Balanço FVW 2003-2010

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Produção de materiais e publicações

Desenvolvimento de metodologias

2004 2003

2006 2005

Formação

2007

2008

2010 2009

Principais resultados e desafios Programa Território Escola (2003-2010) 1


2


Apresenta�ão

A parceria Cenpec e Fundação Volkswagen, desde 2003, atua em prol de uma educação pública de qualidade para as crianças e adolescentes. Assim, é chegado o momento de olhar a história construída e planejar o futuro. Esse é o principal objetivo desse documento. A sistematização aqui apresentada não pretende encerrar um ciclo, mas contribuir para decisões e planos duradouros.

A trajetória percorrida por esta parceria é repleta de aprendizados que estão refletidos nos resultados das ações e na relação de confiança recíproca. São essas conquistas que permitem olhar para o percusro, consolidar os acertos, corrigir os erros e planejar o futuro. Em diálogo com a conjuntura educacional brasileira, o documento aponta resultados e também desafios a serem enfrentados.

Maria do Carmo Brant de Carvalho Superintendente Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária

3


4


Em 2002, a Fundação Volkswagen e o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária – Cenpec – iniciaram um produtivo diálogo com o objetivo de ampliar os investimentos no campo da educação. Naquele momento, as avaliações em larga escala demonstraram a necessidade e a urgência de investir em projetos de leitura e escrita. Segundo dados do SAEB 2001, 40% dos alunos concluintes da 4ª série e 89% dos alunos concluintes da 8ª apresentavam nível de letramento abaixo do esperado. Estes dados avaliativos instigaram o Cenpec a desenhar um projeto focado no letramento que efetivamente contribuísse para que os alunos ampliassem capacidades relacionadas à leitura e escrita no Ensino Fundamental.

Breve histórico da parceria

2003 - 2005: primeiro plano e expansão da ação. O projeto Estudar Pra Valer! para o Ciclo I foi implantado no município de São Carlos e o projeto Entre na Roda no município de Taubaté, ambos no Estado de São Paulo. A escolha desses municípios para o início da caminhada não foi por acaso. A Volkswagen do Brasil buscava aproximar-se da realidade educacional dos filhos de seus funcionários, contribuindo, por meio dos projetos, para a disseminação de um ensino de qualidade. Dados os resultados positivos desse investimento inicial, a Fundação estendeu sua área de atuação territorial beneficiando professores e alunos de outros municípios e ampliou seu foco de intervenção com a iniciativa de novos projetos em parceria com o Cenpec: o Entre na Roda – Educação Infantil e o Estudar pra Valer! Matemática.

9,7%

Pesquisa Ibope - 2008

analfabetos

não haviam lido um livro no ano anterior

Motivos

54%

45%

Pnad - 2009

falta de tempo

34%

outras preferências

20,3%

analfabetos Funcionais

18%

falta de dinheiro

18%

falta de Biblioteca

Problemas no letramento dificultam o desenvolvimento5 do gosto pela leitura


2005 –2007: Primeiro redesenho dos projetos e configuração do Programa Território Escola

A importância do acesso à Educação Infantil é reforçado por diversos estudos. Pesquisa realizada em 2002 pelo Banco Mundial constatou que dois anos de pré-escola podem ajudar a aumentar em média um ano de escolaridade. Além disso, a criança que frequenta a Educação Infantil possui menor probabilidade de repetência e de defasagem entre idade e série, e tende a ter uma renda maior quando adulta.

Proposição de novo projeto voltado para a Educação Infantil: Brincar: o brinquedo e a brincadeira na infância, visando articular o direito ao brincar e ao lúdico ao desenvolvimento integral das crianças.

O projeto Leitura e Escrita do 6o ao 9o ano passou a integrar o Programa Território Escola. Era e continua sendo um projeto inovador, pois parte da concepção de que o aprendizado da língua perpassa o conjunto das áreas do Ciclo II e deve, portanto, atuar com o conjunto de professores, independentemente da área que lecionam.

Criação do projeto Ações em Rede articulado aos demais projetos, visando integrar comunidades e cidades, serviços públicos do território, organizações comunitárias e famílias, constituindo uma rede participativa de educação e proteção integral da criança e do adolescente.

O Programa Território Escola passou a contemplar da Educação Infantil ao 9o ano do Ensino Fundamental.

Inep/MEC "...Os profissionais da Educação Infantil tem, no geral, uma formação inicial mais precaria do que os educadores que atuam no Ensino Fundamental."

Crianças de 4-6 anos

1999 64,9%

46,2%

6

profissionais com curso superior nas creches

49,9%

profissionais com curso superior na pre escola:

2008 83,3%

Com a expansão das matr�culas para esta faixa etária, o espaço e o tempo da brincadeira tornam-se mais restritos e pouco explorados e acontecendo em locais e tempos artificiais."


