AgroGuia Ed. Agosto 2012

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PUBLICAÇÃO MENSAL | AGOSTO 2012 | EDIÇÃO 06/ANO 01

AGRO EVENTOS Interconf, Mercoagro, Expointer, PorkExpo, Fenasucro & Agrocana AGRO ENTREVISTA Para Antônio Carlos Zen, da FMC, presença no Brasil é fundamental

AGRO PERFIL

Paixão pelas coisas do campo Elizabeth Cirne-Lima, vice-presidente da Associação Brasileira de Criadores de Devon, líder feminina da pecuária

Agro Guia | Agosto 2012

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Informe Publicitário

Índice Agro Agenda

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Agro Mensagens

7 (11) 3063.1899 / Al. Itu. 1063 - 2° andar CEP: 01421-001 - Jardins - São Paulo/SP www.publique.com | publique@publique.com

Agro Datas Comemorativas

Agro Eventos

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Agro Leilões

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PRESIDENTE E FUNDADOR: Carlos Alberto da Silva Diretor de redação Carlos Alberto da Silva MTB 20.330 Editora-chefe Béth Mélo beth@publique.com Redação André Casagrande andre@publique.com Paulo Roque pauloroque@publique.com Simone Rubim simone@publique.com Colaborador Nathã Carvalho

Agro Entrevista

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Agro Agricultura

Agro Pecuária

Agro Perfil

Apoio Comercial Carlos Alberto da Silva

PARA ANUNCIAR NO GUIA

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Agro Cooperativismo

Diagramação e Vinicius Gallo Balsys Edição de Imagens Capa Foto Divulgação ABCD Twitter @GRUPOPUBLIQUE Facebook facebook.com/gpublique Slideshare slideshare.net/grupopublique You Tube youtube.com/GrupoPublique

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Agro Política

Projeto Editorial Gutche Alborgheti Vinicius Gallo Balsys Juliana Vizzáccaro Maria Teresa

Gerente Comercial Marcela Marchi marcela.marchi@grupofolha.com.br (011) 3224-4546

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Informe Agro Econômico

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Contato Comercial Fernando Oliveira fernandos.oliveira@grupofolha.com.br (11) 3224-4545 Representante Comercial Sonia Maciel soniamaciel@novojeito.net

Agro Educação

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Mirian Domingues miriandomingues@novojeito.net tel: (11) 3021-1644


NÃO É PORQUE SEU RAMO É O AGRONEGÓCIO QUE SEU BANCO TEM QUE FAZER SÓ O ARROZ COM FEIJÃO. CRÉDITO RÁPIDO E PRÁTICO É NO BANCO ORIGINAL. > Um portfólio completo de produtos, da pecuária ao setor agrícola. > Investimentos com rendimentos atrativos e isenção de impostos.* > Um time especializado, com formação técnica na área. > bancooriginal.com.br | 0800 705 3000 *Consulte condições para cada produto.

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Agro Agenda

Confira os eventos do período de 26 de agosto a 30 de setembro de 2012 26 a 30/8 29º Congresso Nacional de Milho e Sorgo - Águas de Lindóia (SP), tel. (19) 3202-1754 - www.milhoesorgo.com.br

11 a 14/9 3º Encontro da Cadeia Produtiva da Olivicultura – Campinas (SP) - www.apta. sp.gov.br/olivasp/eventos.php?id=12

27/8 Congresso Brasileiro de Fertilizantes – São Paulo (SP) – www.anda.org.br

17/9 Feed 2012 (Fórum Internacional de Estudos Estratégicos para Desenvolvimento Agropecuário e Respeito ao Clima) – São Paulo (SP) assad@cnptia.embrapa.br

28 a 31/8 Fenasucro e Agrocana – Ribeirão Preto (SP) - www.fenasucroeagrocana.com.br Foto: Banco de imagem Publique

17 a 20/9 X Seminário Nacional de Batata e Semente e V ABBA Batata Show – Uberlândia (MG) - www.alap2012.com 18 a 21/9 9 ª Mercoagro 2012 (Feira Internacional de Negócios, Processamento e Industrialização da Carne) – Chapecó (SC) - www.mercoagro.com.br 29/8 1° Fórum CICB de Sustentabilidade – Novo Hamburgo (RS), tel. (61) 32241867 - www.cicb.org.br

18 e 19/9 Agropec Bahia 2012 – Salvador (BA), tel. (71) 3203-7550 http://agropecbahia.com.br

31/8 a 23/9 32ª Festa de Flores e Morangos de Atibaia – Atibaia (SP) - www. festadasfloresdeatibaia.com.br/home. html

18 a 20/9 Fisa (Food Ingredients South America) – Expo Center Norte, São Paulo (SP) www.fi-events.com.br

3 a 6/9 17º Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária – São Luís (MA) - www.cbpv.com.br 4 a 6/9 Frutal 2012 (19ª Semana Internacional da Fruticultura, Floricultura e Agroindústria) – Forquilha (CE) - www.frutal.org.br

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18 a 21/9 Florestal & Biomassa Feira de Máquinas, Equipamentos, Produtos e Serviços – Lages (SC), tel. (41) 3027-6707 www.florestalbiomassa.com.br 21 a 23/9 BioNat Expo 2012 – Porto Alegre (RS) www.bionatexpo.com.br

10 a 14/9 4º Congresso Florestal Paranaense 2012 – Curitiba (PR), tel. (41) 3233-7856 www.congressoflorestalpr.com.br

24 a 26/9 Conbap (Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisão) – Ribeirão Preto (SP) - www.sbea.org.br/sbea/ index.php#91,97

11 a 13/9 Interconf 2012 – Goiânia (GO), tel. (62) 3432-0395 - www.interconf.org.br

25 a 28/9 Congresso Brasileiro de Recursos Genéticos – Belém (PA) - http://sbrg2012. com.br/


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Agro Agenda

26/9 a 28/9 PorkExpo 2012 – Curitiba (PR) http://porkexpo.com.br

26 e 27/9 6º Grande Encontro sobre Variedades de Cana-de-Açúcar – Ribeirão Preto (SP) - www.ideaonline.com.br

Caros Leitores, Acompanhe, nesta edição, vários assuntos interessantes sobre o Agro. Na capa, temos o perfil da gaúcha Elizabeth Cirne-Lima, líder feminina da pecuária, uma apaixonada pela raça Devon e pelo cavalo Crioulo, em matéria exclusiva de nosso correspondente Nathã Carvalho. Também chamo atenção para a entrevista com Antônio Carlos Zen, Presidente Corporativo América Latina da FMC. O executivo diz que a presença no Brasil é fundamental para a multinacional. Ainda recomendo a matéria sobre a Aurora Alimentos, referência como agroindústria de alimentos e com presença marcante nos mercados brasileiro e internacional. Boa leitura a todos!

Foto: Zzn Peres

Agro Editorial

Carlos Alberto da Silva Diretor de redação

Agro Mensagens

Prezado amigo Carlão, Recebi o Agro Guia junho/2012. Escrevo para cumprimentá-lo por mais essa excelente “tacada de mestre” do empreendedor dr. Carlos Alberto da Silva. Apreciei muito a entrevista do Paulo Roque com o sr. Arlindo – presidente do Grupo SLC. É isto Carlão: continue “dando vazão” a este seu “faro” em inovar sempre no setor agropecuário brasileiro, descortinando horizontes/oportunidades nunca dantes “navegadas!... Lécio Silva, diretor/Marketing UBYFOL Uberaba (MG) Foi com muita satisfação que vi na Folha de São Paulo o encarte Agro Guia editado pelo Grupo Publique. Aliás, muito bem feito. Além de dar um alô para vocês da Publique, quero dizer que guardo ótimas lembranças dos trabalhos que fizemos. Luiz Marcio

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Agro Datas Comemorativas

9/9 Dia do Veterinário Instituído através do Decreto nº 23.133, pelo presidente Getúlio Vargas, criou a normatização para atuação do médico veterinário e para o ensino da profissão. Porém, escolas de veterinária já existiam no Brasil, desde 1910. A prática da veterinária foi estabelecida desde 2000 a.C, mas alguns registros encontrados remontam a 4000 a.C. O Código de Hammurabi, o mais completo conjunto de leis sobrevivente, já continha normas sobre as atribuições e remunerações dos “médicos de animais”. O registro do diploma, para o exercício profissional, passou a ser exigido a partir de 1940, na Superintendência do Ensino Agrícola e Veterinário do Ministério da Agricultura, órgão fiscalizador da profissão. A partir de 1968, com a lei de criação dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária, foi transferida aos conselhos a função de fiscalizar o exercício dessa profissão e é também onde se faz o registro profissional.

