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Lei

c t u ra na e d u

ão ç a

e na comuni d a d e l i t n a f in

1 Apresentação e orientação

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Fundação Volkswagen Via Anchieta, km 23,5 – CPI 1394 – Bairro Demarchi 09823-901 – São Bernardo do Campo – SP http://www.vw.com.br/fundacaovw Presidente do Conselho de Curadores Josef-Fidelis Senn Diretor Superintendente Eduardo de A. Barros Diretora de Administração e Relações Institucionais Conceição Mirandola e-mail: fundacao@volkswagen.com.br CENPEC – Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária R. Dante Carraro, 68 – Pinheiros 05422-060 – São Paulo – SP http://www.cenpec.org.br Presidente Maria Alice Setubal Superintendente Maria do Carmo Brant de Carvalho Coordenadora Técnica Maria Amábile Mansutti Coordenadora de Documentação e Informação Maria Angela Rudge Coordenador Administrativo Walter Kufel Junior Gerente de Projetos Locais Claudia Petri Líder do Projeto Maria Alice Mendes de Oliveira Armelin

Agradecemos a todos que autorizaram a publicação de suas imagens nas fotos que ilustram este módulo.

Organização Zoraide Inês Faustinoni da Silva Autoria do material Lúcia do Amaral Mesquita de Magalhães Regina Andrade Clara Revisão Luiza Faustinoni e Sandra Miguel Projeto gráfico Rabiscos & Grafismos Editoração eletrônica Alba Amaral Gurgel Cerdeira Rodrigues Fotografia Dudu Cavalcanti Rodrigo Shimizu Walter Craveiro

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Sumário POR QUE INCENTIVAR A LEITURA

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O PROJETO ENTRE NA RODA

7

Objetivos gerais

8

Objetivos específicos

8

Estrutura do Projeto

9

Oficinas de formação Acompanhamento

10

Material de apoio

10

Para entrar na roda...

11

Seleção e organização do acervo

13

Atividades do Projeto

15

Rodas de leitura

15

Evento inicial

17

Eventos periódicos

18

Empréstimos

18

Sessões de leitura livre

19

Encontros com autores de livros

19

Oficinas de leitura

19

O orientador das rodas de leitura

20

Registros

20 22

REFERÊNCIAS E SUGESTÕES DE LEITURA

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Por que incentivar a leitura

A

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RIBEIRO, V.M. (Org.). Letramento no Brasil: reflexões a partir do INAF 2001. São Paulo: Ação Educativa, Global, Instituto Paulo Montenegro, 2003.

leitura possibilita a aquisi-

produção de livros venha aumentan-

ção da maior parte dos

do, apenas um em cada cinco bra-

conhecimentos acumulados ao longo

sileiros tem o hábito de ler – o que

da história. Mas o brasileiro lê pouco.

também é dificultado pelo custo do

O acesso à escrita no País é distribuído

livro, frequentemente elevado para

de forma tão desigual quanto a rique-

grandes parcelas da população.

za. Em 1991, metade da população era

Em 2001, finalizou-se um estudo na

considerada praticamente analfabeta.

cidade de São Paulo com o objetivo de

Muitos dos que sabiam assinar o nome

definir, com base em dados concretos,

não eram capazes de ler e compreender

o que é analfabetismo funcional num

uma mensagem escrita. Uma pesquisa

contexto urbano da América Latina

publicada no jornal Folha de S.Paulo

(RIBEIRO, 2003) . O estudo, feito com

em 1996, sobre o hábito de leitura

uma amostra representativa da popula-

dos brasileiros de 11 capitais, revelou

ção paulistana de 15 a 54 anos, mos-

que mais da metade dos entrevistados

trou que 7,4% podem ser considerados

(57%) não tinha lido nenhum livro por

analfabetos absolutos; 25,5% são anal-

lazer ou cultura nos últimos 12 meses.

fabetos funcionais, pois fazem pouco

Cerca de 85% não tinham lido sequer

uso da leitura e da escrita na vida diária

para a escola e 82% não o fizeram nem

e demonstraram ter uma compreensão

por motivos de trabalho.

