Informativo Camilianos - Fevereiro, Março e Abril de 2020

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REGIONAL SUDESTE Conheça as atividades sociais realizadas pela Regional Sudeste em 2019

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SAÚDE E ESPIRITUALIDADE Dando continuidade a ação do Ano Vocacional Camiliano, este será o tema das ações do ano

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SANTA JOSEFINA Confira a Homilia do Cardeal Angelo de Donatis, na Celebração de Ação de Graças pela canonização da madre


ED I TO RI A L Apresentação Expediente

Ano 2 - Número 8 - 2019 Informativo da Província Camiliana Brasileira Provincial Pe. Antonio Mendes Freitas, mi Conselho Provincial Pe. Mário Luís Kozik, mi Pe. Mateus Locatelli, mi Pe. Francisco Gomes da Silva, mi Pe. João Batista Gomes de Lima, mi Produção Agência Arcanjo Edição Aline F S Oliveira

Bem-vindo a 2020!

Diagramação Mari Denegredo Revisão Elói Bataglion Junior Fernanda Felicio Pe. Mateus Locatelli, mi

Na primeira edição do ano, apresentamos a Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais.

Tiragem 500 exemplares

No Brasil, a Campanha da Fraternidade traz o tema “Vida: dom e compromisso” e o lema “Viu,

Impressão Gráfica Volpato

sentiu compaixão e cuidou dele (Lc 10, 33-34)”, que será fundamentação teológica para o tema das reflexões camilianas neste ano se que inicia: saúde e espiritualidade. Confira, nesta edição, como se dará a continuidade das ações de evangelização e de humanização, visando o centenário da Província.

Nossos contatos

Conheça o trabalho realizado pela Delegação Camiliana nos Estados Unidos, com presença na Arquidiocese de Los Angeles, Califórnia. Veja, também, as atividades sociais realizadas em

Sede Provincial Av. Pompeia, 888 - Pompeia 05022-000 - São Paulo/SP

2019 pela Regional Sudeste, como a Peregrinação da Imagem e das Relíquias de São Camilo, a Semana do Aleitamento e o concurso de desenho para filhos de profissionais.

secretaria@camilianos.org.br

Por ocasião da Celebração de Ação de Graças pela

www.camilianos.org.br

Canonização da Madre Josefina Vannini, fundadora

/camilianosbr

das Filhas de São Camilo, confira a Homilia do Cardeal

@camilianosbr

Angelo de Donatis. Relembramos o Ano Vocacional Camiliano com

blog.camilianos.org.br

imagens do seu encerramento e fechamos a edição com a oração da Campanha da Fraternidade 2020. Confira e reze pelo tema do compromisso com a vida. Desejamos uma abençoada leitura!

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NOTÍCIAS DA PROVÍNCIA Comunicação

Por Agência Arcanjo

Dia Mundial das Comunicações Sociais Para o 54° Dia Mundial das Comunicações Sociais, o Papa Francisco divulgou a mensagem intitulada ”’Para que possas contar e fixar na memória’ (Ex 10, 2). A vida fazse história”. Ele a dedica ao tema da narração, dizendo que “para não nos perdermos, penso que precisamos respirar a verdade das histórias boas: histórias que edifiquem, e não as que destruam; histórias que ajudem a reencontrar as raízes e a força para prosseguirmos juntos”.

Tecer histórias Nesse sentido, Papa Francisco faz uma analogia ao afirmar que “O homem não só é o único ser que precisa de vestuário para cobrir a própria vulnerabilidade (Gn 3, 21), mas também o único que tem necessidade de narrarse a si mesmo, ‘revestir-se’ de histórias para guardar a própria vida”, ressaltando a importância da narrativa e das histórias para a humanidade.

Nem todas as histórias são boas Mas, lembra que estamos constantemente expostos a maus conteúdos. “Quantas histórias nos narcotizam, convencendo-nos de que, para ser felizes, precisamos continuamente de ter, possuir, consumir. Quase não nos damos conta de quão ávidos nos tornamos de bisbilhotices e intrigas, de quanta violência e falsidade consumimos”. E alerta para os perigos das fakenews, tão presentes e comentadas nos dias atuais: “Numa época em que se revela cada vez mais sofisticada a falsificação, atingindo níveis exponenciais (o deepfake), precisamos de sapiência para patrocinar e criar narrações belas, verdadeiras e boas. Necessitamos de coragem para rejeitar as falsas e depravadas”.

vicissitudes, povos, pessoas nos apresenta!”. Lembrando que “Não nascemos perfeitos, mas necessitamos de ser constantemente ‘tecidos’ e ‘recamados’. A vida foinos dada como convite a continuar a tecer a ‘maravilha estupenda’ que somos”. Ainda, aborda o livro do Êxodo: “’E vós conhecereis que Eu sou o Senhor’ (Ex 10, 2). A experiência do Êxodo ensina-nos que o conhecimento de Deus se transmite, sobretudo, contando, de geração em geração, como Ele continua a tornar-Se presente. O Deus da vida comunicaSe, narrando a vida”, apresentando-nos Deus como o grande narrador de toda a história.