Foto: Banco de imagem Publique

12/9 Dia do Trator A palavra “trator” tem sido atribuída a várias fontes. Empregada pela primeira vez na Grã-Bretanha, em 1856, segundo o dicionário Oxford, como sinônimo de motor de tração. Foram feitas adaptações de combustível (gasolina e diesel) até chegar ao uso motorizado. Daí surgiu o trator de uso agrícola geral, que executa as principais tarefas agrícolas.

11/9 Dia Nacional do Cerrado A região, que ocupa 20% do Brasil, é o segundo maior ecossistema do País, só perde para a Amazônia. Mais de 50% do cerrado foram destruídos, por isso é um bioma (conjunto de seres vivos, animais e plantas de certa área) ameaçado.

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Dia Internacional Para a Preservação da Camada de Ozônio No ano de 1987, 46 países assinaram o “Protocolo de Montreal”, tal documento se comprometia a parar de fabricar o gás CFC (Clorofluorcarbono), maior responsável pela destruição da camada de ozônio na estratosfera. Em comemoração ao feito, a ONU (Organização das Nações Unidas) declarou essa data. 16/9

21/9 Dia da Árvore A data é comemorada no Brasil, escolhida por ser próxima ao início da primavera. No Brasil, a árvore mais antiga é um jequitibá de 3.020 anos, localizado em Santa Rita do Passa Quatro (SP). Sua copa possui 39 metros de diâmetro, onde vivem tucanos e macacos, entre outros animais. 22/9 Dia da Banana Originária das regiões tropicais da Índia e da Malaia, já era conhecida e cultivada há mais de 4000 anos. As bananeiras existem no Brasil desde antes do seu descobrimento. O nome banana vem da palavra “banan”, e também foi dado pelos árabes, que significa “dedos”. 21/9 Dia do Fazendeiro Na Roma antiga, os grandes domínios privados de terras, os latifúndios, pertenciam somente à aristocracia, aos nobres chamados de latifundiários. Hoje, a denominação é dada ao dono da propriedade rural, o fazendeiro, que ocupa lugar de destaque em qualquer país do mundo onde a agricultura faz parte do primeiro setor da economia como gerador de recursos para as nações. 22/9 Dia da Defesa da Fauna O Brasil possui uma das maiores biodiversidades em fauna e flora do planeta. A atual situação da fauna é de 633 classificações científicas, das quais 624 estão em categorias de ameaça: criticamente em perigo, em perigo e vulnerável, adotadas para a avaliação e 9 em uma das duas categorias de extinção. Em conjunto, Mata Atlântica e Cerrado respondem por mais de 78% das espécies da lista. (SR)



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Agro Eventos/Balanço

Grande evento do Marketing Rural

Foto: Márcio Bueno

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Foto: ABMR&A/Divulgação

Nos dias 7 e 8 de agosto, o IX Congresso Brasileiro de Marketing Rural e Agronegócio reuniu centenas de profissionais no Transamérica Expo Center, em São Paulo. O evento ocorreu junto à Feira Agrinsumos & Induspec Expo&Business. Dia 7, a plenária conjunta com o II Congresso Andav foi prestigiada por mais de 1000 pessoas. Na ocasião, Alexandre Mendonça de Barros, da MB Agro, e Roberto Rodrigues, da GV Agro, abordaram perspectivas para o Agronegócio Brasileiro. Dia 8, foram apresentadas palestres e cases específicos da área de marketing rural.

Agroleite 2012

Agrifam

Vitrine da tecnologia do leite no Brasil, a 12ª Agroleite, realizada em Castro (PR), de 7 a 11 de agosto, bateu vários recordes. Segundo Frans Borg, presidente da Castrolanda, organizadora do evento, o evento a superou as expectativas de expositores, de animais e de público. Reuniu 141 empresas e 600 animais das raças Holandesa, Jersey e Simental e foi prestigiado 80 mil visitantes do Brasil, além do Uruguai, Paraguai, Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Canadá, Holanda, Áustria, Nova Zelândia, entre outros países.

A 9ª edição da Agrifam (Feira da Agricultura Familiar e do Trabalho Rural), realizada em Lençóis Paulista, de 3 a 5 de agosto, recebeu 28 mil visitantes. Segundo a Fetaesp (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de São Paulo), organizadora do evento, a mostra movimentou cerca de R$ 17 milhões, entre as vendas no local e propostas pós-evento. A próxima edição será de 2 a 4 de agosto de 2013.

Avicultura O 24º Congresso Mundial de Avicultura, realizado em Salvador (BA), de 5 a 9 de agosto, reuniu 2.200 congressistas de 93 países. O espaço destinado aos 120 expositores contou com média de 5 a 6 mil. A organização foi da WPSA (Associação Mundial de Ciência Avícola), com co-organização da Facta e da Ubabef (União Brasileira de Avicultura). (AC)



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Agro Eventos/Destaques

Expointer 2012 reúne 32 raças bovinas para 99 exemplares; o Charolês, de 102 para 119; o Brahman, de 53 para 80; o Simental, de 186 para 193; o Hereford/Polled Hereford, de 55 para 64; o Santa Gertrudis, de 48 para 52; e o Canchim, de 63 para 68. As raças zebuínas bateram recorde de inscritos, com 309 animais, destaque para o Gir Leiteiro, com 101 animais, e o restante divididos entre Brahman, Nelore, Nelore Mocho, Gir, Gir Mocho, Guzerá, Indubrasil e Tabapuã. Todas apresentaram crescimento, segundo a Associação dos Criadores Gaúchos de Zebu. Após dois anos de ausência, a tradicional raça Normanda, volta ao Parque de Exposições Assis Brasil, este ano, bem como a raça Girolando, que participou a última vez em 2001. A estreia fica por conta da japonesa Wagyu, trazida pelo criador Ricardo Steinbruch de Americana (SP), da Fazenda Angélica. Também estarão no evento as raças Devon, Shorthorn, Simbrasil, Pardo Suíço original, Red Poll, Jersey, Pardo Suíço leiteiro e o Franqueiro. (NC) Foto: Divulgação Seapa

A 35ª edição da Exposição Internacional de Animais, Máquinas e Produtos Agropecuários, a Expointer 2012, começou no sábado, 25 de agosto, e termina dia 2 de setembro, em Esteio, RS. Apesar de um ano considerado difícil em virtude da seca, os produtores de genética inscreveram 1.923 bovinos de elite para participarem da feira, considerada a maior da América Latina e uma das principais vitrines da genética brasileira para o mundo. Só bovinos, são 32 raças. A líder em exemplares inscritos é a raça Holandesa, com 304 animais, ante 209 do ano anterior, seguida pela Aberdeen Angus com 274 animais. Porém, a raça que apresentou maior crescimento percentual, foi a raça Caracu, com alta de 78%: de 14 animais, em 2011, para 25, este ano, todos inscritos por criadores paranaenses. Outras raças apresentaram considerável crescimento. Destaca-se a raça Nelore que, em conjunto com o Nelore Mocho, evoluiu de 10 para 43 cabeças. O Brangus cresceu de 79

