Revista Missão Salvatoriana - Julho/ Agosto/Setembro de 2019

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/editorial É com grande alegria que apresentamos a primeira edição da Revista Missão Salvatoriana de 2019. Esta publicação nasceu para ser instrumento de formação e informação da Província Salvatoriana Brasileira. Após um longo intervalo sem edição, retomamos a publicação da revista, a qual terá periodicidade trimestral. Todo o planejamento e a escolha dos temas a serem abordados são feitos pela nova equipe de comunicação da Província, formada por padres e representantes do setor administrativo. Nesta edição, apresentamos as pessoas envolvidas e como elas atuam para disseminar as informações, não apenas por meio da Revista, mas em diferentes canais de comunicação. Nesta edição também abordamos o processo provincial que se aproxima. No segundo semestre do ano serão eleitos o novo diretor e o novo Conselho da Província para os próximos três anos. Relembramos ainda a trajetória de Pe. Jordan e como até os dias de hoje ele nos ensina a defender a fé e a Igreja. O tema de capa traz uma reflexão acerca dos desafios enfrentados pelos jovens para o discernimento vocacional nos tempos atuais e também como podemos ajudá-los nessa caminhada rumo ao descobrimento sobre si mesmos. Nesse sentido, também apresentamos uma matéria que revela as diferenças de ser padre e irmão salvatoriano, como cada um atua dentro do carisma salvatoriano.

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Palavra do Provincial Carisma Aconteceu Educação Social Principal Vocações Comunicação Espiritualidade Salvatorianos Missões Sociedade Infantil

/expediente

Provincial: Pe. Álvaro Macagnan, sds Editor: Pe. Carlos Jobed Malaquias Saraiva, sds As matérias não assinadas são de responsabilidade do editor

SUGESTÃO DE CONTÉUDO redação@agenciaarcanjo.com.br

Preparamos ainda um relato sobre a atividade missionária em Moçambique, como a cada ano que passa a ação se fortalece e o movimento se amplia no país africano graças a dedicação da Família Salvatoriana. O primeiro semestre de 2019 contou com inúmeros eventos na Província. Destacamos alguns deles como a participação na JMJ no Panamá, Semana Santa Jovem, os 60 anos de vida religiosa do Pe. Spolti e muito mais. Bem-vindo à Revista Missão Salvatoriana! Boa leitura! 2

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www.agenciaarcanjo.com.br facebook.com/agenciaarcanjo 47 3227-6640

EDIÇÃO Taty Feuser DIAGRAMAÇÃO Hannah Cancio

IMPRESSÃO Companygraf

REVISÃO Larissa Graça

TIRAGEM 5.000 exemplares


/palavra do provincial

Salvatorianos A Sociedade do Divino Salvador (Salvatorianos) faz parte de uma pluralidade de comunidades conhecidas como Vida Religiosa Consagrada Apostólica, as quais estão a serviço da Igreja. Pertencem a esse estilo de vida, homens e mulheres, que assumem consagrar toda a sua vida a Deus para servir a Ele, servindo ao povo de Deus. Cada comunidade de consagrados na Igreja nasce da ação do Espírito Santo em uma pessoa ou grupo de pessoas, as quais são inspiradas a serem presença de Deus em uma realidade concreta. Essa inspiração chama-se carisma, o que confere uma identidade própria a cada comunidade. Nós, salvatorianos e salvatorianas, nascemos do carisma recebido por Pe. Francisco Maria da Cruz Jordan. O qual foi inspirado pelo Espírito Santo no final do século XIX na Alemanha. Naquele momento da história, havia forte perseguição aos cristãos católicos. Diante do sofrimento de serem perseguidos, muitos abandonavam ou renegavam a sua fé. Pe. Jordan, como homem de Deus e da Igreja inquietava-se com tal realidade e, procurava entender o porquê desses acontecimentos. Inspirado pelo Evangelho de João 17,3 “Ora, a vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e aquele que enviaste, Jesus Cristo”. Ele percebeu que o que faltava aos cristãos era o conhecimento profundo da pessoa de Jesus Cristo. Os cristãos de então tinham a fé como um verniz cultural, e não como uma experiência profunda de vida que desse sentido à existência, que fosse incorporada às suas identidades como pessoas, era uma fé social e não existencial. Por isso, Jordan imaginou um grupo de pessoas, que viria a ser conhecido como salvatorianos e salvatorianas, que fizesse e ajudasse a todos a fazer uma experiência existencial (conhecer) com Jesus Cristo. Para tal, imaginou que pudessem ser utilizados de todos os modos e meios que o amor de Deus inspirasse. O primeiro modo de dar a conhecer a Jesus Cristo, segundo Pe. Jordan, é pelo testemunho de vida. Comunicamos aquilo que somos. Imaginou pessoas com uma espiritualidade profunda, com capacidade de doação, de desapego e de bondade e amabilidade, e com alegria de servir a Deus no seu povo. Imaginou ainda que essa seria uma tarefa não somente de consagrados, mas de todos os batizados, por isso faz parte do nosso carisma o protagonismo dos leigos na evangelização. Como modo de fazer isso, Pe. Jordan queria que os salvatorianos fossem pessoas preparadas do ponto de vista da fé e que pudessem fazer da formação laical um meio fundamental de realizar nosso carisma. Em nosso tempo, as pessoas têm sede de uma experiência profunda de Deus, isso torna o carisma salvatoriano atual e necessário. Que possamos alimentar nossas vidas da intimidade do Divino Salvador e partilhar com a Igreja e com todos os que encontramos pelo caminho a riqueza dada a nós através do Pe. Francisco Maria da Cruz Jordan. Pe. Álvaro Macagnan, sds Diretor Provincial