Desde então, a parceria Fundação Volkswagen e Cenpec vem beneficiando mais escolas, professores e alunos em diversos municípios. Todos estes projetos caminham na mesma direção: a melhoria da qualidade da educação articulada sobre o eixo do letramento. Com esse princípio se configurou o Programa Território Escola, que agregava todos estes projetos fortalecendo as parcerias entre Fundação Volkswagen, Cenpec, escola, comunidade e sistema municipal de ensino. 2007 - 2009: Correção de rumos

Após a finalização de um ciclo de três anos de formação, a avaliação das estratégias adotadas e dos resultados obtidos por cada um dos projetos permitiu à parceria definir: 

Redução do tempo de formação dos projetos Entre na Roda e Brincar para um ano, não mais dois

Concentração dos investimentos nas áreas de leitura, escrita e infância

Fortalecimento da concepção do Programa Território Escola nos municípios e suas escolas

Fusão do Estudar Pra Valer! Ciclo I com o projeto Leitura e Escrita, constituindo o Estudar Pra Valer! 1o ao 9o ano.

Em consequência dessas decisões o projeto Estudar Pra Valer! Matemática tem suas atividades encerradas. O projeto Ações em Rede passa a ser compreendido como uma estratégia a ser incorporada pelo Programa Território Escola, mais do que propriamente um projeto. Dessa forma, todos os projetos tomam como desafio fortalecer a relação família, escola e comunidade.

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Programa Território Escola

Monitoramento e avaliação

Produção de materiais e publicações

Desenvolvimento de metodologias

“(...) o contato mais aprofundado com o Território Escola veio acrescentar às nossas metas a certeza de que , além de envolver a comunidade no processo escolar, é preciso garantir um compromisso maior com a busca da qualidade educacional”

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Articulação da família, escola e comunidade

(Adalardo Martins, Secretário de Educação de Bebedouro/SP, 2007)

Formação

Brincar

Entre na Roda

Estudar pra Valer! LP 1o ao 9o

•Cultura da infância •Tempos e espaços do brincar •Relação criança-adulto; criança-criança

•Metodologia de rodas de leitura •Prazer em ler •Mediação de leitura

•Aprendizagens no Ciclo I e II •Letramento •Leitura e produção de texto nas áreas de conhecimento


Princ�pios que norteiam nossas ações O aluno é o sujeito central da escola A compreensão pelos educadores de que crianças e adolescentes devem ser o centro das preocupações pedagógicas, que exigem o compromisso com a aprendizagem de todos os alunos.

Elaboração coletiva de uma aprendizagem viva A construção conjunta e afinada de arranjos curriculares que tenham sintonia com a cultura das crianças e adolescentes, legitimados pela relevância social e científica e permeados por valores de cidadania, ética e estética.

Construção de redes A mobilização de diferentes sujeitos, grupos sociais e instituições envolvidos com a educação de crianças e adolescentes no território, visando a participação e a articulação de ações locais voltadas para Educação Integral.

Investimento no sistema escolar,na escola e na sala de aula A compreensão de que não se promove uma boa gestão da sala de aula sem envolvimento dos demais anéis gestores: o sistema municipal de ensino e a escola.

Valorização dos profissionais da educação O fortalecimento da função docente, por meio de formação continuada para uma atuação autônoma e comprometida.

Articulação teoria e prática Ações de formação fundamentadas no aprofundamento teórico e na reflexão sobre a prática.

Coautoria Formadores e educadores produzem e sistematizam conjuntamente novos conhecimentos e materiais numa relação dialogada e parceira.

Aprimoramento das práticas Uma formação que contribua para um aprimoramento efetivo das práticas docentes resultando em ganhos de aprendizagem pelos alunos.

9


Criado em 2006, o Ambiente Virtual Território Escola (www.territorioescola. org.br) tem como objetivo a ampliação da comunicação e a interação entre os participantes e as equipes dos projetos. A produção contínua e sistemática de informações e conteúdos referentes às atividades dos projetos e relatos de experiências tem contribuído para as ações de divulgação da proposta e para a socialização dos aprendizados.

Ambiente virtual do Programa

Ambiente Virtual Território Escola

1.382

N de participantes º

12.153 727

Nº de acessos Nº de postagens

Dados de abril a setembro de 2010

Os dados apresentados referem-se ao ano de 2010, quando foi desenvolvido um ambiente virtual próprio para o Programa.

Participantes cadastrados

Munic�pios

94 N�mero de municípios parceiros 10 do programa

212 n�mero de munic�pios que acessam o ambiente virtual

536

em 4 anos

1382

somente em 2010


Um programa com a abrangência do Programa Território Escola, que congrega projetos com características diferenciadas implementados em 242 municípios e junto à 3.332 instituições, requer uma ferramenta de monitoramento e gestão eficiente e precisa. Isso motivou a criação de um sistema de monitoramento e avaliação, implementado em 2009, que vem sendo utilizado no planejamento e desenvolvimento dos projetos desde o início de 2010.