Pelas pistas passarão 1.923 bovinos de elite

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Agro Eventos/Destaques

Foto: Texto Assessoria

Goiânia recebe a Interconf 2012

A 5ª edição da Interconf – Conferência Internacional de Confinadores será realizada em Goiânia (GO), de 11 a 13 de setembro. Iniciativa da Assocon (Associação Nacional dos Confinadores) e Canal Rural, o evento debaterá temas voltados para o crescimento e a expansão da cadeia da carne e seus reflexos nos processos produtivos. Com o tema central Produção da Carne: Processos desencadeiam Processos, a Interconf 2012 debaterá os processos realizados “dentro da porteira”, para produzir gado de corte com eficiência e qualidade (pastagem, reprodução, manejo, nutrição, melhoramento genético), e “fora da porteira”. A palestra de abertura da Interconf 2012 será realizada pelo ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega, sócio da Tendências Consultoria Integrada. O evento deste ano debaterá os seguintes

temas: “Aspectos gerais da produção de boi e da indústria da carne”, “Mercado consumidor de carne no Brasil” e “Relações entre produtores e frigoríficos”. O congresso termina com Dia de Campo no Confinamento da JBS, em Nazário (GO), onde os participantes vão conhecer o sistema utilizado pela empresa no processamento de proteína animal. A Interconf 2012 deve reunir cerca de 1.500 profissionais. A Assocon estima crescimento de 10% e 15%, no confinamento de gado, impulsionado, principalmente, pelas exigências em qualidade de gado para exportação e pela ampliação das áreas de agricultura sobre as pastagens. Com o 4º maior rebanho bovino do País, Goiás lidera o ranking entre os Estados que adotaram este sistema de criação de gado, com aproximadamente 950 mil cabeças confinadas/ ano. (BM) Agro Guia | Agosto 2012

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Agro Eventos/Destaques

Fenasucro terá 500 marcas expositoras

Foto: Divulgação

A cadeia produtiva da cana-de-açúcar tem encontro marcado na Fenasucro & Agrocana – XX Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira e X Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura da Cana-de-Açúcar, de 28 a 31 de agosto. O evento será realizado em Sertãozinho (SP) e deve receber mais de 32 mil profissionais do setor. Está prevista a participação de 500 marcas expositoras de 35 países. Este ano, a abertura terá uma conferência internacional organizada pela Datagro, o Ceise Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis) e a promotora de eventos Reed Multiplus. Em pauta, discussões sobre perspectivas de mercado, comércio internacional, avaliação da safra brasileira e expansão da produção de açúcar e etanol em mercados como a Tailândia e países africanos.

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Durante as feiras, ocorrerão eventos paralelos, entre os quais o Seminário Gegis, a reunião do GERHAI, o Seminário Agroindustrial da STAB, o II Enconsucro e a Forind (Feira de Fornecedores Industriais do Interior de São Paulo), voltada para a cadeia produtiva das usinas e indústria. Um momento esperado é a Rodada de Negócios Internacional, organizada pelo Apla (Arranjo Produtivo Local do Álcool) e a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Segundo Flávio Castelar, diretor-executivo da Apla, foram confirmadas mais de 30 empresas brasileiras e garantidos 20 compradores estrangeiros. Em 2011, a Rodada de Negócios contou com 29 participantes estrangeiros e 44 empresas brasileiras, que movimentaram cerca de US$ 1,8 milhão e prospectaram outros US$ 194 milhões. (BM)


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Agro Leilões

27/8 Leilão Virtual Touros NeloreCEN – 20h30, Canal do Boi - Central Leilões www.centralleiloes.com.br

20/9 8º Leilão Virtual Gir Fazenda Café Velho – 20h00, AgroCanal - Nova Leilões www.novasaleiloes.com.br

1/9 33° Leilão Anual Carpa 2012 – Serrana (SP), 13h00 - Programa Leilões www.programaleiloes.com.br

22/9 2° Leilão Rancho Faria e Convidados – Maringá (PR), 19h00 - WV Leilões www.wvleiloes.com.br

9/9 8º Mega Touros Carpa – Barra do Garças (MT), 13h00, Canal do Boi Programa Leilões www.programaleiloes.com.br Leilão Virtual Fazenda São José – 20h00, AgroCanal - Nova Leilões www.novasaleiloes.com.br 1º Leilão Girolando Nacional – Perdizes (MG), 14h00 - Nova Leilões www.novasaleiloes.com.br

24/9 1º Leilão Virtual Nelore Fazenda Santa Rosa – 20h00, AgroCanal - Nova Leilões www.novasaleiloes.com.br 29/9 1°. Leilão American Cup – WOORKA LUB – Sorocaba (SP), 15h00 - WV Leilões www.wvleiloes.com.br 30/9 Leilão Virtual Reprodutores TOP Leite Gir Villefort – 10h00, AgroCanal - Nova Leilões www.novasaleiloes.com.br

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Agro Entrevista

Antonio Carlos Zen: “O agricultor brasileiro está mais capitalizado e disposto a investir em tecnologia”

É aqui que as coisas estão acontecendo É dessa forma que o executivo Antonio Carlos Zen descreve o Brasil e seu agronegócio Por Paulo Roque

Ele é presidente corporativo América Latina da FMC, uma das maiores indústrias de agroquímicos instaladas no Brasil. Trabalha na empresa há 35 anos, onde começou ainda adolescente, com 14 anos de idade. Nessa entrevista ao Agro Guia, Antonio Carlos Zen fala sobre vários temas ligados à produção de alimentos e às questões de saúde e nutrição das plantas. Biólogo pela Universidade 16

de São Paulo, com mestrado em Entomologia e Agricultura e doutorado em Agronomia e Advanced Executive Program, em Kellogs, EUA, em sua opinião, qualquer companhia que estiver no agronegócio não pode se omitir de estar no País. “Se você hoje quiser ser uma corporação global e se posicionar como uma empresa forte nesse segmento, a presença no Brasil é fundamental.”


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Agro Entrevista

Agro Guia – Diante do atual cenário internacional, como analisa a expectativa para o mercado brasileiro? Antonio Carlos Zen – Analiso sob dois prismas. O primeiro cenário é de euforia, porque a agricultura brasileira vive um grande momento, com preços consistentes, agricultor capitalizado, investindo em tecnologia e bastante rentabilidade. Segundo, questiono: O que estamos fazendo para o pós-euforia? Como vamos nos preparar para o momento quando os preços não estiverem tão bons? Na fase de euforia é muito perigoso que se tome decisões e que, de alguma forma, se entre em um período de acomodação. Temos de continuar olhando custos, tecnologias e, principalmente, a gestão do agronegócio, não esquecendo que as commodities não desafiam a lei da gravidade.

mos vivenciando na cana-de-açúcar o mesmo entusiasmo que há na soja e no milho, mas, certamente, também não é um cenário tão ruim. Vamos ter, com certeza, produtividades muito boas. É uma questão de investirmos em tecnologia, há novas chegando, e, então, vamos passar por um período muito bom. Agro Guia – O setor de agroquímicos está preparado para atender a demanda de tecnologia que a agricultura passará a exigir em função da necessidade mundial de alimentos? ACZ – Sentimos um crescimento muito grande em tecnologia. O agricultor brasileiro está mais capitalizado e disposto a investir nessa área. A cadeia de suprimento das empresas foi pega, de certa forma, de surpresa com toda essa demanda que está ocorrendo. Então, a indústria está, no momento, correndo quase atrás da demanda para supri-la. Há aumento de área plantada no mundo todo, particularmente no Brasil, Argentina e mesmo Paraguai. A indústria prepara novidades diferenciadas nas áreas de nutrição de plantas, de controle biológico e natural das pragas, de transgenia, de sementes e equipamentos. Ninguém está parado. Precisamos olhar prioridades, quer dizer, há uma consciência muito forte sobre a necessidade de aumentar a produtividade por hectare, pois abrir mais terra vai ser cada vez mais restrito e o desafio está

“ ... abrir mais terra vai ser cada vez mais restrito e o desafio está enorme.”