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/carisma

Aprendendo com Pe. Jordan a defender a fé e a Igreja A Igreja iniciada por Cristo e Seus primeiros apóstolos e discípulos foi se tornando o grande caminho que conduz à salvação e fonte de revelação de seus desígnios. Foi esta Igreja de Cristo que Pe. Francisco Maria da Cruz Jordan aprendeu a amar e nela se sentiu chamado a fundar uma sociedade que tivesse como característica básica anunciar Jesus Cristo como Salvador de todos. Ele nos confia a bela e exigente missão de sermos, em comunhão com a Igreja, sinais vivos de Cristo Salvador, no mundo de hoje. Na realização de sua obra, Pe. Jordan tinha consciência de que seu serviço só tinha sentido e razão de ser se fosse feito à luz dos ensinamentos e na fidelidade à Igreja. Por isso assumiu a postura de obediência serena e incondicional a tudo o que dela proviesse. Sua primeira referência a respeito da Igreja é encontrada no Diário Espiritual: “Aprovo o que a Santa Igreja aprova, e reprovo o que ela reprova” (DE I - 1,1). Aqui Jordan expressa de modo claro sua imagem da Igreja como mestra, como a guardiã da verdade capaz de emitir julgamento entre o certo e o errado na fé. Percorrendo o caminho, encontramos Pe. Jordan falando da Igreja como “Noiva predileta de Deus, amada, querida, protegida, defendida contra possíveis ataques” (DE I - 1,3). Continuando seu itinerário passando pelos estudos seminarísticos até o sacerdócio ele assume e manifesta uma missão mais consciente: “Eis os Santos Apóstolos percorrendo o universo e evangelizando a todos (DE I - 138,5). Agora a Igreja é para Jordan “Arauto da Boa Nova”. Como sacerdote, seu enfoque passa a ser para uma missão de anúncio e chamamento universal à santidade. O seu lugar na Igreja é “apostólico”. A sua imagem de Igreja já é também “apostólica”. Este enfoque aparece de modo peculiar na denominação da “Sociedade Apostólica”. Ao denominar sua obra de “Sociedade Apostólica” Jordan deixa transparecer que a imagem de “Igreja apostólica” é para ele a que melhor expressa sua visão globalizante.

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/carisma Sua fundação passa a existir pela mesma razão pela qual a própria Igreja católica existe: tornar a Boa Nova conhecida. Neste sentido percebe-se que ao expressar sua intenção de visitar a Terra Santa ele reza a Jesus Salvador: “Para Ti, por Ti, para Tua Santa Igreja Católica” (DE I - 152,1). Em outro lugar, Jordan menciona especificamente a Igreja: “Ó Salvador do Mundo! Aqui estou, enviame por Ti, pelas almas, para o bem da Igreja de Deus (DE II - 12,1). Neste contexto a Igreja assume a “imagem dos fiéis redimidos”. O zelo pela evangelização e a sua preocupação com a salvação de todas as pessoas em todos os lugares o impulsiona a ter essa postura de disponibilidade para a missão. Pe. Jordan teve um senso profundamente bíblico da Igreja. Ele colocou o ideal das primeiras comunidades cristãs diante dos membros da sociedade. De fato, uma das características mais marcantes de nossa vida e missão salvatoriana resulta da eclesiologia de Pe. Jordan. Sempre inspirado nas atitudes de Jesus Salvador, que chama os doze e também os 72 discípulos e discípulas que se empenhem por uma Igreja ativa, criativa, participativa e profundamente ministerial. A Igreja é, para Jordan, um organismo de comunhão e participação, uma Igreja ministerial onde todos podem colocar seus dons a serviço. Ele sempre está se movendo ao encontro da vida, em comunhão com o Espírito. Ele pretende envolver todas as forças vivas da Igreja para transformar a realidade e a sociedade. Chamar todos a uma participação ativa na Igreja devia ser fundamental para a sociedade. Ser um projeto amplo, ousado e abrangente. Envolvendo homens, mulheres, padres, religiosos, religiosas, leigos, operários, intelectuais e comunicadores. Todos devem ser discípulos e apóstolos a serviço de uma Igreja renovada. Guiado pelo mesmo Espírito que gerou e enviou Jesus, Pe. Jordan compreende que, para poder realizar sua ampla missão, a Igreja precisa ser toda ela, ministerial e missionária. Para ele a evangelização foi confiada por Jesus, a toda a Igreja, não sendo

responsabilidade exclusiva de bispos, padres, e algumas pessoas privilegiadas. Por isso a sociedade fundada por Pe. Jordan procura “animar todas as forças vivas da Igreja no desempenho de sua vocação cristã”; ela “procura unir, santificar e animar, no espírito apostólico, todas as forças do magistério católico” (CIP 20,6). Em sua atitude profética Jordan destaca dois elementos importantes: primeiro, é necessário que o cristão conheça o evangelho, a doutrina da Igreja. Por isso é preciso ensinar, instruir, evangelizar e não só “sacramentalizar”. Segundo, o leigo cristão precisa assumir sua fé de modo ativo e comprometido, vivendo seu batismo, tornando-se apóstolo da fé em seu meio ambiente. Durante o longo processo da fundação da Família Salvatoriana, Pe. Jordan muitas vezes foi colocado à prova. Não raras vezes foi incompreendido por pessoas que representavam e falavam em nome da Igreja. Acolhendo o sofrimento como um meio de melhor amar a Cristo e aos seus irmãos, ele viveu de maneira eminente a fidelidade e amor à Igreja. Quando está prestes a concluir sua caminhada, olha para o itinerário percorrido, renova sua fé e fidelidade à Igreja e se confessa: “Se em minha vida eu tiver feito, dito ou pensado algo em contrário a essa santa fé católica romana ou, então se isto de uma forma ou de outra, tiver acontecido por parte de meus súditos, eu retiro e reprovo neste momento” (DE IV - 15,3). Com seu testemunho de vida nos interpela a assumir um renovado ardor e compromisso de fidelidade e dedicação a essa Igreja que continua peregrina neste mundo. Somos chamados a ser verdadeiros filhos e filhas de nossa mãe, a Igreja: nós devemos não somente amá-la e querê-la, mas, também, chamá-la continuamente à conversão, pois nela somos enviados como apóstolos e discípulos a anunciar Jesus Cristo como salvador do mundo.