Monitoramento e avaliação

O sistema permite o acesso rápido às informações referentes aos projetos e ao programa pelas equipes do Cenpec e da Fundação Volkswagen e, por ser online, possibilita que elas sejam acessadas em qualquer local e horário, agilizando os processos e a tomada de decisões.

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RESULTADOS DO PROGRAMA (2003 – 2010)

Considerando o direito de brincar e o de aprender de crianças e adolescentes, o Programa Território Escola desenvolveu metodologias e estratÊgias para todos os ciclos do Ensino Fundamental a fim de contribuir para a melhoria da qualidade da educação articulada sobre o eixo do letramento.

Expansão do número de municípios  Em 2003: 2 municípios  Em 2010: 94 municípios  Acumulado 2003-2010: 242 municípios

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PĂşblico atingido

 Em 2003: 148 educadores  Em 2010: 1.654 educadores  Acumulado 2003-2010: 9.408 educadores

12

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Instituiçþes participantes:

 Em 2003: 32 instituiçþes (2 Secretarias de Educação e 30 escolas)  Em 2010: 619 instituiçþes ÆÆ461 escolas ÆÆ19 Ongs ÆÆ94 Secretarias Municipais de educação e cultura ÆÆ45 Bibliotecas pĂşblicas  Acumulado 2003-2010: 3.332 instituiçþes

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Público indireto estimado (alunos, grupos da comunidade)  Em 2003: 4.420 beneficiårios indiretos  Em 2010: 203.969 beneficiårios indiretos  Acumulado 2003-2009: 701.351 beneficiårios indiretos

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Publicaçþes dos projetos distribuídas no período: 51.392

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Livros do BaĂş distribuĂ­dos no perĂ­odo: 199.200 13


Os projetos que compõem o Programa Território Escola elegem como estratégia privilegiada ações formativas que incluem os diversos níveis de gestão do sistema educacional de um município, da sala de aula à Secretaria. Metodologias de gestão e de ensino foram desenvolvidas com o objetivo de fortalecer o trabalho coletivo, o trabalho em rede e a prática docente, como a elaboração de sequências didáticas, que articulam e transversalizam o eixo letramento nas áreas do conhecimento, além da produção de materiais didáticos e de orientação. Do conjunto de metodologias desenvolvidas destaca-se o envolvimento de outros atores do território, com o propósito de unir a educação escolar a outros espaços de aprendizagem. Impacto do Programa Território Escola na aprendizagem

Para aferir a eficácia do Programa, foi utilizado como parâmetro do monitoramento o IDEB dos municípios que implantaram o Estudar Pra Valer! Ciclo I. Os índices de todos os municípios evoluíram, alcançaram ou superaram as metas estabelecidas para o ano de 2009 e estão acima da média nacional.

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Pesquisas avaliativas realizadas para mensurar a efetividade do Estudar Pra Valer!

No período de 2006 a 2008, a equipe do Programa Território Escola realizou um estudo longitudinal para mapear os resultados observados nos alunos em quatro municípios1 onde o Estudar Pra Valer! estava implementado. A realização das provas mostrou avanços significativos obtidos pelos alunos na leitura e compreensão dos textos. PorÊm, demonstrou ainda fragilidades na produção de textos, o que deve ser enfatizado nas propostas para 2011. A implementação do projeto EPV! impactou diretamente os indicadores de alfabetização das escolas participantes, de acordo com o estudo realizado. No ano de 2008, praticamente a totalidade dos alunos dos 3os anos estavam alfabetizados.

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Bebedouro, Limeira e SĂŁo Bernardo do Campo no estado de SĂŁo Paulo e Resende no Rio de Janeiro.

1

15


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Outra importante ação do Programa foi a realização da pesquisa sobre o segundo ciclo do Ensino Fundamental que foi publicada no Caderno Cenpec número 4, em 2006. A divulgação deste relatório ganhou enorme repercussão política em âmbito nacional e seus impactos são visíveis hoje. Um grupo de fundaçþes empresariais, filiadas ao GIFE - Grupo de Fundaçþes Empresariais, inaugurou em 2010 um ciclo de debates para pensar e propor alternativas para a segunda etapa do Ensino Fundamental no país. TambÊm em 2010, o MEC organizou um Grupo de Trabalho com o mesmo foco, tendo como objetivo definir novos arranjos curriculares para o segundo ciclo do Ensino Fundamental coerente com as demandas do sÊculo XXI. A Fundação Volkswagen e o Cenpec participam desses grupos de trabalho e estão contribuindo na elaboração de novos desenhos e possibilidades para a segunda etapa do Ensino Fundamental.

