Marcos introdução e comentário série cultura bíblica dewey m mulholland

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Séculos antes, Deus proveu o maná para o seu povo no deserto. E não poderia haver sobras; tinha que ser consumido de uma vez. Em ambas as ocasiões, no entanto, Marcos relata a sobra de grande quantidade de comida, demonstrando a "superioridade do que está acontecendo agora, por meio de Jesus, em relação ao que aconteceu no Êxodo". Os filhos de Israel comeram primeiro (7.28); agora os gentios estão sendo alimentados. 8.10 - Os eventos que sucedem os dois milagres também são muito diferentes. No primeiro, antes de despedir as multidões (6.45s), Jesus manda seus discípulos seguirem adiante num barco, para Betsaida, próximo da Costa Norte. Então Ele vai orar e mais tarde caminha sobre o mar para juntar-se aos discípulos. Aqui, após despedir a multidão, Jesus junta-se aos discípulos no barco e vai para a região oeste de Dalmanuta. Esse segundo milagre aponta para o reino de Deus o qual inclui homens, mulheres e crianças de todas as línguas e nações. Os privilégios exclusivos dos judeus têm um fim. Deus mostra seu interesse por todas as pessoas abrindo o seu reino tanto para gentios quanto para judeus. Essa mensagem tem um significado especial para as igrejas divididas entre os grupos étnicos tais como crentes judeus e gentios.

FERMENTO E PÃO 8.11-21 Os fariseus voltam a procurar a Jesus. O motivos deles diferem dramaticamente daqueles dos gentios. Sua oposição a Jesus não é abrandada, antes, se torna mais dura. Eles escarnecem dele, e insistem num sinal dos céus. Ele, porém, recusa dar-lhes o que exigem. 8.11-13 - Após a volta de Jesus para a costa oeste do lago (v. 10), os fariseus o buscam e começam a discutir (1.27; 9.14, 16; 12.28) com ele. As discordâncias entre os fariseus e Jesus começam no primeiro encontro (2.1-3.6; 7.1-23; cf. 3.22-30). Agora eles exigem que Jesus realize um milagre como prova da fonte de sua autoridade (cf. 11.28ss). Na realidade o conceito deles sobre Jesus já está formado. Como Marcos diz, o propósito deles é preparar uma armadilha para apanhá-lo. Se tiverem sucesso, ele teria que morrer como um falso profeta (Dt 18.22). Jesus já havia realizado obras poderosas que eram provas suficientes de que o seu poder vem de Deus (dynamis, cf. 5.30). Mas os fariseus querem forçá-lo a dar uma prova (semeion, "sinal") vinda do céu (um semitismo, cujo significado é "de Deus"). Depois de tudo que Jesus já havia feito, tais exigências são absurdas. O que Jesus realizou oferece evidência suficiente para todos aqueles que têm olhos para ver e ouvidos para ouvir. Os fariseus, no entanto, são cegos. Jesus, porém, suspira profundamente e pergunta "Por que pede esta geração um sinal?". Mais uma vez, Jesus reivindica autoridade divina para suas palavras, usando a expressão usada somente por ele: amen lego ("Digo-vos a verdade"; cf. 3.28). Sua recusa é absoluta "Não se lhe dará sinal algum". Os fariseus são incapazes de reconhecer os sinais que Deus lhes dá; entretanto exigem sinais de sua própria escolha. Conceder essa exigência "seria tornar a fé impossível (pois isso impediria a decisão pessoal) e abandonar o caminho messiânico do ocultamento que o Pai havia ordenado".1

Nota

1

Cranfield, 258.


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