A Igreja é, para Jordan, um organismo de comunhão e participação, uma Igreja ministerial onde todos podem colocar seus dons a serviço”. P R O V Í N C I A S A LVAT O R I A N A B R A S I L E I R A

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/aconteceu Janeiro/2019

Jornada Mundial da Juventude 2019 - Panamá

“Porque vós, queridos jovens, não sois o futuro, porque é normal dizer os jovens são o futuro, não. São o presente, vocês, jovens, são o agora de Deus”. Com estas palavras de nosso querido Santo Padre, Papa Francisco, queremos registrar nossa participação como família Salvatoriana na JMJ 2019 no Panamá. Foram dias intensos, mas vividos com uma profunda abertura para um encontro com aquele que nos amou e nos chamou: Jesus Cristo. A Província Salvatoriana do Brasil contou com a participação dos religiosos: Pe. James Oliveira, Pe. Deolino Pedro, Jr. Rodrigo Vareli, o seminarista Leonardo dos Santos Raimundo – 2º ano de Filosofia e os jovens de nossas paróquias Carlos Daniel Sousa Borba – Paróquia Sant’Ana/ Coelho Neto (MA) e Márcia de Oliveira – Paróquia N.S. de Lourdes/ Várzea Paulista (SP).

Fevereiro/2019

Pe. Spolti, 60 anos de vida religiosa

Pe. Luiz Dalmolin Spolti, natural de Tangará (SC), nasceu no dia 20 de junho de 1939, filho de Isaías Spolti e Adelaide Dalmolin Spolti. Com 11 anos de idade, iniciou sua caminhada vocacional, ingressando no Seminário Preparatório de Videira (SC) e, mais tarde, no Seminário Menor de Jundiaí (SP). Em sua jornada atuou como vigário, pároco, foi professor e reitor. Pe. Spolti também assumiu cargos de liderança na Sociedade do Divino Salvador: secretário e diretor provincial em dois triênios e coordenador da Comissão Provincial de Renovação. Atualmente, Pe. Spolti é membro da Comissão de Formação Permanente, diretor da Comunidade Salvatoriana de Jundiaí e vigário paroquial da Paróquia N. Sra. da Conceição, Jundiaí (SP). Ao celebrar 60 anos de vida consagrada, agradecemos sua alegre doação e seu testemunho de fidelidade e dedicação no serviço a Deus, à Igreja e à Família Salvatoriana.

Março/2019

Ordenação Diaconal Ir. Alfredo Domingos Cumbi

Na noite do dia 16 de março, o bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo (SP), Dom Luiz Carlos Dias, presidiu a solenidade de ordenação diaconal de Alfredo Domigos Cumbi, o nosso mais novo diácono, que escolheu como lema “Eu me consagro por eles, a fim de que eles também sejam consagrados na verdade” (Jo 17,19). A cerimônia aconteceu na Paróquia São João Batista, no Jardim Colonial, em São Paulo (SP) e contou com a presença de amigos e confrades, que vieram participar deste momento importante e único na caminhada religiosa do novo diácono. 6

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/aconteceu Moçambique – Vanduzi

Março/2019

A Região Missionária de Moçambique iniciou nova frente de apostolado na parte central do país, mais precisamente na Diocese de Chimoio. Nesta região estão as irmãs salvatorianas da Província de Santa Catarina há mais de 25 anos e foi ali que chegamos quando iniciamos nossa missão em Moçambique e, por razões de entendimento com o bispo à época, saímos para Chókwè. Há mais de dois anos o novo bispo de Chimoio nos convidou para retornarmos para a Diocese, pedindo que pastoralmente trabalhássemos aquilo que é próprio do nosso carisma, especificamente a formação de lideranças. Além disso será um ótimo campo para a colaboração com as irmãs salvatorianas. Elas trabalham com educação fundamental há muito tempo. Também é um local promissor para vocações naquele país.

Abril/2019

Escola Internacional de Formadores – I Etapa

Iniciamos a 1ª Escola Internacional de Formadores Salvatorianos com um grupo de 22 pessoas, divididos em dois grupos: inglês e espanhol. A Escola está construída sobre três pilares: formação intelectual (aulas com profissionais); formação humana (trabalho com psicólogos); formação espiritual (Leitura Orante da Sagrada Escritura). O programa formativo é intenso e vivencial, por meio de aulas com profissionais da formação religiosa, momentos diários de Adoração ao Santíssimo, missa, confissão, Lectio Divina, encontros com o psicólogo e com o diretor espiritual.

Abril/2019

Semana Santa Jovem – Videira (SC)

A mais importante semana, da nossa liturgia, foi vivenciada espiritualmente por 50 jovens de Videira e região. Para isso, um grande grupo de pessoas se dispuseram a trabalhar em equipes, para que a Semana Santa Jovem realmente pudesse ser, na vida destes jovens, uma experiência única, mais próxima e detalhada, do que foi a última ceia, a paixão, morte e ressureição de Jesus Cristo.