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A parceria Fundação Volkswagen e Cenpec ganhou peso e envergadura à medida que expandiu e aprimorou seu programa de ação com:

considerações

 produção de materiais didáticos  realização de pesquisas  desenvolvimento de um ambiente virtual  criação de um sistema de monitoramento. Há, sem dúvida, no Programa Território Escola uma coerência de propósitos - a leitura, a escrita, a expressão e a comunicação voltadas para a Educação Infantil (infância) e para o Ensino Fundamental (crianças e adolescentes). Este propósito é de enorme relevância quando se consideram os atuais déficits de letramento apresentados ao fim do Ensino Fundamental, o que compromete as demais aprendizagens e produz evasão, reprovação e baixos Idebs. Para se ter uma noção desta relevância basta atestar o fato de que apenas 48% dos adolescentes com 15 anos ingressam no Ensino Médio; muitos outros se mantêm ainda no Ensino Fundamental e parte já evadiu da escola. Nesse sentido, a parceria se mostrou mais uma vez inovadora ao elaborar um material dedicado à alfabetização de adolescentes, o que evidencia uma resposta rápida e efetiva aos principais problemas educacionais brasileiros.  As principais estratégias adotadas pela parceria foram assertivas: Formação na ação: a formação é central, mas só produz resultados quando alia teoria e prática, quando coloca em destaque sua conversão em aprendizagens para os alunos. Desta forma, a dinâmica da formação alia, o tempo todo, a prática na sala de aula, o desenvolvimento pelos professores de sequências didáticas, promoção da co-autoria, definição de metas de aprendizagem com os professores, monitoramento e avaliação. Produção e distribuição de materiais de orientação aos participantes dos projetos: não é possível ocorrer uma boa formação sem ancorá-la em materiais de apoio, muitos deles construídos conjuntamente com a turma em formação. Os materiais disponibilizados foram um dos produtos mais valorizados pelos municípios. Em alguns deles, como São Bernardo do Campo, o material foi impresso e distribuído pela Secretaria de Educação para todos os alunos do Ensino Fundamental I. Pode-se dizer que a produção e distribuição destes materiais de apoio foi um ponto forte deste programa. Permitiu à equipe responsável pelo Programa Território Escola 17


sistematizar um conhecimento no qual os professores participantes tiveram forte protagonismo. A relação teoria (presente nos encontros de formação) e prática (conversão em ensino/aprendizagem em sala de aula) assegurou a riqueza e pertinência do material produzido. Distribuição de livros: o projeto Entre na Roda foi responsável pela distribuição de baús de livros às instituições participantes, o que permitiu o acesso de crianças, adolescentes e adultos a uma grande diversidade de livros de excelente qualidade. Articulações no território: é importante estratégia do Programa. Não basta atuar apenas com a escola, é preciso envolver as secretarias de educação para que a ação formativa ganhe legitimidade e sustentabilidade assim como permitir sua irradiação para toda a rede municipal. Aproximação com a comunidade: que é outro sujeito dos mais importantes. No geral, as escolas ainda se encontram de costas para a comunidade e não sabem integrar os seus saberes culturais, talentos e recursos. Assim, todos os projetos valorizam uma abertura concreta à comunidade pela via de práticas de leitura nas praças, junto às ONGs, bibliotecas, realização de brincadeiras em diferentes espaços etc.

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Expansão para um número maior de municípios

Propostas

O Programa Território Escola ganhou aceitação, adesão e legitimidade. O evento de seleção de municípios para 2011 teve o dobro de participantes em relação a 2009. Este ano foram mais de 60 municípios representados por suas Secretarias de Educação que implementam projetos do Programa Território Escola e manifestam interesse na continuidade e na expansão da parceria. Portanto, é recomendável não apenas a continuidade do Programa como sua expansão, com os seguintes critérios:  Municípios que não possuam outras parcerias e tenham indicadores educacionais baixos  Aqueles com clara vontade política para que a gestão compartilhada se faça mais efetiva e os projetos tenham continuidade  Constituição de pólos de formação com municípios próximos,permitindo a expansão da experiência bem sucedida do G12.

Criado em 2010, G12 é uma iniciativa inédita do Projeto Entre na Roda, agregando 12 municípios da região de Bauru que recebem formação in loco.

Novas estratégias e diversificação de projetos voltados ao letramento

 Implementação de projeto de Aceleração de Aprendizagem no município de Resende no Rio de Janeiro  Alfabetização de adolescentes matriculados no Ensino Fundamental II que se encontram defasados, a fim de evitar seu abandono, por meio do material pioneiro produzido com apoio da Fundação Volkswagen  Ampliação de ações de formação dos educadores do Estudar Pra Valer! Ciclo I focadas na produção de textos. A proposta é o desenvolvimento de uma metodologia de formação na qual o professor se torne um produtor de texto, com autonomia e segurança  Possibilitar que os municípios participantes do EPV! Ciclo I escolham os projetos do material que serão reproduzidos para os alunos, garantindo a articulação do projeto com a proposta pedagógica municipal.