mínima de um texto escrito; 33,5%

1

Mesmo com a população concen-

apresentaram apenas uma compreen-

trada em zonas urbanas, e embora a

são básica da leitura; e somente 33,5%

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atingiram níveis mais elevados dessa

ser uma tarefa de responsabilidade

habilidade e faziam uso mais intenso e

da sociedade como um todo. E mais:

diversificado da linguagem escrita – por

para que isso aconteça de fato, Vera

exemplo, lendo jornais periodicamente

Masagão Ribeiro, autora do referido

ou utilizando meios escritos para obter

estudo, aponta a necessidade de que

novos conhecimentos ou planejar ativi-

os programas educativos atuem no de-

dades complexas.

senvolvimento tanto de habilidades de

Ora, esse quadro revela-se ainda mais preocupante quando sabemos

leitura quanto de atitudes favoráveis à sua prática.

que, por permitir o acesso à maior par-

Compartilhando dessa visão, propo-

te dos conhecimentos acumulados, a

mos um projeto de incentivo à leitura,

leitura amplia nossa visão de mundo,

não só para alunos, mas também para

pois, por meio dela, podemos desenvol-

a comunidade, de modo a criar, dentro

ver a compreensão, a comunicação e o

e fora da escola, um ambiente favorável

senso crítico. Colocando-nos em conta-

ao desenvolvimento dessa prática.

to com um mundo simbólico e abstrato,

Por fim, incentivar a leitura é tam-

a palavra escrita torna possível a vivên-

bém dar subsídios para que ela seja fei-

cia de realidades diversas e permite a

ta de forma cada vez mais eficaz e faça

descoberta de pessoas e ideias. Enfim,

sentido na vida de cada leitor. Não basta

abre portas para vivermos plenamente

indicar um bom livro ou propagandear a

nossa cidadania, transformando-nos e

leitura do jornal. É preciso dar a conhe-

possibilitando-nos modificar a realida-

cer as características de cada gênero

de que nos cerca.

discursivo, assim como as estratégias

Em vista de sua importância, como

para localizar informações, construindo

veículo de aquisição de novos conhe-

um repertório que enriqueça cada leitu-

cimentos e de aprimoramento cultu-

ra. Acreditamos que esse incentivo pode

ral, garantir acesso à leitura passa a

nos ajudar a ter mais e melhores leitores.

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O Projeto Entre na Roda

o

Projeto Entre na Roda: lei-

à comunidade e aos alunos. Mediar o

tura na educação infantil

contato dos estudantes com diferentes

e na comunidade, resultado de uma

gêneros discursivos, favorecendo o gos-

parceria entre a Fundação Volkswagen

to pela leitura, certamente irá colaborar

e o Cenpec — Centro de Estudos e

para ampliar a compreensão de mundo

Pesquisas em Educação, Cultura e

e para um bom desempenho ao longo

Ação Comunitária —, é uma proposta

da trajetória escolar.

de incentivo e orientação à leitura. Parte

Nesse sentido, o principal objeti-

do princípio de que a leitura é um direito

vo do Projeto é apoiar secretarias de

e que difundir o hábito de ler é benéfico

Educação e de Cultura e organizações da sociedade civil na formação de educadores, bibliotecários, agentes sociais e voluntários da comunidade como orientadores de leitura. Para tanto, organiza-se como um programa de formação que inclui o fornecimento de material de apoio e o acompanhamento das ações nas escolas e em outros espaços da comunidade. Iniciado em 2003 com escolas públicas

de

ensino

fundamental,

ampliou-se, a partir de 2004, para a educação infantil.

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Objetivos gerais ● Fomentar uma cultura de valorização da leitura na

Objetivos específicos ● Formar professores, bibliotecários,

escola e em outros espaços da

voluntários e agentes sociais, de

comunidade.

modo que:

● Difundir entre educadores, agentes

● possam se apropriar da metodologia

sociais, gestores educacionais,

das oficinas do Projeto Entre na Roda

membros da comunidade e

e passem a desenvolvê-la com os

voluntários as propostas do

participantes das rodas de leitura;

● tenham uma atuação voltada para a

Projeto, tendo em vista a criação e manutenção de um ambiente

crescente familiarização de crianças,

propício à irradiação da leitura.

jovens e adultos com os mais variados

● Formar orientadores de leitura

gêneros textuais que circulam na

para que estimulem em crianças,

sociedade e para o desenvolvimento do

jovens e adultos o gosto pela

gosto pela leitura.

leitura e sua competência como

● Formar gestores, para que:

leitores, por meio de atividades diversificadas.