Uma história que se renova O pontífice destaca que “A história de Cristo não é um patrimônio do passado; é a nossa história, sempre atual. [...] Depois que Deus Se fez história, toda a história humana é, de certo modo, história divina. [...] Por isso, a humanidade merece narrações que estejam à sua altura, àquela altura vertiginosa e fascinante a que Jesus a elevou”. Ele nos lembra que “Por obra do Espírito Santo, cada história, mesmo a mais esquecida, mesmo aquela que parece escrita em linhas mais tortas, pode tornar-se inspirada, pode renascer como obra-prima, tornando-se um apêndice de Evangelho”, ressaltando a importância da história de cada vida.

Uma história que nos renova

A História das histórias

Nesse sentido, conclui sua mensagem dizendo que “Em cada grande história, entra em jogo a nossa história”. Dando, assim, protagonismo a cada um de nós, enfatiza: “Sim, porque ninguém é mero figurante no palco do mundo; a história de cada um está aberta a possibilidades de mudança. Mesmo quando narramos o mal, podemos aprender a deixar o espaço à redenção; podemos reconhecer, no meio do mal, também o dinamismo do bem e dar-lhe espaço”. E finaliza afirmando que precisamos “fazer memória daquilo que somos aos olhos de Deus, testemunhar aquilo que o Espírito escreve nos corações, revelar a cada um que a sua história contém maravilhas estupendas”.

Papa Francisco destaca a Palavra de Deus ao dizer que “A Sagrada Escritura é uma História de histórias. Quantas

O Dia Mundial das Comunicações Sociais será celebrado no dia 24 de maio.

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N OT Í C I AS DA PROV Í NC I A Social

Por Pe. Justino Scatolin, MI

Com marca reposicionada, IBCC Oncologia mantém cultura de atendimento humanizado e o cuidado centrado na pessoa Resgate de história de vida, interação social, criatividade e qualidade de vida.

Referência no diagnóstico e tratamento do câncer em São Paulo há 52 anos, o IBCC Oncologia apresentou seu reposicionamento de marca em 2019, num ano em que a instituição reescreveu sua missão, que passou a ser: cuidar de pessoas, histórias e vidas. A nova identidade visual remete a um universo de mais otimismo e alegria, com novas cores adicionadas a sua logomarca, ícones e ilustrações para uma melhor experiência do paciente. O IBCC firma, a cada ano, um importante compromisso com o cuidado centrado na pessoa, tendo como premissa tornar o paciente e a família mais atuantes no tratamento em todas as suas Unidades. Na pesquisa de fidelização para mensurar sua recomendação entre os usuários, no ano de 2019, a Unidade Mooca atingiu a zona máxima: de excelência, acima de 75 pontos. Ainda na Unidade Mooca, visitas pet aconteceram com a presença de cães e gatos de estimação de pacientes em condições e com a aprovação do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar. Pensando em melhorar o estresse que incide sobre a maioria dos pacientes oncológicos, foi implantada a medicina integrativa, com atividades de reiki, acupuntura, atendimentos personalizados de nutrição, equipe multidisciplinar e outros.

MOOCA - Certificação 3M

FORMOSA – Agosto Dourado

A Unidade recebeu o Selo do Registro Hospitalar de Câncer (RHC) na categoria ouro, que reconhece hospitais que cooperaram com a coleta, análise e classificação das informações de casos novos de câncer na cidade. Recebeu, ainda, a premiação da Certificação 3M – Fixação Segura de Cateteres, na categoria diamante (máxima). Na Unidade Formosa, sabendo que o leite materno é o alimento mais completo para os bebês, foram realizadas campanhas de incentivo à amamentação, com palestras sobre o tema e entrega de lembranças a todas as puérperas. A Unidade também passou a contar com atendimentos pediátricos e implantou o Núcleo de Segurança do Paciente.

MOOCA – Momento da visita PET

JAÇANÃ – Tricotando em casa

Na Unidade Jaçanã, um dos pontos fortes da atuação do local,é a humanização do acolhimento, com proposta de atividades laborais, artesanais e de interatividade, já que a maioria dos pacientes permanecem por longos períodos de internação. E o projeto “Tricotando e pintando em casa” é destaque. Ele reúne pacientes para interação e momentos de lazer (tricô e bordado), tirando-os do ambiente de internação para estimular vários aspectos, como: resgate de história de vida, interação social, criatividade e qualidade de vida.

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NOTÍCIAS DA PROVÍNCIA Social

Por Pe. Justino Scatolin, MI

Atividades Sociais Regional Sudeste

Peregrinação da Imagem e das Relíquias nos Hospitais da Regional Sudeste Ano Vocacional Camiliano foi marcado por diversas ações nas instituições Em comemoração ao Ano Vocacional Camiliano, os hospitais que compõem a Regional Sudeste receberam, no mês de outubro de 2019, a Imagem e as Relíquias de São Camilo de Lellis, com uma programação voltada para profissionais e comunidades locais. As visitas nas cidades contaram com recepção da Imagem, carreatas, celebrações eucarísticas e apresentações, além de muita oração e preparação em honra ao protetor dos doentes, hospitais e profissionais de saúde. A organização desses eventos junto aos hospitais foi do Padre José Wilson Correia da Silva, coordenador da Pastoral da Saúde Regional Sudeste.

Em Resplendor, profissionais demonstraram orgulho em receber a Imagem e as Relíquias.

Em Campos do Jordão, profissionais e comunidade acompanharam a procissão.

Relíquias nos Hospitais

Profissionais do Hospital São Vicente de Paulo, em Itabirito (MG), receberam a Imagem e as Relíquias de São Camilo.