Junho/2019

Leigos Salvatorianos de Fortaleza em retiro

Aconteceu no dia 2 de junho de 2019, no Centro de Formação Divino Salvador (CEFORDS), administrado pelas Irmãs Salvatorianas, em Fortaleza (CE), o retiro dos leigos salvatorianos em preparação para a renovação dos compromissos, que por sua vez foram celebrados na missa do dia 16 de junho, dia alusivo ao nascimento de P. Jordan, na matriz da Paróquia de São José – Vila Pery. P R O V Í N C I A S A LVAT O R I A N A B R A S I L E I R A

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/educação

Colégio Divino Salvador de Jundiaí Contando com uma estrutura moderna e adequada aos desafios da educação desse século, em 2019, o Colégio Divino Salvador completou 65 anos de existência, uma realidade construída com coragem pelos padres salvatorianos ao longo dos anos. Uma grande reforma estrutural do prédio foi discutida, planejada e iniciada em 2015, visando solidificar e viabilizar o desenvolvimento dos valores do carisma salvatoriano no ambiente escolar. Com um bom planejamento, os espaços em reforma foram organizados em blocos e isolados, garantindo a segurança e o ambiente necessários para os dois eventos: as aulas e a reforma, de maneira que um não interferisse no outro. A reforma se estendeu até o início de 2018. Ao término, todos puderam perceber que não se tratava de uma simples reforma, mas da reconstrução dos espaços de forma planejada e com qualidade indiscutível. Sob os olhares atentos dos padres Bruno e Samuel, diretores no período, os trabalhos foram concluídos e um novo Colégio surgiu. Hoje, todos ainda vivenciam as descobertas de funcionalidades dos novos espaços. Grandes eventos já ocorreram, como a Festa Junina, o Congresso Brasileiro do Encontro de Casais com Cristo e o Torneio Regional de Robótica. Outros eventos virão e poderão ocupar as dependências com qualidade, tendo os objetivos atingidos com excelência. Agora, o foco passa a ser o setor pedagógico. Com a reativação do CEDS (Centro de Estudos Divino Salvador), a intenção é ter uma capacitação contínua de diretores, coordenadores e professores. Também, há encontros quinzenais para o estudo da Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural de Reuven Feuerstein, uma prática já vivenciada em outras escolas salvatorianas, e que pode contribuir para que os valores humanísticos e cristãos possam ser contemplados plenamente. Diante da realidade atual, pode-se dizer que o Colégio Divino Salvador é uma escola de excelência, com perspectivas de um futuro de elevada importância para todos os que procuram conhecimentos acadêmicos sólidos e ainda revestidos de atitudes humanísticas e cristãs. Evandro Grioles | Diretor pedagógico do Colégio Divino Salvador de Jundiaí (SP)

“Hoje, todos ainda vivenciam as descobertas de funcionalidades dos novos espaços”. 8

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/social

Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) é uma proposta cristã, tem sua origem no Evangelho e se desenvolve em estreita relação com o Projeto de Deus. É o sonho de Deus revelado ao longo da História da Salvação, assumida pela Constituição Pastoral da Igreja no mundo contemporâneo. O Concílio Vaticano II divulgou o clamor de se criar um Organismo Universal da Igreja para estimular a comunidade católica, através do documento Gaudium et Spes, para promover o desenvolvimento de atividades de justiça social no mundo. Hoje, mais do que nunca, entidades, organizações em favor da vida, religiosos (as), fiéis ao carisma de seus fundadores, estão empenhados em promover a justiça, a paz e a integridade da criação, colaborando ativamente na construção da civilização e de uma cultura de solidariedade. Diante da realidade atual, sentimos a urgência de buscar caminhos apropriados para uma ação apostólica e evangélica. No dia 13 de outubro de 2012, durante os Capítulos Gerais dos três ramos da Família Salvatoriana, foi aprovada a JPIC com a seguinte missão: formar uma equipe com representante de cada unidade para a partilha de informação, animação das pessoas, e prover material para a formação de todos os envolvidos nessa missão. Por isso, como equipe da JPIC do Brasil, propomos à Família Salvatoriana um momento de oração e reflexão sobre uma das realidades que afligem a pessoa humana em todos os continentes, o tráfico de pessoas. O tráfico de pessoas para exploração sexual ou trabalho escravo é a nova forma de escravidão. Na maioria dos casos, a pobreza extrema enseja esta situação, que gera um próspero mercado global, superado apenas pelo tráfico de drogas e de armas. Nós, salvatorianos e salvatorianas, pelo nosso compromisso, não podemos permitir que a cultura da morte prevaleça sobre a VIDA. Sendo assim, convidamos a todos (as) para nos unirmos em oração, no dia 23 de setembro, Dia Internacional de Combate à Exploração Sexual e ao Tráfico de Mulheres e Crianças.

Justiça, Paz e Integridade da Criação

Equipe de Coordenação da JPIC

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O desafio do discernimento vocacional

Nota-se em nossos seminários, paróquias, pastorais e comunidades de fé o grande desafio, não só em relação à proposta de discernimento vocacional (pastoral vocacional – vida religiosa ou familiar), mas também em relação ao conteúdo e forma de entendimento e trabalho com a juventude. Deste modo, este é um grande momento para as nossas pastorais juvenis (catequese, vocacional, lideranças, grupos de jovens, movimentos, escolas) realizarem uma reflexão, escuta e entendimento sobre a realidade juvenil em nossa atual conjectura hipermoderna. O Santo Padre, o Papa Francisco, nos confronta para contribuirmos neste desafio, no documento preparatório para o sínodo dos bispos: “Os Jovens a fé e o discernimento vocacional, que foi realizado em 2018. Ele apresenta alguns aspectos da realidade econômica, religiosa e hiperconectada de nossos jovens, ou seja, é aí que se encontra a chave de acesso à juventude, e mais do que isso, o contribuir para a busca de sentido em nossos jovens (suas vocações).