● desenvolvam e usufruam as atividades dos grupos de leitura;

● Fortalecer cada vez mais a

● compreendam as propostas que os

parceria entre a comunidade e

orientadores irão desenvolver e possam

as escolas, bibliotecas e outros

acompanhá-los e apoiá-los em seu

espaços, buscando o ensino e a

trabalho;

● ajudem a organizar rodas de leitura

valorização da leitura.

● Valorizar as culturas locais.

e demais atividades do Projeto, realizando as intervenções necessárias à implementação da proposta.

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Estrutura do Projeto

As atividades são propostas com a intenção de que os participantes pos-

Oficinas de formação

sam, com a experiência nas oficinas,

O Projeto oferece oficinas com o ob-

passar a coordenar atividades seme-

jetivo de proporcionar, ao mesmo tempo,

lhantes na escola e na comunidade.

vivências significativas em leitura e sub-

Vivendo rodas de leitura com diferen-

sídios para o trabalho de orientador de

tes encaminhamentos, por exemplo, o

rodas de leitura. Dirigidos tanto a edu-

participante vai se apropriando de es-

cadores quanto a membros da comuni-

tratégias de trabalho e construindo seu

dade, esses encontros constituem o eixo

jeito de atuar.

fundamental do trabalho.

● São sete oficinas, com os

Nesses momentos, são desenvolvi-

seguintes temas:

das atividades como leitura comparti-

Oficina 1 – Apresentação do Projeto

lhada, apreciação de textos, relato de

Oficina 2 – A criança pequena diante do

experiências de sala de aula, conversa

livro

sobre a organização do trabalho de lei-

Oficina 3 – Livros e histórias

tura, resgate das experiências de leitu-

Oficina 4 – Poesia

ra dos participantes.

Oficina 5 – Gibis e tirinhas Oficina 6 – Ler para se informar Oficina 7 – Compartilhando experiências

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Acompanhamento

Material de apoio Textos

Para apoiar o trabalho dos educadores, realimentar as oficinas e avaliar

A cada oficina há um texto de fun-

a implementação do Projeto, é realiza-

damentação relacionado ao tema em

do um acompanhamento por meio de

foco, com o propósito de rever e am-

visitas às escolas e demais espaços

pliar ideias, organizar propostas de

onde ocorrem as atividades desenca-

trabalho e servir como referência para

deadas pelo Projeto.

planejar situações de leitura na escola

Ao mesmo tempo, é feita uma co-

e na comunidade.

leta de dados por meio de entrevistas,

Baú de livros

questionários e outros instrumentos

A Fundação Volkswagen disponi-

que buscam mapear o trabalho com a

biliza um acervo para cada unidade

leitura e acompanhar sua evolução.

educacional participante, com títulos criteriosamente

selecionados,

que

abarcam contos tradicionais e modernos, poemas, além de textos informativos relacionados a diferentes áreas de

conhecimento,

como

Ciências

Naturais e Sociais e Arte.

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Para entrar na roda...

vivência, ou mesmo, pela ação individual de um orientador que vai realizar

Por onde começar?

rodas de leitura nos mais diferentes lu-

Ao se planejar um trabalho com lei-

gares: hospitais, asilos, orfanatos, con-

tura, vale a pena lançar um primeiro

domínios, garagens, praças, pontos

olhar, detalhado e cuidadoso, sobre o

de ônibus etc. Cada situação oferece

que já se tem, em relação tanto ao es-

possibilidades e impõe limites, embora

paço e aos recursos, quanto às ações.

em nenhuma haja impedimento para a

Cada orientador de rodas de leitura

difusão da leitura.

precisa avaliar o contexto e as possibi-

Se o Projeto vai ser desenvolvido

lidades de que dispõe. Há muita dife-

numa instituição (creche, EMEI,

rença entre o Projeto ser desenvolvido

ONG, centro recreativo, orfanato,

por uma secretaria no âmbito de um

hospital etc.), é importante que o

município, por uma unidade de educa-

orientador de leitura observe:

ção infantil ou de ensino fundamental,

● Há biblioteca ou sala de leitura na

por uma ONG, por um centro de con-

instituição?

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● Existe acervo de literatura

Se o orientador de leitura estiver

infantil? Com quantos títulos

em uma unidade de educação

aproximadamente?

infantil (creche, EMEI), além das

● Os livros existentes encontram-

questões acima, deve observar

-se em locais de fácil acesso aos

também:

interessados? Os horários de

● Nas salas de aula, há um espaço organizado com livros, jornais,

atendimento são flexíveis?