A chegada da Imagem e Relíquia de São Camilo de Lellis aos hospitais da Regional Sudeste foi marcada por grande festividade entre os profissionais. As peças incluíam um fragmento de osso e as ataduras que envolveram os pés feridos do santo. “O Ano Vocacional nos convidou a resgatar a dedicação e cuidado de Camilo. Ele enxergava no doente a face de Cristo e cuidava dele como se estivesse cuidando do próprio Jesus e, mesmo com tantas dificuldades, conseguiu fazer muito. Esse período nos faz refletir sobre o olhar para o outro”, pontuou o Coordenador da Pastoral da Saúde da Regional Sudeste, Padre José Wilson Correia da Silva.

Semana Mundial do Aleitamento Materno

O diretor administrativo do Hospital Monsenhor Horta, Mariana/ MG, Tiago Alvarenga, destacou a importância de ampliar o discurso sobre o aleitamento materno.

Durante a Semana Mundial do Aleitamento Materno, em agosto, diversos hospitais da Regional realizaram ações junto às mães e profissionais das instituições. Um dos destaques foi a ação realizada no Hospital Monsenhor Horta, em Mariana, com participação e empenho dos setores de Enfermagem, Nutrição, Assistência Social e Pastoral da Saúde. A Semana, realizada de 12 a 16 de agosto de 2019, foi marcada por diversas palestras, orientações e distribuição de folhetos explicativos. Participaram a Assistente Social, Ana Claudia Firmino, a Coordenadora da Pastoral da Saúde, Aparecida Custódio, além da Nutricionista, Laura Mol. Também, as enfermeiras, Naiara Álvares e Julia Ibrahim.

Concurso de Desenho premia filhos de profissionais em Taubaté

Orgulho – os vencedores posaram com os pais, profissionais do Hospital Regional do Vale do Paraíba – Taubaté/SP.

O Hospital Regional do Vale do Paraíba, em Taubaté/SP, promoveu em outubro de 2019, um Concurso de Desenho para os filhos de profissionais, em comemoração ao mês das crianças. Com uma temática ‘Pai/Mãe no trabalho’, o concurso consistiu em retratar o responsável durante suas atividades no Hospital. Os ganhadores foram recebidos com festa pela equipe do Hospital, que contou com a presença dos Diretores, Gerentes e a Rede de Comunicadores do HR, além dos familiares. As crianças receberam um kit especial didático. Já as mamães dos ganhadores foram homenageadas com o certificado de ‘‘Mãe de Artista’’. Ao todo, 41 crianças participaram do concurso. Todos os demais desenhos foram expostos em galeria especial no Hospital Regional.

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N OT Í C I AS DA PROV Í NC I A

Projeto de continuidade do Ano Vocacional Camiliano em 2020 Aos religiosos, seminaristas, vocacionados, membros da família camiliana leiga, agentes de pastoral da saúde, paroquianos e funcionários das entidades Camilianas. “Novos em Cristo, um coração solidário para amar e servir”. Este foi o tema do Ano Vocacional Camiliano celebrado em 2019, o qual ainda temos em nossa memória, pois tocou nossa sensibilidade e nos ajudou a amadurecer a nossa missão camiliana na Igreja e no mundo. Não podemos nunca perder de vista o que nos identifica: o encontro e o seguimento a Jesus Cristo. Este seguimento deve nos levar a ter um coração solidário para amar e servir os doentes, pobres e sofredores. Na narrativa de São Lucas vemos que Jesus, na sinagoga de Nazaré, ao ler uma passagem do profeta Isaías, assume a missão de anunciar a Boa Nova aos pobres, a recuperação da vista aos cegos, a libertação dos cativos e o ano da graça do Senhor (Lc 4, 16-20). A missão de Jesus é também nossa missão. Como seus discípulos, na Nova Escola da Caridade, precisamos ter o coração nas mãos e nunca esquecermos que recebemos de Deus um carisma vivo e que nos move: o de sermos portadores da misericórdia àqueles que se encontram fragilizados e debilitados, de maneira que, com nosso auxílio, sejam fortalecidos e animados. A partir desta missão que nos foi confiada, exorto que nos mantenhamos unidos e que sejamos sal da terra e luz do mundo, isto é, luz de Deus nas trevas da humanidade e sal para dar sentido à vida de tantos que se encontram sem sentido no caminho e que vivem à margem devido às injustiças e tantas formas de corrupção. Para isso, após a reflexão construída na Jornada Camiliana, em 7 de dezembro, convoco a continuidade das ações do Ano Vocacional em todos os âmbitos da Província. O tema principal para a nossa reflexão será Saúde e Espiritualidade. Que essa temática seja aprofundada dentro das nossas unidades de saúde e educação, mas também, e principalmente, nas nossas comunidades religiosas, paróquias e capelanias. Que o tema seja aprofundado em todos os congressos, jornadas de pastoral da saúde, aulas de abertura de ano letivo, semanas comemorativas, encontros com leigos de nossas paróquias, nas diversas pastorais e movimentos e formações com a Família Camiliana Leiga. O lema que nos auxiliará em nossa reflexão será o mesmo da Campanha da Fraternidade de 2020: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34). À luz da parábola do Bom Samaritano, somos chamados a ser uma Igreja misericordiosa e acolhedora com os caídos à beira do caminho. Se no Ano Vocacional nós celebramos a alegria de ser camiliano, nesta continuidade, queremos como objetivo principal viver a alegria de ser camiliano, o qual somente será possível se, como São Camilo, acolhermos com disponibilidade e docilidade o chamado de Deus, não sendo indiferentes à dor e ao sofrimento dos doentes e pobres. O Papa Francisco, em seu discurso aos profissionais da enfermagem , convidava-os a fazer da sua profissão uma missão, para que fossem “peritos em humanidade”, chamados a desempenhar uma tarefa insubstituível de humanização numa sociedade distraída que, com muita frequência, deixa à margem as pessoas mais débeis, interessando-se apenas por quem “vale”, ou corresponde a “critérios de eficiência ou de lucro”. Desejo que essas palavras do Papa inspirem também a nós, pois, se perdermos a humanidade e a sensibilidade, perderemos o que nos identifica como cristãos, perderemos o cerne da vivência do carisma camiliano. Que as reflexões deste ano nos ajudem a caminhar como Igreja na construção de um mundo novo. Confiamos este projeto à proteção materna de Nossa Senhora da Saúde. Maria, Rainha dos Ministros dos Enfermos, acompanhe-nos com seu amparo maternal. Pe. Antonio Mendes Freitas Provincial