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“Ser uma ‘Igreja de portas abertas’, valorizando e estando no meio da juventude, tornando nossas pastorais receptivas e incentivadoras de uma juventude que crê, pois no ato de crer, aí está a proposta de Deus”.

Num primeiro aspecto devemos tomar consciência de que os jovens necessitam de figuras de referência, próximas, credíveis, coerentes e honestas, que exprimam sintonia e encorajamento. Nestas três linhas acima, nos parece até magnífico e simples realizar. Porém, me questiono se podemos e temos condições de sermos referência para a juventude, se não saímos do velho ciclo vicioso que escutamos inúmeras vezes em palestras, homilias, encontros de catequese e momentos de interação com a juventude. Onde se enfatiza a delinquência, o comportamento de risco e a drogadição, ou seja, o pecado nos nossos jovens. Deste modo, é preferível apresentar as fragilidades, subestimando as potencialidades. Porque de fato, temos dificuldade em entender as exigências dos mais jovens. Assim os jovens acabam nutrindo desconfiança, indiferença, indignação à política, às instituições de ensino e à própria Igreja. No último senso realizado pelo IBGE em 2010, acerca do que mais interessa aos jovens, 74% responderam: educação, trabalho e oportunidades de lazer. E o que menos interessa: segurança, violência e drogas. Fica evidente que os mais de 51,3 milhões de jovens em nosso país estão atentos e preocupados com seu protagonismo, que compreende simplesmente o ciclo da vida (trabalho, casamento, saída da casa dos pais, estabilidade). Lembro que 30,6% são pobres (até meio salário mínimo) e 70,9% são brancos.

O segundo aspecto, são os problemas associados devido ao prolongamento da juventude, (ex: saída tardia da casa dos pais) onde em todos os âmbitos saímos da marca da autoridade à marca da liberdade. Com isso, os jovens têm dificuldades nas suas escolhas, “onde escolho isso hoje, amanhã veremos”. Portanto são escolhas e opções sempre reversíveis e isso implica diretamente no discernimento vocacional. Num último aspecto, o Papa Francisco nos alerta, que devido a esta falta de sensibilidade e referencial aos jovens, eles estão aprendendo a viver sem o Deus apresentado no Evangelho e sem a Igreja, sendo uma juventude hiperconectada no mundo virtual com efeitos muito reais. Retomo o que o filosofo moderno Bauman escreve: “vivemos numa cultura que comercializa todos os aspectos da vida, assim ela torna o jovem uma lata de lixo da indústria de consumo”. Como povo de Deus, não podemos desconsiderar essa realidade, é preciso repensar nosso olhar à juventude. Ser uma “Igreja de portas abertas”, valorizando e estando no meio da juventude, tornando nossas pastorais receptivas e incentivadoras de uma juventude que crê, pois no ato de crer, aí está a proposta de Deus. Ele próprio vem habitar em nós, pois fazemos parte de Sua criação, não somente como seres criados, mas como filhos e filhas Seus. Sejamos sinal de salvação e esperança!

Pe. Rafael de Araújo, sds

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/vocações

Irmão e padre salvatoriano: qual a diferença?

Quando falamos de Vida Religiosa Consagrada, estamos nos referindo aos irmãos e irmãs, aos freis e freiras, que vivem sua vocação em uma congregação ou em uma ordem que tem um carisma, espiritualidade e missão específicos. Muitos são chamados a serem irmãos, a exemplo de Cristo, irmãos de todos, e não necessariamente assumem o ministério ordenado. Outros são chamados somente ao sacerdócio, como os padres diocesanos; e alguns sacerdotes são também religiosos e devem ter sempre presente o seu primeiro chamado à vocação religiosa, numa comunidade de irmãos, de servidores do Reino.

Quem é o padre?

É aquele que recebeu o sacramento da Ordem, em força do qual torna-se o dispensador dos sacramentos, sobretudo da Eucaristia e da Penitência. Ele é chamado de “diocesano” (antigamente de “secular”) quando está diretamente ligado ao bispo de uma diocese, a quem deve plena obediência. No Ocidente, por lei eclesiástica, ele livremente assume o celibato, renunciando ao matrimônio; já no Oriente o celibato é opcional. Ele deve cursar ao menos duas faculdades: Filosofia e Teologia.

E quem é o irmão?

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É aquele que professa os chamados conselhos evangélicos, ou seja os votos de castidade (equivalente ao celibato), pobreza (não pode possuir nada como próprio) e obediência total a seus superiores religiosos e ao papa. Aqueles que se sentem chamados a também servir à Igreja pelo Ministério da Ordem, deve igualmente cursar Filosofia e Teologia. Já os demais irmãos (frade, frei...) podem realizar outros cursos e especializações que contribua para o trabalho carismático específico de cada comunidade religiosa. É na comunidade religiosa que deve viver o religioso ou a religiosa, ou seja, com outros irmãos ou confrades seus. Como irmão, ele é livre para ser ou não padre. Em modos diferentes, todos tem a missão de evangelizar pela palavra e pelo testemunho cristão da própria vida. Todos evangelizam e são evangelizados, sobretudo pelos pobres e humildes. Todos são chamados à santidade, uma vocação universal que se mede pela intensidade do amor a Deus e aos irmãos e não pelo cargo ou ministério que se exerce. Quisemos apenas tentar explicar as nuances entre padre e irmão. O importante é juntos construirmos, pelo amor, um mundo melhor e mais cristão. Pe. Fernando Sartori, sds

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/comunicação

Trabalhar em equipe para comunicar!