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Otimização do ambiente virtual

Considerando que em 2010 foi implementado um novo ambiente virtual que, atualmente, possui mais de 1300 participantes cadastrados, realizaremos:  Acompanhamento a distância para os municípios que já participaram de ações do Programa  Ações de formação on line intercaladas às ações presenciais  Oferta de bancos de textos de apoio, incluindo a disponibilização dos materiais já produzidos pelo Programa  Ampliação de chats, fóruns, relatos de experiências  Produção de um livro virtual do Entre na Roda com os relatos de educadores postados no Ambiente Virtual  Elaboração de atividades de leitura e produção de texto pelos educadores do EPV! Ciclo II a serem apresentadas e discutidas nas ações de formação e socializadas no Ambiente Virtual  Elaboração de um desenho para o projeto EPV! Ciclo II com ações de formação presencial e a distância, utilizando a plataforma Moodle pelo site do Programa Território Escola.

Expansão nacional do Brincar

Credenciamento junto ao Pronac - Programa Nacional de Apoio à Cultura do Ministério da Cultura, para captação de recursos via Lei Rouanet.

Disseminação do conhecimento produzido

 Lançamento do material do EPV! Ciclo II  Participação em seminário internacional da Língua Portuguesa a ser realizado em junho de 2011 com apresentação do case EPV!

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Anexos

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Anexo 1

2003

2004

2005

2006

EPV! Ciclo I - LP

EPV! Ciclo I - LP

Ações em Rede

Ações em Rede

Entre na Roda - EF

EPV! Ciclo I - MT

Brincar

Brincar

Entre na Roda - EF eEI

EPV! Ciclo I - LP

EPV! Ciclo I - LP

EPV! Ciclo I - MT

EPV! Ciclo I - MT

Entre na Roda - EF e EI Entre na Roda - EF e EI Leitura e Escrita

Leitura e Escrita

Programa

22


Linha do tempo da implementação dos projetos do Programa Território Escola

2007

2008

2009

2010

Ações em Rede

Ações em Rede

Ações em Rede

Brincar

Brincar

Brincar

Brincar

EPV! Ciclo I

EPV! Ciclo I - LP

EPV! Ciclo I

EPV! Ciclo I

EPV! Ciclo II

EPV! Ciclo I - MT

Entre na Roda - EF e EI

EPV! Ciclo II

Entre na Roda - EF e EI

Entre na Roda - EF e EI

Leitura e Escrita

Entre na Roda - EF e EI

Leitura e Escrita

Território Escola

23


Anexo 2

Projeto Brincar: o brinquedo e a brincadeira na infância “Antes, eu brincava por obrigação. Eu era ‘professora’, eu tinha que dar aula expositiva. Eu aprendi a brincar”. (Sebastiana, professora da educação infantil. Lorena, 2009). O Projeto Brincar se constitui em uma proposta de formação de educadores para que aprimorem suas práticas com relação ao desenvolvimento de atividades lúdicas, expressivas e recreativas com as crianças. Seu pressuposto é a garantia do direito de ser criança e de brincar. O repertório de brincadeiras, o faz-de-conta, os valores que emergem e são construídos no brincar, a interação adulto-criança e criança-criança, o acervo de brinquedos, o tempo do brincar, a valorização de diferentes espaços de brincadeira, a articulação da unidade educacional com outros espaços e instituições da comunidade são conteúdos da formação.

Municípios

1

2005 24

42 2010

Participantes

31

2005

374 2010


Principais resultados

 O reconhecimento da iniciativa com duas importantes premiações no ano de 2008: Prêmio Ludicidade/Pontinhos de Cultura do Ministério da Cultura e Prêmio Criança, da Fundação Abrinq  A partir do aprofundamento do conhecimento teórico sobre o brincar e seu significado na infância, os participantes ampliam seu repertório de brincadeiras e passam a utilizar outros espaços da comunidade para brincar. No ano de 2008, 72% dos educadores participantes afirmaram ter ampliado muito o tempo destinado às brincadeiras em suas rotinas com as crianças. Outro ganho importante do projeto, é que os pais, outros profissionais das unidades e de outras instituições passam a participar do desenvolvimento das brincadeiras com as crianças  Desenvolvimento de conteúdos formativos específicos para gestores de escolas e Secretarias de Educação dos diferentes municípios participantes com a finalidade de possibilitar a implementação do projeto e viabilizar as mudanças na rotina institucional  Diversificação do público atendido, a partir da parceria com a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, com a participação de agentes culturais  O reconhecimento da iniciativa como projeto cultural pelo Ministério da Cultura, ingressando no processo de qualificação pelo Pronac para aprovação de captação de recursos via Lei Rouanet. O projeto é referência na área da infância e seus conteúdos colaboram com o processo de qualificação da rede de Educação Infantil.