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NOTÍCIAS DA PROVÍNCIA

Projeto Saúde e Espiritualidade

Outras datas comemorativas:

Tema: Saúde e Espiritualidade. Lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34). Objetivo geral: Viver a alegria de ser camiliano. Objetivos específicos: • Viver os valores cristãos que sustentam os valores camilianos; • Promover o despertar vocacional para a vida religiosa; • Cuidar de quem cuida; • Olhar a pessoa na sua totalidade promovendo a sua dignidade; • Intensificar a pastoral da saúde nas suas dimensões; • Promover a pastoral universitária camiliana; • Nutrir o sentido de pertença ao carisma camiliano; • Continuar a preparação do centenário dos camilianos no Brasil (2022). Ações: 1. Todos os eventos dentro das instituições camilianas em 2020 (congressos, jornadas da Pastoral da Saúde, aulas magnas, semanas comemorativas, etc.) devem refletir acerca da temática Saúde e Espiritualidade. 2. Implantar o Dia do Camiliano nas instituições (15/09), no âmbito provincial e local, envolvendo todos os religiosos, colaboradores e parceiros. 3. Celebrar festivamente as datas: • Dia mundial do enfermo (11/02); • Páscoa; • Dia mundial das vocações (4º domingo da páscoa); • Dia mundial da Saúde (07/04); • Nascimento de São Camilo, mártires da caridade e beatos (25/05); • Dia de São Camilo (14/07); • Santa Josefina Vannini (16/10); • Nossa Senhora da Saúde (16/11); • Nossa Senhora da Imaculada Conceição (08/12); • Natal; • Dia dos padroeiros locais.

• Dia dos profissionais da saúde: médico, enfermeiro, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, etc. • Mês da Bíblia, Mês Vocacional, dia dos Pais e das Mães. Obs: Produzir material institucional para divulgar em toda a rede camiliana as datas comemorativas (banners, wallpaper, material para mural, etc.). 4. Todo dia 14, celebrar a memória de São Camilo (com temas específicos a cada mês, os quais serão enviados com antecedência). 5. Criação de vídeos institucionais para divulgação das ações sociais de atendimentos realizados e serviços prestados na educação. Esses vídeos deverão ser divulgados em todas as nossas instituições a partir de uma agenda a ser construída pela sede das entidades. 6. Outras ações: 1. Incluir na integração dos recémadmitidos e na reciclagem periódica informações relativas ao jeito camiliano de cuidar, oferecendo material (cartilha) sobre a vida de São Camilo, carisma e os valores camilianos. 2.Fomentar a aproximação entre nossas instituições e as comunidades locais, paróquias e dioceses, como também entre os religiosos e os colaboradores das diversas obras camilianas. 3. Estimular as vocações à vida religiosa dentro das nossas instituições. 4. Iniciar as atividades nas unidades com falas referentes à vida de São Camilo, à espiritualidade, valores camilianos ou à carta de princípios. Cada comunidade, paróquia e entidade poderá, de forma livre e criativa, implementar as ações aqui sugeridas, a fim de dar continuidade ao Ano Vocacional. Nas obras camilianas, os responsáveis pela animação da pastoral, nas visitas programadas, deverão apresentar o projeto Saúde e Espiritualidade. Todos os eventos programados nas unidades deverão ser divulgados via sede. Os registros deverão ser enviados para a regional ou diretamente para a sede para a publicação das ações.