“Que todos sejam instruídos em teus sagrados ensinamentos!”

O Fundador da Família Salvatoriana, Pe. Francisco Maria da Cruz Jordan, em seu ardor missionário, preocupava-se muitíssimo com a popularização das verdades eternas. Em seu coração, palpitava o grande desejo de tornar Jesus Cristo conhecido e amado por todos os povos. Deste modo, tomando consciência do sentido maior de ser Igreja, a fim de que todos pudessem servir e colaborar com o Plano Salvífico de Deus. Para atingir esta finalidade Pe. Jordan pediu a todos os seus filhos espirituais, padres, irmãos, irmãs e leigos, que se utilizassem de todos os meios que a caridade inspira para a evangelização. A Província Salvatoriana Brasileira deseja ardentemente crescer nesta dimensão e, com esse intuito, reestruturou uma nova equipe de comunicação que irá atuar no trabalho apostólico de dinamização de suas plataformas de comunicação. A equipe é constituída de cinco membros: os padres Carlos Jobed M. Saraiva e Itamar Roque de Moura, o juniorista Adams Filipe, o postulante Daniel Citron e a auxiliar de secretaria Aurelice Parra Sales. O olhar desta equipe, que se reúne ordinariamente nos períodos das reuniões de Comissões Provinciais (março, maio, agosto), é para com a organização da Revista Salvatoriana (agora de publicação trimestral), do site salvatoriano, das publicações nas redes sociais salvatorianas (facebook), calendário salvatoriano bem como outras publicações e informes. Vale ressaltar que, o trabalho desta equipe, só será possível e viabilizado se houver a colaboração de todos os que estão nas obras salvatorianas, pois são estes que alimentarão nossa fonte de comunicação e de informações. Além disso, contamos com a valiosíssima assessoria da Agência de Comunicação e Marketing Arcanjo que tem nos ajudado a realizar o sonho de Pe. Jordan. A equipe de comunicação é ampliada com a representatividade que temos em cada obra salvatoriana através de um contato que se responsabiliza de repassar a comunicação de todos os eventos que acontecem nestes locais. Assim não perdemos o elo com os acontecimentos de evangelização de nossas comunidades salvatorianas. Nesta empreitada é de fundamental importância o papel da Pastoral da Comunicação em nossos apostolados. Oxalá atinjamos nosso objetivo!

Pe. Carlos Jobed Malaquias Saraiva, sds P R O V Í N C I A S A LVAT O R I A N A B R A S I L E I R A

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/espiritualidade

“Tua Palavra é lâmpada para os meus pés, e luz para o meu caminho” Desde 1971, o destaque que tradicionalmente a Igreja Católica no Brasil dá para a Bíblia durante o mês de setembro, ocupando espaço privilegiado na família, nos círculos bíblicos, na catequese, nos grupos de reflexão, nas comunidades eclesiais de base etc, se deve à memória de São Jerônimo, presbítero e doutor, o santo que teve o grande mérito de traduzir a Bíblia dos textos originais, em hebraico e grego, para a linguagem popular, o latim daquela época (séculos IV e V d.C.), e cuja Festa é celebrada no dia 30 de setembro, o último domingo comemorado como o Dia da Bíblia.

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A palavra Bíblia provém do grego “Biblos” e significa “Livros”, não sendo um único livro, mas um conjunto de livros agrupados em 73 livros que destaca a aliança e o plano de salvação de Deus para com a humanidade. E justamente por ser um conjunto de livros, a Bíblia levou bem mais de mil anos para ser escrita, passando por três fases para tomar a forma de hoje: os acontecimentos onde, antes de se tornar um livro, foram uma realidade vivida e experimentada pelo homem. É a história de um povo com o seu Deus; não de qualquer povo, mas do povo de Deus, escolhido e amado por Ele, para ser exemplo para todos os povos. A sua essência não está nas palavras que ela traz, mas nos acontecimentos, nos fatos concretos e salvíficos. Logo depois dos acontecimentos, vem a tradição oral, contada pelos pais e mães aos filhos, de geração em geração, pela qual o povo mantinha forte em sua lembrança as experiências vividas com Deus. “Lembra-te dos dias antigos, considera os anos das gerações passadas. Interroga teu pai e ele te contará; teus anciãos e eles te dirão” (Dt 32,7) e, por fim, a tradição escrita, que devido às condições políticas, sociais e culturais da época, graças a homens inspirados por Deus, também chamados de hagiógrafos, começou a ser escrita sendo colocadas as ricas e vastas experiências do povo eleito de Deus: “as Sagradas Escrituras têm o poder de te comunicar a sabedoria que conduz à Salvação pela fé no Cristo Jesus. Toda Escritura é inspirada por Deus, e é útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra” (2Tm 3,15-17). O fato de Deus ter inspirado homens a escreverem os livros que compõem a Bíblia, não significa que tenha anulado a inteligência e a liberdade deles, como diz a Constituição Dogmática Dei Verbum, 11: “Na redação dos Livros Sagrados, Deus escolheu homens, dos quais se serviu fazendo-os usar suas próprias faculdades e capacidades a fim de que, agindo Ele próprio neles e por eles, escrevessem, como verdadeiros autores, tudo e só aquilo que Ele próprio quisesse”. Sendo o próprio Deus que se revela a nós através de sua Palavra, devemos acolhêla não como palavra humana, mas como mensagem de Deus, o que ela é em verdade: “viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4,12). Para São Jerônimo “desconhecer as Sagradas Escrituras é ignorar o próprio Jesus Cristo”. Portanto, não basta somente conhecer a Bíblia como a Palavra Viva de Deus, mas é preciso colocá-la em prática de maneira fiel e criativa (Tg 1,22) e torná-la fonte da nossa força, luz de nossa caminhada e objetivo de nosso trabalho. É necessário que ela se converta em alimento no coração

