que tem a Palavra de Deus de atingir todas as pessoas humanas no contexto cultural onde vivem: « Esta convicção deriva da própria Bíblia, que, desde o livro do Génesis, assume uma orientação universal (cf. Gn 1, 27-28), mantém-na depois na bênção prometida a todos os povos graças a Abraão e à sua descendência (cf. Gn 12, 3; 18, 18) e confirma-a definitivamente quando estende a “todas as nações” a evangelização ».367 Por isso, a inculturação não deve ser confundida com processos de adaptação superficial, nem mesmo com a amálgama sincretista que dilui a originalidade do Evangelho para o tornar mais facilmente aceitável.368 O autêntico paradigma da inculturação é a própria encarnação do Verbo: « A “aculturação” ou “inculturação” será realmente um reflexo da encarnação do Verbo, quando uma cultura, transformada e regenerada pelo Evangelho produzir na sua própria tradição expressões originais de vida, de celebração, de pensamento cristão »,369 levedando como o fermento dentro da cultura local, valorizando as semina Verbi e tudo o que de positivo haja nela, abrindo-a aos valores evangélicos.370 PONT. COMISSÃO BÍBLICA, A Interpretação da Bíblia na Igreja (15 de Abril de 1993), IV, B: Ench. Vat. 13, nn. 3112. 368 Cf. CONC. ECUM. VAT. II, Decr. sobre a actividade missionária da Igreja Ad gentes, 22; PONT. COMISSÃO BÍBLICA, A Interpretação da Bíblia na Igreja (15 de Abril de 1993), IV, B: Ench. Vat. 13, nn. 3111-3117. 369 JOÃO PAULO II, Discurso aos Bispos do Quénia (7 de Maio de 1980), 6: AAS 72 (1980), 497. 370 Cf. Instrumentum laboris, 56. 367
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