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A RT I G O

da

compaixão

P O R P E . G IL DES I O DA PA I X Ã O BATI STA

Depois da concretização exitosa do Ano Vocacional Camiliano em 2019, que despertou nas pessoas e nas comunidades o verdadeiro sentido do carisma camiliano do amor misericordioso para com as pessoas enfermas, todos os envolvidos têm o sentimento de que é preciso dar continuidade a essa ação carismática de evangelização e de humanização no ano que se inicia. Nesse cenário de continuidade, teremos como tema para nossos eventos, ações e reflexões, saúde e espiritualidade, tendo como fundamentação teológica o lema da Campanha da Fraternidade do ano vigente: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele (Lc 10, 33-34)”. Com o tema saúde e espiritualidade, o que se pretende é oportunizar um aprofundamento e uma interiorização dos valores e dos princpios do Carisma Camiliano que foram evidenciados no Ano Vocacional Camiliano, possibilitando aos religiosos, colaboradores e fiéis uma reflexão e ação que sejam condizentes com os desafios atuais do mundo da saúde, do sofrimento e da espiritualidade, enquanto força integradora e geradora de sentido. Neste sentido, o Carisma Camiliano do amor misericordioso para com as pessoas enfermas tem muito a contribuir, tanto no âmbito da reflexão, quanto no âmbito da ação; tendo em vista tratar-se de um carisma que nasceu do coração do Evangelho e que toca no mais profundo das razões do coração humano, onde reside o grande potencial para o cuidado com a vida como forma eficaz de humanização e de evangelização. Um carisma que nasceu de um coração convertido ao amor, e que se colocou à disposição do cuidado da vida em todas as suas formas de expressões. No tocante ao lema: Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34), prevalece o ícone do bom samaritano, que rompe com a cultura do legalismo que gera a indiferença, com uma atitude comovente de compaixão. Na Campanha da Fraternidade, o ícone do bom samaritano é o anjo bom da Bahia, santa Dulce dos pobres que, também movida de compaixão, acolheu e cuidou dos pobres e miseráveis, rompendo com todo aquele contexto de injustiça e de indiferença, oferecendo amor e resgatando a dignidade daquela multidão de abandonados. A compaixão é um movimento interior das razões do coração que aproxima a pessoa do seu semelhante e da sua situação. Não existe norma ou preceito que impeça a ação de um coração movido de compaixão. Isso fica evidente no texto bíblico do bom samaritano, na vida do convertido São Camilo de Lellis e da santa Dulce dos pobres. O próprio exemplo da imagem de São Camilo esculpida para o Ano Vocacional representa esta ação sublime de um coração movido de compaixão que não mede esforços para fazer o bem à pessoa necessitada. Camilo foi, no seu tempo, o bom

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ARTIGO

samaritano que, com sua privilegiada estatura física de mais de dois metros e um impressionante vigor espiritual, carregou em seus ombros milhares de pessoas enfermas, livrando-as da morte por conta de uma terrível inundação. O próprio Camilo dizia que, onde estivesse alguém doente, aí deveria estar um camiliano para exercer o ofício do bom samaritano. Evidentemente, o cuidado, impulsionado pela compaixão das razões do coração, exigirá cada vez mais capacitação técnica para a formação do bom profissional. O profissional qualificado tecnicamente e sensibilizado humanamente, para que seja capaz de colocar “mais coração nas mãos”, como queria São Camilo. Vale muito lembrar que o momento é muito oportuno para se buscar com sabedoria o caminho da integração, da comunhão e da unidade de tudo aquilo que, por muito tempo, ficou separado, fragmentado e quase incomunicável por conta das barreiras que foram criadas. Exemplos: fé e razão; ciência e espiritualidade. Hoje o cenário é outro, muito mais favorável para o entendimento, a compreensão e, com certeza será um caminho muito mais saudável para a humanidade. Com certeza, 2020 será o ano da continuidade de nossas ações carismáticas em prol da humanização e da evangelização, focados na temática da saúde e da espiritualidade, com o respaldo teológico do lema da Campanha da fraternidade: “viu, sentiu compaixão e cuidou dele”. Um dos objetivos é que consigamos chegar em 2022, ano do centenário da Província Camiliana Brasileira, sentindo o coração arder de entusiasmo, como os discípulos de Emaús, para que aconteça uma verdadeira ação missionária em toda a nossa Província, como forma também de gratidão ao passado e de alargamento dos horizontes para o futuro.

O Carisma Camiliano do amor misericordioso para com as pessoas enfermas, tem muito a contribuir, tanto no âmbito da reflexão, quanto no âmbito da ação

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CA M I L I A N OS

das Instituições Sociossanitárias Camilianas (ISC) A Ordem dos Ministros dos Enfermos (Religiosos Camilianos) foi fundada por São Camilo de Lellis para testemunhar e exercitar o ministério da misericórdia de Cristo para as pessoas que sofrem, especialmente as mais vulneráveis. A Ordem, que “tem por finalidade o serviço completo aos enfermos na globalidade de seu ser” (Const. 43), realiza esta missão através de uma variedade de ministérios e de serviços inspirados em uma visão holística da pessoa humana. Entre as múltiplas formas de exercício do ministério camiliano, estão as Instituições Sociossanitárias Camilianas, que são propriedades da Ordem e/ou confiadas a sua gestão.

A Ordem deseja que as Instituições Sociossanitárias Camilianas (ISC) tornem-se uma autêntica comunidade saneadora, que anuncia a salvação e a plenitude da vida à pessoa enferma, encarnando a cultura do bom samaritano em todo o contexto. Atuando em uma região específica e agindo em nome da Igreja, da qual é parte viva, a Ordem busca responder às reais necessidades dos doentes e promover a sua dignidade, contribuindo concretamente para a construção do Reino de Deus. A Carta das Instituições Sociossanitárias Camiliana (ISC) surge de nosso esforço para promover os ideais que a Constituição da Ordem reconhece nestas instituições. Define os valores fundamentais que estruturam a identidade das ISC e que devem ser partilhadas, de modo particular, por todos os nossos colaboradores e colaboradoras. Desejamos que possa se tornar um ponto de referência, também, para outras instituições sanitárias e para a sociedade em seu conjunto.