Instituições

23

2005

196 2010

Público indireto

775 2005

10.190 2010

25


Anexo 3

Projeto Entre na Roda: leitura na escola e na comunidade

“Foram oito encontros que me deram novo norte: um material de apoio didático de valor inestimável pelo seu conteúdo; a alegria de compartilhar com colegas que também acreditam na educação como transformadora do mundo e, mais ainda, a prova cabal que uma boa idéia estruturada na parceria da vontade pública e do capital privado faz a diferença. Sinceramente senti minha carreira, de mais de trinta anos como educadora, ser coroada de êxito. Como leitora e mediadora de leitura a apropriação da metodologia das rodas de leitura foi como receber o mapa do tesouro, o caminho das pedras! Hoje tenho um novo olhar sobre os gêneros discursivos e novas formas de incentivar a leitura”. (Mariza Santos Taguada, da FUNDART – Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba) O Entre na Roda é um projeto de estímulo e orientação à leitura, que visa tanto o desenvolvimento do gosto pela leitura como à formação de leitores e mediadores. Tem como atividade central as rodas de leitura, de diferentes gêneros e portadores, em que as pessoas se reúnem para ler e comentar o que leram sob a coordenação de um orientador. O projeto é dirigido às escolas públicas, bibliotecas, ONGs, associações comunitárias e instituições governamentais e não-governamentais que tenham interesse em desenvolver atividades de leitura com seus usuários. Desde 2005 o projeto conta com a parceria da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, permitindo a participação de diferentes municípios e instituições. Outro ponto relevante da parceria é a diversificação do público atendido como, por exemplo, a inclusão de 40 quilombolas. O processo de regionalização da formação, implantado em 2010, na região de Bauru, merece destaque, já que constitui-se como uma estratégia com potencial de ampliação da irradiação da proposta.

Municípios

1

2003 26

68 2010

Participantes

69

2003

627 2010


Principais resultados

 O projeto recebeu alguns dos principais prêmios destinados ao reconhecimento de iniciativas educacionais: o Educação Ouro, o 4º Prêmio Marketing Best de Responsabilidade Social e o Prêmio Ibero-americano de Excelência Educativa, todos no ano de 2005 e o Prêmio Top Social em 2006  Em levantamento de dados realizado em 2007, para analisar os impactos da implementação do Projeto nos municípios participantes, podemos destacar a aquisição de 91.000 novos livros para as unidades educacionais, reativação ou dinamização de bibliotecas públicas, criação de espaços de leitura fora do espaço escolar  Segundo registros e relatos efetuados no processo formativo, educadores narram os efeitos das rodas de leitura nas crianças, com destaque para o aumento do interesse pela leitura e pelo contato com os livros, postura mais cuidadosa no manuseio dos livros, maior concentração, melhora na expressão oral, participação mais intensa na sala de aula e maior criatividade nas produções  Em pesquisa realizada em 2009, com professores participantes do Projeto, os dados apontaram que 95,8% dos docentes incorporaram as rodas de leitura orientadas em sua prática de trabalho com os alunos. Entre os participantes de outras instituições, como bibliotecários de bibliotecas públicas e de Ongs, o percentual dos profissionais que realizaram rodas de leitura com os grupos de frequentadores foi de 76,6%. Considerando as especificidades desses espaços, não apropriados para rodas de leitura, e do público, itinerante em sua maioria, o índice pode ser considerado bom  A mesma pesquisa aponta que 84,2% dos técnicos das Secretarias de Educação realizaram pelo menos um evento de divulgação do projeto para a rede escolar e 95,2% dos coordenadores pedagógicos realizaram com os professores atividades de formação a partir da metodologia do Entre na Roda.

Instituições

29

2003

331 2010

Público indireto

2.070 2003

184.282 2010

27


Anexo 4 Estudar Pra Valer! Leitura e Produção de texto no Ensino Fundamental EPV! Ciclo I ”Com o projeto, os alunos fazem leitura significativa, têm oportunidade de opinar, esclarecer dúvidas, contar com a participação dos pais, que é tão importante (...)” (Professor ciclo I - Limeira) Toda criança é capaz de aprender. Partindo desse princípio, o Projeto Estudar Pra Valer! aposta na formação continuada dos educadores de redes públicas para aprimorar o ensino da Língua Portuguesa no Ensino Fundamental. O projeto enfatiza o ensino da leitura e da produção de texto, habilidades básicas para que os alunos possam exercer sua condição de cidadãos e tenham acesso às demais áreas do conhecimento. Organiza-se em torno de projetos de leitura e escrita para que o ensino da língua se dê por meio de situações de uso efetivo. Os alunos aprendem a ler e a produzir textos em situações contextualizadas – são incentivados a trocar correspondência com outras escolas, organizar saraus de poesias, ler o jornal e elaborar entrevistas, dentre outras atividades. O material de apoio para os professores conta com orientações e está organizado em seis volumes: um módulo com as concepções teóricas e cinco cadernos para a implementação do projeto em cada ano do Ensino Fundamental. O projeto também foi pioneiro ao adequar o material para o ensino de 9 anos e implementar uma formação direcionada especificamente aos professores que atuam na série inicial desta etapa de ensino.

