economia
café e o açúcar, até a recente inversão da mão de direção de nossa balança comercial, que passou de um déficit de R$ 7 bilhões, em 1997, para um superávit de R$ 44 bilhões, em 2005. Outros êxitos de nosso comércio externo podem ser contabilizados neste início do século 21: a conta corrente de R$ 24 bilhões de déficit em 2000 se converteu em R$ 14 bilhões de superávit em 2005. A soma de importações e exportações hoje atinge 25% do produto interno bruto (PIB), quando era de apenas 11% no início da década de 1990. Do ponto de vista das negociações internacionais, o Brasil também tem se destacado como articulador do G-20 na OMC e em vários painéis, como o do algodão e o do açúcar. Para além das commodities, a luta por mercado para os aviões da Embraer se tornou emblemática aqui no Brasil e lá fora. Entretanto, apesar desses avanços, o Brasil patina no inexpressivo e já mencionado 1% do comércio mundial.
Abram Szajman
Vale dizer, somos ainda parte muito pequena de tudo o que acontece.
igualmente considerados como ob-
mundial, que tem os mesmos 60%
jetivos estratégicos.
das transações representadas por
Nos últimos anos, o Brasil tem
produtos que incorporam avanços
logrado êxitos macroeconômicos,
tecnológicos.
como inflação baixa e expressivos
{...} Mas, até para termos êxitos em
Outro obstáculo é a overdose de
superávits comerciais, mas a con-
metas ambiciosas como esta, é preci-
geopolítica nas relações internacio-
tinuidade desse processo depende
so que nossa fatia no comércio mun-
nais. É óbvio que nossas relações
de um salto de qualidade em nossa
dial seja maior, pois em negociações
com países como China, Argen-
estrutura produtiva. Do total das
internacionais pode mais quem com-
tina, Venezuela, Bolívia, Índia ou
exportações brasileiras, 60% são
pra ou vende mais. E quem, a par de
África do Sul não são de natureza
produtos pouco ou nada elabora-
seu tamanho, sabe escolher aliados
apenas comercial, mas os interes-
dos, o que significa estar na con-
e estratégias de inserção no mundo
ses comerciais existem e devem ser
tramão da tendência do comércio
globalizado.
As razões desse atraso são diversas. Falta de consenso operacional sobre comércio externo, tanto no que diz respeito ao governo como no que concerne aos empresários.
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