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Uma ISC testemunha e encarna a ação salvífica, misericordiosa, profética e sanadora de Cristo no mundo da saúde através da promoção da saúde, a prevenção das enfermidades e a oferta de curas e de reabilitação. Atenção especial é reservada à diminuição da dor, ao acompanhamento humano e espiritual dos doentes e de suas famílias, e à evangelização, cuja forma plena é a celebração dos sacramentos nos quais atua a salvação anunciada.

1.

As ISC colocam a pessoa humana no centro de todas as dimensões de sua obra de cura, reconhecendo e respeitando a dignidade inviolável de todo ser humano, criado a imagem e semelhança de Deus, do momento da concepção até a morte natural.


CAMILIAN OS

“A Ordem deseja que as Instituições Sociossanitárias Camilianas (ISC) tornem-se uma autêntica comunidade saneadora, que anuncia a salvação e a plenitude da vida à pessoa enferma”

2. As ISC se aplicam ao serviço da vida e da saúde

integral, na globalidade de suas dimensões (física, biológica, mental, psicológica, social e espiritual) e no acompanhamento de todas as fases da existência humana, desenvolvendo uma especial sensibilidade para a promoção e a defesa da qualidade destes valores, sobretudo nos momentos de maior vulnerabilidade.

3.

As ISC são um dos lugares em que se realizam os valores evangélicos: a atenção cuidadosa e fraterna, a solidariedade, a capacidade de serviço e o amor gratuito para com a pessoa doente e sua família, uma atenção apropriada dirigida aos colaboradores que servem os sofredores com competência e compaixão. Enquanto obras eclesiais que se inspiram na rica tradição e espiritualidade camiliana, as ISC propõemse como lugares de humanidade e de excelência, de cultura da saúde e de evangelização.

4.

As ISC empenham-se na práxis sanitária, na promoção da pesquisa interdisciplinar e do diálogo sobre bioética, sendo fiel ao ensinamento moral da igreja católica. Será criada uma comissão de ética em todas as ISC ou em colaboração entre diversas ISC. As ISC protegem o direito individual e institucional à objeção de consciência.

5. As ISC valorizam as pessoas que trabalham nelas,

considerando-as parte integrante da comunidade sanante, em cada uma das estruturas. A promoção de um clima de diálogo, de corresponsabilidade e de valorização de todos os membros, são elementos estruturantes da aliança terapêutica própria de toda estrutura. As ISC favorecem relações fundadas sobre o pleno respeito dos colaboradores, incentivando o seu crescimento pessoal, profissional e espiritual, independentemente da função que exercem.

técnicos, científicos, humanísticos e espirituais, para garantir e atualizar serviços de qualidade. A autossustentabilidade das ISC é um requisito e garantia para atingir sua finalidade.

7.

As ISC participam da missão de evangelização própria da Igreja, testemunhando o amor misericordioso de Cristo para com os enfermos. A sua missão espiritual (assistência e acompanhamento) se orienta para a comunidade sanante – os doentes, os necessitados, as suas famílias, o pessoal sanitário – independentemente da cultura e da fé das pessoas.

8.

As ISC, espaço aberto e inserido no território, promovem uma cultura de responsabilidade e de prevenção, em relação à saúde, para melhorar a qualidade de vida de todos, criando redes de colaboração com ISC de outras províncias, ou delegações da Ordem, e com outras instituições, organizações e agências sanitárias locais e internacionais. Favorece-se a ação do voluntariado no interior das ISC e no território.

9.

As ISC privilegiam os doentes, os mais pobres, e em particular as faixas sociais que são excluídas ou marginalizadas, oferecendo-lhes um acesso justo aos serviços sanitários apropriados e de qualidade.

10.

As ISC são sensíveis e estão abertas aos novos sinais dos tempos, especialmente no mundo da saúde, verificando continuamente seus programas e estratégias. Enquanto realidades vivas, dinâmicas e provisórias, as ISC serão atualizadas, transformadas ou até alienadas, se não forem mais significativas e relevantes. Atualização do texto dos participantes do encontro dos diretores e administradores das ISC, São Paulo, Brasil, 16 de setembro de 2019.

6.

As ISC adotam um modelo de administração baseado em valores éticos de justiça e equidade (gestão baseada nos valores) em relação aos doentes e aos seus colaboradores. Além disso, sustentam os valores da transparência e do uso racional dos recursos destinados à cura e à melhora dos conhecimentos

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ACO NT EC E U De 27 a 31 de janeiro, aconteceu o CapĂ­tulo Provincial, da ProvĂ­ncia Camiliana Brasileira

Encerramento do Ano Vocacional Camiliano

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IGREJA Artigo

Por Agência Arcanjo

Campanha da Fraternidade 2020 Fraternidade e vida: Dom e Compromisso

“Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34)

Para o ano de 2020, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convida, através Campanha da Fraternidade, a um olhar mais atento e detalhado para a vida. Assim, apresenta o tema “Fraternidade e vida: Dom e Compromisso” e o lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34). Fraternidade é a essência do evangelho. Ela inspira o sonho de um mundo em que tudo seja cuidado com respeito e amor. Hoje, nos deparamos com uma realidade em que muitos estão carentes de expectativas, mas a vida necessita de cuidados, e cada um de nós é convidado a ser fraterno através de ações concretas. Primeiro, é necessário abrir os olhos e ver as diversas chagas que afligem a vida, a banalização do mal e a perda do verdadeiro sentido do viver. Neste contexto, o Papa Francisco nos convida a transpor a realidade da indiferença. Esse ato de compaixão é a própria linguagem divina que clama por justiça e solidariedade. Temos o compromisso, como cristãos, de assumirmos a promoção e a defesa da vida, lembrando que ela é um presente de Deus e deve ser cuidada. A nossa missão é a missão de Jesus: fazer com que todos tenham vida, e a tenham em plenitude.