Municípios

1

2003 28

10

2010

Participantes

69

2003

627 2010


Principais resultados Ciclo I

 O projeto foi reconhecido como uma importante inovação educacional e premiado pela Rede Innovemos 2004. No ano de 2006, o projeto foi novamente premiado com o Marketing Best  Outro importante resultado do projeto é a consolidação da prática de acompanhamento. As ações de formação, as reuniões de gestão compartilhada e as visitas realizadas às escolas e às salas de aula permitiram que em 2009, 100% dos municípios participantes acompanhassem o trabalho desenvolvido pelas escolas, 100% das escolas acompanhassem o trabalho desenvolvido pelo professor em sala de aula e a aprendizagem dos alunos e 100% dos professores acompanhassem a aprendizagem dos alunos por meio de registro/portfólio. A prática do acompanhamento e a realização de intervenções permite que os educadores modifiquem suas estratégias e ações e possibilita que as crianças com mais dificuldades tenham o seu direito de aprender garantido  Resultados observados nos alunos pelos professores de São Bernardo do Campo participantes do projeto EPV! Ciclo I em 2007: 88,23% destacaram a ampliação do interesse pela leitura; 70,58% destacaram a melhora na leitura; 82,35% destacaram a melhora na oralidade/expressão verbal.

Instituições

3

2003

70

2010

Público indireto

2.350 2003

8.789 2010

29


30

Anexo 5 Estudar Pra Valer! Leitura e Produção de texto no Ensino Fundamental EPV! Ciclo II “Eu estava cansada de ouvir dos alunos: ‘eu não gosto de ler’. Então comecei a mudar minha prática em sala de aula: agora primeiro trabalho a leitura, depois vamos a campo, discutimos e praticamos a escrita. É completamente diferente o resultado. Eu me encantei em ensinar e as crianças se encantaram em aprender.” (professora de Geografia) A experiência acumulada a partir da execução do Estudar Pra Valer! Ciclo I permitiu concluir que o aprendizado da língua não se encerra com quatro/cinco anos de escolaridade; é central em ambos os ciclos do Ensino Fundamental. No entanto o aprendizado da língua com a aquisição de um satisfatório letramento pelos alunos adquire maior complexidade neste último ciclo. Nossa hipótese é de que este ensino/aprendizado deve ocorrer em todas as áreas e não apenas na área de Língua Portuguesa. São esses desafios que impulsionaram o desenvolvimento do projeto Estudar para valer Ciclo II pensado a partir da totalidade do Ensino Fundamental de 9 anos. O projeto incentiva os educadores a perceber a leitura e a produção de texto não apenas como habilidades, mas como direitos fundamentais para o exercício da cidadania e a compreensão de mundo, constituindo-se em fatores de inclusão social, formação de identidade e participação política. A leitura e a produção de textos são consideradas nesta proposta eixos integradores do ensino, da aprendizagem e da avaliação. São tomadas na sua transversalidade,

Municípios

3

2005 30

2

2010

Participantes

398 2005

352 2010


31

enfrentando a fragmentação e possibilitando maior articulação do ensino das diferentes áreas do conhecimento. Assim, a proposta trabalha com os educadores das áreas de Matemática, História, Educação Física, Ciências, Geografia, Arte e Língua Inglesa para que, ao lado do professor de Língua Portuguesa, tenham ferramentas para assumir o compromisso de formar alunos com condições de interagir com os diferentes gêneros discursivos que circulam na sociedade. A atuação no segundo segmento do Ensino Fundamental é complexa. A realidade desse segmento é marcada pela fragmentação, desarticulação e muitas vezes, ausência de um trabalho coletivo e de objetivos pactuados por todos os educadores que permitam o aprendizado dos adolescentes. Desde 2005, o EPV! Ciclo II vem enfrentando esse desafio e obtendo resultados que comprovam que é possível mudar esse quadro investindo na formação continuada dos educadores desse segmento. Outra marca do projeto é a realização de ações inovadoras como a incorporação, no seu desenho, da realização de encontros de formação com a participação de pais e alunos e a criação da turma Grupo Escola que agrega gestores das escolas e professores das diferentes áreas de conhecimento. Atento aos interesses e necessidades dos municípios e das instituições participantes, o desenho do projeto permite mudanças de rotas a fim de adequar seus objetivos. Se por um lado a flexibilidade do projeto dificultou a continuidade da proposta com vistas a um modelo universalizado, por outro permitiu a vivência de uma diversidade de experiências que hoje são importantes subsídios para a consolidação de uma proposta mais abrangente e adequada às reais necessidades do segundo ciclo do Ensino Fundamental.

