S.A.R.A. Brasil: restituindo o 'Mapa Topográfico do Município de São Paulo'

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Notas 1. No dia seguinte, 8 de janeiro de 1 91 0, Alberto Braniff (1 884-1 966) realiza o primeiro voo no México, com aeronave adquirida na Europa, sendo considerado em muitas referências como pioneiro na América Latina. Nesse período pródigo em experiências e iniciativas, desdobramse as ações e as disputas pela primazia. 2. Sobre Dimitri de Lavaud, veja: ALEXANDRIA, Susana, NOGUEIRA, Salvador. 1910 – o primeiro voo do Brasil. São Paulo: Aleph, 2010. Como destaca a edição, a primeira pesquisa sistemática sobre tema coube à historiadora Helena Pignatari Werner em seu projeto de mestrado O primeiro voo da América do Sul (PUC-SP, 1969-1970) (NOGUEIRA, 2010, p.136). 3. O Estado de S. Paulo, 20 de janeiro de 1911, p.11 (cf. BERNARDET, 1979, filme 1911-2). Todos se arriscam nos voos, prática corriqueira ao longo da década, sem consciência dos riscos das frágeis aeronaves e pistas improvisadas em gramados. A mesma obra relaciona o Cine Jornal Brasil nº3, exibido no cine Radium em 20 de maio de 1913, que contém imagens da “volta em aeroplano que Presidente da República Sr. Marechal Hermes da Fonseca deu na Baía do Rio.” (idem, filme 1913-11). O relato do “redator-secretário”, Antonio Fonseca, do jornal Correio Paulistano, publicado na revista A Cigarra, em dezembro de 1919, é registro significativo do impacto visual, da intensidade dos sentimentos frente a uma nova percepção visual. O voo feito junto com o tenente Orton Hoover, a partir do Campo de Marte, foi experiência partilhada pelo deputado Freitas Valle, então presidente da Comissão de Instrução Pública, da Camara Estadual. As cores do panorama, do estupendo e majestoso panorama, eram as do nosso pavilhão – verde e amarelo. O verde dos campos, o amarelo das casas. Porque as casas batidas de sol, parecem todas, vistas da altura de 1. 200 metros, da cor amarela. Dessa altitude, só se pode conhecer o morro, a montanha quando situados a grande distância, na linha do horizonte. Quando, porém, estão por baixo de nós, o terreno se nos afigura plano. Santana, que reconheci pelo colégio das Religiosas e pelo quartel do 43º, parecia-me uma planície. Pairamos sobre o Jaraguá e eu não percebi o morro, que é, aliás, o morro mais alto da cidade. Depois, à distância, distingui-o perfeitamente. FONSECA, Antonio C. Meu voo. A Cigarra, nº 126, p.[78-79], dez.1919.

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