Santa Dulce dos Pobres Santa Dulce viveu uma espiritualidade samaritana, vendo no outro o rosto de Jesus. Defendeu a premissa de que não basta ver, não basta sentir a necessidade e o sofrimento do irmão – é preciso, sim, acolher e agir. Exemplo de cuidado e compromisso cristão com aqueles que mais necessitam, esteve sempre convicta de que, no amor e na fé, encontramos as forças necessárias para a nossa missão. Por isso, ela é um ícone desta Campanha da Fraternidade, já que viveu na prática os pilares: ‘Viu, Sentiu e Cuidou’.

Texto-Base Lançado pela editora da CNBB, o texto-base convida a um olhar que se eleva para Deus, no mais profundo espírito quaresmal, voltando-se também para os irmãos e irmãs, e identificando a criação como presente amoroso do Pai. No texto, a CNBB afirma que a Campanha da Fraternidade será uma motivação para olhar as diversas realidades, questionando a respeito do sentido que, na prática, se atribui à vida, nas suas diversas dimensões: pessoal, comunitária, social e ecológica. “Não se pode viver a vida passando ao largo das dores dos irmãos e irmãs”, diz um trecho do texto-base. Ver, sentir compaixão e cuidar são os verbos de ação que irão conduzir este tempo quaresmal. Para isso, convida que cada pessoa, cada grupo pastoral, movimento, associação e o Brasil inteiro, motivados pela Campanha da Fraternidade, possam ver fortalecida a revolução do cuidado, do zelo, da preocupação mútua e, portanto, da fraternidade.

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ES P I R I T UA LI DA D E

Celebração Eucarística de Ação de Graças pela Canonização da

H O M I L I A D O C A R D E A L A N G E LO D E D O N AT I S

Basílica de São João de Latrão, 14 de outubro de 2019

Hoje a Igreja está em festa, porque no Céu resplandece a nova luz de Santa Josefina. Hoje a Igreja de Roma está em festa, porque aqui, na terra, em nossa cidade, brilha nas trevas a luz de Deus. Josefina Vannini é uma nova santa toda romana, a quem confio imediatamente a nossa cidade, a nossa diocese, especialmente os nossos pobres que gritam, suplicando a ajuda da misericórdia de Deus e da Igreja. Saúdo com amizade e gratidão a todas vós, Filhas de São Camilo, com vossa Superiora Geral, Madre Zélia, rodeadas por todos os vossos caros, vindos a Roma de várias partes da Itália e do mundo. Saúdo os bispos, os sacerdotes, os consagrados e as consagradas e a todos os que são ou se sentem filhos de Camilo de Lellis, que viveu aqui em Roma, a missão de servir os enfermos e os sofredores. Saúdo a todos vós, aqui presentes, ligados às várias comunidades das Filhas de São Camilo. De modo todo especial, saúdo os doentes, os presentes e os que estão nas casas, nos hospitais, nos vários lugares de cura de Roma e do mundo. Hoje, esta nova Santa nos impele para eles, de novo, com renovado entusiasmo, com o desejo e o empenho de ser uma Igreja com um coração

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materno, inclinada para os que sofrem. Imagino Santa Josefina que, neste momento, iluminada como a aurora da santidade proclamada pela Igreja, pede a Deus que tire dela aquela luz, convidando-nos a partir o pão com o faminto, a introduzir em casa os miseráveis, sem teto, a vestir quem está nu. Hoje, esta nova santa nos diz: “Não deem glória a mim, mas a Deus. O que importa é fazer o bem aos pobres. A caridade seja o vosso distintivo”. Assim escrevia a Madre Josefina a suas irmãs: “Quanto mais se ama a Deus, tanto menos se ama o ego. Quanto mais queremos descarregar os ombros da cruz, mais esta se torna pesada e opressora. Busquemos, desde já, colocar todo o nosso empenho em nos santificar, ou melhor, em trabalhar para nossa perfeição com santo fervor e plena calma, acolhendo todas as ocasiões diárias das mãos de Deus”. Enquanto Jesus pronuncia as palavras: “estava enfermo e me visitastes”, imaginemos uma troca de olhar entre Deus e a Madre Josefina. Gosto de pensar neste olhar quando – no dia 17 de dezembro de 1891 – no final de um curso de exercícios espirituais, se encontram duas almas: aquela do pregador, um filho de São Camilo, Pe. Luis Tezza, e aquela de uma das exercitantes, uma mulher de 32 anos, de