[...] desconhecer as Sagradas Escrituras é ignorar o próprio Jesus Cristo” dos evangelizadores, para que, por experiência própria, vejam que as palavras de Jesus são Espírito e Vida (Jo 6,63) e fundamentem o compromisso missionário e toda a vida na rocha da Palavra de Deus (DA,247). “Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita sua Lei dia e noite” (Sl 1,2). Três atitudes fundamentais precisamos ter dentro de nós quando nos aproximamos da Sagrada Escritura que são apontadas por Frei Patrício Sciadini, OCD: “ler lentamente e saborear palavra por palavra; atentamente prestar atenção à mensagem que se diz ou se lê; e amorosamente deixarse tocar pelo espírito do autor para produzir mais frutos dentro de nós”. Para fazer essa experiência, precisamos buscar um lugar tranquilo, onde possamos criar um ambiente calmo e recolhido, com silêncio ou música de fundo, para ler e meditar um texto Bíblico através da Lectio Divina: leitura, meditação, oração e contemplação. A leitura orante e assídua da Palavra de Deus é, pois, essencial para a vida do discípulo e da discípula de Jesus. Leiamos todos os dias sem exceção. Leiamos quando estivermos com vontade, quando sentirmos falta, mas também quando não estivermos com vontade nenhuma. Assim como alimentamos o nosso corpo todos os dias, devemos também alimentar diariamente o nosso espírito com a Palavra de Deus. Incluamos a leitura da Bíblia no nosso dia a dia, rezemos com ela e descubramos as maravilhas que Deus deseja contar-nos. E, que Maria, a Virgem do Silêncio e da Escuta nos ajude a encontrar o Verbo feito Palavra e, assim, nos ensinar a anunciar aos de perto e aos de longe a riqueza insondável de Cristo (Ef 3,8). Pe. Itamar Roque de Moura, sds Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Vila Arens - Jundiaí/SP

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/salvatorianos

Novos tempos

Pe. Francisco Sydney de Macêdo Gonçalves, sds Vice-provincial e coordenador da Comissão de Formação Permanente

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Estamos próximos de um momento importante para os salvatorianos que fazem parte da Província Salvatoriana Brasileira, que abrange os países do Brasil e Moçambique. A cada três anos os salvatorianos da referida Província se mobilizam para eleger o diretor provincial e seu Conselho. No mesmo ano também ocorre uma importante Assembleia conhecida como Capítulo. A eleição é realizada em etapas. Os eleitores são todos aqueles que têm votos como religioso definitivo, as exceções estão contempladas no Estatuto Provincial. Cada eleitor tem direito de escolher cinco candidatos. Feita a apuração dos votos, os três mais votados são consultados e caso aceitem continuar no processo, os seus nomes são submetidos a aprovação do Superior Geral dos Salvatorianos que mora em Roma. Ao receber aprovação do Superior Geral os três apresentam à Província os nomes que foram escolhidos para compor o seu Conselho. Os membros de voz ativa votam em um dos três nomes e depois de eleito, o Diretor Provincial passa a eleição dos membros indicados para o seu Conselho e por fim é escolhido entre um dos cinco Conselheiros para assumir a missão de vice-diretor provincial. Este processo começa no dia 1º de julho e pode durar até quatro meses. O Capítulo Provincial quando reunido se torna a maior autoridade da Província. É durante o Capítulo que o diretor provincial e seu Conselho prestam contas daquilo que a eles foi recomendado. Portanto, é o espaço privilegiado para avaliar e projetar os próximos três anos de caminhada. Também são definidas as prioridades que todos os salvatorianos da Província deverão levar em conta no seu cotidiano. Na ocasião é possível estabelecer metas no campo da vida fraterna das comunidades religiosas, campo do apostolado, finanças, formação dos futuros e dos membros de votos definitivos. No Capitulo também é dada a posse ao Provincial e seu Conselho. Assim contamos que o Espírito Santo ilumine os membros da Província Salvatoriana Brasileira que têm uma enorme responsabilidade.