Agro Guia – Como o sr. avalia a situação atual da cana-de-açúcar, considerando que foram realizados muitos investimentos nessa cultura pelas empresas de agroquímicos? ACZ – Daqui para frente teremos um cenário mais favorável. A Petrobrás já encena fazer certos ajustes no preço da gasolina, o que, de alguma maneira, vai trazer o etanol para um patamar mais competitivo. Também temos indicação de seca em boa parta da Índia, o que deve sustentar os preços do açúcar no atual patamar. Portanto, tenho razoável otimismo. Não esta-

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Agro Entrevista

enorme. Mas, estou absolutamente seguro que a indústria vai responder. Agro Guia – Como está o desenvolvimento de novas moléculas e o que falta para os produtos chegarem com mais rapidez ao mercado? ACZ – A química tradicional está um tanto exaurida. Hoje, trazer uma nova molécula está muito difícil, é quase que uma obra do acaso. O custo é muito alto e há um risco de, por alguma razão, de toxicologia crônica ou de fator ambiental, tornar essa molécula inviável. Por outro lado, está havendo retirada, voluntária ou através das autoridades regulatórias, de várias moléculas, muitas delas com componentes importantes de market share (participação de mercado). Estamos tentando reinventar algumas moléculas, procuramos trabalhar misturas, para criar conveniência, particularmente para o grande

Antonio Carlos Zen: “O agricultor brasileiro está mais capitalizado e disposto a investir em tecnologia”

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agricultor brasileiro. A janela de uso de produto continua a mesma, por limitações climáticas e, no entanto, a área plantada cresceu muito. Se trouxer simplicidade, praticidade e conveniência, você tem aí uma boa oportunidade para crescer. Por outro lado, temos que olhar outras maneiras de proteger as plantas. Portanto, combinar métodos de controle está mais próximo do que nunca. Particularmente, acredito em uma grande transformação na nossa indústria, a partir do uso de elementos biológicos para controlar as pragas e doenças. Quem dominar a tecnologia de tornar esses produtos viáveis e poder armazená-los e transportá-los primeiro vai sair na frente e dará uma grande contribuição. No entanto, existem os aspectos regulatórios. As leis ainda são um pouco antigas, as autoridades de registro estão procurando se adaptar e nós precisamos trabalhar juntos, indústrias, governo, produtores e suas associações, para que tenhamos um caminho claro para trazer essa tecnologia para o Brasil e manter o País na vanguarda competitiva. Agro Guia – Então, a tendência dentro do setor de agroquímicos é partir para produtos que estejam dentro dos padrões da sustentabilidade? ACZ – Esse é o futuro, precisamos sustentar as nossas técnicas. À medida que vamos ter um mar de soja, um mar de milho, um mar de algodão, ou seja, áreas muito grandes, muito concentradas, as pressões de pragas e doenças aumentarão, e nós temos o sentimento de que só a resposta química não responderá pelo todo.


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Agro Entrevista

Precisamos de uma combinação de métodos. Trazer biológicos, produtos naturais, trabalhar mais a nutrição de plantas, a transgenia. Com todos estes aspectos combinados e articulados, teremos uma agricultura mais sustentável e poderemos realmente conseguir alavancar a produção que buscamos. Olhar a saúde da planta como um todo. Agro Guia – Quais são os planos e projetos de investimentos no Brasil pela FMC? ACZ – Estamos correndo atrás do suplity (suporte) e tenho impressão que isso passa por todo setor. Temos que tomar uma decisão muito rápida para criar nossa segunda unidade fabril. Temos uma em Uberaba (MG) e vamos partir para outra. Estudamos ainda a melhor localização, mas devemos rasgar o solo e colocar a pedra fundamental no início de 2013. Estamos analisando se a construímos em Goiás ou em São Paulo. Pessoalmente, prefiro o Centro-Oeste, mas infelizmente a guerra fiscal, a situação do ICMS pesa muito ainda. Seguimos investindo na conveniência para o agricultor, ou seja, combinando produtos, fazendo tecnologia que tragam facilidade e rapidez de uso. Estamos olhando e já introduzindo produtos na área biológica e natural. Já temos dois licenciados e preparados, estamos trabalhando para registrá-los, porque serão responsáveis pela nossa entrada nesse segmento. E, certamente, vemos também com muito carinho a parte de nutrição de plantas. É certo que continuamos apostando na parte da química tradicional, mas muito mais do que pes-

quisarmos, investirmos na descoberta de moléculas, vislumbramos a aquisição de novas moléculas. Adquirimos três moléculas nos últimos dois anos, estamos em fase de aquisição de mais duas ou três, e esperamos poder anunciar em breve. Agro Guia – Como a FMC vê o Brasil no cenário do agronegócio? ACZ – Sem qualquer ufanismo de minha parte, não somente a FMC, mas qualquer companhia que estiver no agronegócio não pode se omitir de estar no Brasil. Se você hoje quiser ser uma corporação global, se você quer ser uma empresa forte no ramo do agronegócio, a presença no País é fundamental. Portanto, a competição vai acirrar cada vez mais no Brasil, porque nós estaremos chamando mais e mais atenção, mas é o lugar certo para estar. Você só tem que entender que o mercado brasileiro é grande, tem muitos problemas de logística, requer muito investimento e os prazos de vendas aqui são longos, comparados com outros países. Portanto, precisa estar preparado para entrar com um bom capital e trabalhar com um bom capital de trabalho. Certamente, ninguém pode negar, é aqui que as coisas estão acontecendo. Deixamos de ser seguidores para sermos líderes.

“ ... estamos olhando também com muito carinho a parte de nutrição de plantas” Agro Guia | Agosto 2012

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Agro Agricultura/Commodities

MILHO Quadro positivo Segundo o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), em julho, as exportações de milho totalizaram 1,703 milhão de toneladas e renderam US$ 419,3 milhões, aumento de 529% nos embarques e 431% na receita. No acumulado de janeiro a julho, o volume embarcado cresceu 15% e totalizou 3,503 milhões/t. Já a receita aumentou 17% e atingiu US$ 888 milhões. O 11º levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), divulgado dia 9 de agosto, estima a área cultivada de milho segunda safra em 7,58 milhões de hectares, 23% acima da safra anterior. Somando aos 7,52 milhões/ha, plantados na primeira safra, a expectativa é de cultivo de 15,10 milhões/ha, 9,4% superior aos 13,81 milhões/ha do período anterior. Segundo o órgão, o Brasil deve colher 72,78 milhões/t de milho, 26% acima das 57,41 milhões/t obtidos na safra 2010/2011. SOJA Produção menor O 11º levantamento de safra da Conab estima a produção de soja da safra 2011/2012 em 66,4 milhões de toneladas, 20

quebra de 11,8% (8,93 milhões/t) em relação às 75.32 milhões/t obtidas na anterior. A produtividade caiu 14,7% no comparativo, de 3.115 quilos por hectare para 2.656 kg/ ha. O resultado negativo é atribuído às estiagens prolongadas causadas pelo fenômeno “La Niña”. A área cultivada com a oleaginosa alcançou 25.00 milhões/ha, ante 24,18 milhões/ha, crescimento de 3,4%.

em relação às 5.188,4 mil t na safra anterior) e 1.868,1 mil t de pluma (queda de 4,7% em relação aos 1.959,8 kg/ha em 2001/2011). A expectativa é que a produtividade de algodão em caroço alcance 3.554 kg/ha, ante 3.705 kg/ha na safra anterior, retração de 4,1%. Já a produtividade de pluma, está estimada em 1.868,1 kg/ha, ante 1.959,8 kg/ ha, queda de 4,7%.

CAFÉ Colheita alcança 80% Levantamento semanal da Safras & Mercado, até 9 de agosto, dá conta de que a colheita de café da safra brasileira 2012/2013 alcançou 80%. O número indica um atraso em relação ao mesmo período do ano passado, quando 88% (safra 2011/2012) já estavam colhidos. Segundo estimativa da empresa, até a data foram colhidas 43,75 milhões de sacas de 60 quilos, de um total de 54,9 milhões de sacas.