Instituições

132 2005

22 2010

Público indireto

13.930 2005

708 2010

31


Principais resultados Ciclo II

 A parceria entre Cenpec e Fundação Volkswagen será responsável pelo lançamento do material, composto de nove volumes, com orientações para professores e gestores que atuam nesse segmento  Um dos primeiros resultados obtidos com a implementação do EPV! Ciclo II é a sensibilização dos professores participantes para um trabalho com leitura e produção de texto em todas as áreas e o consequente comprometimento de todos com o aprendizado e aprimoramento da leitura e da produção de texto dos alunos  Inclusão nos planos de ensino e na sala de aula, em todas as áreas, de atividades de leitura e de produção de textos com o uso de uma maior diversidade de textos e realização de intervenções para o aperfeiçoamento das produções dos alunos  A partir do trabalho desenvolvido pelos professores participantes do projeto, os alunos ampliam seu contato com diferentes gêneros do discurso e diferentes linguagens e melhoram seus resultados escolares  O projeto EPV! Ciclo II foi irradiado em 2008 para 100% das redes municipais de São Sebastião, Peruíbe e Caraguatatuba e as Secretarias de Educação desses municípios estabeleceram como política pública o trabalho com os anos finais do Ensino Fundamental.

32


O Projeto Açoes em Rede: a favor da educação integral de crianças e adolescentes

Anexo 6

(...) Acredito muito no fortalecimento dos vínculos comunitários, porque acredito que é isso que muda a realidade dos espaços. Mas faz-se necessário que alguém aponte aquele ‘ponto convergente’ que fortaleça o caminhar (...) – Opinião de participante do projeto, 2007 O projeto Ações em Rede teve como propósito ampliar as oportunidades de aprendizagem presentes no território, por meio da articulação entre a escola e instituições públicas governamentais e não-governamentais de um território, constituindo uma rede de base local, na perspectiva da educação integral de crianças e adolescentes. O projeto atuou no sentido de mobilizar para uma ação conjunta o poder público e lideranças locais, a fim de promover o debate sobre a garantia do direito à educação integral na localidade, sensibilizar e desencadear ações de investigação da realidade e de intervenção em rede. Seu pressuposto foi unir a educação escolar a outros espaços de aprendizagem. Atualmente, o Projeto Ações em Rede transformou-se em diretriz metodológica que atravessa o conjunto dos demais projetos que constituem o Território Escola. Principais resultados  Publicação Escola, Família e Comunidade: ações em rede (no prelo) com o objetivo de disseminar a metodologia e apoiar municípios no processo de constituição de redes locais voltadas para a garantia da educação integral de crianças e adolescentes  Implementação de projetos integrados entre a escola e as instituições locais de São Carlos e Bebedouro, visando ampliar e qualificar os espaços e atividades endereçadas às crianças e aos adolescentes e uma maior integração entre as áreas de saúde, educação e assistência social em São Carlos  Inovação ao criar duas importantes ações o Memorial das Famílias e da Cidade e o Seminário Escola, Família e Comunidade. Essas ações foram apropriadas pelas escolas participantes e continuam ocorrendo no município de Bebedouro. 33


Anexo 6

Estudar Pra Valer! Matematica EPV! Ciclo II

“Sob as orientações das formadoras do EPV!-Matemática, descobri que ensinar matemática poderia ser mais dinâmico e motivador, pois a criação das sequências didáticas me permitiu diagnosticar as dificuldades dos meus alunos e organizar aulas mais práticas e mais produtivas. Foi então que percebi um grande avanço na aprendizagem deles. O curso também me proporcionou um novo olhar para as atividades do livro didático, pois me senti mais seguro e confiante para criar e adaptar novas atividades.”(participante do Projeto) O Estudar pra Valer! Matemática é uma proposta de formação continuada de professores nessa área de conhecimento. Consiste em um conjunto de ações de formação que problematizam e põem em discussão as práticas mais frequentes de ensino. Leva em consideração a relação entre a Matemática e a formação indispensável para o exercício da cidadania; a presença crescente da Matemática em diversos campos de atividade numa sociedade que requer novas demandas curriculares; e a necessidade de diversificação das estratégias de condução do ensino, por meio do diálogo e da negociação com os estudantes, bem como a criação de situações-problema relevantes e significativas. O projeto produziu a publicação Estudar pra Valer! Matemática - Sequências didáticas de matemática: uma coautoria com as escolas e que teve 3.000 exemplares distribuídos para escolas e professores que atuam no Ensino Fundamental. O grande diferencial dessa publicação é que ela é resultado direto das ações de formação e foi produzida conjuntamente pela equipe do projeto e educadores participantes, o que mostra que quando existe espaço e possibilidade, os professores das escolas públicas exercem sua autonomia, criatividade e aperfeiçoam as suas intervenção em sala de aula.

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Principais resultados

 Os professores que participaram da formação implementaram em suas salas de aula propostas diversificadas para o desenvolvimento da oralidade, leitura e produção de textos específicos da Matemática  Contextualização do ensino com questões oriundas do cotidiano do aluno e uso de instrumentos tecnológicos como a calculadora, o computador e a Internet  As mudanças na prática possibilitaram um maior aprendizado e a ampliação do interesse pela Matemática pelos alunos.

35


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