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/missões

Atividade missionária em Moçambique A Província Salvatoriana Brasileira, desde os anos 1990, trazia consigo o anseio de iniciar uma atividade missionária no continente africano. Foi feita uma visita à Angola na ocasião, no entanto não foi possível iniciar ali nossa presença. Nos início do novo milênio o governo geral dos salvatorianos tomou como prioridade a expansão da Sociedade do Divino Salvador e, dentro desse contexto, a Província Brasileira novamente iniciou um processo de discernimento para uma missão na África. Finalmente, em Capítulo Provincial, foi tomada a decisão de irmos a Moçambique, pesou na escolha deste país a presença das Irmãs Salvatorianas da Província de Santa Catarina e o desejo de trabalharmos juntos, bem como o fato de ser um local falante da língua portuguesa. No início de 2005 foram enviados os dois primeiros missionários brasileiros, Pe. Waldenir Ferreira Pires e Ir. Claudinei Soares, para a diocese de Chimoio e passaram a viver junto as irmãs salvatorianas em Messica. Por razões vocacionais, no final de 2005, mudarem-se para a diocese de Xai-Xai, sendo acolhidos pelo bispo Dom Lucio Muandula que, os destinou a residirem na cidade de Chokwe e ao cuidado pastoral da paróquia daquela cidade e da cidade de Chilembene. Os salvatorianos fizeram esforço de inculturação na Igreja de Moçambique e ao mesmo tempo contribuíram com as características da Igreja do Brasil, bem como com a especificidade do nosso carisma, de modo particular com o acento na formação de lideranças leigas a partir do centro diocesano de formação em Machel, localizado na paróquia de Chokwe. Desde o início surgiram vocações interessadas em seguir o modo salvatoriano de viver, assim, em 2009 foi constituída uma casa de formação (Instituto São Paulo Apóstolo) na capital Maputo que, produziu frutos, pois já contamos com três confrades moçambicanos ordenados: Pe. Davide Caisse, Pe. Celestino Madaba, e Dc. Alfredo Cumbi trabalhando na missão de Moçambique. Além dos dois brasileiros pioneiros em Moçambique, deram sua contribuição nesses anos todos os padres: Ederaldo, Paulo, Irmundo, Ademar, Ivaldo, Jobed e Diógenes, bem como os, então estagiários, James e Renário. A issão continua a crescer, em 2017 assumimos a direção do Centro de Formação Diocesano de Machel e lá também funciona o seminário propedêutico dos salvatorianos. Neste ano de 2019, voltamos à diocese de chimoio a convite do bispo diocesano, Dom João Carlos, interessado que os salvatorianos implementassem a formação de lideranças, assim, no dia 16 de junho deste ano foi eregida a Paróquia Divino Salvador na cidade de Vanduzi e confiada aos salvatorianos. Em chimoio estamos contando com o apoio das Irmãs salvatorianas no setor de educação, ajudando no trabalho do colégio que lá elas mantém, tendo em vista, no futuro também nós atuarmos no setor educacional. Pelo fato de que a Província Brasileira possui poucos membros, contamos com o apoio da Pró-província Salvatoriana do Congo que nos ajuda enviando estudantes para o Brasil que assim que ordenados trabalham em Moçambique, lá estão os padres: Justin, Michel, Eric e Felicien. Atualmente a comunidade salvatoriana de Moçambique tornou-se Região Missinária Salvatoriana ligada à Província Brasileira e possui quatro comunidades sob a direção do Pe. Cesar Cordeiro de Barros. Lá trabalham dois brasileiros, três moçambicanos e quatro congoleses salvatorianos. A perpectiva é continuarmos a crescer, no entanto, ainda permanece o desafio do autossustento dos missionários. Que o Divino Salvador continue abençoando o povo moçambicano e aqueles que dedicam suas vidas a serviço da Igreja daquele país. Pe. Álvaro Macagnan, sds P R O V Í N C I A S A LVAT O R I A N A B R A S I L E I R A 17


/sociedade

A Igreja em ação na sociedade, suas novas diretrizes!

A cada tempo a Igreja renova, a partir de um estudo e leitura da realidade, suas metas de evangelização. Este trabalho exige um processo reflexivo e avaliativo que cumula na produção de um documento que tem por finalidade orientar a ação pastoral de todas as dioceses e arquidioceses do Brasil. As diretrizes presentes neste documento são nortes que nos chamam a atenção para alguns aspectos sociais, políticos, econômicos, culturais, religiosos, etc, dos tempos atuais e desafios a serem enfrentados pelos agentes de evangelização. É fruto de uma comissão formada por bispos, padres e leigos que, iluminados pela Palavra de Deus, traçam um panorama da situação da Igreja e daquilo que é preciso ser enfrentado para tornar a proposta de Jesus conhecida e amada por todos.

“[...] que conscientize e promova cada vez mais uma Igreja em saída, que vai ao encontro das necessidades de seu povo [...]”

Recentemente foi aprovado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) o novo texto das diretrizes gerais que serão vivenciadas de 2019 a 2023. No seu objetivo geral percebe-se uma grande preocupação do Magistério da Igreja para com a evangelização no mundo urbano, marcado por sua abrangência e pluralidade de expressões. Fatores como a formação de comunidades eclesiais missionárias, uma renovada opção preferencial pelos pobres, um olhar carinhoso e atencioso para o cuidado da casa comum, lar da humanidade, com suas questões ambientais, bem como as perspectivas da evangelização divididas em quatro dimensões (pessoal, social, comunitária e ambiental) são pontos claros no documento. Uma ação evangelizadora que conscientize e promova cada vez mais uma Igreja em saída, que vai ao encontro das necessidades de seu povo, que dialoga com a realidade do mundo pós-moderno, que promova uma sociedade mais justa e fraterna e que está aberta para rever suas estruturas pela eficácia do anúncio da palavra de Jesus se fundamenta por meio de quatro pilares: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária. Que este texto das novas diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja chegue até as bases de nossas lideranças eclesiais para que, compreendido em sua essência, possa servir de iluminação para o trabalho pastoral de nossas comunidades cristãs. Pe. Carlos Jobed Malaquias Saraiva, sds

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/infantil Olá, amiguinho! Padre Jordan, fundador da Família Salvatoriana, anotou suas ideias mais importantes em um livro que chamamos de “Diário Espiritual”. Este diário se converteu em uma valiosa fonte para conhecer sua personalidade e espiritualidade. Nesta atividade, você precisa encontrar o caminho que levará Padre Jordan ao seu Diário Espiritual:

Amiguinho, você sabe quais são os valores salvatorianos? Que tal encontrar no caçapalavras?!

vida, soliedariedade, amor, conhecimento, justiça, sustentabilidade, identidade salvatoriana

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