CANA-DE-AÇÚCAR Números positivos De acordo com o segundo levantamento da Conab, a área cultivada com cana-de-açúcar na safra 2012/2013 está estimada em 8.527,8 mil hectares, ante 8.356,1 mil ha na safra anterior. A produtividade média esperada é 69.963 kg/ha, ante 67.060 kg/ha, incremento de 4,3% na mesma comparação. A previsão de esmagamento de cana para açúcar é de 300,82 milhões/t, 50,42% da previsão de moagem total. A produção de açúcar está estimada em 38,99 milhões/t, 8,41% maior que a da temporada passada. A produção de etanol é estimada em 23,49 bilhões de litros, 3,21% superior à alcançada na safra 2011/2012.

ALGODÃO Queda geral A colheita da safra 2011/2012 de algodão está em andamento e ultrapassa os 40,2%, segundo a Conab que prevê produção de 4.961,3 toneladas de algodão em caroço (queda de 4,4%



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Agro Pecuária/Commodities

SUÍNOS Mercado externo começa a reagir Em junho, segundo a Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína), o Brasil exportou 43.913 toneladas e faturou US$ 108,40 milhões. No mês, as vendas externas caíram 16,76% em volume e 28,75% em receita, na comparação com junho de 2011. A Ucrânia, com 11.938 t, passou a ocupar a posição de primeiro importador da carne suína brasileira, seguida pela Rússia (11.623 t) e Hong Kong (7.313 t). De janeiro a junho, o País exportou 268,78 mil t, crescimento de 0,72% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita caiu 6,52%, ficando em US$ 687,35 milhões.

AVES Crescimento moderado De acordo com a Secex/ MDIC (Secretaria de Comércio Exterior/Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), em julho, foram exportadas 312.297 toneladas de carne de frango, incremento de 1,66%, em relação a junho, e de 0,46% sobre o mesmo mês do ano anterior. No acumulado de 2012, os embarques ficaram próximos de 2,3 milhões/t, expansão de 2,7% em comparação com o mesmo período de 2011. A expectativa do mercado aponta para embarques

finais em torno do alcançado em 2010/2011: 4,013 milhões/t.

R$ 7,7 bilhões foi o total movimentado pelos mais de 1.000 distribuidores de insumos agropecuários ligados à Andav na última safra agrícola.

US$ 200 milhões, total de recursos previsto pela Cargill para construir uma fábrica em Castro (PR), é um dos maiores investimentos da empresa no mundo.

BOVINOS Exportações em alta De acordo com dados da Secex, o volume embarcado de carne bovina in natura cresceu 32,6%, de 62,8 mil toneladas para 83,3 mil t no mês passado. A receita cambial somou US$ 377,9 milhões, expansão de 19,5% em relação aos US$ 316,2 milhões de julho de 2011. No entanto, os preços da tonelada caíram 9,9%, para US$ 4.536.

AGRO NÚMEROS

US$ 8,3 bilhões foi o valor das vendas globais da Syngenta no primeiro semestre de 2012, 7% acima do resultado do mesmo período do ano anterior.

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Agro Produtor/ Agro Perfil

Paixão pelo campo e pela profissão Elizabeth Cirne-Lima é umas das vozes femininas mais respeitas do agronegócio brasileiro Por Nathã Carvalho

Gaúcha nata, criada em Porto Alegre, Elizabeth Obino Cirne-Lima é mais um exemplo de uma das grandes mulheres que fazem a diferença no agronegócio brasileiro. É carinhosamente conhecida como Betty e tem orgulho de sua afinidade com o meio rural. É filha de Luiz Fernando Cirne-Lima, ex-ministro da Agricultura, professor de zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pecuarista em Dom Pedrito (RS) e renomado jurado da raça Devon pelo Brasil e pelo mundo. 24

“Minha ligação com o campo vem de casa. Na minha adolescência passamos a frequentar a fazenda que meu pai adquiriu, construiu e nos ensinou a respeitar e amar. Foi aí que começou a minha relação mais próxima com o campo” conta. Aos 50 anos, e mãe de dois filhos, é formada em ciências biológicas e PHD em bioquímica. Atualmente, atua como professora no curso de Medicina Veterinária da UFRGS, também como coordenadora do laboratório de embriolo-


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Agro Produtor/ Agro Perfil

gia e diferenciação celular do Centro de Pesquisa Experimental do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, além de ser produtora rural e vice-presidente da ABCD (Associação Brasileira de Criadores de Devon). Ficou fora de Porto Alegre por quase 20 anos, retornando em 1998, quando passou a se aproximar mais da ABCD e do Devon, raça britânica de pelagem vermelha-rubi, tradicionalmente criada nos pampas, uma de suas maiores paixões. “Aprendi a gostar do Devon, devido à atividade de meu pai, que foi difusor, criador e jurado dessa raça nas exposições mais importantes do Brasil e do mundo” explica. Ela conta que, na associação, inicialmente “adotada” foi por um dos grandes entusiastas da raça, o criador João Vieira de Macedo Neto, o Macedinho da Cabanha Azul. E também por Carmem Maria Jardim, da Corticeiras Agropecuária. Destas relações, surgiram novas amizades que possibilitaram ainda mais o envolvimento de Elizabeth com o Devon e a entidade. O apoio e o incentivo do pai em “envolver” a filha com o meio fizeram toda a diferença, como ela mesma conta. “Meu pai foi e é fundamental na minha vida pessoal e profissional. Aprendi quase tudo ligado ao campo com ele. É muito difícil crescer ao lado de um homem com a competência, profissionalismo e carisma que ele possui.”, diz.

Com o passar do tempo e a proximidade cada vez maior com os selecionadores de Devon e com o plantel da Estância da Pedreira, em Dom Pedrito, localizada na região da Campanha no Rio Grande do Sul, próximo da fronteira com o Uruguai, novos desafios surgiram. Um deles foi presidir a ABCD, entidade que congrega um bom grupo de vozes femininas envolvidas com as ações voltadas para o Devon. “A ABCD é uma entidade de vanguarda. Não fui a primeira mulher a presidir a associação, pois Carmem Maria Jardim, criadora de destaque e competência incontestável, já havia me precedido”, afirma. “Temos hoje várias mulheres criadoras de Devon, que foram e são importantes para a raça. Tanto que na edição da Expointer 2012 criamos um novo prêmio chamado Chiripá, que vai premiar a melhor expositora dessa raça pela primeira vez”, acrescenta. Hoje como vice-presidente da entidade, ao lado de Adelar Santarém, que assumiu a ABCD em 2010, Betty não esconde sua paixão e entusiasmo pela raça. “O Devon está em meu sangue. Beleza, para mim, é um campo verde com o gado Devon vermelho-rubi (como ele é chamado na Inglaterra) e com alguns cavalos Crioulos”, confessa mais uma de suas paixões. “Adoro os cavalos também, pois são minha terapia. Crio Crioulos por paixão e para viajar e para rédeas, esporte america-

“Beleza, para mim, é um campo verde com o gado Devon vermelho-rubi e com alguns cavalos Crioulos”

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Agro Produtor/ Agro Perfil

no, que pode ser praticado por pessoas de qualquer sexo e idade, como amadores, que é o meu caso.” No entanto, os desafios não pararam por aí. Sua gestão frente à ABCD e sua facilidade de se relacionar com os membros do setor pecuário, principalmente entre os produtores de genética, resultaram em mais uma missão. Desta vez, a de presidir a Febrac (Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça), entidade que congrega todas as associações de criadores de bovinos de corte e de leite, equinos, ovinos, caprinos, suínos, aves, pássaros, entre outros. “Este, sim, foi um grande desafio. Foi algo muito importante pessoalmente, pois além de representar a confiança de meus pares em mim, tive a oportunidade de aprender muito, e agradeço imensamente a todos que me apoiaram e ensinaram”, revela. Recentemente, Betty encerrou sua gestão frente à Febrac. “Todos sabem que associações e federações de uma maneira geral são descapitalizadas. Assim, junto com a diretoria, realizei muitas ações estruturais, políticas e estabelecemos posições e relações de respeito no meio, o que acredito ter sido o maior legado”, avalia a líder gaúcha que agora pode dedicar maior atenção à sua criação e à sua profissão. Como cidadã gaúcha, Betty orgulha-se de suas raízes e das características dos seus conterrâneos. “O povo gaúcho é resultado de muitas culturas. Inventividade e dedicação são marcas de nosso caráter. E estas características moldam, de uma maneira geral, pessoas muito competentes”, destaca. A posição do Estado no agronegócio e como grande celeiro de carne de qua26

lidade também é lembrada por ela. “No Rio Grande do Sul produzimos a melhor carne bovina do Brasil. Participamos também da cadeia produtiva de aves e suínos de forma muito importante, auxiliando o País a se destacar como o maior produtor e exportador de proteína animal do mundo. Além disso, na agricultura temos em alguns setores os produtores mais inventivos e competentes do País e do mundo, transformando as adversidades em eficiência”, finaliza.