● O material de leitura está

revistas, gibis e outros portadores

organizado segundo algum critério? Qual? Essa organização

de texto para uso das crianças?

● Existem momentos planejados

facilita a busca de um título?

para visitas à biblioteca ou sala de

● Nas proximidades da instituição

leitura? Os livros estão ao alcance

há bibliotecas públicas ou de

das crianças? Existe um sistema

associações?

organizado para empréstimo de

● Há integração entre a instituição e

livros? As crianças fazem uso

a biblioteca? Como é feita?

● A instituição recebe jornais?

desse recurso?

● Há momentos planejados de rodas

Quais? (De grande circulação? De bairro ou associações?)

● A comunidade possui grupos de tea-

de leitura? Qual a periodicidade?

● A leitura de histórias está prevista

tro (amadores ou não), de contadores

na rotina semanal? Com que frequência?

de histórias ou agremiações culturais?

●Membros da comunidade educacional (pais, outros familiares, ex-alunos) têm acesso à biblioteca ou sala de leitura para empréstimo de livros ou sessões de leitura?

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espaços da comunidade, com

Seleção e organização do acervo

público diverso, é importante saber:

Um bom acervo é muito importan-

Se o Projeto vai ser desenvolvido por um orientador em diferentes

● Que público vai participar das rodas?

● Como atrair as pessoas? ● Quais possibilidades esse lugar oferece?

● Quais são os limites? ● Onde obter apoio? Quem pode apoiar?

● Quais livros ler?

te para a organização de um trabalho de qualidade. No entanto, nem todos os que se propõem a fazer um trabalho com leitura dispõem inicialmente de um bom acervo. Nas unidades educacionais, esses acervos costumam ser compostos por meio de compras oficiais ou com verbas arrecadadas pelas próprias unidades (com festas, ações entre amigos, venda de sucata etc.), ou, ainda, por meio de doações. Quanto maior o interesse e participação das pessoas envolvidas, maior a possibilidade de obter um bom acervo. Mesmo que os alunos sejam crianças, é desejável um acervo mais abrangente, com materiais de leitura que atendam também aos educadores, funcionários e à comunidade do entorno. Em primeiro lugar, a qualidade dos textos selecionados deve ser uma preocupação constante. Sabemos que a avaliação dessa qualidade vai se tornando possível à medida que uma pessoa vai acumulando

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boas e variadas experiências de leitura. Na dúvida, é sempre possível recorrer a autores reconhecidos ou a referências dadas por pessoas experientes na área. Em segundo lugar, é importante abranger gêneros discursivos variados. Assim, é recomendável selecionar os títulos entre contos clássicos ou tradicionais, contos modernos, fábulas, poemas, histórias em quadrinhos, textos informativos, lendas. É interessante, também, reunir alguns periódicos. Isso propicia, além da leitura de notícias e reportagens, o contato com portadores diferentes do livro: os jornais e as revistas. É bom lembrar que esse tipo de material precisa ser sempre renovado, pois seus textos têm um compromisso com certo momento. Outro critério interessante é reunir várias obras de um mesmo autor no acervo. Esse cuidado possibilita ao professor propor aos alunos a leitura de vários livros de determinado autor, jeito interessante de aprofundar a leitura e acrescentar novos critérios para a apreciação de textos, como conhecer sua biografia, sua obra, seu estilo de escrever.

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Atividades do Projeto As atividades do Projeto vão se desenvolver em duas direções: com as crianças, integrando o trabalho pedagógico realizado pela instituição, e com a comunidade – partindo da instituição para a comunidade ou desta para a instituição. Nos textos de apoio seguintes, damos orientações sobre o trabalho específico com crianças pequenas. Para o trabalho com jovens e adultos, há outras orientações no material de apoio Entre na Roda: leitura na escola e na comunidade, elaborado para o ensino fundamental.

Rodas de leitura O Projeto tem como atividade central as rodas de leitura, momentos em que as pessoas se reúnem para ler e comentar as leituras feitas, sob a coordenação de um orientador. Os leitores se reúnem em determinados espaços e horários e, mediados por um orientador de leituras, desenvolvem atividades de escuta e leitura de narrativas, poemas, notícias, textos teatrais e outros, seguidas de observações e comentários dos

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participantes acerca do material lido,

dentro da própria instituição, em espaços

do autor, das relações deste com outras

e horários livres, ou fora dela, em outros

obras e com a realidade etc.

locais disponíveis.