ESPIRITUALIDAD E

nome Judit, que há tempo está se interrogando sobre a sua vocação, depois de ter tentado alguns caminhos, interrompidos, por vários motivos. Pensando no homem deixado meio morto na estrada do mundo, que inflama o seu coração de Ministro dos Enfermos, Pe. Tezza, acalenta há tempo o desejo de reconstituir as terciárias camilianas, sem êxito algum. O encontro com Judit é iluminador para ambos. Ela diz: “Não sou capaz de nada, mas me coloco a disposição, confio em Deus”. E, pouco depois, graças ao surgimento de uma “cumplicidade evangélica” entre os dois, a obra de Deus encontrará um outro caminho, uma luz, um trajeto inesperado, não isento de provas pequenas e grandes, como sempre faz o Espírito Santo, quando encontra corações disponíveis a vontade do Pai. O Papa Francisco na “Gaudete et exsultate” falou do “gênio feminino”, que “se manifesta em estilos femininos de santidade, indispensáveis para refletir a santidade de Deus neste mundo. E justamente em épocas nas quais as mulheres foram mais excluídas, o Espírito Santo suscitou santas, cujo fascínio provocou novos dinamismos espirituais e importantes reformas na Igreja”. Podemos dizer que Santa Josefina encarnou o carisma de São Camilo com o “gênio feminino”, que se tornou para os doentes o sinal da Igreja mãe. Sim, justamente ela, que sabia o que significava ser órfã – tendo perdido os pais em tenra idade – tornouse mãe, amando “não com palavras e com a língua, mas com os fatos e na verdade”. Ainda hoje, nesta cidade e no mundo, os homens são atraídos para Deus aí onde encontram um pai – como foi Luiz Tezza para a Vannini – e onde encontram uma mãe. A memória daquele encontro providencial é um apelo forte em especial para nós sacerdotes e para vós Filhas de São Camilo, como para todas as consagradas: sejam pais, sejam mães, com os doentes, com os pobres, mas também com os que cuidam deles. Os vossos hospitais, as vossas comunidades são chamadas a revelar o belo rosto da Igreja que é a santidade. Não aconteça que, alegrando-nos justamente pela santidade de vossa fundadora, desviemos a atenção do chamado feito a cada um de nós à santidade. A vida de Josefina transcorreu quotidianamente entre a oração e o serviço, entre Cristo presente na eucaristia e o Cristo presente no enfermo a ser visitado. Penso, com emoção, quando, com as duas primeiras irmãs, Vitória e Emanuela, a nossa Santa participava da missa diária justamente aqui, em São João, toda manhã, em 1892, para depois viver o dia acolhendo e servindo os doentes. O hospital de campo que é a Igreja, necessita de mães que, com o coração do Samaritano, passam junto aos feridos no corpo e no espírito para derramar sobre eles o óleo da consolação e o vinho da esperança, com a ternura, a acolhida, a capacidade de escuta e a intuição própria das mulheres.

De São Camilo, se recorda que tinha o coração cheio de tanta piedade para com os necessitados, que costumava dizer: “Quando não se encontrassem pobres no mundo, os homens deveriam ir buscálos e cavá-los de debaixo da terra, para fazer-lhes o bem e usar de misericórdia com eles”. Também Josefina, nos diz hoje que, é necessário procurar os pobres, os doentes, os defeituosos, os anciãos. A nossa cidade tem tantas pessoas esquecidas pelas famílias e pela sociedade. O Padre Tezza dirigiu-se ao Cardeal Vigário de então para iniciar com a Madre Josefina esta nova obra de misericórdia. Permitam, então, ao Vigário de hoje dizer-vos: Ajudem ainda a nossa diocese a encaminhar-se com amor às periferias existenciais da nossa cidade, aos doentes e pobres, que são os nossos verdadeiros “senhores e patrões”. Se forem mães, ensinareis a todos nós a ter um coração materno. Penso de modo particular nos jovens, tão desorientados, num estado de orfandade. Também os jovens, sobretudo os jovens, quando encontram pais e mães generosos na caridade, não esperam outra coisa. Colocam-se a seu lado, colocam-se a serviço, e descobrem a alegria de amar. A Madre Josefina, Santa romana da caridade, confiamo-nos com humildade. Dela, que em somente vinte anos de atividade nos deixou uma herança imensa, deixamo-nos levar pela mão, para passar com ternura ao lado de quem sofre. Com ela, confiamos na Mãe de todos que, debaixo da cruz, indica o caminho do Amor, dando um valor salvífico ao sofrimento humano.

Santa Josefina, Filha de São Camilo, orai por nós.

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ORAÇÃO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2020 Deus, nosso Pai, fonte da vida e princípio do bem viver, criastes o ser humano e lhe confiastes o mundocomo um jardim a ser cultivado com amor. Dai-nos um coração acolhedor para assumir a vida como dom e compromisso. Abri nossos olhos para ver as necessidades dos nossos irmãos e irmãs, sobretudo dos mais pobres e marginalizados. Ensinai-nos a sentir verdadeira compaixão expressa no cuidado fraterno, próprio de quem reconhece no próximo o rosto do vosso Filho. Inspirai-nos palavras e ações para sermos construtores de uma nova sociedade, reconciliada no amor. Dai-nos a graça de vivermos em comunidades eclesiais missionárias, que, compadecidas, vejam, se aproximem e cuidem daqueles que sofrem, a exemplo de Maria, a Senhora da Conceição Aparecida, e de Santa Dulce dos Pobres, Anjo Bom do Brasil. Por Jesus, o Filho amado, no Espírito, Senhor que dá a vida. Amém! Pe. Patriky Samuel Batista Secretário para Campanhas da CNBB


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