“Meu pai foi e é fundamental na minha vida pessoal e profissional. Aprendi quase tudo ligado ao campo com ele”



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Fotos Banco de Imagem InpEV

Agro Agricultura/Sustentabilidade

João Cesar M. Rando, diretor-presidente do inpEV

Brasil é campeão Em logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas, país é referência mundial O Dia Nacional do Campo Limpo, instituído no calendário brasileiro em 18 de agosto, por meio da Lei Federal 11.657 de 16 de abril de 2008, atesta o sucesso do Sistema Campo Limpo (logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos) como modelo em solução ambiental ecoeficiente. A iniciativa reúne agricultores, canais de distribuição e fabricantes, representados pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV). Desde a sua criação, o sistema possibilitou que 250 mil toneladas de CO2 equivalente deixassem de ser emitidas no meio ambiente. “Esse ganho equivale a uma economia de 571 mil barris de petróleo ou 111 milhões de metros cúbicos de gás natural”, explica João Cesar M. Rando, diretor-presidente do inpEV. Rando acrescenta que o Brasil é o país que destina percentualmente mais embalagens plásticas entre os que possuem sistemas semelhantes. Atualmente, 94% das embalagens plásticas são devolvidas pelos agricultores brasileiros. Nos Estados Unidos, esse porcentual é de 30%; no Japão, 50%; no Canadá, 60%; na França, 65%; e, na Alemanha, 76%. Após a devolução, boa parte das embalagens entregues nas mais de 400 unidades de recebimento es28

palhadas pelo país é reciclada, dando origem a outras embalagens ou materiais para construção civil. Nos últimos 10 anos foram investidos mais de R$ 500 milhões no programa de descarte de embalagens. A indústria (representada pelo inpEV) contribuiu com mais de 85% desse valor. O inpEV foi fundado em 14 de dezembro de 2001 e, atualmente, congrega 91 empresas e 10 entidades. Foi criado pela indústria fabricante de agrotóxicos, com o objetivo de realizar a gestão pós-consumo das embalagens vazias de seus produtos, de acordo com a Lei Federal nº 9.974/2000 e o Decreto Federal nº 4.074/2002. (BM)

Central de recebimento de embalagens


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Foto SXC.HU

Agro Agricultura/Safra

Canavial envelhecido

Resultado: queda de produtividade e prejuízo para o setor Um dos fatores responsáveis pela queda da produção e da produtividade dos canaviais é a sua renovação, cujo déficit já está acumulado em mais de 35%. O ideal, segundo especialistas, seria que as plantações tivessem entre cinco e seis ciclos de colheita e, depois, fossem renovadas, mas algumas lavouras já completaram 11 anos. Na região Centro-Sul, maior produtora nacional (532 milhões de t), segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a Datagro (Consultoria de etanol e açúcar) estima que a taxa de renovação da cana foi menor que a média dos últimos 20 anos, cerca de 16,3%. Nos anos de 2006 e 2007 houve um forte investimento na expansão da área de cana. O reflexo veio em 2008, quando em plena crise financeira mundial as usinas não tinham recursos para estocagem. O etanol entrou no mercado e provocou queda nos preços e aumento no consumo. A partir daí, os produtores não tinham dinheiro para renovar os canaviais.

Faltam investimentos No entender de Ismael Perina, presidente da Orplana (Associação dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), a quebra de produtividade dos canaviais reflete a falta de investimentos pós 2008, principalmente pela falta de renda do produtor. “Teríamos que reformar praticamente numa safra, 38%, o que não vai ser feito, pois comprometeríamos demais a safra do próximo ano. Isso será feito de maneira criteriosa, ao longo de três ou quatro safras. Se não faltar investimentos essa correção estará complementada em três ou quatro anos”, diz Perina. Segundo o pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Júlio César Garcia a renovação deveria ser feita em torno de 20%, a cada ano, ou seja, ao longo de cinco anos toda a área seria renovada. “Fazendo um cálculo grosseiro, a renovação total na safra 2012/2013 deve alcançar 956.375 ha dos 8.567,2 mil ha cultivados atualmente, aproximadamente, 11,16 %. Dessa forma, estamos Agro Guia | Agosto 2012

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Foto Divulgação Esalq/USP

Agro Agricultura/Safra

rava à imprensa que, apesar das iniciativas serem incentivadoras ao crédito, havia necessidade de medidas para melhorar a competitividade do setor, que vinha perdendo espaço nos últimos cinco anos, por conta do crescente custo de produção. Edgar Beauclair, professor da Esalq/USP

Fator limitante De acordo com Edgar Beauclair, professor do Departamento de Produção Vegetal, Planejamento e Produção de Cana, da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz / Universidade de São Paulo), o principal fator limitante é financeiro, falta investimento no setor. A ausência de políticas públicas claras para a matriz energética do país inibe novos aportes de investimentos na cadeia de produção, especialmente na área agrícola, onde os investimentos têm baixa TIR (Taxa Interna de Retorno), mas fundamentais, para a sustentabilidade do negócio a médio e longo prazo. “Existe ainda novos empecilhos técnicos que demandam investimentos em pesquisa dos sistemas de produção mecanizados, baseados em projetos antigos e importados”, comenta Edgar. Para atender a demanda das usinas, segundo o professor, é necessária uma política clara de longo prazo para o setor e o país, o que garantiria segurança aos investidores. Foto Divulgação IAC

deixando de renovar 8,8 % da área, que daria algo em torno de 753.913 ha. Considerando que um canavial novo produza cerca de 120 t/ha e uma queda de produtividade de 50%, em razão da não renovação ao longo dos ciclos, essa produtividade cairia para cerca de 60 t/ha. Ou seja, uma diferença de 60 t/ha, multiplicado por 753.913 ha, chegou perto de 45, 2 milhões de t, ou 3,5 bilhões de litro de etanol, ou 896 milhões de sacas de 50 kg de açúcar”, exemplifica Garcia. Perina atribui essa grande dificuldade à falta de renda do produtor por três safras consecutivas, o que historicamente não havia presenciado em mais de 30 anos de atividade neste setor. “Os reflexos da falta de rentabilidade são externados ao campo no médio prazo, pois se trata de uma cultura de ciclo semi perene. A cana-de-açúcar tem sua formação de custo baseada nos valores do açúcar e etanol, e o comportamento dos preços, principalmente do etanol. Ao longo de vários períodos, foram baixos e impediram de remunerar a cana-de-açúcar de maneira adequada.” No início desse ano, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social), lançou o programa Prorenova, com orçamento de R$ 4 bilhões, para estimular a renovação e ampliação dos canaviais. Na época, o diretor-executivo da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Eduardo Leão, decla-

Julio César, pesquisador do IAC

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do Programa Você sabia que... Benefícios • Agilidade no Licenciamento Am-

O governo do Estado do Rio Grande do Sul lançou um programa estadual de expansão da agropecuária irrigada?