As rodas desenvolvidas com as crian-

Além das rodas, muitas outras ativi-

ças em instituições educacionais podem

dades de aproximação ao livro e de in-

ter como orientador tanto o próprio edu-

centivo à leitura podem ser desenvolvi-

cador que acompanha o grupo no dia a

das. Apresentamos algumas sugestões

dia, como outros funcionários da institui-

e temos certeza de que muitas outras

ção e membros da comunidade. Com a

propostas vão ser feitas pelos partici-

comunidade, as rodas poderão ser co-

pantes.

ordenadas por voluntários e ocorrer ou

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Evento inicial

de história, entre outras atividades. O

É interessante promover um evento

evento precisa ser preparado pela es-

de divulgação com o objetivo de cha-

cola com a ajuda de pessoas da co-

mar a atenção da comunidade para a

munidade (que nesse momento inicial

importância da leitura. É imprescindí-

podem ser os integrantes do Conselho

vel reservar um momento para explici-

de Escola e da Associação de Pais e

tar o que é o Projeto, como vai funcio-

Mestres) e divulgado por meio de car-

nar e apresentar uma amostra do que

tazes, faixas, convites confeccionados

se pretende desenvolver ao longo de

por alunos e professores. Havendo

sua realização: rodas de leitura, visitas

jornal e rádio locais, será interessante

à sala de leitura ou biblioteca da es-

também utilizá--los como meios de di-

cola, cantos de leitura em que estarão

vulgação, não só desse evento inicial,

disponibilizados livros, jornais, revis-

como também de todas as atividades

tas etc., feira de livros, performances

oferecidas ao público.

teatrais, apresentação de contadores

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Eventos periódicos

Empréstimos

O desenvolvimento do Projeto pode ser

Empréstimos de livros, gibis, revistas

incrementado, atraindo novos participantes

e outros. É interessante que os livros e

e apresentando outros protagonistas em

outros suportes do acervo escolar cir-

momentos de leitura, por meio da organi-

culem entre os leitores da instituição e

zação, de tempos em tempos, de eventos

da comunidade que os tomam como

como entrevistas com escritores, apresen-

empréstimo. Por um prazo fixado pelo

tações de contadores de história, peças de

grupo, o leitor pode ler e reler uma obra

teatro, saraus literários, exposições de livros

de sua escolha, onde, quando e como

— com foco em determinado autor, gênero

quiser. O fato de poder levar a obra para

ou assunto — e feiras de livros.

casa geralmente resulta na divulgação

Para que essas atividades ganhem

do livro entre familiares e amigos. Às ve-

força e sejam prestigiadas pelas famí-

zes, para muitos leitores, torna-se difícil

lias e pela comunidade, é importante

ir à biblioteca escolar para emprestar li-

que sua organização e divulgação se-

vros. Nesse caso, podem ser montados

jam bem planejadas e compartilhadas

pequenos acervos (20 a 30 livros), perio-

por professores, crianças, pais e outros

dicamente renovados, que, acondiciona-

representantes da comunidade. A ideia

dos em sacolas ou maletas, chegam até

é convidar mais gente? Vale a pena fa-

esses leitores, levados pelas mãos de um

zer alguns cartazes para afixar na pa-

responsável. É bom lembrar que, quan-

daria ou na farmácia, ou preparar fili-

do se pensa em empréstimo, deve-se

petas que podem ser distribuídas pelos

prever um número maior de títulos e de

próprios alunos.

exemplares para o acervo da biblioteca

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ou sala de leitura, pois, assim, outras ati-

explorar várias obras de um mesmo au-

vidades, como a leitura livre, não ficam

tor; selecionar uma obra pelo assunto;

prejudicadas pelo fato de muitos livros

percorrer toda uma coleção ou passear

estarem em circulação entre os leitores.

entre livros de um mesmo gênero.

Sessões de leitura livre

Encontros com autores de livros

O acesso direto ao acervo pode

Durante as rodas, pode-se combi-

também ser garantido por meio de ses-

nar com os participantes quais autores

sões de leitura livre, em dias e horários

convidar. Os autores podem compa-

previamente agendados e, se possível,

recer para um bate-papo informal ou

regulares (sempre no mesmo dia da

para uma entrevista. No caso da en-

semana, por exemplo). Uma ampla

trevista, é importante combinar com os

divulgação por meio de cartazes ou fili-

participantes, previamente, as pergun-

petas fará com que essa oportunidade

tas que gostariam de fazer.

seja ainda mais bem aproveitada.

