqui.


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