O Programa Mais Água, Mais Renda busca alternativas para garantir maior estabilidade na produção agropecuária, devido às frequentes estiagens que assolam o território gaúcho. Nos últimos 10 anos, houve o comprometimento de 70% no potencial produtivo das lavouras da região, fazendo com que a necessidade de irrigação suplementar às culturas variasse de 80 a 300 mm. Dos 429,9 mil estabelecimentos agrícolas existentes no Estado, apenas 26,8 mil utilizam algum tipo de irrigação, significando apenas 6,2%. O Programa se encaixa nos objetivos da Administração Pública Estadual que visa ampliar a área irrigada pelos produtores gaúchos a fim de aumentar a produtividade, a produção e a renda no campo, atendendo à necessidade crescente pela produção de alimentos. Público Alvo Todos os agropecuaristas do Estado do Rio Grande do Sul que se comprometerem a adotar ou ampliar sistemas de produção irrigados em áreas de sequeiro.

biental e Outorga do uso da água para açudes até 10 ha e áreas irrigadas até 100 ha; Incentivo financeiro para a implantação e/ou ampliação do uso de sistemas de irrigação (açudes e equipamentos para aspersão, sulcos e gotejamento).

Um grande exemplo a ser seguido pelos outros Estados. Para mais informações sobre como participar do programa e seus benefícios, acesse o site http:// www.agricultura.rs.gov.br/.

Média de Produção nos últimos 10 anos no Rio Grande do Sul Milho

Soja

Feijão

Áreas não irrigadas

3.486

2.051

1.009

Áreas irrigadas

até 12.000

até 3.800

até 2.600

(kg/ha)

(kg/ha)

(kg/ha)

(kg/ha)

(kg/ha)

(kg/ha)

(34) 3318.9000 | www.pivotvalley.com.br Agro Guia | Agosto 2012

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Foto Divulgação

Agro Política

Francisco Maia, presidente da Acrissul

Setor de Carne leva propostas a Brasília Uma das reivindicações é a criação de um conselho paritário

Um Programa de Recuperação Fiscal (Refis) para os pequenos e médios frigoríficos em dificuldades financeiras foi defendido por Francisco Maia, presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) e da Fenapec (Frente Nacional da Pecuária), na Câmara Federal, dia 7 de agosto. A iniciativa foi realizada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, durante audiência pública sobre a cadeia produtiva de bovinocultura de corte. Convocada pelo deputado federal Homero Pereira (PSD-MT), presidente da Fenapec, a audiência serviu para mostrar que há consenso sobre a necessidade urgente da criação de um conselho paritário (o proposto Consecarne pela Fenapec) e também desenvolver campanhas de marketing para estimular o consumo da carne vermelha, além de um programa nacional de tipificação de carcaças. Segundo Maia, esta foi a primeira vez que a cadeia produtiva da pecuária levou, de forma organizada, suas reivindicações para Brasília. O 32

presidente da Acrissul criticou a concentração no setor, com grandes grupos dominando o mercado. “Toda concentração de mercado é perversa. Leva ao monopólio”, alertou. A denúncia de monopólio de frigoríficos foi encaminhada no fim de junho deste ano pela Fenapec ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do Ministério da Justiça). Em julho, através de investigações, o órgão decidiu brecar a aquisição de frigoríficos pelo grupo JBS nos Estados do Acre, Rondônia e Mato Grosso. O presidente do Grupo JBS S.A.-Friboi, Wesley Mendonça, manifestou seu apoio à criação do Consecarne e também de um programa nacional de tipificação de carcaças. O Brasil tem 1,5 mil abatedouros. O Grupo JBS tem 45 unidades e, este ano, criou uma diretoria de relacionamentos para aproximar mais o pecuarista do frigorífico. “É preciso, a exemplo do que ocorre nos EUA, criar um seguro para evitar que o pecuarista leve calote de indústria”, defendeu. (PR)


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Fotos Divulgação

Agro Cooperativismo

Unidade de Pinhalzinho

Aurora, um negócio de R$ 3,8 bilhões Referência como agroindústria de alimentos, cooperativa tem presença marcante nos mercados brasileiro e internacional

Por Béth Mélo

Com um mix de 800 produtos, entre carnes de aves e suínos, lácteos e massas, além de uma linha de nutrição animal, a Coopercentral Aurora Alimentos completou 43 anos com crescente participação no mercado nacional. Já é uma das maiores do segmento e ocupa posição destaque entre os grandes grupos agroindustriais do país. O conglomerado reúne 13 cooperativas singulares que, no conjunto, representam mais de 60 mil produtores rurais. Sua sede fica em Chapecó (SC) e, no total, possui sete unidades industriais para processamento de suínos e cinco para aves, quatro fábricas de rações, uma indústria de lácteos, de onde saem as marcas Aurora, Aurolat, Nobre e Peperi. Além disso, conta com dez unida-

des de ativos biológicos (granjas de reprodutores suínos e matrizes de aves, incubatórios e silos), uma de disseminação de genes, nove unidades comerciais e 100 mil pontos de vendas no País. A Aurora nasceu, em 1969, da reunião de oito cooperativas agrícolas. Ao organizar-se, em nível regional, e oferecer escala, criou as bases para a industrialização da produção dos associados das cooperativas filiadas. Segundo o presidente da Aurora, Mário Lanznaster, a determinação dos dirigentes – liderados pelo pioneiro Aury Luiz Bodanese – resultaram em uma estrutura agroindustrial capaz de absorver, transformar e conquistar mercado para essa produção. “Os números impressionam. São 3,8 bilhões de reais de Agro Guia | Agosto 2012

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Agro Cooperativismo

faturamento anual, 15.645 empregos diretos, 3,5 milhões de suínos e 142,4 milhões de aves abatidos anualmente”, destaca. E acrescenta: “o Sistema Aurora (o conjunto da Coopercentral e as cooperativas filiadas) contribui com 22.000 empregos diretos e R$ 8,2 bilhões de faturamento”. De acordo com Lanznaster, a empresa possui capacidade de abate diário de 14 mil suínos e 600 mil aves e processamento de 1,6 milhão de litros de leite/dia. Além disso, mantém, no campo, plantéis permanentes de 800 mil suínos e 19 milhões de frangos. Sua base produtiva é formada por 9.000 produtores de leite, 3.600 criadores de suínos e 1.800 criadores de aves. “Além de processar a matéria-prima gerada pelos quase 59.000 produtores rurais associados às cooperativas, garantindo renda e mercado, a Aurora tornou-se uma agroindústria de alimentos, e não apenas de produtos cárneos, com marcante inserção nacional e crescente participação no comércio internacional”, observa. E acrescenta que essa nova visão, formatada no planejamento estratégico da empresa, manifestou-se, concretamente, com a diversificação do mix de produção e o lançamento das linhas de lácteos e pizzas, entre outras ações.

cado interno teve importância fundamental na composição dos resultados, com 84,5% da receita: R$ 3,290 milhões, uma evolução de 22,8% em relação ao ano anterior. “Convergiram para esses esforços o controle do planejamento comercial, alinhado ao atendimento logístico operacional e à produção de qualidade, referenciada em 76 lançamentos e no mix com mais de 800 produtos alimentícios”, justifica o presidente. Entre os lançamentos de 2011 estão batatas fritas congeladas, pratos prontos, empanados de frango, hambúrguer, cortes salgados suínos, cortes de frango, peito de blesser recheado (frango), leites UHT, leite em pó, queijos, bebidas lácteas e requeijão. As exportações renderam R$ 599,4 milhões, crescimento de 30,5% e 15,41% da receita global. Os embarques aumentaram 18,3% e totalizaram 122.389 toneladas.

São 15.645 empregos diretos, 142,4 milhões de aves e 3,5 milhões de suínos e abatidos anualmente

Evolução dos números Em 2011, a Aurora obteve resultado líquido de R$ 138,9 milhões. O mer34

Nutrição animal Na área de nutrição animal, a produção de rações, núcleos e concentrados para aves e suínos cresceu 20,6% e atingiu 1 milhão de toneladas em 2011 e faturou R$ 56,7 milhões. Também entrou na área de nutrição de bovinos de leite com o lançamento das linhas de núcleos e de premix Top Aurora Leite. Os novos produtos atendem à demanda crescente bacia leiteira de Santa Catarina, que conta com mais de 60 mil propriedades rurais. “Embora iniciante, a participação da Aurora nesse segmento é promissora.