Oficinas de leitura

Nas situações de leitura livre, é in-

Encontros que envolvem os profes-

teressante que haja um responsável

sores e seus alunos ou a comunidade,

que conheça o acervo e possa, even-

sob a coordenação de um convidado e

tualmente, dar sugestões ou ajudar na

com inscrição prévia.

localização de determinada obra. Por não ser dirigido, esse momento possibilita a cada um percorrer o seu caminho: a escolha se baseia em critérios ou preferências individuais, pautados em vivências anteriores. Pode-se procurar por um título conhecido; buscar um livro que tenha bonitas ilustrações;

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O orientador das rodas de leitura

Registros Como forma de socializar informações

A primeira qualidade de um orien-

sobre as atividades do Projeto, é neces-

tador de rodas de leitura é ser um bom

sário que se façam registros, por meio de

leitor. É fundamental que ele goste

cronogramas, cartazes, fotos, convites,

de ler, para que seu entusiasmo pos-

avisos, mensagens, boletins, anúncios.

sa contagiar e formar novos leitores.

O grupo encarregado desses registros

Além disso, deve ser sensível o bas-

pode organizar um painel, por meio do

tante para captar os anseios do grupo

qual circulem as informações a respeito do

e saber escolher temas e assuntos que

Projeto, e também instituir uma comissão

interessem a todos e a cada um.

que se encarregará de divulgar os eventos,

A principal tarefa do orientador de

os novos livros adquiridos ou doados, a lis-

rodas de leitura é estimular a aproxi-

ta dos mais lidos etc. Rádio e jornal locais

mação do leitor com o livro e outros

podem colaborar tanto anunciando ou

portadores de texto. Assim, é muito

publicando os cronogramas de eventos,

importante apresentá-los de um jeito

temas, autores e/ou leituras programadas

agradável, abrindo espaço para opini-

para as rodas, como apresentando relatos

ões e comentários dos participantes.

e análises das atividades feitas por partici-

Ao sugerir livros, falar sobre suas pre-

pantes, orientadores ou convidados.

ferências e comentar obras que já leu ou

No caso das rodas de leitura, é in-

está lendo, o orientador estará despertan-

teressante que cada grupo registre seu

do ou alimentando o desejo de ler. Poderá

percurso, utilizando a escrita ou vídeos,

chamar a atenção para determinado as-

fotografias, gravações. Pode-se, ainda,

pecto que os iniciantes não tenham per-

estabelecer correspondência entre os

cebido ou, simplesmente, mostrar-lhes o

grupos que formam as diversas rodas de

imenso prazer que a leitura proporciona,

leitura, estimulando a troca de experiên-

lendo para eles ou junto com eles.

cias entre os participantes.

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Referências e sugestões de leitura ASBAHR, Melissa Cristina. “Lá vem a história”. In: FARIA, Ana Lúcia Goulart, AMARAL, Sueli (Orgs.). Linguagens infantis: outras formas de leitura. Campinas: Autores Associados, 2005. p. 41-55. BAJARD, Élie. Caminhos da escrita: espaços de aprendizagem. São Paulo: Cortez, 2002. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília:MEC/SEF, 1998. v.1: Introdução. CENPEC - Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária. Amigos da escola: estímulo à leitura. São Paulo: Cenpec, 1999. ______. Entre na roda: leitura na escola e na comunidade - ensino fundamental. São Paulo: Cenpec, 2006. DIONÍSIO, A. P., MACHADO, S. R., BEZERRA, M. A. (Orgs.). Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. FOUCAMBERT, Jean. A leitura em questão. Trad. Bruno Charles Magne. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1990. JOLIBERT, Josette. Formando crianças leitoras. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. LERNER, Delia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre: Artmed, 2002. RIBEIRO, Vera M. Letramento no Brasil: reflexões a partir do INAF 2001. São Paulo: Ação Educativa, Global, Instituto Paulo Montenegro, 2003. ZILBERMAN, Regina. Leitura em crise na escola. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988. MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. Trad. Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

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Iniciativa

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Coordenação Técnica

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