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Agro Cooperativismo

Especificamente na linha de nutrição de bovinos leiteiros, estamos retomando a participação em um processo integrado da cadeia leiteira que vai do campo à indústria, visando à qualidade máxima dos produtos, a segurança alimentar e a agregação de valor para os associados”, anuncia o presidente. Investimentos A Coopercentral Aurora Alimentos planeja construir uma indústria de processamento de aves em Canoinhas, no planalto norte catarinense, a partir de 2015. Estão previstos R$ 427 milhões em investimentos diretos. “O complexo avícola terá indústria, incubatório, granjas-matrizes e fábrica de rações. Pretendemos abater 300.000 aves por dia”, prevê. Outro investimento, de R$ 40 milhões, destina-se à reabertura da indústria de abate de suínos em Joaçaba, inaugurada em 2002, que teve suas atividades paralisadas em 2009, em consequência da crise financeira internacional. Os recursos vão duplicar a capacidade de abate de 1.100 para 2.200 suínos/dia, com a instalação de sala de cortes para exportação, e ampliar a capacidade de congelamento. A abertura está prevista para o fim 2013. Difusora de conhecimento A Aurora tem atuado como difusora do conhecimento científico, garantindo o acesso do pequeno produtor aos avanços da pesquisa agropecuária. “Graças ao cooperativismo, o campo incorporou novas tecnologias, diversificou as atividades, tecnificou a agricultura e outras explorações pecuárias, adquiriu mais máquinas e equipamentos, auto-

móveis e utilitários, móveis e eletrodomésticos. Também garantiu assistência técnica em todas as propriedades rurais, proporcionou habitação e saneamento”, ressalta Lanznaster. Para ele, a declaração pela ONU (Organização das Nações Unidas) de 2012, como Ano Internacional das Cooperativas, representa o reconhecimento mundial de que essas organizações podem construir uma sociedade mais justa, sem os defeitos do capitalismo e do socialismo. “Nos municípios onde as cooperativas atuam, o IDH é mais elevado, logo, são o caminho viável e possível para uma vida melhor. Além disso, os princípios cooperativistas podem ser a base ética de uma sociedade moderna, livre e pluralista”, analisa.

Mário Lanznaster, presidente da Coopercentral Aurora Alimentos

Agro Guia | Agosto 2012

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Informe Agro Econômico

O clima e os preços

A agricultura registrou nas últimas semanas uma das maiores mudanças de cenário dos últimos anos. Uma onda de calor e o clima muito seco na principal região agrícola do mundo alterou a perspectiva do mercado de grãos para este e, provavelmente, para os próximos anos também. O cenário mudou radicalmente de situação em junho. Como foi amplamente divulgado, os agricultores americanos semearam uma área recorde de milho entre abril e maio, período ideal para uma boa produtividade. As perspectivas à época apontavam para um rendimento também recorde e uma supersafra que alterava a situação de escassez dos últimos anos. A década passada vivenciou uma nova realidade. O consumo de grãos e proteínas pelo crescimento da renda e combustíveis alternativos se deparou com duas dificuldades da oferta. A primeira é um certo esgotamento dos benefícios tecnológicos sobre a produtividade, cujo crescimento anual desacelerou. O segundo, que segue pairando sobre o mercado, é a mudança climática e as quebras de safra. A mudança climática afeta a agricultura pela maior variabilidade do clima. Estações muito quentes ou frias e alterações na chuva dificultaram o aumento da oferta na última década. A sequência de quebras de safra em várias regiões em 36

2008, 2010 e novamente agora comprometeu a oferta e reduziu os estoques, ao mesmo tempo em que a incerteza climática aconselha estoques maiores. O desejo de maiores estoques enquanto choques os reduzem a cada ano coloca um duplo desafio para a oferta. A agricultura terá de atender tanto ao aumento do consumo, como à recomposição e a expansão dos estoques para a segurança alimentar. Os países importadores de alimentos se sentem expostos aos choques de oferta e consequentes restrições às exportações dos produtores. As explicações para a onda de calor nos Estados Unidos vão desde a simples imprevisibilidade até ao aumento da atividade solar precedente ao choque, cujas ondas de calor na direção da Terra teria encontrado a atmosfera alterada pela radiação remanescente do acidente nuclear de Fukushima, um ano antes. O real motivo importa menos para as consequências de curto prazo. As estimativas de produtividade em junho apontavam para 166 bushel/acre (cerca de 175 sacas/ha), o que resultaria numa safra de 370 milhões de toneladas. Esta safra seria capaz de retirar os estoques de seu mínimo (cerca de 5% do uso) para próximo de 15%, um patamar confortável e próximo da mediana das últimas décadas, uma mudança e tanto. A última estimativa apontou para 123 bushel/acre (130 sacas/ha), o que reduz a


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safra para algo como 275 milhões. A perda de safra obriga a redução do consumo e exportações americanas de modo evitar que os estoques se aproximem de zero na passagem para a próxima safra. Os efeitos sobre o preço foram imediatos. O preço a vista do milho passou de US$ 4,50/bushel em junho para atuais US$ 6,85, enquanto os contratos futuros apontam para US$ 8,25 nos próximos meses (R$ 39,50/ saca). O período de preços elevados será extenso, pois o atendimento da demanda para a recuperação e aumento dos estoques exige uma oferta extra que não se produz em uma safra. A cultura do milho representa algo como a metade da produção global de grãos e oleaginosas, sendo que os Estados Unidos respondem por 1/3 da produção de milho. A alta do milho por um período tão extenso eleva o preço de outras culturas, como a soja e o trigo, daí o choque atual influenciar o mercado agrícola global por um período de dois anos, ou mais. O preço da soja, em alta desde o primeiro semestre pela quebra de safra no Brasil e Argentina, subiu ainda mais pelo efeito da alta do milho e pela perda potencial na safra de soja americana, também exposta em menor medida ao choque climático. Os primeiros efeitos no Brasil se concentraram na alta do preço. A coincidência do choque com a colheita da 2ª safra de milho (safrinha), cujo recorde de oferta cresceu 40% sobre o ano passado, limitou a alta do milho. O milho subiu cerca de 40% no Sul e Sudeste e menos de 20% no Centro-Oeste, onde se colheu a maior parte da 2ª safra. A diferença de cotações entre o Brasil e o exterior vai aumentar nossas exportações, concentradas entre agosto e fevereiro quando exportamos 7,5 milhões dos 9 milhões de toneladas

exportados ano passado. Uma possibilidade é o volume crescer dois terços e atingir US$ 4 bilhões, contra valores de US$ 2,5 bilhões nos últimos dois anos. O preço doméstico deve, portanto, voltar a subir na medida em que a exportação reduza o excesso de oferta e o diferencial de preço. O efeito mais relevante vai aparecer na próxima safra, a ser plantada entre outubro e novembro. O aumento da área e a perspectiva de restabelecimento da produtividade na soja devem levar a crescimento acima de 15% para soja e por volta de 10% para o milho. O preço favorável pode levar a crescimento ainda maior. Uma característica do clima é a falta de relação entre o hemisfério norte e o sul. O clima esperado para a América do Sul possui o fator de incerteza do fenômeno El Nino, caracterizado por temperaturas elevadas e chuvas irregulares, mas as linhas gerais apontam para um clima favorável à agricultura, em especial no Sul e no Centro-Oeste, onde se concentra a produção brasileira. A mudança súbita de cenário entre junho e agosto mostra como o clima deixou a agricultura exposta ao imponderável. Uma resposta do mercado de grãos foi a criação de um prêmio permanente nos preços agrícolas como compensação pelo risco. A materialização do maior risco de todos – um choque climático nos Estados Unidos – criou um prêmio adicional que deve durar mais de uma safra: o prêmio da escassez de oferta e de estoques diante da necessidade de elevar a segurança alimentar. Para outros relatórios e informações acesse: www.bancooriginal.com.br economia@bancooriginal.com.br

Agro Guia | Agosto 2012

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